Ecologia
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Item We, predators: humans, apex predators and their preys in the Atlantic Forest trophic cascades(Universidade Federal de Viçosa, 2016-12-15) Perilli, Miriam Lucia Lages; Solar, Ricardo Ribeiro de Castro; http://lattes.cnpq.br/5972904625144756Tropical forests represent Earth's richest biodiversity ecosystems and yet are severely threatened by anthropogenic effects. Humans major trends affecting tropical forests are habitat loss, fragmentation, and degradation of remaining forest. When large vertebrate species are able to persist in fragmented landscapes, the remaining habitat and the reorganization of species biotic interactions may influence their distribution and abundance. Yet, it is difficult to separate those effects from the direct impact of humans. Therefore, in addition to habitat modification we must also account for the direct impact of vertebrate harvest by humans in Neotropical forests. In the following chapters, we observed the current picture of medium and large mammals’ distribution in one the core forest remnants and proposed to incorporate humans as a “hyperkeystone” species in the Atlantic forest food webs. In Chapter I, we described the spatio-temporal dynamics of meso and large mammals, using a joint-species distribution model to the data recorded by camera-traps. We observed that the medium and large terrestrial mammal community varied in their responses to environmental conditions and showed patterns of co- occurrences that may indicate shared environmental niches or intra-guild interactions across time and space. In Chapter II, we proposed a conceptual model with four likely scenarios for the role of apex predators and human beings in natural interaction webs. We concluded that poaching has outsized impacts on the food webs and must not be considered an “invisible” threat. Thus, from the ecological and conservationist perspective, we must account for our own species not as external separate entity, but as an active part of the ecosystems that have direct impacts on trophic interactions.Item Interações tri-tróficas no dossel: o papel da formiga Azteca chartifex na distribuição dos artrópodes e no sucesso reprodutivo de Byrsonima sericea(Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-05) Soares, Glória Ramos; Ribeiro, Sérvio Pontes; http://lattes.cnpq.br/4653773242430969As interações interespecíficas estão entre os processos mais importantes que influenciam os padrões de adaptação e variação de espécies, bem como a organização e estrutura de comunidades. Estas relações são caracterizadas por um sistema de custo benefício, variando em um contínuo entre antagonismo e mutualismo. A interação mutualística formiga-planta têm se mostrado importante na defesa da planta contra herbívoros, tendo como principal resultado a proteção efetiva seguida pelo aumento da aptidão da planta. Sabemos que o aumento da complexidade do habitat pode favorecer as formigas predadoras ao possibilitar a expansão de seus territórios. Porém, apesar de habitats mais complexos aumentarem a chance de encontro entre presas e predadores, estes ambientes também podem fornecer refúgios para as presas e dificultar sua localização. Compreender o papel do mutualismo formiga-planta, mediado pela complexidade estrutural do habitat, permitiria detectarmos os efeitos sobre a distribuição de artrópodes e o sucesso reprodutivo da planta hospedeira. Assim, no primeiro momento investigamos o efeito cascata da presença da formiga Azteca chartifex na diversidade das guildas de artrópodes do dossel florestal de uma árvore dominante nos ecótonos florestais, Byrsonima sericea. No segundo momento investigamos se a associação entre A. chartifex e liana influenciaria a efetividade do mutualismo formiga-planta. Realizamos nosso estudo no Parque Estadual do Rio Doce, Sudeste do Brasil, a partir de populações de B. sericea monitoradas em longo prazo. Selecionamos arbitrariamente 68 árvores distribuídas em três populações distintas e que tinham lianas em suas respectivas copas. Metade destes indivíduos era patrulhada por A. chartifex e a outra metade não possuíam relação com esta formiga. Nós distribuímos as árvores em dois tratamentos dentro das populações para investigarmos o efeito da presença de A. chartifex nos artrópodes do dossel florestal: i) A. chartifex presente (n = 32) e ii) A. chartifex ausente (n = 36). Para investigarmos o efeito da associação entre A. chartifex e liana no dossel, nós realizamos um experimento de remoção das lianas e redistribuímos as mesmas árvores em quatro tratamentos dentro das populações: i) A. chartifex e liana presente (n = 16); ii) A. chartifex ausente e liana