Economia Aplicada

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    Human capital, investment in technology, and economic complexity
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-28) Leite, Deyvid William; Cardoso, Leonardo Chaves Borges; http://lattes.cnpq.br/5660203352037941
    This investigation aims to explain the relationship between productive structure, exported products, human capital, and investment in technology at national level. An export sophistication index is used as a proxy for productive structure. The sophistication of exports is called economic complexity and this is used as an adequate measure of per capita income growth. Our yearly based dataset included 98 countries from 1996 to 2015. The results indicate a positive impact of the quantity and the quality of human capital on economic complexity. PISA surveys, the qualitative measure of human capital, showed that the higher percentiles of PISA scores had larger and significant effects on complexity. The influence of human capital on economic complexity decreases as education rises, yielding larger effects in countries with a low level of human capital. Investment in technology and trade openness presented positive and significant effects on economic complexity. We concluded that investments in human capital and technology should be promoted, especially where human capital is low.
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    Aposentadoria por idade para mulheres e o impacto sobre o nível de bem-estar dos domicílios rurais brasileiros
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-30) Fonseca, Ascânio Vitor Vasconcelos; Lirio, Viviani Silva; http://lattes.cnpq.br/9132922112754255
    O Regime de Segurados Especiais instituído em 1992 é considerado um marco para o avanço do subsistema rural da Previdência Social. Para a segurada especial, tal política, ao permitir a concessão de aposentadorias por idade e invalidez sem a contrapartida prévia da contribuição compulsória, foi essencial para o seu empoderamento e o devido reconhecimento como trabalhadora. Atualmente, as mulheres são a maioria dos beneficiários ativos da Previdência Social Rural, bem como a aposentadoria por idade a responsável por 92% de todos os benefícios do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) concedidos às mulheres residentes no campo. Em vista disso, o objetivo principal deste estudo foi avaliar o impacto da aposentadoria por idade concedida às mulheres sobre o nível de bem-estar dos domicílios rurais brasileiros. Apesar da ampla literatura sobre o tema previdenciário, cujas análises se dão sobretudo no âmbito da pobreza e desigualdade da distribuição de renda, ainda são escassos os trabalhos que avaliam os impactos da Previdência sobre um prisma multidimensional de Bem-Estar Social. Assim, por meio dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013, e a partir do Índice de Desenvolvimento da Família (IDF), foi estruturado o Índice de Bem-Estar Domiciliar Rural (IbedR), como etapa metodológica essencial para a consecução da pesquisa. Para o estudo, adotou-se uma metodologia de avaliação de impacto quase experimental considerada recente, o Desenho da Regressão Descontínua (RDD). As análises indicaram que as aposentadorias por idade para as mulheres representam uma importante parcela da renda dos domicílios beneficiados, especialmente entre aqueles com menor rendimento. Ademais, as estimativas do RDD tipo Fuzzy corroboraram com a hipótese central desta dissertação, isto é, evidenciaram que o benefício em questão contribui para a melhora do nível de bem-estar dos domicílios rurais, mensurado pelo IbedR. Encontrou-se ainda efeitos locais médios do tratamento (LATEs) positivos de tal recebimento sobre o Acesso ao Conhecimento e na Disponibilidade de Recursos e Combate à Pobreza dos domicílios analisados. Por fim, constatou-se que, em média, os efeitos sobre o IbedR são significativos para as regiões mais pobres do País, notadamente Norte e Nordeste.
