Ecologia
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Item Biodiversity of aquatic insects in mining areas: integrated approaches in the Rio Doce basin(Universidade Federal de Viçosa, 2025-04-16) Viana, Ana Dária Leite; Sperber, Carlos Frankl; http://lattes.cnpq.br/4965319061527316Understanding biodiversity in aquatic ecosystems is key to effective conservation, especially in areas impacted by human activities. This thesis examines the effects of mining on aquatic insect communities, focusing on Ephemeroptera, Plecoptera, and Trichoptera (EPT) as bioindicators. Set in the Rio Doce Basin, severely affected by the Samarco-Vale/BHP Billiton disaster, the study integrates meta-analysis, fieldwork, and ecological modeling to assess biodiversity loss, species dispersal, and habitat changes. The findings show that mining intensifies environmental stress, leading to biodiversity decline and habitat fragmentation. Key ecological corridors crucial for maintaining species connectivity are identified, emphasizing their role in conservation. Climate projections indicate further habitat loss and species displacement, highlighting the combined risks of local and global environmental changes. This work refines biomonitoring strategies, improving cost-effectiveness and scalability while addressing taxonomic and biogeographic gaps in aquatic insect diversity. By combining multiple analytical approaches, it provides a comprehensive framework for freshwater conservation in degraded landscapes, offering insights to guide effective management and restoration efforts. Keywords: meta-analysis; EPT; freshwater; macroinvertebrate; niche modelingItem Efeito da adição de fósforo na herbivoria de plantas de sub-bosque em uma floresta amazônica(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-26) Nascimento, Gabriele França do; Kloss, Thiago Gechel; http://lattes.cnpq.br/8966659580723514A Amazônia desempenha um papel vital no ciclo global de carbono, influenciando diretamente o clima global e a biodiversidade. Porém, os solos dessa floresta apresentam escassez de alguns nutrientes, especialmente o fósforo, diminuindo a produtividade primária da floresta. Além disso, a escassez desse nutriente pode alterar o balanço energético das plantas e diminuir a capacidade de investimento em defesa e crescimento. A principal forma de avaliar o efeito da restrição natural de macronutrientes sobre os ecossistemas é por meio de experimentos de fertilização. No caso do fósforo, a adição desse nutriente em solos limitados pode resultar em maior atratividade e consumo das folhas por insetos herbívoros. Por outro lado, plantas que receberam esse aporte nutricional podem obter mais energia para investir em defesas. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito da adição de fósforo sobre a herbivoria em plantas de sub-bosque da floresta amazônica. A pesquisa foi conduzida no projeto Amazon Fertilisation Experiment (AFEX), desenvolvido em colaboração com o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) e o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) em uma floresta Amazônica de terra firme. Amostramos 16 parcelas que são manipuladas com a fertilização de N, P e Cátions. Em cada parcela, amostramos 5 indivíduos de 5 espécies de plantas abundantes. Em cada indivíduo, coletamos dez folhas expandidas para medir a herbivoria e 3 folhas expandidas e intactas para avaliar indiretamente a qualidade das folhas por meio do índice SPAD, e características físicas, como espessura, área foliar total e área foliar específica (SLA). Calculamos a área foliar total e a área foliar consumida com o software ImageJ. . A adição de fósforo ao solo aumentou a herbivoria em plantas de sub- bosque na Amazônia, provavelmente devido a alterações nas defesas químicas e no balanço nutricional, sem afetar defesas estruturais como espessura ou área foliar específica. Em contraste, nitrogênio e cálcio não alteraram a herbivoria, mas influenciaram características funcionais, como maior espessura foliar. Sugerimos que o aumento da herbivoria tem o potencial de impactar a dinâmica ecológica, indicando que, além de reduzir a produtividade primária, a limitação de fósforo influencia as interações nesse ecossistema. Assim, ressaltamos a importância de considerar a limitação natural desse nutriente em modelos climáticos que preveem impactos futuros na Amazônia. Palavras-chave: Palavras-chave: Amazônia; Floresta tropical; Insetos; Interação inseto-planta; Teia trófica.Item O impacto da