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Item Reconfiguração das relações de trabalho na uberização e suas implicações na organização coletiva(Universidade Federal de Viçosa, 2024-09-06) Bem, Adriele Aparecida Gomes de; Xavier, Wescley Silva; http://lattes.cnpq.br/5676125070532069Esta dissertação aborda o trabalho por aplicativos, conhecido como trabalho uberizado. Esse modelo de trabalho, presente no Brasil desde aproximadamente 2014 nas grandes cidades, tem se expandido para cidades menores, com o surgimento de aplicativos de pequeno porte que utilizam tecnologias similares a Uber, iFood e outros de maior abrangência. As relações laborais propostas pelas empresas de aplicativos são precárias em sua essência, caracterizadas por baixos salários, longas jornadas, exposição a riscos e informalidade. O objetivo da dissertação é compreender como os trabalhadores de Viçosa-MG estão se organizando e se mobilizando para enfrentar essas condições precárias. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa descritiva, baseada em entrevistas semiestruturadas com motoristas e entregadores da cidade, complementada pela análise da legislação municipal sobre o tema e atas de reuniões ordinárias da Câmara Municipal. A análise de dados segue a técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977). Os resultados indicam que os trabalhadores estão inseridos em uma lógica neoliberal, com muitos considerando a liberdade e flexibilidade do trabalho por aplicativos como seu principal atrativo, principalmente em um mercado de trabalho restrito como o de Viçosa. No entanto, vários trabalhadores apontam a necessidade de reajustes salariais e maior segurança. Observa-se um sentimento de coletividade entre os trabalhadores, com uma solidariedade prática no cotidiano de trabalho, marcada pelo cuidado e apoio mútuo. Destaca-se o caso dos motoboys, com participação ativa em reuniões da Câmara Municipal, salientando uma organização crescente, ainda que informal. Conclui-se que o discurso neoliberal e de empreendedorismo tem se enraizado entre os trabalhadores de aplicativos, mascarando a precarização de suas condições laborais. Muitos trabalhadores rejeitam o vínculo empregatício, uma posição crítica, pois é esse vínculo que garante direitos à classe trabalhadora no Brasil. No entanto, surge uma ruptura latente, à medida que os trabalhadores começam a tomar consciência de sua realidade e a se organizar na luta por condições de trabalho mais dignas e humanas. Palavras-chave: Organização Coletiva; Mobilização; Uberização; Precarização do Trabalho.