Economia Aplicada
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Item Custo de liquidez do contrato futuro de soja na BM&FBOVESPA, no período de 2010 a 2013(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-26) Marquezin, Charles Luan; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; http://lattes.cnpq.br/7972849627167072; Cassuce, Francisco Carlos da Cunha; Reis, Janderson Damaceno dos; http://lattes.cnpq.br/0648522809346485O custo de liquidez é uma variável que não é diretamente conhecida pelos investidores, sendo tão importante quanto os demais custos de transação envolvidos em mercados futuros. Sua relevância deve-se a uma série de fatores, como o fato de poder resultar na redução do retorno esperado pelos investidores, de ocorrer perda de participantes potenciais no mercado, de o preço não servir mais como papel de comunicação de informação, por ser essencial para a decisão sobre a utilização de um contrato futuro, além de ser uma variável fundamental para o custo de oportunidades de hedgers e especuladores. O propósito da referente pesquisa foi analisar o custo de liquidez relativo ao contrato futuro de soja da BM&FBOVESPA e seus determinantes, no período de setembro de 2010 a fevereiro de 2013, utilizando dados intradiários, contendo 28.350 negócios realizados, 173.685 quantidades de lances de oferta para compra e 159.641 quantidades de lances de ofertas para venda. Especificamente, utilizou-se o contrato de soja devido ao grande crescimento do mercado doméstico da oleaginosa e, ao mesmo tempo, à diminuição do uso do contrato futuro de soja da BM&FBOVESPA ocorrida nos últimos anos, o que gera fortes indícios de elevado custo de liquidez do contrato. Para quantificar o custo de liquidez do mercado, foi utilizado o custo de executar trocas em intervalos muito curtos, calculado como a diferença entre a oferta de compra e a oferta de venda do contrato. A análise empírica dos determinantes do custo de liquidez foi baseada no Método dos Momentos Generalizados (GMM), gerando informações fundamentais para as decisões dos participantes que operam no mercado. Outro objetivo deste estudo foi mensurar o custo de liquidez dos modelos baseados em séries de covariância entre os preços negociados, como os de Roll (1984) e Chu et al. (1996), e modelos baseados nas variações absolutas nos preços, como os de Thompson et al. (1987) e Wang et al. (1997), que foram desenvolvidos buscando contornar a falta de informação sobre as ofertas de compra e de venda do contrato, utilizando somente os valores dos preços efetivamente negociados. Os resultados mostraram que existe grande concentração das negociações em poucos contratos, e a maior média geral do custo de liquidez foi de U$$ 0,88 para o contrato com vencimento em novembro de 2011, representando 2,98% do total do volume do contrato. No entanto, para os vencimentos em que ocorreram maiores negociações, o custo de liquidez médio foi de U$$ 0,16 para o contrato com vencimento em maio de 2011, o que representa apenas 0,54% do volume do contrato. Quanto aos determinantes, os resultados identificaram que volume negociado, número de contratos abertos, dias para a expiração do contrato e tendência positiva dos preços são negativamente relacionados com o custo de liquidez, enquanto o volume médio por transação é positivamente relacionado. As demais variáveis testadas no modelo variabilidade diária dos preços, dummies dos relatórios governamentais (americano e brasileiro) e dummies para os dias da semana não foram significativas na estimação. Em se tratando dos modelos de Roll (1984), Chu et al. (1996), Thompson et al. (1987) e Wang et al. (1997), as quatro metodologias apresentaram elevadas correlações entre elas, porém todas apresentaram em média - 60%, quando comparado ao custo de liquidez estimado por meio da diferença entre a oferta de compra e a oferta de venda do contrato, em intervalos muito curtos. Conclui-se que os contratos futuros de soja da BM&FBOVESPA apresentaram elevados custos de liquidez quando comparados aos resultados dos estudos internacionais, principalmente para os contratos com baixo volume de negociações. Assim, os agentes do mercado devem ficar atentos aos contratos a serem utilizados, para que não ocorra prejuízo devido ao custo de liquidez.Item Demanda de energia elétrica no Brasil no período pós-racionamento(Universidade Federal de Viçosa, 2012-02-15) Pais, Paloma Santana Moreira; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; http://lattes.cnpq.br/1528455516493293; Gomes, Marília