mineração de lítio sobre a diversidade e funções ecossistêmicas desempenhadas por besouros rola-bosta(Universidade Federal de Viçosa, 2025-03-06) Silva, Fernanda de Sá da; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/9741365730439494A mineração de lítio tem crescido significativamente no Brasil e no mundo devido ao avanço tecnológico e à transição para uma matriz energética mais sustentável. No entanto, seus impactos sobre a biodiversidade e funções ecossistêmicas ainda são pouco conhecidos. Este estudo avaliou os efeitos da mudança do uso do solo causada pela mineração de lítio sobre a diversidade e os serviços ecossistêmicos desempenhados por besouros rola-bosta (Scarabaeinae). Esse trabalho foi desenvolvido na Companhia Brasileira de Lítio (CBL) localizada nos municípios de Divisa Alegre e Araçuaí, nordeste de Minas Gerais, Brasil. Nós comparamos a diversidade de besouros e suas funções ecológicas, como remoção de fezes, dispersão de sementes e bioturbação do solo, entre áreas com maiores e menores impactos gerados pela obtenção dos compostos de lítio comercial em suas duas fases principais: mineração e beneficiamento químico. Encontramos que, na planta de mineração, apenas a dispersão de sementes foi maior em áreas com maior atividade humana, enquanto as demais funções e a diversidade não diferiram. Na planta química da CBL, as áreas mais impactadas (pilhas de rejeito) apresentam menor abundância e riqueza de besouros, mas ao mesmo tempo, maior atividade de remoção de fezes e dispersão de sementes em comparação às áreas preservadas (fragmentos florestais). Provavelmente, matriz florestal da CBL, aliada a pequena escala espacial dessa mineradora, pode ter causado esse efeito positivo nas funções ecossistêmicas o que, apesar da perda de diversidade. Finalmente, incentivamos que outros estudos foquem em uma comparação entre os diferentes tipos de mineração (ex. ferro, bauxita, calcário) e o lítio sobre a biodiversidade e as funções ecossistêmicas para podermos definir se a obtenção desse tipo de metal alcalino é de fato menos danoso ao meio ambiente. Palavras-chave: Matriz energética ; Macrofauna do solo ; Distúrbio; Conservação; RejeitoItem Anthropogenic impacts on animal-plant interactions and their ecosystem functions in tropical forests(Universidade Federal de Viçosa, 2025-03-21) Oliveira, Jefferson Bruno Bretas de Souza; Paolucci, Lucas Navarro; http://lattes.cnpq.br/7642531181100290Tropical forests are fundamental for providing ecosystem services essential to human subsistence, socioeconomic development, and the maintenance of biodiversity. These services depend on ecological interactions, especially between plants and animals, sustaining ecosystem functionality and resilience. However, the increasing intensification of land use — driven by both human population growth and capital accumulation — has led to severe disturbances in these forests. As a result, the advancement of anthropogenic pressures has caused continuous degradation of forest habitats, thereby altering their structure and dynamics. Such changes have increased forest vulnerability to new disturbances, leading to a rise in the frequency and intensity of fire. Consequently, habitat structure modifications and biodiversity loss resulting from these impacts can disrupt species interaction patterns and compromise ecological processes related to reproduction, seed dispersal, and the structuring of plant communities. As a result, forest regeneration and functionality may be impaired, even years after the initial impacts. Therefore, to better understand the effects of anthropogenic impacts on tropical forests, it is necessary to assess how human activities influence ecological interactions. In this thesis, I investigate the effects of different anthropogenic disturbances on animal–plant interactions mediated by pollinators, frugivores, and secondary post-dispersal agents in tropical forests. To this, I developed two chapters that evaluate the impacts of land-use change and fire on these interactions. In the first chapter, I used data from the literature on plant–pollinator networks in different tropical forests to assess the effects of land-use change on pollinator interaction patterns and their resistance to the extinction of floral partners. I found that pollinators in disturbed forests interacted with fewer partners and were less resistant to coextinctions than pollinators in old-growth forests. However, there was no difference in these metrics between pollinators