Ecologia
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Item Como ilhas florestais em uma matriz campestre modulam a diversidade funcional de formigas?(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-31) Alves, Gustavo Rocha; Paolucci, Lucas Navarro; http://lattes.cnpq.br/6830452735908765As comunidades biológicas são estruturadas por condições ambientais e processos bióticos. Assim, as espécies presentes na região com capacidade de se dispersar ocupam e se estabelecem de acordo com suas capacidades de superar condições do ambiente (filtros ambientais) e interações com outras espécies. Ambientes abertos (ex. campos) e fechados (ex. florestas) apresentam diferenças quanto às condições ambientais e exercem pressões diferentes nos organismos que ali se estabelecem. Ambientes abertos apresentam maior exposição à radiação, maior amplitude térmica e variações de umidade, enquanto ambientes fechados apresentam barreiras contra radiação, maior umidade e menor amplitude térmica. Ambientes fechados apresentam ainda uma maior complexidade no solo, devido à maior deposição de sedimentos. O Campo Rupestre é um ecossistema montano campestre, composto por uma vegetação herbácea e plantas de porte arbustivo. Nestes ambientes ocorrem naturalmente ilhas florestais (Capões de Mata), que possuem plantas de porte arbustivo e arbóreo. Esses dois ecossistemas contrastantes ocorrem lado a lado e sob as mesmas condições ambientais, o que faz destes sistemas ideais para se investigar como diferenças na estrutura da vegetação podem moldar características funcionais das espécies animais associadas. Assim, investigamos como os atributos morfológicos quantitativos contínuos de formigas respondem às variações ambientais existentes entre estes ambientes. Nossas hipóteses foram que i) a intensidade de radiação, pressão de vapor, amplitude térmica e de umidade selecionam formigas com atributos funcionais mais similares em ambientes abertos, e que ii) estes filtros exercem pressão sobre atributos relacionados à exploração, deslocamento e ocupação dos ambientes. Nós mensuramos oito atributos em até seis indivíduos das 60 espécies de formigas coletadas, e avaliamos a distribuição destes atributos nas comunidades dos diferentes ambientes. Identificamos uma menor dispersão funcional em formigas de Campo Rupestre do que em Capão de Mata. Além disso, os resultados indicam uma forte influência de filtragem ambiental. Formigas de Campo Rupestre apresentaram mandíbulas menores, menor distância interocular, olhos mais compridos e pernas mais compridas do que as formigas de Capão de Mata. Nossos resultados embasam nossa hipótese de que a filtragem ambiental exerce forte influência na estruturação de comunidades de formigas de ambientes montanos. Além disso, demonstram como as comunidades de ambientes abertos estão mais suscetíveis à intensidade de radiação, amplitude de temperatura e umidade, apresentando homogeneização dos atributos relacionados à exploração, deslocamento e ocupação dos ambientes. Palavras-chave: Comunidades, Formigas, Atributos funcionais, Filtros ambientais, Dispersão funcional.Item Como o sódio modula a biodiversidade e os processos ecológicos da restinga?(Universidade Federal de Viçosa, 2024-03-01) Rodrigues, Lucas Gütler; Paolucci, Lucas Navarro; http://lattes.cnpq.br/4364686482233506A restinga é um ecossistema composto por diferentes mosaicos vegetacionais, o solo é abundante em sal, formando um gradiente salino que aliado a outros componentes do solo, estruturam essas comunidades vegetais. Em ambientes com baixa disponibilidade natural de sódio, a suplementação deste elemento tem efeitos positivos sobre a diversidade de herbívoros e decompositores, potencializando alguns processos ecossistêmicos. Além disso, a disponibilidade de nutrientes influencia o comportamento e o sucesso de forrageamento dos organismos, e pode ajudar a compreender como as comunidades se moldam e se organizam. Entender os efeitos do sódio em um ambiente naturalmente salino pode fornecer informações sobre o papel do sódio em interações ecológicas onde esse recurso não é limitante. Neste trabalho, investigamos como o gradiente salino na restinga afeta processos ecológicos (herbivoria, decomposição e predação) testando as seguintes hipóteses: o aumento no teor de sódio do solo promove aumento de sódio foliar; o aumento na concentração de sódio foliar promove maior herbivoria, abundância de herbívoros e de predadores, além de diminuir defesas físicas e químicas nas plantas; testamos ainda se o aumento no teor de sódio do solo promove maior predação de herbívoros invertebrados e se o aumento no teor de sódio do solo promove aumento de decompositores e na decomposição. Além disso, investigamos as respostas da comunidade de formigas à suplementação de recursos essenciais (sal e açúcar) entre níveis tróficos e estratos de habitats. Para testar os efeitos do sódio, demarcamos 34 pontos amostrais no ambiente de restinga – demarcados pela presença da espécie vegetal Pera glabrata. Em cada ponto amostral coletamos dados do solo, dados vegetais e dados da fauna, além de disponibilizar nutrientes essenciais. Não encontramos relação entre o aumento do teor de sódio do solo e os processos ecossistêmicos analisados, nem em relação aos mecanismos propostos. Em relação à suplementação de recursos essenciais, também não encontramos efeito do teor de sódio do solo sobre a preferência alimentar das espécies de formigas. Mas a comunidade de formigas respondeu aos tipos de recursos e ao estrato do habitat, em que houve preferência pelo recurso açúcar em ambos os níveis tróficos. Juntos, esses resultados demostram como a escassez ou abundância de recursos moldam as comunidades biológicas em um ambiente naturalmente rico em sódio. Palavras-chave: Fatores edáficos, salinidade, herbivoria, predação, recursos, restinga.