Ciência e Tecnologia de Alimentos
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Item Atividade física, padrão dietético e composição corporal de adultos jovens australianos: caracterização e comparação de métodos(Universidade Federal de Viçosa, 2005-06-30) Liberato, Selma Coelho; Monteiro, Josefina B. Resende; http://lattes.cnpq.br/0550963861789203Foram conduzidos três estudos em Brisbane, Austrália. Os participantes foram selecionados ao acaso e o único critério de inclusão no estudo era que fossem homens saudáveis entre 18 e 25 anos. A maioria era estudante universitário. No primeiro estudo, com o objetivo de avaliar a acurácia em estimar o gasto energético e os padrões de atividade física sob condições de vida livre, o diário de atividade física (B-PAR) foi comparado com o acelerômetro triaxial RT3 em 11 participantes durante 4 dias consecutivos. No segundo estudo foram comparados dois métodos de consumo alimentar: recordatório alimentar de 24 horas (24hDR) e o diário alimentar de quatro dias (4dFR) em 34 participantes. Também foi possível quantificar a subestimação do consumo alimentar, estimada por 24hDR e 4dFR, comparado ao gasto energético e avaliar a acurácia do método de Goldberg para identificar subestimação. No terceiro estudo, para diagnosticar e adotar medidas corretas de intervenção para tentar reduzir a obesidade e as doenças cardiovasculares, foram avaliadas em 38 participantes: composição corporal por meio de medidas antropometricas, pregas cutâneas e absortometria de raios X de dupla energia (DEXA); taxa metabólica basal (RMR) por meio de calorimetria indireta, padrão de lipídios sanguíneos, consumo alimentar por meio de 4dFR, padrão de atividade física por meio de B-PAR e o fitness cardiorespiratorio por meio de teste direto da capacidade máxima. No primeiro estudo, o gasto energético foi superestimado em 14,7% pelo B-PAR em relação ao acelerômetro RT3. As limitações do método de B-PAR e a falta de comprometimento com o estudo contribuíram para a superestimativa do gasto energético pelo B-PAR. O preenchimento de um diário de atividade física enquanto usando o acelerômetro permitiu constatar que, quando fazendo atividade física intensa, algumas vezes os participantes tiraram o acelerômetro. No segundo estudo, houve boa concordância no consumo de macronutrientes estimado por 24hDR e 4dFR em nível de grupo mas não em nível individual. Em nível de grupo, tanto obesos quanto não obesos subestimaram consumo alimentar. Em nível individual, 20,6% e 8,8% dos participantes subestimaram consumo energético por 4dFR e 24hDR, respectivamente considerando o critério do limite de confiança de 95% para consumo energético em relação ao gasto energético. A sensibilidade e especificidade do método de Goldberg foram 0,86 e 0,93, respectivamente para 4dFR. Para o 24hDR, essesvalores foram 1,00 e 0,90, respectivamente. A ausência de diferença no consumo de macronutrientes expressos como percentagem de energia entre os relatos aceitáveis e aqueles que subestimaram o consumo de alimentos sugere que os dados do presente estudo podem ser usados em análises com outras variáveis na evolução da relação entre dieta e saúde, desde que expressos em valores energéticos. Dos participantes deste estudo, 10,5% foram abaixo do peso (índice de massa corporal, IMC < 20 kg.m-2), 47,4% saudáveis (20 24,9 kg.m-2), 31,6% sobrepeso (25 IMC IMC 29,9 kg.m-2) e 10,5% obesos (IMC 30 kg.m-2). Quando mensurada por DEXA, a gordura corporal dos participantes variou de 6,0 a 37,0%. Obesos e não obesos tiveram similar massa livre de gordura e conteúdo mineral ósseo. Mais de 70% do conteúdo mineral ósseo e mais de 80% da massa livre de gordura estão localizados nos braços e pernas. O RMR dos obesos também foi similar ao dos não obesos, provavelmente devido a similar quantidade de massa livre de gordura. O consumo médio de gorduras e carboidratos dos participantes do corrente estudo estive acima (32,3%) e abaixo (47,1%), respectivamente do recomendado (30% e 50%, respectivamente). O consumo de ácidos graxos poliinsaturadas (13,4 g.d-1) e fibras (25,8 g.d-1) esteve abaixo do recomendado (18,6 g.d-1 e 38 g.d-1, respectivamente). O consumo de quase todas as vitaminas e minerais esteve