Fernandes Maciel; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780074U1; Cassuce, Francisco Carlos da CunhaO cenário de crescimento econômico do país no período posterior à implantação do Plano Real, com um crescimento acelerado da demanda de energia elétrica, associado à exaustão da capacidade de investimento do governo nos níveis necessários à expansão do sistema elétrico e ao regime hidrológico desfavorável deram origem ao programa de racionamento de energia, instituído no país entre junho de 2001 e fevereiro de 2002. Esse programa modificou os hábitos da população, que passou a adotar práticas mais eficientes no consumo de energia, indicando que um novo padrão de consumo poderia ter sido estabelecido. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi analisar as relações entre a demanda de energia elétrica do Brasil e seus principais determinantes (renda e tarifa) nas classes de consumo Residencial, Comercial e Industrial no período pós-racionamento, com vistas a identificar a existência de novos padrões de consumo. Para isso, foi realizada, inicialmente, uma análise da evolução do consumo de cada classe no período em questão, sendo, em seguida, estimadas as elasticidades-renda e preço da demanda a partir do modelo Estrutural de Autorregressão Vetorial (SVAR). Os resultados estimados indicaram que as elasticidades-renda das classes analisadas foram inferiores às obtidas na literatura, sugerindo que houve uma queda da intensidade elétrica da economia, resultante de um ajuste no setor elétrico depois do racionamento, que levou ao aumento da eficiência no uso da eletricidade. Para a elasticidade-preço, os resultados de todas as classes não foram significativos, indicando que não existe uma relação contemporânea entre consumo e tarifa de energia elétrica. A partir dos resultados das elasticidades-renda, e com as projeções de crescimento do PIB determinadas pelo Banco Central, foram feitas previsões para a taxa de crescimento da demanda de energia elétrica, as quais foram comparadas à taxa de crescimento da oferta, no período de 2012 a 2016. Dessa forma, observou-se que a oferta de energia elétrica deverá crescer a taxas superiores à demanda, o que indica um maior ajuste no setor elétrico nacional, com redução das perspectivas de desequilíbrio entre demanda e oferta. No entanto, isso só deverá ocorrer se não houver atrasos na operação das usinas hidrelétricas que estão em construção ou se o crescimento econômico não for superior ao previsto. Por isso, apesar da mudança no padrão de consumo ocasionada pelo racionamento, o governo deve continuar investindo na expansão da geração de energia elétrica e no gerenciamento do setor, a fim de que os riscos de cortes de energia ou de racionamento sejam minimizados, fazendo com que a falta de energia elétrica não se torne um entrave ao crescimento econômico nacional.Item O efeito contágio da crise do subprime no mercado acionário brasileiro(Universidade Federal de Viçosa, 2012-02-07) Ferreira, Douglas Marcos; Carvalho, Luciano Dias de; http://lattes.cnpq.br/0061368522702958; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; http://lattes.cnpq.br/1603224206172035; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Caetano, Sidney Martins; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706384A9A crescente integração e globalização das finanças, que possibilitaram o aumento da liquidez da economia internacional, foram acompanhadas por cenários instáveis gerados pelas crises financeiras. Estas crises, por sua vez, foram transmitidas, principalmente, para economias emergentes, caracterizadas pela maior fragilidade frente aos movimentos de aversão ao risco e busca pela liquidez. Diante da crise internacional do subprime, transmitida para a economia brasileira após a quebra do banco americano Lehman Brothers, é relevante analisar em que medidas os choques ocorridos no mercado acionário americano contagiaram os diversos segmentos deste mercado no Brasil. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo analisar o efeito contágio da crise financeira internacional sobre os índices do mercado de ações do Brasil. Especificamente, pretendeu-se analisar a causalidade entre as variâncias dos índices acionários dos mercados brasileiro e americano e investigar o contágio para os índices acionários dos setores de telecomunicações, energia elétrica, industrial, consumo, financeiro e imobiliário do mercado acionário brasileiro. A análise empírica proposta neste trabalho foi baseada nos modelos de volatilidade condicional, em especial no modelo GARCH (General Autoregressive Conditional Heteroscedasticity) multivariado. Tal modelo possibilitou analisar o efeito contágio da crise financeira do subprime para o mercado acionário brasileiro, ao permitir o estudo do padrão das volatilidades e co-volatilidades durante o período de instabilidade financeira. O teste de Causalidade na Variância, a partir de modelos GARCH univariados, buscou verificar a ocorrência de aumentos na volatilidade entre os mercados brasileiro e americano em determinados períodos. Os resultados identificaram causalidade do índice americano para os índices acionários brasileiros, no sentido de ter provocado um aumento na volatilidade do mercado brasileiro. Em relação à análise do contágio financeiro para o mercado acionário do Brasil, a estrutura das covariâncias estimadas, a partir dos modelos GARCH-BEKK, entre os anos de 2007 e 2010, mostrou claras evidências de contágio em todos os índices considerados. No período caracterizado pela crise financeira internacional, houve uma elevação da covariância entre os índices do mercado norte-americano e brasileiro. Os Índices Imobiliário e Financeiro apresentaram os maiores contágios entre todos analisados, refletindo as perdas das indústrias de construção civil, somadas à escassez de crédito interno e externo. Os demais índices analisados mostraram um aumento de menor magnitude na covariância com o mercado americano, sugerindo um menor contágio da crise para estes índices. Cabe ressaltar a importância da adoção de medidas anticíclicas por parte do governo brasileiro ao reduzir os impactos da crise financeira para a economia brasileira, principalmente para aqueles setores da economia real que mais sofreram os impactos do contágio no mercado acionário.Item Externalidades do Programa Bolsa Família sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-06) Moreira, Gustavo Carvalho; Teixeira, Evandro Camargos; http://lattes.cnpq.br/0919139576430566; Cunha, Dênis Antônio da; http://lattes.cnpq.br/1033658951252242; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; http://lattes.cnpq.br/4841704095561008; Ferreira, Marco Aurélio Marques; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760230Y0; Toyoshima, Sílvia Harumi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788531T6Dados da Organização das Nações Unidas ONU revelam que 34% das mulheres brasileiras declararam ter sofrido algum tipo de violência física doméstica cometida pelo parceiro com o qual elas vivem, no ano de 2010. A violência contra as mulheres é responsável pelo aumento da probabilidade de desemprego, perdas salariais e piora no estado de saúde, implicando custos diretos e indiretos à vítima, à família e à sociedade. No que tange à relação entre incremento da renda feminina e incidência da violência doméstica contra a mulher, tal tema ainda é ambíguo na literatura da economia do bem-estar, uma vez que não existe uma resposta teórica conclusiva para essa questão. No Brasil, uma importante política pública capaz de elevar a renda da mulher e da família é o Programa Bolsa Família PBF. Nesse sentido, dadas as negativas consequências da violência doméstica e a importância de tal política pública com relação à melhora de vida das famílias, procurou-se analisar como o benefício do PBF é capaz de exercer influência sobre a violência contra as mulheres no âmbito doméstico. Utilizou-se a estratégia de avaliação do impacto do PBF sobre a incidência de violência doméstica ao comparar os resultados dos participantes do programa (grupo de tratamento) com os de um grupo de comparação que não participam do programa, mas que possuem características semelhantes ou muito próximas às daqueles que participam (grupo de controle). Para tal fim, utilizou-se metodologia do propensity Score. Após esta etapa, estimou-se o Efeito de Tratamento Médio sobre o Tratado por meio do método de kernel matching. Os dados utilizados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD (2009), juntamente com o suplemento referente às características da vitimização e do acesso à justiça no Brasil. Contrariamente à hipótese do presente estudo, os resultados estimados indicam que o PBF possui efeito de aumentar a violência doméstica contra a mulher cometida pelo cônjuge ou ex-cônjuge, prejudicando o empoderamento e a autonomia das mulheres. Ademais, a concessão do benefício do PBF implica maior incidência da violência doméstica principalmente nas famílias com elevado grau de vulnerabilidade econômica. Uma vez que o principal objetivo