Ecologia

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    Reconhecimento de padrões sonoros por plantas: um estudo da resposta de Impatiens walleriana ao canto de Quesada gigas
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-22) Cypriano, Raphael Jonas; Carmo, Flávia Maria da Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727338J9; http://lattes.cnpq.br/8566071367586923; Kuki, Kacilda Naomi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784674P6; Lima, Eraldo Rodrigues de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783762J5; Ferreira Junior, Silvio da Costa; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763358H3
    O som é um estímulo ambiental que pode ser detectado pelas plantas, influenciando seu comportamento, contudo, ainda não compreendemos quais são as implicações ecológicas das respostas vegetais ao som. Este trabalho teve por objetivo: (i) avaliar uma nova abordagem metodológica para estudos envolvendo efeitos sonoros em plantas e (ii) testar se sons emitidos por insetos podem ser utilizados pelas plantas como elementos acessórios para detectar condições e recursos ambientais, estimulando respostas fisiológicas sincronizadas. Para tanto, foram construídas dez câmaras com isolamento acústico para condução de três experimentos em condições semicontroladas de laboratório, com plantas de Impatiens walleriana divididas em tratamentos sonoros, expostos ao som por duas horas diárias, e tratamentos sem exposição ao som. No primeiro experimento, sementes foram submetidas ao som das cigarras por 16 dias, sendo avaliados padrões de germinação e desenvolvimento inicial. No segundo, plantas foram submetidas ao som das cigarras por dez dias, sendo analisados os efeitos do som nas trocas gasosas. E no último experimento, plantas foram expostas ao som das cigarras misturado, com o padrão sonoro desorganizado, por dez dias, sendo também avaliado seus efeitos nas trocas gasosas. Não foram verificadas diferenças significativas nos padrões germinativos e de desenvolvimento inicial das sementes expostas ao som das cigarras quando comparadas com o controle. Por outro lado, foi registrado um aumento significativo na Taxa Fotossintética nas plantas expostas ao som das cigarras, com redução na Relação Carbono interno/Carbono externo (Ci/Ca). Enquanto no tratamento exposto ao som das cigarras misturado foi verificada uma redução significativa na Taxa Fotossintética, sem alterações na Relação Ci/Ca. A metodologia proposta se mostrou eficaz para condução de experimentos avaliando o efeito de sons em plantas. Os resultados experimentais indicam que a influência do som das cigarras em I. walleriana dependem do estágio de desenvolvimento das plantas. Além disso, os dados de trocas gasosas sugerem que plantas podem reconhecer o som das cigarras como uma informação ambiental, uma vez que este som estimulou a atividade fotossintética, enquanto o som das cigarras desorganizado gerou uma resposta fisiológica inversa. A capacidade de perceber sons pode ser evolutivamente fixada entre as plantas, sendo o processo de percepção do som ambiental, assimilação da mensagem acústica e disparo de respostas fisiológicas um mecanismo complexo com um significado ecológico em termos de integração das plantas com o ambiente que as rodeia.