in converted forests and those in either disturbed or old-growth forests. Despite these differences, I found no difference across treatments in network structural organization as measured by nestedness. In the second chapter, I evaluated the long-term impacts of fire and edge effects, or they synergy, on frugivory frequency and secondary seed removal by fauna, 12 years after a forest fire event. Arboreal frugivory was not affected by fire or edge effects, but terrestrial frugivory was intensified in unburned edges. There was a general reduction in seed manipulation by the entire fauna in burned treatments. However, when only invertebrates were considered, there was no difference in seed manipulation between the unburned edge and the burned interior. These findings indicate that forest habitat changes caused by anthropogenic disturbances lead to shifts in animal–plant interaction patterns, with potential implications for the functioning of forest ecosystem processes — even long after the initial disturbances. Therefore, despite the resilience observed in certain interactions, continued anthropogenic pressures in tropical forests may increase their vulnerability by disrupting key ecological interactions and altering interaction patterns. Keywords: ecological disturbances; ecological dynamics; ecological networks; forest fires; forest resilienceItem Quais os impactos de rodovias sobre as comunidades de formigas da Mata Atlântica e suas funções ecossistêmicas?(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-04) Guimarães, Jade Carvalho; Paolucci, Lucas Navarro; http://lattes.cnpq.br/5423081302215103A fragmentação de habitats, causada por exemplo pela conversão de áreas naturais em cidades, rodovias e pastagens, ameaça a biodiversidade e afeta os ecossistemas florestais. Rodovias intensificam essa fragmentação ao alterar a estrutura das florestas e gerar bordas que modificam o microclima e as interações ecológicas nestes locais. Os fragmentos de Mata Atlântica são, em sua maioria, pequenos e isolados, e vêm perdendo sua integridade. As formigas são organismos ecologicamente dominantes sensíveis a distúrbios antrópicos, e são excelentes modelos de estudo pois desempenham funções para as florestas, como controle de artrópodes, a dispersão de sementes e a ciclagem de nutrientes. Investigamos os impactos de rodovias na estruturação das comunidades de formigas e nas suas funções ecossistêmicas na Mata Atlântica do Sudeste Brasileiro. Nossa hipótese é que as bordas de rodovias afetam as comunidades de formigas de forma mais severa do que as bordas geradas por outros distúrbios. Para isso, amostramos as formigas usando pitfalls epigeicos e quantificamos a remoção de sementes e a predação de invertebrados. A quantidade de rodovia adjacente aos fragmentos florestais altera a composição das comunidades de formigas, mas não altera a riqueza de espécies e nem a remoção de sementes ou a predação de cupins. Observamos variações na densidade da vegetação nas bordas de rodovias e pastagens em relação ao interior dos fragmentos, indicando uma redução na integridade da floresta nessas áreas. A composição de comunidades de formigas é moldada, portanto, por impactos da fragmentação e das rodovias, e este efeito é persistente mesmo em um contexto antigo de fragmentação e degradação. Palavras-chave: Distúrbios antrópicos; Funções ecossistêmicas; Floresta tropical; Efeito de bordaItem Efeitos da filtragem ambiental e de uma seca extrema experimental na diversidadede formigas em florestas tropicais(Universidade Federal de Viçosa, 2024-10-24) Moreira, Isadora Gerheim de Vasconcellos; Solar, Ricardo Ribeiro de Castro; http://lattes.cnpq.br/1141918610170996A Amazônia e a Mata Atlântica constituem dois dos mais importantes centros de biodiversidade do mundo. As comunidades de formigas contribuem para a resiliência e estabilidade dessas florestas, e a presença dessas espécies pode ser influenciada por diversos fatores ambientais através do processo de filtragem ecológica. O primeiro capítulo desta tese tem como objetivo investigar a influência de fatores ambientais na diversidade de formigas da Mata Atlântica. Embora a filtragem ecológica constitua um processo natural e esperado, afetando vários aspectos da biodiversidade, ela está sujeita a modificações por atividades antropogênicas, como eventos de seca, que são previstos de se tornarem mais frequentes e prolongados na região amazônica. Portanto, no segundo capítulo desta tese, investigamos se esses eventos de