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    Preço de commodities e fenômenos no movimento de capitais de economias emergentes
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-20) Farias, Eliene de Sá; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://lattes.cnpq.br/5529459386452111
    A globalização impulsiona as relações comerciais e financeiras entre as economias, pois o volume de transações de exportações de commodities e de capitais tem-se intensificado ao longo dos anos. A decisão sobre em quais setores concentrar sua pauta de exportação e como gerenciar entradas ou saídas de capitais das economias emergentes passou a ser crucial ao desempenho econômico, à estabilidade financeira e ao sinal de competitividade externa. Esta dissertação busca analisar de que maneira os preços das commodities podem influenciar o movimento de capitais nas economias emergentes. Procura-se investigar a ocorrência dos fenômenos do capital dos não residentes (surges, stops, aceleração e desaceleração) e dos residentes (flight, retrenchment, aceleração e desaceleração). Em caso afirmativo, se esses são afetados pelos preços das commodities no período de 1995 a 2016. Os eventos de queda na entrada dos capitais dos não residentes e de redução na saída dos capitais dos residentes foram mais frequentes. São estimados modelos Probit e Cloglog a fim de se estabelecer a probabilidade de ocorrência de tais fenômenos, bem como seus principais determinantes. Os resultados permitem identificar os principais fatores, tanto globais quanto domésticos, como condicionantes dos fenômenos, além da importância assumida pelo efeito contágio. Os resultados evidenciam como condicionantes globais a liquidez global, risco global e crescimento global. Contudo, essas variáveis não incidem sobre o direcionamento dos gestores das economias emergentes, mas o conhecimento de suas influências nas oscilações dos movimentos de capitais atua como sinalizadores para as economias emergentes. Como determinantes domésticos dos fenômenos destacam-se dívida externa, dívida/pib e integração financeira. Se as políticas realizadas provocarem acréscimos no endividamento externo ou mesmo ampliarem a integração da economia há possibilidade de que um maior volume de capitais domésticos seja destinado ao exterior. Por outro lado, se as políticas adotadas provocam aumentos da dívida/pib observa-se que há probabilidade de desestimulo da saída de capitais dos investidores domésticos. A análise realizada para todos os países da amostra permite concluir que há, efetivamente, uma relação entre o preço das commodities e a ocorrência dos fenômenos presentes no movimento de capitais dos residentes. Os resultados também mostram que essa relação se torna significativa para os capitais dos não residentes quando o estudo se concentra em países cujos volumes de exportações de commodites, como soja, minério e petróleo são expressivos.
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    Liberdade econômica e pobreza: uma análise empírica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-13) Schvarcz Quoos, Lucas Rodolpho; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/2872248980709879
    O entendimento das causas da pobreza e das principais formas de combatê-la vem sendo tema de pesquisas econômicas, há décadas, devido a sua importância. Entre as entidades internacionais, há um certo consenso de que para uma redução da pobreza são necessárias ações governamentais que visem à distribuição de renda, ao aumento da oferta de serviços públicos e à regulação dos mercados de maneira a dar proteção para as populações mais pobres e criar mais oportunidades para estas. No entanto, conforme sinalizam alguns estudos, é possível que tal posicionamento não leve aos efeitos esperados e que uma redução da atuação dos governos junto às economias – um aumento da liberdade econômica – seja mais favorável para a redução da pobreza. Liberdade econômica diz respeito à liberdade de ação dos indivíduos para competir/agir em determinado ambiente econômico livres de coerção e forças externas (GWARTNEY, LAWSON, 2004); assim, para fins de mensuração, dada a abrangência do conceito, a liberdade econômica é dividida em dez aspectos para os quais há dez subíndices correspondentes (MILLER, KIM, 2016). Dada essa problemática, o presente estudo buscou analisar de que maneira os aspectos da liberdade econômica afetaram a pobreza em oitenta e sete países no período de 2006 a 2014, levantando como hipótese que a redução das regulações, intervenções e políticas dos Governos – aumento da liberdade econômica – tem efeitos significativos sobre a incidência de pobreza. Mais especificamente, a presente pesquisa buscou estimar se há efeito significativo de variações no nível de liberdade econômica sobre o nível de pobreza nos países em estudo; estimar se há efeito significativo de variações de cada um dos aspectos da liberdade econômica sobre o nível de pobreza dos países em estudo; estimar se há efeito significativo de variações dos aspectos da liberdade econômica sobre a incidência de pobreza nos países da América Latina e Caribe; e estimar se há efeito significativo de variações dos aspectos da liberdade econômica sobre a incidência de pobreza nos países da Europa e Ásia Central. O embasamento teórico da pesquisa foi feito à luz da visão da Escola de Economia Austríaca – baseado principalmente em Mises (2015), principal expoente dessa tradição –, em que liberdade econômica é um ponto-chave para a atividade econômica próspera. Metodologicamente, o tema foi abordado econometricamente estimando-se modelos de efeitos aleatórios com dados em painel dos países considerados, buscando explicar os índices de pobreza e de pobreza extrema. Os resultados mostraram que a liberdade econômica não tem relação estatisticamente significativa sobre os índices de pobreza e de pobreza extrema. Com relação aos aspectos da liberdade econômica, verificou-se que maiores índices de liberdades de direito de propriedade, fiscal, de gastos do governo, trabalhista e financeira têm impacto benéficos para redução da pobreza; já maiores índices de liberdade de corrupção e de liberdade empresarial têm impacto negativo para a redução da pobreza. Verificou-se que, no caso dos países da região da Europa e Ásia Central, a relação entre os aspectos da liberdade econômica e os índices de pobreza é mais fraca em relação ao encontrado na amostra incluindo todos os países. Por fim, no caso dos países da região da América Latina e Caribe, verificou-se uma forte relação entre aumentos das liberdades fiscal e trabalhista e redução dos índices de pobreza. A pesquisa abre espaço para investigações futuras na temática de liberdade econômica e ainda oferece importantes resultados para os formuladores de políticas econômicas.
