Ciência e Tecnologia de Alimentos
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/200
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Item Effects of green and black tea kombuchas consumption on the body composition, intestinal health, and markers of metabolism, oxidative stress, and inflammation in Wistar rats and humans(Universidade Federal de Viçosa, 2023-06-02) Costa, Mirian Aparecida de Campos; Barros, Frederico Augusto Ribeiro de; http://lattes.cnpq.br/7580364764224561A kombucha é uma bebida obtida pela fermentação de chá verde ou preto por bactérias acéticas, bactérias láticas e leveduras, cujo consumo aumentou exponencialmente nos últimos anos. Estudos in vitro e in vivo sugerem um potencial benefício relacionado ao consumo de kombucha devido, principalmente, ao seu elevado teor de compostos fenólicos. Entretanto, ainda não há consenso na literatura, especialmente em relação à saúde humana. O objetivo deste estudo é avaliar o efeito do consumo regular de kombucha de chá verde e preto sobre a saúde intestinal de ratos Wistar, bem como o consumo regular de kombucha de chá preto sobre a saúde intestinal e marcadores metabólicos, de estresse oxidativo e inflamatórios em adultos com ou sem obesidade. O estudo com animais foi conduzido a partir de amostras obtidas em estudo prévio. Após serem alocados aleatoriamente em um dos grupos, os animais receberam uma das seguintes dietas por dez semanas: dieta padrão (AIN-93M) (n=10); dieta rica em gordura saturada e frutose (HFHF) (n=10); HFHF + kombucha de chá verde (n=10); HFHF + kombucha de chá preto (n=10). Amostras de fezes e do ceco foram utilizadas nas análises. Para o estudo com seres humanos, foram incluídos 23 indivíduos eutróficos e 23 indivíduos com obesidade. Durante oito semanas consecutivas, os participantes consumiram 200 mL de kombucha de chá preto/dia. Eles foram orientados a manter o consumo alimentar habitual e o mesmo padrão de atividade física ao longo do estudo. Amostras de sangue, fezes e urina foram coletadas antes (baseline) e após a intervenção. Em ratos Wistar, kombuchas de chá verde e preto foram capazes de modular a microbiota intestinal ao aumentar a produção de propionato e favorecer o crescimento de microrganismos benéficos como Adlercreutzia no grupo que consumiu kombucha de chá verde. Em humanos, houve diminuição das concentrações séricas de insulina e gama-glutamil transferase em indivíduos com obesidade, bem como marcadores de resistência (HOMA-IR) e sensibilidade à insulina (HOMA-β e índice QUICKI). Em indivíduos eutróficos, as concentrações plasmáticas de interleucina 13 e óxido nítrico aumentaram após a ingestão de kombucha. Houve ainda, aumento das concentrações séricas de colesterol total e fosfatase alcalina, embora esses resultados estivessem atrelados ao hábito alimentar dos indivíduos. A kombucha favoreceu microrganismos como Bacteroidota, Akkermanciaceae e Prevotellaceae e reduziu a abundância de microrganismos associados à obesidade, comocRuminococcus e Dorea, especialmente no grupo obeso. Houve aumento na diversidade fúngica, maior abundância de Saccharomyces e diminuição de Exophiala e Rhodotorula. Pichia e Dekkera, dois dos principais microrganismos encontrados na kombucha e SCOBY, foram identificados como biomarcadores após a intervenção. Em relação às kombuchas utilizadas no estudo experimental, os microrganismos mais abundantes encontrados nos SCOBYs também foram encontrados nas bebidas, embora em maior diversidade. Em relação à kombucha de chá preto utilizada no estudo clínico, 145 compostos fenólicos foram identificados por UPLC-MSE; a maioria flavonoides (81%) e ácidos fenólicos (19%). Lignanas, estilbenos e outros polifenois representam 1% do total. Nossos resultados sugerem desfechos positivos relacionados ao consumo regular de kombucha, embora enfatizemos a importância da alimentação saudável como um todo. Palavras-chave: Antioxidantes; Camellia sinensis; Compostos bioativos; Microbiota intestinal; Polifenois; Obesidade.