Economia Aplicada
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Item Globalização financera, inserção externa e risco-Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2006-12-28) D'almeida, Alexandre Rodrigues; Carvalho, Fátima Marília Andrade de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788650U3; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Silva, José Maria Alves da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4793502U2; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4709386T7; Fernandes, Cândido Luiz de Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787669U1; Corrêa, Vanessa Petrelli; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789701J6; Silva, Orlando Monteiro da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781281D9Na década de 80, o capitalismo passou por profundas transformações institucionais, com a desregulamentação dos mercados e a maior liberdade dos movimentos dos capitais, quando se verificou um processo de intensa integração dos mercados financeiros domésticos entre os países, aumentando a instabilidade das finanças mundiais. Nesse período, o Brasil conviveu com um processo inflacionário crônico aliado à crise cambial. A maior liquidez internacional na década seguinte possibilitou a adoção de programas de estabilização de cunho neoliberal, fundamentados em programas de privatização e na utilização de âncora cambial, além da promoção de uma profunda abertura tanto comercial quanto financeira. A conseqüência foi que, a partir de meados da década de 90, o País incorreu em crescentes déficits de transações correntes, que o conduziram a uma situação de maior vulnerabilidade a choques externos. O País acabou atingido tanto pelas crises asiática e russa, na segunda metade da década de 90, quanto pelas turbulências financeiras e políticas, em níveis internacional e doméstico, no interregno entre 2000 e 2002. Recentemente, uma série de acontecimentos contribuiu para uma conjuntura internacional extremamente favorável: o forte crescimento da economia mundial, o intenso desenvolvimento do comércio internacional e a melhoria dos termos de troca dos produtos primários e manufaturados intensivos em trabalho e energia. Esses fatos permitiram ao Brasil obter superávits em transações correntes a partir de 2003, quando se iniciou um movimento de recorrente declínio do seu risco-país. Atualmente, o seu patamar se encontra entre os mais baixos da série histórica. A literatura recente sobre o risco-Brasil se encontra em duas vertentes, ambas concentradas no aspecto macroeconômico: uma, representada pelo modelo de sustentabilidade fiscal, considera que o risco-Brasil é causado pelos juros elevados, e seus partidários que advogam a adoção de uma política cambial passiva e a ampliação do superávit primário; a outra, representada pela ótica da solvabilidade externa, considera os juros elevados causadores do risco-Brasil, e os seus adeptos propõem uma política cambial ativa e redução da taxa de juros. O objetivo primeiro deste trabalho foi testar, por meio de modelos econométricos apropriados, a hipótese de que o risco-Brasil é fortemente influenciado pelos fluxos de capitais voláteis, caracterizando-se forte dependência de fatores exógenos, em vez de ser determinado pelos fundamentos econômicos domésticos. Os resultados sugerem que os fluxos de capitais internacionais primeiramente afetam a taxa de juros doméstica, que, por sua vez, acaba afetando o risco-país. Isto serve como crítica tanto ao modelo da sustentabilidade fiscal quanto à ótica da solvabilidade externa, por não considerarem em suas análises a causalidade do risco-Brasil, ou seja, que sua determinação é fundamentalmente determinada de fora para dentro do País. Dessa forma, para a manutenção do atual baixo risco-Brasil, a análise não deve somente se concentrar nas questões macroeconômicas da política cambial e da causalidade entre taxa de juros e risco-Brasil, mas também levar em conta a histórica política referente à forma subordinada como o Brasil realizou a sua integração econômica junto à economia mundial, orientada pelos interesses dos países centrais.