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    Commute mode choice in the city of São Paulo: an empirical analysis
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-06-12) Anchante, Jayme Tolpolar; Lirio, Viviani Silva; http://lattes.cnpq.br/4915778228715228
    The present works deals with the urban mobility in the city of São Paulo, Brazil, specifically the commute mode choice process. Our aim is to analyze how travel time and travel cost, as well as the commuter characteristics, are associated with the probability of choice of a certain mode of transport. Our main hypothesis is that both time and cost are negatively associated with the choice of any mode. Our method is the Alternative-Specific Conditional Logit, a discrete choice econometric model that enables the inclusion of alternative-specific and individual characteristic variables, which has as main assumption the Independence of the Irrelevant Alternative (IIA): the probability ratio of two alternatives depends solely on the characteristics of the these alternatives. We also employed the Nested logit model, which does not relay on the IIA assumption, because it nests similar alternatives. Our main data sources are the microdata from the 2007 and 2012 Origin Destination Surveys conducted by the Companhia do Metropolitana de São Paulo; besides that, we also used monthly gasoline prices from the Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis and vehicle mileage from the Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. The Origin Destination Surveys have information about the household and the individual demographic and economic characteristics; the position of the household, workplace and school of the interviewees; and information about the previous workday travels: weekday, origin/destination zone, purpose at origin/destination, mode of transport, hour and minute of departure/arrival. The dependent variable, the choice of the commute mode of transport, has three alternatives: transit, private motorized transport and non- motorized modes. The independent variables are travel time and cost (alternative- specific characteristics), age, sex, if study, employment relationship and degree of education (characteristics of the individual). The results corroborate our initial hypothesis that travel time and cost are negatively correlated with mode choice, besides that, the Conditional logit revealed a Value of Travel Time of 1.78 and 1.09 (nominal R$) for 2007 and 2012, respectively (the Nested logit revealed a Value of Time between R$ 0.04 and R$ 2.47): this is the value the average citizen of São Paulo is willing to pay to save one hour of commute travel time. The average marginal effect shows both the own-elasticity and the cross-elasticity of a mode’s cost and time, with these information it is possible evaluate a series of transport policies that raise or reduce the mode’s cost or time in order to discourage or encourage it. We perform several tests for the IIA assumption and we get mixed results: some reject it and some do not, depending on the model chosen and how we nest the alternatives. We conclude that it is possible to change the behavioral pattern of choosing the commute mode of transport by changing the travel cost and time, grounding possible transport policies that tax or improve the speed flow of certain modes relative to others.
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    Determinantes da violência doméstica contra a mulher no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-05) Martins, Jayne Cecília; Teixeira, Evandro Camargos; http://lattes.cnpq.br/0051453220138598
    Nas últimas décadas, o fenômeno da violência tem se tornado um problema cada vez mais grave, impactando em todo o mundo. A vitimização pode ocorrer de diversas formas, através de homicídios, agressões físicas, verbais, psicológicas e/ou sexuais; sendo que o perfil do agressor varia conforme o gênero. Nesse sentido, quando as vítimas são mulheres, a violência geralmente é cometida por homens, particularmente do seu ambiente social, caracterizando-se como violência doméstica. No Brasil, segundo a UNODC (2013), mais de 50% dos homicídios femininos foram cometidos por um homem que possuía alguma relação com a vítima. Além disso, em pesquisa da ONU realizada em 2010, constatou-se que 34% do total das mulheres brasileiras haviam sido vítimas de violência doméstica. Diante desses fatos, questiona-se: quais são os principais determinantes da violência doméstica contra a mulher? Além disso, quais fatores mais impactam na probabilidade de vitimização: individuais ou do ambiente social? Assim, o objetivo do presente estudo é analisar os determinantes das agressões físicas domésticas no Brasil, levando em consideração a hierarquia das informações: características da mulher, de sua família e da unidade da federação de residência. Para cumprir tal objetivo, foi estimado um modelo logístico hierárquico com dois níveis: individual e agregado (a nível estadual). Os principais resultados demonstram que a idade da mulher, os anos de estudo, a renda e emprego do marido se correlacionam negativamente com a probabilidade de ser vitimada. Já o fato da mulher ter filhos e seu estado civil se correlacionam positivamente com a vitimização. Com relação às variáveis do segundo nível, constatou-se que a presença de mecanismos de proteção à mulher gera mais denúncias de violência, o que se correlaciona positivamente com a probabilidade da mesma ser vitimada. Através dos resultados percebe-se a necessidade de políticas públicas de combate e prevenção à violência contra a mulher no Brasil.