presente (n = 18); iii) A. chartifex presente e liana removida (n = 16); e iv) A. chartifex ausente e liana removida (n = 18). As amostragens foram realizadas em três distintas fases:março e agosto de 2016 e março de 2017 (daqui por diante, Fase I, Fase II e Fase III, respectivamente). Na Fase I amostramos os artrópodes e coletamos as folhas para mensurar a herbivoria. Na Fase II realizamos o experimento de remoção das lianas das copas de B. sericea e, na Fase III, amostramos novamente os artrópodes e coletamos também folhas para mensurar a herbivoria. Para inventariarmos os artrópodes utilizamos a técnica de batimento e para estimarmos a herbivoria mensuramos os danos foliares em laboratório a partir da seleção das folhas através de um cubo aramado. Paralelo as estas amostragens, mensurarmos também o sucesso reprodutivo de B. sericea pela taxa de conversão de flores em frutos. Nossos resultados demonstraram que A. chartifex é uma espécie central na estruturação das guildas de artrópodes associadas à B. sericea, alterando a densidade populacional, a co-existência e as interações dos outros predadores e dos herbívoros. A presença de A. chartifex resultou também em um efeito cascata caracterizado por menores danos foliares em B. sericea. Detectamos, ainda, que a presença de liana é mais bem utilizada por A. chartifex do que pelos insetos herbívoros, potencializando a eficiência do forrageio desta formiga que refletiu no sucesso reprodutivo de B. sericea. Ao utilizar das lianas como caminhos alternativos para forragear, A. chartifex reduziu a densidade populacional dos herbívoros e aumentou a taxa de conversão de flores em frutos. De maneira geral, podemos concluir que as interações tri- tróficas discutidas nesta tese são afetadas pela presença de formigas territorialistas e dominantes, bem como pela presença de liana. Assim, compreender como estas interações se desenvolvem, bem como seus custos e benefícios, e qual é a espécie central envolvida foram aspectos primordiais para nosso entendimento acerca da dinâmica de comunidades nos ecótonos florestais. Estes aspectos contribuem para direcionarmos esforços para aquelas espécies estruturalmente importantes, auxiliando futuras práticas de manejo ou conservação do ambiente. Palavras-chave: Interação formiga-planta. Liana. Dossel. Interações interespecíficas.Item Ecologia e taxonomia de Ciidae (Coleoptera) da África do Sul(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-22) Gonçalves, Igor de Souza; Andrade, Cristiano LopesOs besouros micetobiontes são aqueles que dependem de fungos como hábitat e alimento, e são organismos importantes para estudos ecológicos e evolutivos. Ciidae é o táxon mais diverso e abundante de besouros micetobiontes, com mais de 700 espécies em 51 gêneros. Cis Latreille é o gênero mais diverso dentro da família, e as espécies que ocorrem na América do Norte, Austrália, Europa e Japão são relativamente bem conhecidas, mas as das faunas das Américas Central e do Sul, África e áreas subtropicais e tropicais da Ásia carecem de estudos taxonômicos abrangentes. Ceracis tebellifer (Mellié), originalmente da região Neotropical, atualmente é a espécie de ciídeo mais encontrada na África subsaariana. Entretanto, não se sabe ainda os efeitos dessa invasão nas populações locais. Com o objetivo de compreender as relações ecológicas entre ciídeos e seus fungos hospedeiros, esta dissertação é dividida em dois capítulos. No primeiro, descrevemos sete novas espécies de Cis da África do Sul: C. aster Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade, C. mandelai Souza-Gonçalves & Lopes- Andrade, C. makebae Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade, C. masekelai Souza- Gonçalves & Lopes-Andrade, C. nesesorum Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade, C. stalsi Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade e C. urbanae Souza-Gonçalves & Lopes- Andrade. No segundo, analisamos as possíveis influências da espécie invasora no padrão de interação entre ciídeos locais e seus fungos hospedeiros. A partir dos resultados, concluímos que a espécie invasora Cer. tabellifer não está deslocando as espécies locais de seus recursos, mas provavelmente apenas utilizando fungos que não eram utilizados previamente; e mostra manter o comportamento do seu habitat nativo, onde apresenta hábito alimentar polífago e grandes populações.Item Benefits from ants to plants with a special scrutiny on protection against herbivory: a revisit on the Cecropia-Azteca system(Universidade Federal de Viçosa, 2019-04-01) Gomes, Inácio José de Melo Teles e; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/2001338171831035Mutualism and herbivory are antagonic ecologic