seca extrema levam a mudanças na diversidade filogenética da comunidade de formigas da Floresta Amazônica. Para o primeiro capítulo, usamos um conjunto de dados de 63 locais de amostragem ao longo da Mata Atlântica para explorar a influência de 31 variáveis ambientais na composição da comunidade de formigas. Para o segundo capítulo, extraímos métricas filogenéticas de comunidades de formigas amostradas em uma área de seca contínua induzida na Floresta Amazônica. Nossos resultados demonstram que, enquanto as variáveis climáticas explicam parte da distribuição espacial da diversidade de formigas da Mata Atlântica, são fatores edáficos que emergem como a influência mais dominante, mas o efeito sinérgico supera a influência de qualquer uma isoladamente. A precipitação durante o mês mais seco e o teor de argila são os fatores com maior importância na distribuição da composição de formigas. Portanto, tanto as mudanças climáticas quanto as atividades de uso da terra representam uma ameaça à diversidade de formigas. Nossos resultados demonstram que a seca reduziu a riqueza filogenética de todas as subfamílias, mas não selecionou espécies mais próximas filogeneticamente. Embora tenhamos observado uma diminuição geral na riqueza e abundância de espécies, houve uma ampla variedade de respostas, inclusive dentro de um mesmo gênero. As métricas filogenéticas da comunidade de controle exibiram variação temporal gradual, enquanto a comunidade sob seca apresentou picos, oscilando entre valores baixos e altos, o que pode ser atribuído à amostragem estocástica como consequência da perda de espécies. Essas mudanças imprevisíveis poderiam levar à diminuição da resiliência e desestabilizar a estrutura e função da comunidade. Devido à distribuição variada de respostas ao longo da filogenia, sugerimos que a hipótese de conservadorismo de nicho (a tendência de espécies filogeneticamente próximas responderem de maneira semelhante às pressões ambientais) não se aplica a essas comunidades de formigas e pode não ser um preditor confiável de respostas a eventos de seca para as formigas amazônicas. Nesta tese nós abordamos os efeitos de fatores ambientais naturais e antropogênicos em escalas macro e locais sobre as formigas da Amazônia e Mata Atlântica, demonstrando como as mudanças climáticas e as atividades de uso da terra representam ameaças a biodiversidade das formigas e sugerimos que o conservadorismo de nicho pode não auxiliar a predição de respostas dessas comunidades a eventos de seca. Palavras-chave: Comunidades de formigas; Mudanças climáticas ; Beta diversidade ; Diversidade das florestas tropicais; Macroecologia; Diversidade taxonômica; Diversidade Filogenética.Item Formigas como ferramentas para avaliação da qualidade de florestas ripárias sujeitas a distúrbios antropogênicos(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-20) Lopes, Isabella; Ribeiro, Sérvio PontesAs intervenções humanas, como desastres ambientais e a conversão de florestas para usos antrópicos, têm contribuído significativamente para a degradação das paisagens naturais. As florestas ripárias, que são vegetações localizadas ao longo dos cursos de água, são particularmente vulneráveis aos impactos antropogênicos, que alteram suas condições biofísicas, funcionalidade ecológica e biodiversidade. A bacia hidrográfica do Rio Doce, no sudeste do Brasil, exemplifica os desafios enfrentados por esse ecossistema globalmente. Assim, compreender como as comunidades bióticas respondem às variações das características da paisagem é crucial para a conservação destes habitats. Neste cenário, as formigas (Hymenoptera: Formicidae), notáveis como bioindicadores, são ferramentas eficazes para avaliar o impacto de perturbações, devido à sua sensibilidade às mudanças no ambiente e aos papéis ecológicos que desempenham. Nosso estudo avaliou a influência do tipo de uso e ocupação do solo no entorno das florestas ripárias na composição e diversidade das formigas, além de analisar a complexidade do habitat local. Os resultados indicam que cada floresta ripária estudada abriga um conjunto único de espécies de formigas, com a paisagem circundante atuando como um preditor significativo dessas diferenças. Notavelmente, áreas urbanas se caracterizaram pela predominância de espécies do grupo funcional oportunistas. Além disso, a complexidade do habitat, medida pela cobertura do dossel e circunferência do tronco das árvores, foi relativamente consistente entre as florestas, exceto naquelas inseridas em uma