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    O efeito do transtorno depressivo sobre os rendimentos do trabalho no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-06-01) Benedicto, Bianca Vieira; Teixeira, Evandro Camargos; http://lattes.cnpq.br/1496860736585727
    Atualmente, a depressão é considerada um transtorno de elevada prevalência na sociedade brasileira. Nesse sentido, estudos dedicados ao tema são fundamentais. Contudo, a maioria das pesquisas que tratam os problemas de origem psicológica levam em consideração aspectos clínicos, sendo raras as abordagens com enfoque econômico. À vista disso, o presente estudo tem como objetivo analisar o efeito do transtorno depressivo sobre os rendimentos do trabalho no Brasil em 2008. Para tanto, utilizou-se os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estimações propostas foram separadas por sexo. Para as mulheres, nota-se a presença de endogeneidade, ou seja, a condição depressiva para o sexo feminino pode não apenas impactar seus rendimentos como ser consequência dele. Diante disso, a estimação foi realizada em três estágios conforme pressupõe o modelo de variável dummy endógena. Já para o sexo masculino, a estimação foi realizada pelo método dos Mínimos Quadrados Ordinários, dada a ausência de endogeneidade. Os resultados sugeriram que para ambos os sexos a depressão mental reduz os rendimentos, uma vez que a doença ocasiona perda de produtividade e incapacitação, notadamente para as mulheres. Nesse contexto, é necessário atentar-se para o fato de que problemas de origem psicológica causam prejuízos que estão associados também à atividade econômica. Denota-se então, a importância de políticas públicas que visem incorporar os cuidados com a saúde mental no âmbito da atenção básica, dado que esta patologia toma formas cada vez mais abrangentes e significativas no contexto econômico. Sugere-se ainda investir nos setores de prevenção ao transtorno depressivo como é o caso da educação. Assim, a preocupação com a saúde mental da população pode gerar resultados satisfatórios no que tange o desenvolvimento socioeconômico do país.
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    Capacidade adicional de trabalho dos idosos brasileiros
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-05-04) Ferraz, João Carlos Silvério Rocha; Lírio, Viviani Silva; http://lattes.cnpq.br/7018809729634804
    O envelhecimento populacional é um fenômeno cada vez mais notável e acelerado nos países em desenvolvimento. É sabido que este processo irá promover grandes transformações na sociedade, nas famílias e na economia, repercutindo no mercado de trabalho, na seguridade social e no perfil de demandas por políticas públicas. Uma dessas preocupações é o aumento das despesas com previdência, resultando no agravamento das condições financeiras do sistema. Tais consequências geram pressões por mudanças em suas regras e se tornam assunto cada vez mais habitual no debate político e acadêmico, nacional e internacional. Neste contexto, políticas públicas em diversos países, incluindo o Brasil, estão sendo voltadas para a redução das despesas previdenciárias e ampliação da oferta de trabalho em idades mais avançadas, baseando- se no argumentando de que existe a possibilidade de aumentar a participação dos idosos no mercado de trabalho. Dessarte, a presente pesquisa busca mensurar a capacidade adicional entre os idosos brasileiros. Procura-se também analisar o impacto das características individuais na capacidade de ofertar trabalho de idosos e não idosos e, além disso, analisar as diferenças de capacidade adicional de trabalho dos idosos e não idosos através de variáveis de capital humano e sociais. Para tais objetivos é utilizado o método proposto por Cutler Meara e Richards-Shubik (CMR) aplicado em duas versões. Este tem como base o modelo neoclássico de escolha entre trabalho-lazer. Os resultados de ambas as aplicações sugerem que existe capacidade adicional de trabalho entre os idosos brasileiros de 60 a 74 anos. Ao desagregá-los por faixa etária, sexo e níveis de escolaridade, observa-se que a capacidade adicional de trabalho é maior para os idosos do sexo masculino, com idade mais avançada e de maior nível de escolaridade. O impacto dos determinantes nas chances de o indivíduo possuir capacidade de trabalho foi estimado para as duas versões do método CMR. Em relação às variáveis sociodemográficas, ambas as versões do método apresentaram os mesmos resultados para a razão de chances de possuírem capacidade de trabalho: aumentam-se as chances para aqueles com mais anos de estudo, casados, do sexo