relations. Mutualism is an interaction with mutual benefits for the involved species. Herbivory, on the other hand, is a predation interaction, in which a herbivore species benefits feeding on a usually impaired plant. Both interactions are found in myrmecophytic systems. In such mutualistic systems, plants offer shelter and food to ants, that, in exchange, benefit plants through many mechanisms, being herbivory protection the most evident. In parallel, plants can also use other strategies, like the production of chemical compounds and morphological structures. Moreover, plant physical and physiological responses to herbivory can change throughout its development. Our aim was to investigate all the known potential benefits from ants to plants. In addition, we addressed the effects of herbivory on plant growth along its ontogenetic development. Through an long-term experiment, we monitored Cecropia glaziovii individuals during 54 months. We collected data monthly on plant growth, herbivory, nutrition, investiment in chemical and physical defenses and colonization by ants. We showed here that Azteca muelleri ants benefit their host plants growth via protection against herbivores and pathogens, nutrition and energy saving from other defensive strategies. Moreover, herbivory only impairs plants in the phase after the ant colonization. Here, we conclusively demonstrate the beneficial effects of ants to plants, beyond the classic herbivory protection. In addition, we showed that plant ontogenetic stage is determinant to its response to herbivory.Item Avaliação do comportamento radicular da fáfia (Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen como indicador do reconhecimento radicular entre plantas vizinhas(Universidade Federal de Viçosa, 2019-08-12) Duarte, André Freitas; Carmo, Flávia Maria SilvaSabe-se as plantas são capazes de adquirir informações sobre o ambiente que as rodeiam. Essas informações permitem a elas avaliar a disponibilidade de recursos nutricionais, bem como as alterações nas condições ambientais, além de fornecer pistas sobre perspectivas futuras, como o estabelecimento de competição por recursos. Em se tratando do estabelecimento de um indivíduo na vizinhança de outros, estudos tem mostrado que há algum tipo de reconhecimento radicular entre eles. Os mecanismos envolvidos nesse reconhecimento podem estar relacionados à percepção de aquisição de recursos semelhantes por diferentes indivíduos. O objetivo deste trabalho foi investigar as alterações na morfologia radicular visando separar respostas exclusivamente derivadas da percepção de outros indivíduos na vizinhança e os efeitos derivados do processo competitivo entre plantas vizinhas. Para isso foi testada a hipótese de que as plantas alteram o comportamento radicular quando compartilham o meio com um vizinho mesmo quando não há competição por recursos nutricionais ou por espaço. Os experimentos foram realizados utilizando plantas de fáfia (Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen. Foi definido que para testar a hipótese proposta, foi necessário estabelecer 2 (dois) experimentos, em um dos quais as plantas de fáfia cresceram em substrato contendo abundância de recursos nutricionais e no outro experimento, escassez desses recursos. Foi utilizada solução nutritiva de Rugini com formulação completa no experimento onde as plantas cresceram com abundância de recursos nutricionais, enquanto as plantas sujeitas a escassez receberam solução nutritiva Rugini diluída, contendo 15% da concentração iônica da formulação original. As raízes das plantas ocuparam áreas diferentes nos diferentes tratamentos a que foram submetidas. Também foram identificadas diferenças nos volumes radiculares das plantas de fáfia. Na grande maioria, as raízes das plantas de fáfia não cresceram de forma homogênea dentro dos recipientes em que as plantas estavam inseridas. As plantas de fáfia diferiram entre si quanto à construção de matéria orgânica em função dos tratamentos a que foram submetidas. No presente trabalho foi confirmada a hipótese de que as plantas alteram seu comportamento radicular quando compartilham o meio com um vizinho da mesma espécie independente da disponilibidade de recursos nutricionais. Conclui-se que o comportamento radicular das plantas testadas foi diferente quando crescendo na presença de um vizinho da mesma espécie, tanto em abundância como em escassez de recursos nutricionais. Esse fato evidencia, pois, o reconhecimento estabelecido entre plantas vizinhas a nível de raiz. Palavras-chave: Planta. Comunicação. Raízes. Competição. Reconhecimento radicularItem Interação ecológica entre Scotocryptus (Coleoptera, Leiodidae) e duas espécies de