do PBF consiste em eliminar o ciclo intergeracional da pobreza, o presente estudo encontrou evidencias do não cumprimento de tal finalidade, quando se considera o período de sete anos após a implementação do programa. Ademais, reconhece-se que não apenas o PBF é capaz de alterar a violência doméstica, existindo outros fatores socioeconômicos capazes de influenciar tal fenômeno. Desse modo, mulheres jovens beneficiárias do PBF, com baixa escolaridade, que não residem no seu Estado de origem e pertencentes a famílias com maior número de filhos do sexo feminino, possuem maior probabilidade de sofrerem violência física do cônjuge ou ex-cônjuge. Uma vez que os recursos públicos são limitados, acredita-se que esforços dos órgãos governamentais devem ser direcionados a combater tal fenômeno entre famílias beneficiárias e que possuem tais características. Além disso, uma sugestão para a política pública seria a expansão da condicionalidade da saúde para a mulher no domicílio através de políticas educativas, como o acompanhamento da situação intrafamiliar por meio da assistência social do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família PAIF.Item A Financeirização do Mercado Futuro Agropecuário no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2012-10-29) Silva, Viviane Araujo da; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; http://lattes.cnpq.br/7521458792087124; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3; Costa, Thiago de Melo Teixeira da; http://lattes.cnpq.br/3856349103878126Ao longo das últimas décadas, os preços das commodities registraram vários períodos de grande oscilação, tanto com tendência de baixa quanto de alta. O último movimento observado iniciou-se no ano de 2002 e, contrariando as expectativas, mostrou-se persistente e abrangente, atingindo tanto as soft commodities, que são os produtos cultivados, quanto as hard commodities, que são os produtos extraídos ou minerados. Desde então, vários fatores têm sido apresentados como possíveis determinantes do ciclo altista dos preços. Esse cenário estaria sendo fomentado, entre outros fatores, pelo crescente aumento da demanda mundial, destacando-se China e Índia, pelo aumento da utilização de cereais para a produção de ração animal e pelo incentivo à produção de biodiesel, enquanto que, atuando do lado oferta, estariam as mudanças climáticas e a manutenção de baixos estoques. Além dos motivos apresentados, outro fator abordado pela literatura, e que se constitui no objeto de estudo desta pesquisa, é o aumento da atividade especulativa no mercado futuro de commodities, denominada financeirização. A financeirização tem sido apontada como um dos fatores responsáveis pela formação de uma bolha especulativa nos mercados futuros de alimentos, gerando instabilidade ao provocar o aumento dos preços e da volatilidade. Não há na literatura corrente, especialmente no Brasil, estudos específicos que abordem o impacto da financeirização sobre a volatilidade dos mercados futuros de commodities agropecuárias. Dessa forma, objetivou-se com esta pesquisa analisar a influência dos mercados financeiros, internacional e nacional, sobre o mercado futuro agropecuário no Brasil, verificando se o aumento do volume de negociações com contratos futuros tem sido acompanhado de aumento da volatilidade nos mercados futuros de boi gordo, milho, café arábica e soja. Ademais, diante da hipótese de que o aumento do volume de negociações em futuros esteja causando o aumento dos preços dos alimentos, foi examinada a existência de relação causal entre o volume de contratos futuros comercializados e os preços futuros das commodities. O estudo compreendeu o período entre os anos de 2002 e 2011. Para a análise da transmissão de volatilidade foi utilizado o modelo GARCH multivariado BEKK, enquanto que a verificação da causalidade na variância se deu por meio da avaliação da significância estatística da função de correlação cruzada dos resíduos padronizados ao quadrado das séries financeiras, oriundos da estimação de modelos GARCH univariados. A investigação da existência de relação linear causal entre o volume comercializado de contratos futuros e os retornos das cotações desses contratos foi realizada utilizando-se o modelo de Auto-Regressão Vetorial (VAR). Os resultados mostram haver transmissão de volatilidade entre o mercado financeiro internacional e o mercado futuro de milho, café arábica e soja, enquanto não foi detectada transmissão de volatilidade entre o mercado financeiro internacional e o mercado