masculino e chefes de família; e reduzem-se as chances para aqueles com idade mais avançada, de raça branca e residentes na zona urbana. Para as variáveis relacionadas às características de saúde e físicas, a versão original aponta um aumento nas chances dos indivíduos que utodeclaram suas condições de saúde como “muito boa” ou “boa” e uma redução nas chances para aqueles que apresentam diversas doenças crônicas e incapacidades funcionais, enquanto, na versão com o índice individual de saúde, quanto maior o índice, menores são as chances de o indivíduo possuir capacidade de trabalho. De modo geral, esses resultados tentam contribuir na formulação de políticas públicas voltadas para a permanência e reinserção dos idosos no mercado de trabalho. Tais políticas devem levar em consideração a heterogeneidade existente entre eles, uma vez que o adicional encontrado não está concentrado numa parcela específica da população. Além disso, existe uma parcela de não idosos que estão trabalhando acima de suas capacidades. Desta forma, para esse público, as políticas públicas devem garantir a sua retirada do mercado de trabalho cobertos pela previdência.
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    A participação da mãe no mercado de trabalho e o diferencial de anos de estudo por gênero entre adolescentes: evidência para o Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-20) Almeida, Ana Cecília de; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/9401676738694804
    Atualmente, o número de crianças que crescem em famílias em que as mães são ativas no mercado de trabalho, é significativamente superior ao de gerações anteriores. Essa mudança demográfica envolve alterações quanto ao tempo e cuidado materno dedicado aos filhos, podendo afetar suas vidas atuais e prospecções futuras. Não há na bibliografia um consenso quanto aos efeitos esperados da participação da mulher no mercado de trabalho sobre a educação dos filhos e, nem tampouco, pesquisas que identificam se esse efeito é simétrico ou assimétrico entre os sexos das crianças. Consequências positivas e negativas relacionadas ao impacto da vida laboral das mães sobre os filhos, podem estar sendo geradas para a sociedade e para economia, dependendo do resultado encontrado. É possível, por exemplo, que causem impactos nas desigualdades educacionais e, consequentemente, nas desigualdades salariais entre os sexos. Nessa perspectiva, diante do aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e da reversão do gap educacional em favor das mulheres, duas importantes tendências observadas no Brasil nos últimos tempos, o objetivo desta pesquisa é contribuir para o debate acerca dos efeitos relacionados à participação da mãe no mercado de trabalho e a escolaridade dos filhos. Busca-se ainda verificar se os anos de estudo dos filhos e o diferencial educacional entre os sexos podem ser associados às horas de trabalho da mãe, as suas jornadas de trabalho e ao trabalho da mãe em momento próximo ao nascimento do filho, além de analisar o perfil dos adolescentes e de suas famílias. As evidências empíricas são obtidas por meio dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do ano de 2014 para os adolescentes brasileiros, valendo-se da identificação de efeitos por meio do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). Diante do fato de que o nível de escolaridade dos filhos e o emprego da mãe podem ser decisões simultâneas e características não observadas das famílias (como motivação, empreendedorismo, habilidade) e do ambiente devem determinar tanto a decisão pelo mercado de trabalho das mães quanto a escolaridade dos filhos, a estimação por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) possivelmente sofre de problemas relacionados à endogeneidade. Para lidar com essa possibilidade, as estimações também são obtidas por meio de variáveis instrumentais, nas quais as condições do mercado de trabalho local são utilizadas como instrumentos para a participação da mãe no mercado de trabalho. Entre os resultados, destaca-se que o fato da mãe trabalhar aumenta a média de anos de estudo dos filhos de ambos os sexos, mas o aumento das horas trabalhadas da mãe reduz a educação deles. Em relação ao diferencial educacional entre os sexos, observa-se que o efeito da mãe trabalhar só é diferente entre os adolescentes de sexos diferentes, fazendo aumentar o diferencial educacional de gênero, quando a mãe trabalha meio período comparado a trabalhar período integral. Em todas as outras medidas analisadas de trabalho da mãe, não há diferença significativa na educação dos filhos de sexos diferentes.