matriz urbana, que apresentaram menor complexidade estrutural A riqueza, diversidade e equitabilidade das espécies de formigas não diferiram significativamente entre as florestas ripárias com diferentes UCS. Isso sugere que, apesar das diferenças nas paisagens circundantes, as matas ciliares do médio rio Doce mantêm níveis semelhantes de biodiversidade. Contudo, as florestas inseridas em contextos urbanos merecem atenção especial, devido ao predomínio de espécies oportunistas e à menor complexidade do habitat observado. Concluímos que a gestão das florestas ripárias deve focar não apenas na largura mínima exigida pela legislação, mas também na manutenção e melhoria da estrutura local do habitat, visando a conservação da biodiversidade e a funcionalidade ecológica dessas áreas. Palavras-chave: perturbações antrópicas; qualidade ambiental; mata ciliares; filtro ambiental; ecótonos.Item Influência da formiga mutualista no investimento em defesas de plantas: um experimento de longa duração no sistema Cecropia-Azteca(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-11) Neves, Gabriela Zorzal; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/3679330638283908As plantas demonstram estratégias defensivas diversas contra seus inimigos naturais. Estas defesas podem ser diretas, como compostos químicos e estruturas físicas, e indiretas, como a associação com outros animais. As plantas mirmecófitas, por exemplo, vivem em associação íntima com formigas que desempenham função protetora em troca de alimento e locais de nidificação. Nesse sentido, investir em recursos para atrair formigas pode concorrer, em termos de alocação de energia, com o investimento em defesas diretas, gerando o chamado “trade-off”. Mais especificamente, na relação mutualística entre as formigas do gênero Azteca e as árvores do gênero Cecropia, já foi demonstrado que as formigas proporcionam múltiplos benefícios às plantas que vão além da proteção. No entanto, não se sabe exatamente como a presença das formigas influencia as características de defesa dessas plantas. A partir dessa lacuna, essa tese foi dividida em dois capítulos: O primeiro deles teve como objetivo testar se a presença de formigas (Azteca muelleri) e a herbivoria influenciam o investimento em defesas físicas em Cecropia glaziovii. No segundo capítulo foi determinado se a colonização por A. muelleri é capaz de mediar a existência de trade-off entre defesas químicas e físicas em C. glaziovii. Em relação ao primeiro capítulo, conduzimos dois experimentos, sendo um deles de simulação e outro de proteção de herbivoria em plantas no campo. Já no segundo capítulo, realizamos um experimento manipulativo de longo prazo (oito anos) para avaliar o investimento em defesas químicas e físicas em plantas colonizadas e não colonizadas. Com coletas mensais, acessamos dados de densidade de tricomas foliares (defesas físicas) e compostos fenólicos (defesas químicas) de plantas (C. glaziovii) colonizadas e não colonizadas pelas formigas (A. muelleri). Descobrimos que em plantas colonizadas por formigas a produção de tricomas é menor, independentemente da herbivoria. Encontramos também que a presença das formigas é um forte mediador do trade-off entre as defesas químicas e físicas de plantas; devido a redução na produção de tricomas com um incremento de compostos fenólicos apenas nas plantas não colonizadas. Nossos resultados reforçam a importância das formigas como defensoras, mas também como mediadoras da alocação e na provisão de recursos nessas plantas.Item Como ilhas florestais em uma matriz campestre modulam a diversidade funcional de formigas?(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-31) Alves, Gustavo Rocha; Paolucci, Lucas Navarro; http://lattes.cnpq.br/6830452735908765As comunidades biológicas são estruturadas por condições ambientais e processos bióticos. Assim, as espécies presentes na região com capacidade de se dispersar ocupam e se estabelecem de acordo com suas capacidades de superar condições do ambiente (filtros ambientais) e interações com outras espécies. Ambientes abertos (ex. campos) e fechados (ex. florestas) apresentam diferenças quanto às condições ambientais e exercem pressões diferentes nos organismos que ali se estabelecem. Ambientes abertos apresentam maior exposição à radiação, maior amplitude térmica e variações de umidade, enquanto ambientes fechados apresentam barreiras contra radiação, maior umidade e menor amplitude térmica. Ambientes fechados apresentam ainda uma maior complexidade