Melipona (Hymenoptera, Apidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-20) Silva, Luiza Eduarda Basílio; Siqueira, Maria Augusta Lima; http://lattes.cnpq.br/0411542040769063As abelhas sem ferrão são importantes polinizadores da Região Neotropical e mantêm interações ecológicas com diversos grupos de organismos, tais como fungos, bactérias, ácaros e vários insetos, como besouros Leiodidae, Scotocryptini. Scotocryptus são besouros cegos, que não conseguem voar e que utilizam as abelhas operárias como dispersoras, por meio de foresia. Neste trabalho foi avaliada a interação entre Scotocryptus e duas espécies de abelhas sem ferrão: Melipona mondury e Melipona quadrifasciata. O comportamento de subida desses besouros em operárias forrageiras e nutrizes das duas espécies de abelhas foi estudado por meio de ensaios comportamentais conduzidos em condições controladas. Os besouros foram mantidos em arenas em quatro diferentes níveis de tratamentos: com forrageiras de M. mondury, nutrizes de M. mondury, forrageiras de M. quadrifasciata ou nutrizes de M. quadrifasciata, onde foram testadas: 1- a frequência de subida dos besouros nas abelhas ; 2- a parte do corpo da abelha com maior preferência de subida pelos besouros e 3- a sobrevivência dos besouros e das abelhas ao longo do tempo. A frequência de subida dos besouros foi maior em abelhas forrageiras do que em abelhas nutrizes, independentemente da espécie (χ2 = 27.72; g.l. = 3; p < 0,001). As pernas das abelhas foram a parte do corpo com maior frequência de subida em ambas as espécies (χ2 = 18.93; g.l. = 6; p = 0,004). A sobrevivência dos besouros foi maior quando eles interagiram com forrageiras de M. mondury (Log-Rank: χ2 = 15.9; g.l. = 3; p = 0,0012) do que com abelhas de outras idades e de outra espécie. A sobrevivência das abelhas de diferentes espécies e idades mantidas associadas aos besouros não foi alterada pelos diferentes tratamentos (χ2 = 4.9; g.l. = 3; p = 0,18). Nossos resultados demonstram que os besouros são capazes de reconhecer diferentes espécies e idades das abelhas. Além disso, eles apresentaram uma maior preferência por operárias forrageiras, idade na qual as abelhas realizam forrageamento e que, portanto, são capazes de dispersarem os besouros.Item Efeito do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-25) Maia, Maria Luiza Bicalho; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/5216540675107658Além de ser uma força evolutiva importante, influenciando na distribuição dos biomas e na manutenção da estrutura e função das comunidades, o fogo foi uma das primeiras ferramentas usadas pelo homem para modificar seu espaço. O aumento crescente de atividades humanas e desmatamento, com a extensão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira, têm tornado os incêndios florestais mais frequentes. O objetivo geral do estudo foi avaliar o efeito a curto prazo do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia. Para isso, testamos as seguintes hipóteses: 1) o efeito do fogo sobre a mirmecofauna de serapilheira causa uma diminuição na diversidade de espécies, sendo esse efeito maior no tratamento com adição de combustível; 2) existe um efeito negativo dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade de formigas. Adicionalmente, verificamos se a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas diferem entre si. O estudo foi desenvolvido numa área de transição Cerrado-Amazônia, no estado do Mato Grosso. O experimento de fogo foi realizado em seis plotes inseridos em uma área de 150 ha de vegetação típica da região, sem histórico pregresso de fogo. Cada um desses seis plotes foi re-dividido em três parcelas de 40 m2, cada uma com um tratamento: 1) fogo com adição de combustível, 2) fogo sem adição de combustível e 3) controle. Nos tratamentos com fogo foram tomadas medidas de parâmetros estruturais do fogo. As coletas de formigas foram realizadas num intervalo de 15 a 28 dias após a passagem do fogo experimental. Para a amostragem das formigas de serapilheira, utilizamos a metodologia do Extrator de Winkler. Foram peneiradas 10 amostras de Winkler por tratamento. Ao todo, foram realizadas 180 amostras de Winkler nos seis plotes. Nós amostramos 87 espécies de formigas, distribuídas em 32 gêneros, pertencentes a sete subfamílias. Houve uma menor frequência de espécies, riqueza média e riqueza acumulada no tratamento com adição de combustível como esperado, sendo que não houve diferença entre o controle e o sem adição de combustível. Além disso, não houve diferença na diversidade beta entre os tratamentos. Entretanto, houve uma maior contribuição do aninhamento quando comparados os tratamentos com adição e sem adição de combustível, ou