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    Ensaios econômicos sobre ondas de calor e seus impactos sobre a saúde no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-22) Araújo, Paulo Henrique Cirino; Feres, José Gustavo; http://lattes.cnpq.br/5611371794712864
    Ondas de calor são eventos de tempo excessivamente quente, nos quais os registros de temperatura média de um município são elevadas e extremas por dias consecutivos. Dentre as suas principais consequências, destacam-se os seus efeitos sobre a saúde humana, em especial sobre as taxas de morbidade e mortalidade. Nesse contexto, o objetivo central desta tese e avaliar os efeitos desses extremos consecutivos de temperatura sobre a saúde humana no Brasil. Os objetivos específicos desta tese foram seccionados em três capítulos, conforme três temáticas diferentes. Primeiramente, buscou-se definir esses eventos de ondas de calor e identifica-los nos municípios brasileiros, durante o período de 1998 a 2015. A metodologia utilizada baseou em indicadores de calor excessivo e limiares de calor extremo. Dessa forma, identificou-se a incidência desses eventos e realizou-se suas caracterizações em termos de suas durações, frequências e amplitudes. Os resultados revelaram que os municípios brasileiros enfrentam esses eventos de forma heterogênea. Em específico, os municípios da região Centro-oeste, do estado do Rio de Janeiro e do Tocantins foram aqueles com maior número de notificações de ondas de calor. Exatamente nesses municípios, esses eventos foram mais frequentes, duradouros e mais severos. Aproximadamente um quarto das ondas de calor notificadas no Brasil podem ser classificadas como severas. Em média, em um município brasileiro e registrado 1 evento de onda de calor com duração média de cerca de 5 dias. A se- gunda abordagem desta tese procurou relacionar esses eventos de ondas de calor com o bem-estar relacionado a saúde. A metodologia foi segregada em três etapas: uma primeira seção que analisou os efeitos das ondas de calor sobre as taxas de mortalidade de doenças infecciosas e parasitárias, do aparelho circulatório e respiratório, por meio de modelos de regressão com variáveis dependentes censuradas ou truncadas; uma se- gunda seção que buscava estimar o Valor Estatístico da Vida (VSL) como estratégia de valoração dos efeitos das ondas de calor, em termos de vida humana; e, uma última seção que apresentava os custos governamentais ou sociais para contornar as consequências para a saúde humana desses fenômenos. Os resultados revelam que a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias é a mais afetada por eventos de ondas de calor, principalmente em crianças e idosos. Os custos médios para contornar os efeitos das ondas de calor sobre a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias e do aparelho circulatório são 50 reais e 2,24 centavos por habitante, respectivamente. Ao contrario desses resultados, as doenças respiratórias são influenciadas negativamente pelas ondas de calor, deixando de se gastar cerca de 7 reais por habitante para contornar seus efeitos. A última análise realizada por essa tese foi sobre a saúde infantil no Brasil. A finalidade deste capítulo foi avaliar os efeitos das ondas de calor sobre a internação hospitalar infantil por 12 tipos de doenças. Utilizou-se como metodologia modelos de contagem para dados em painel. Os resultados foram gerados para todas as capitais estaduais brasileiras. Dentre eles, as principais causas de hospitalizações por crianças durante ocorrências de ondas de calor são por desidratação, desnutrição e doenças diarreicas. Além disso, ondas de calor tendem a reduzir o número de internações infantis por doenças respiratórias. Fatores intervenientes como número de médicos, gastos hospitalares, idade dos pais, renda familiar e saneamento básico foram significativos para explicar as taxas de internações hospitalares infantis. A saúde infantil foi mais afetada por ondas de calor em Goiânia, São Paulo, Palmas e Rio de Janeiro. No caso de doenças diarreicas, os efeitos das ondas de calor são particularmente maiores em crianças recém-nascidas e com idade entre 1 e 4 anos. Os principais resultados deste trabalho revelam que a saúde e comprometida por ondas de calor, bem como e significativo o efeito de alguns fatores intervenientes, tais como saneamento, renda familiar e a escolaridade dos pais. Os efeitos são especialmente maiores nas capitais situadas na região Centro-oeste. Em muitas circunstâncias, mediante um aumento na duração desses eventos, os efeitos são tão perniciosos quanto um aumento na intensidade da onda de calor mais severa. Dentre os grupos demográficos mais vulneráveis estão as crianças, os idosos e os residentes de municípios extremamente pobres.