no solo, devido à maior deposição de sedimentos. O Campo Rupestre é um ecossistema montano campestre, composto por uma vegetação herbácea e plantas de porte arbustivo. Nestes ambientes ocorrem naturalmente ilhas florestais (Capões de Mata), que possuem plantas de porte arbustivo e arbóreo. Esses dois ecossistemas contrastantes ocorrem lado a lado e sob as mesmas condições ambientais, o que faz destes sistemas ideais para se investigar como diferenças na estrutura da vegetação podem moldar características funcionais das espécies animais associadas. Assim, investigamos como os atributos morfológicos quantitativos contínuos de formigas respondem às variações ambientais existentes entre estes ambientes. Nossas hipóteses foram que i) a intensidade de radiação, pressão de vapor, amplitude térmica e de umidade selecionam formigas com atributos funcionais mais similares em ambientes abertos, e que ii) estes filtros exercem pressão sobre atributos relacionados à exploração, deslocamento e ocupação dos ambientes. Nós mensuramos oito atributos em até seis indivíduos das 60 espécies de formigas coletadas, e avaliamos a distribuição destes atributos nas comunidades dos diferentes ambientes. Identificamos uma menor dispersão funcional em formigas de Campo Rupestre do que em Capão de Mata. Além disso, os resultados indicam uma forte influência de filtragem ambiental. Formigas de Campo Rupestre apresentaram mandíbulas menores, menor distância interocular, olhos mais compridos e pernas mais compridas do que as formigas de Capão de Mata. Nossos resultados embasam nossa hipótese de que a filtragem ambiental exerce forte influência na estruturação de comunidades de formigas de ambientes montanos. Além disso, demonstram como as comunidades de ambientes abertos estão mais suscetíveis à intensidade de radiação, amplitude de temperatura e umidade, apresentando homogeneização dos atributos relacionados à exploração, deslocamento e ocupação dos ambientes. Palavras-chave: Comunidades, Formigas, Atributos funcionais, Filtros ambientais, Dispersão funcional.Item Impactos da qualidade do ambiente no desenvolvimento de asas e no dimorfismo sexual de Epicharis (Anepicharis) dejeanii Lepeletier (Hymenoptera, Apidae, Epicharitini)(Universidade Federal de Viçosa, 2024-06-28) Rezende, Natália Tie Yoshinaga de; Yotoko, Karla Suemy Clemente; http://lattes.cnpq.br/0406932502246139Epicharis (Anepicharis) dejeanii é uma abelha solitária que nidifica no solo e constrói seus ninhos em agregados. Até então, agregados da espécie foram encontrados em ambientes de Mata Atlântica e na transição deste bioma com o Cerrado. Assim como outras abelhas, apresenta dimorfismo sexual de comportamento, com fêmeas que, além de se reproduzirem, constroem, reparam e provêm as células de cria e machos que limitam o comportamento à própria alimentação e à cópula. Neste trabalho, estudamos dois agregados da espécie encontrados em duas áreas urbanas que diferem na disponibilidade de recursos para estas abelhas. Utilizando ferramentas de morfometria geométrica, comparamos parâmetros como assimetria, alometria, forma e tamanho das asas anterior e posterior de fêmeas e machos nas duas áreas para testar a hipótese de que o desenvolvimento embrionário, com foco no desenvolvimento das asas, é mais impactado em áreas com menor disponibilidade de recursos. Nossos resultados revelaram mais assimetria flutuante de tamanho nas asas posteriores, sugerindo que este par de asas é um marcador mais eficiente de diferenças ambientais, muito provavelmente por exercer papel coadjuvante no voo. Condizentemente com este resultado, encontramos claro dimorfismo sexual de forma e tamanho nas asas anteriores, sem diferenças entre as áreas, e dimorfismo sexual de tamanho das asas posteriores apenas na Área 1, que apresenta maior disponibilidade de recursos que a Área 2. Nossos resultados mostraram também que os machos apresentaram mais variância, tanto de forma quanto de tamanho que as fêmeas, resultado que dialoga com o fato de que não têm um conjunto homogêneo e estereotipado de comportamentos fundamentais para a sobrevivência da prole. Por outro lado, as diferenças entre as áreas foram detectadas na forma das asas anteriores (segundo componente principal) e posteriores (primeiro componente principal) das fêmeas, e não dos machos, revelando que este é o sexo que apresenta mais plasticidade diante de diferenças ambientais. Palavras chaves: Morfometria geométrica; Assimetria flutuante; Asas posteriores; Abelhas solitárias.