futuro de boi gordo. Com relação ao mercado financeiro nacional, os resultados apontam para a existência de transmissão de volatilidade deste mercado apenas para o mercado futuro de milho, enquanto que no mercado futuro de boi gordo, a transmissão se dá na direção oposta. Não há indícios de transmissão de volatilidade entre o mercado financeiro nacional e os mercados futuros de café arábica e soja, em nenhuma direção. O teste de causalidade na variância indicou que no período 2002-2011, com exceção da relação mercado financeiro nacional-mercado futuro de boi gordo, a volatilidade do mercado financeiro não causou a volatilidade dos mercados futuros, assim como a volatilidade dos mercados futuros não causou a volatilidade do mercado financeiro. Os resultados também indicam não haver relação linear causal partindo do volume de contratos futuros negociados em direção aos retornos dos preços. Considerando a análise da relação causal partindo dos retornos dos contratos futuros em direção ao volume comercializado, os resultados foram divergentes, nos mercados futuros de boi gordo e soja não foi detectada relação causal, enquanto que, nos mercados futuros de milho e café arábica ficou comprovado que os retornos dos preços futuros precedem temporalmente o volume negociado. Deve-se considerar que esta análise não permite avaliar a existência de correlação contemporânea entre as variáveis. De acordo com este estudo, não foi possível confirmar a hipótese de que o aumento do volume de comercialização de contratos futuros, provocado pela financeirização, esteja contribuindo para o aumento dos preços e da volatilidade das commodities agropecuárias no Brasil.Item Viabilidade da implantação do contrato futuro de trigo na BM&FBOVESPA(Universidade Federal de Viçosa, 2010-12-14) Schwantes, Fernanda; Lírio, Viviani Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763739E6; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; http://lattes.cnpq.br/6128950949872558; Rufino, José Luís dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780382T0; Silva Júnior, Aziz Galvão da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797493T5; Arêdes, Alan Figueiredo de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4779695E3Este trabalho procurou estudar o mercado de trigo no Brasil, com a finalidade de avaliar a viabilidade de implantação do contrato futuro da commodity pela Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros do Brasil – BM&FBOVESPA, assim como a intenção de uso do contrato pelos agentes da cadeia tritícola no país. Utilizou-se a Teoria de Sucesso e Fracasso de Contratos Futuros como suporte teórico e metodológico desta pesquisa, a qual apresenta características consideradas necessárias à viabilidade de lançamento de um novo contrato futuro pelas bolsas de mercadorias frente ao insucesso de muitos contratos futuros. Com base nesta teoria, este estudo subdivide-se em duas avaliações complementares, que se denominam abordagem macro e abordagem micro. A primeira busca identificar se o trigo em grão no Brasil é adequado para ser negociado em mercados futuros, abrangendo características como tamanho do mercado físico, estrutura do mercado (grau de concentração e existência de integração vertical), intervenção governamental, volatilidade dos preços do ativo em análise, formas de comercialização existentes no mercado do produto, possibilidade de estocagem e padronização da mercadoria objeto do contrato, e utilização e efetividade de contratos já existentes como mecanismos de proteção de risco de preços. Já a abordagem micro avalia o perfil dos agentes da cadeia produtiva do trigo, que são os potenciais usuários deste contrato. Em geral, evidenciou-se que o mercado físico do trigo atende a grande parcela dos atributos considerados necessários à implantação de um contrato futuro. No entanto, pesam contra o lançamento deste contrato pela BM&F, o tamanho do mercado físico, considerado pequeno diante do tamanho do mercado de commodities cujos contratos têm obtido êxito em negociações na BM&F, e a intervenção governamental, que gera distorções nos preços de mercado. Em relação à avaliação do perfil dos agentes da cadeia tritícola no país, esta mostrou que há expressiva demanda por novos mecanismos de gerenciamento de risco de preços no setor; entretanto, não há tradição dos produtores e moinhos entrevistados na utilização de contratos futuros já negociados. Assim, considera-se que o lançamento do contrato futuro de trigo no Brasil é um movimento precipitado neste mercado.