seja, houve uma maior perda de espécies ao comparar esses dois grupos do que quando comparados ao controle. Apesar de não termos encontrado efeito direto dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade alfa e beta, a taxa de espalhamento e intensidade do fogo tiveram um efeito significativo sobre o aninhamento. Não encontramos evidências de que a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas sejam diferentes entre si. Nesse estudo observamos que a mirmecofauna de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia responde de formas distintas a diferentes regimes de fogo. A mirmecofauna não apresentou mudanças drásticas a curto prazo com um fogo de menor intensidade. Mas observamos que um aumento no combustível disponível para queima tende a originar fogos mais intensos que alteram a riqueza e frequência de espécies. De forma geral, a mirmecofauna de serapilheira da transição Cerrado-Amazônia apresentou a curto prazo resistência a um fogo menos severo.Item A importância do efeito Top-down em comunidades de insetos : formigas afetam o acesso dos cupins à matéria orgânica?(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-06) Souza, Tamires de Lima; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/6747490613296154O presente estudo teve como objetivo determinar se as formigas afetam negativamente o acesso dos cupins à matéria orgânica. O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso (EPTEA-MP), em um fragmento de Mata Atlântica em Viçosa onde foram montadas 30 estações de coleta de dimensões 14x 2,5 m. Cada estação recebeu 12 “iscas celulósicas”, feitas de esterco bovino moldado que foram pesadas e secas individualmente antes de serem levadas ao campo. À cada 9 dias, as iscas de esterco eram monitoradas quanto à ocupação por cupins e uma isca de cada estação era coletada, seca e pesada novamente para a estimativa da perda de peso. Durante o experimento, 15 das 30 estações receberam 15g de sardinha a cada 5 dias com objetivo de aumentar a atividade de formigas nestas estações (grupo tratamento). Por outro lado, as outras 15 estações não receberam iscas de sardinha (grupo controle). Antes do início das coletas e no final de todo o experimento duas armadilhas do tipo pitfall foram montados em todas as estações. Em cada estação medimos também o risco de predação através do tempo gasto para encontro de iscas de cupins por formigas. Além disso, fizemos coleta ativa de cupins no solo de todas as estações. O peso final das iscas foi comparado entre as estações dos grupos controle e tratamento e a ocupação dos cupins no solo e nas iscas de esterco foi analisada levando-se em consideração a abundância e riqueza de formigas. (Os resultados indicam que embora as formigas sejam conhecidas como potenciais predadoras, em nosso sistema parece não afetar negativamente a comunidade de cupins. Em conjunto, estes resultados mostram que os efeitos parecem estar diluídos a nível de comunidades e precisam de novos estudos mais aprofundados,especialmente sobre o efeito direto das formigas sobre os cupins.Item Seletividade de espécies arbóreas à margem do lago da barragem de Marimbondo em Frutal, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2014-11-06) Ferreira, Cristiano dos Santos; Carmo, Flávia Maria da Silva; http://lattes.cnpq.br/8493029392655133A variação na flutuação natural do nível do rio é de grande importância para a conservação e integridade das matas ciliares, uma vez que as plantas desses ambientes são adaptados a estas flutuações naturais. Mudanças nos regimes hidrológicos podem alterar características importantes destes habitats e modificar esses ecossistemas. Assim, o objetivo deste estudo foi o de determinar como a mudança no nível de água causado pela construção de uma barragem hidrelétrica influencia a vegetação arbórea nas margens do lago resultante. O experimento foi realizado no município de Frutal, Minas Gerais, em um fragmento de 34 ha de Floresta Semidecídua às margens do lago da na Usina Hidrelétrica de Marimbondo. A fim de verificar possíveis mudanças na fitossociologia da comunidade de plantas, bem como a composição dos grupos funcionais de espécies sob influência da água do lago, foram estudadas tanto a vegetação original e os estratos de regeneração. Transectos de 100x20 m foram estabelecidos e todos os indivíduos arbóreos com pelo menos 10 cm de circunferência na altura do peito (CAP) foram amostrados. No estrato de regeneração, indivíduo com CAP entre 1-9,9 cm também foram amostrados. Todos os indivíduos amostrados foram registrados e identificados para o menor nível taxonômico possível, e, então, classificados em duas categorias: espécies características de Matas Ciliares (MC) e espécies Não Ciliares (NC). As análises estatísticas dos dados mostraram que a vegetação original tem maior riqueza e abundância de espécies ciliares nas margens do lago de espécies, e ambas diminuem quando distanciamento das margens do lago. Por outro lado, a riqueza e abundância de espécies Não ciliares aumentam com a maior distância da margem do lago. No estrato de regeneração, apenas abundância de indivíduos aumenta em direção a margem do lago, uma resposta semelhante às espécies ciliares. Estes resultados evidenciam que a elevação periódica do nível de água do lago tem um efeito marcante sobre a vegetação estabelecida nas suas margens, atuando como um filtro ambiental para o estabelecimento das espécies. A vegetação na área próxima ao rio é dominada por espécies ciliares, embora a vegetação não possa ser caracterizada fitossociologicamente como uma mata ciliar original. No entanto, as espécies arbóreas amostradas no local indicam que a vegetação está atuando funcionalmente como mata ciliar.Item Ecologia da onça-parda: interações de um predador de topo em um agroecossistema(Universidade Federal de Viçosa, 2017-11-30) Azevedo, Fernanda Cavalcanti de; Azevedo, Fernando Cesar Cascelli de; http://lattes.cnpq.br/3270718404243890O padrão de atividade, o hábito alimentar e a organização espacial da onça-parda (Puma concolor) foram estudados em um agro-ecossistema em rápido desenvolvimento no sudeste brasileiro, utilizando uma combinação entre os métodos de armadilhas fotográficas e rádio telemetria por Sistema de Posicionamento Global (GPS). O estudo foi conduzido entre os anos de 2009 e 2017, no Triângulo Mineiro, município de Araguari, em uma região de ecótono entre os Biomas Cerrado e Mata Atlântica. De forma geral as onças-pardas apresentaram padrão de atividade predominantemente noturno e alta sobreposição temporal com as presas mais consumidas. Especificamente, machos tiveram comportamento noturno mais pronunciado do que fêmeas, que mostraram-se catemerais (isto é, usam o dia e a noite nas mesmas proporções) e consumiram mais presas de hábitos diurnos, como coatis (Nasua nasua) e teiús (Salvator merianae). Animais domésticos (cães e gado bovino) e pessoas transitam nas mesmas trilhas que onças-pardas, entretanto, a sobreposição temporal entre humanos, animais domésticos e este felino não foram expressivos. Onças-pardas alimentaram-se de uma grande variedade de presas (n = 20 espécies) em Araguari. Porém, apresentaram comportamento especialista em relação à dieta, dependendo principalmente de presas silvestres, as quais foram mais consumidas tanto em termos de freqüência de ocorrência quanto biomassa ingerida. Capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris) e tatus-peba (Euphractus sexcinctus) foram selecionados, enquanto animais domésticos foram evitados, apesar de sua alta disponibilidade na área de estudo. No que diz respeito à seleção de ambientes para caçar, onças-pardas mostraram preferência por ambientes de florestas e pasto sujo, provavelmente por oferecerem maior proteção em termos de cobertura vegetal e maiores oportunidades para emboscar presas. Onças-pardas caçaram a cada 3.54± 1.62 dias, sendo que fêmeas apresentaram tempo de manipulação das presas mais curto que machos, refletindo maior consumo de presas de pequeno porte por este sexo. Este resultado também destaca a capacidade de detecção de presas menores que 15 kg por meio do monitoramento de grandes carnívoros por meio da rádio telemetria GPS e a checagem freqüente de aglomerados de localizações. Onças-pardas apresentaram tamanho de área de vida média de 209.4 ± 46.5 km 2 . Como esperado, machos ocuparam áreas de vida mais extensas e percorreram maiores distâncias que fêmeas, corroborando um comportamento territorial mais pronunciado através de baixa sobreposição intrasexual. Onças-pardas também apresentaram forte associação com classes ambientais naturais (vegetação florestal), tanto em nível populacional quanto individual, destacando a importância dos fragmentos de vegetação remanescentes para a permanência deste predador de topo de cadeia em ambientes modificados pela ação humana. Os resultados aqui apresentados preenchem uma lacuna no conhecimento da ecologia da onça-parda em ambientes tropicais antropizados. Os dados demonstram que a permanência de um carnívoro de grande porte em paisagens modificadas está relacionada a: sua habilidade de ajustar seu padrão de atividade a diferentes fatores (incluindo antrópicos), e à oferta de uma base de presas silvestres e hábitats de vegetação natural. Além disso, colaboram para desmistificar o alto impacto negativo atribuído a onças-pardas em áreas onde convive com espécies domésticas e o homem.