entre a recomendação (RDI) e o limite superior (UL). Somente o consumo de niacina esteve acima da UL (35 mg.d-1). Em média, o tempo gasto em atividades moderadas e intensas pelos participantes foi 140,4 minutos. Obesos gastaram mais tempo fazendo atividades moderadas e intensas que não obesos. O nível de fitness cardiorespiratório foi excelente para os não obesos (55 ml.kg-1.min-1) e na media para os obesos (44 ml.kg-1.min-1) comparado aos valores publicados pela American College of Sports Medicine (> 51 ml.kg-1.min-1 e de 42 a 48 ml.kg-1.min-1, respectivamente). Aumentando a atividade física e tendo uma dieta saudável e balanceada pode aumentar a massa corporal magra, a qual aumenta a taxa metabólica basal. Uma maior taxa metabólica basal contribui para um maior gasto energético, o qual contribui para um desbalanço entre gasto energético e consumo alimentar no sentido de perder peso e conseqüentemente reduzir a obesidade. Além de colaborarem com a redução da obesidade, o aumento da atividade física e uma dieta saudável também podem estar colaborando com a melhora dos padrões de lipídio sanguíneo, onde 68% dos participantes tiveram colesterol total acima dos limites recomendados (4,0 mmol.L-1). Medidas combinadas podem resultar em maiores benefícios para a saúde que medidas isoladas.Item Efeito de bixina sobre os parâmetros bioquímicos séricos em ratos(Universidade Federal de Viçosa, 2001-11-27) Souza, Eliana Carla Gomes de; Stringheta, Paulo César; http://lattes.cnpq.br/1749833699813885A bixina é muito utilizada na indústria de alimentos como corante, principalmente na forma de extratos que a contém. Com o objetivo de identificar os efeitos da bixina sobre os parâmetros bioquímicos séricos, foi conduzido um ensaio biológico, com 96 ratos (48 machos e 48 fêmeas) (Rattus norvergicus), variedade albinus, da raça Wistar, recém-desmamados, com 24 dias de idade. Os animais foram distribuídos em quatro grupos de 24, sendo que o grupo 1 não recebeu a substância-teste, os outros três grupos receberam a substância-teste que era um corante utilizado na indústria de alimentos que contém 28% de bixina; grupo 2 (70 mg) , o grupo 3 (350 mg) e o grupo 4 (700 mg). Eles receberam água e alimento “ad libitum”, a temperatura ambiente variando entre 20 e 24 0C e com iluminação controlada com 12 horas de claro e escuro por um período de cento e oitenta dias. A administração do extrato foi feita diariamente, por via oral, misturada à ração. O extrato foi caracterizado através da determinação dos teores de proteína (5,33%), cinzas (2,04%), umidade (5,49%), extrato etéreo (50,49%), pH (2,62%), ponto de fusão (1800), teor de bixina após 12 meses sob refrigeração (20,8%). Pelo primeiro ensaio biológico foi verificado que a bixina tem efeito hipocolesterolêmico em fêmeas e em machos reduziu os níveis de triacilgliceróis, teve efeito hiperglicemiante nas fêmeas (30 mês), embora os níveis do grupo controle, tanto de machos quanto de fêmeas, estivessem alto devido à anestesia com éter realizada para sacrificar os animais. Houve alteração nos níveis séricos de fósforo nos grupos das fêmeas no 60 mês, também quanto à relação Ca:P houve alteração nos grupos das fêmeas. Os níveis de AST e ALT encontraram-se aumentados, inclusive no grupo controle de ambos os sexos, devido à intoxicação por cobre, a bixina mostrou-se capaz de ajudar a regenerar as lesões hepáticas. Os níveis de uréia e creatinina também se mostraram alterados, talvez devido à intoxicação por cobre que pode ter levado a uma disfunção renal, interferindo no balanço nitrogenado. No segundo ensaio, onde foi feito o teste de tolerabilidade cutânea, foram comparados os sítios de aplicação da bixina com os sítios controles e pode-se verificar que não houve alterações cutâneas relativas à eritema, escaras e edema em nenhum dos tempos observados. Diante dos parâmetros avaliados podemos concluir que a substância não apresentou nenhuma alteração tóxica e teve efeitos farmacológicos.Item Influência do volume de iogurte convencional e light nas sensações subjetivas do apetite de indivíduos eutróficos e com excesso de peso(Universidade Federal de Viçosa, 2002-03-18) Nobre, Luciana Neri; Monteiro, Josefina Bressan Resende; http://lattes.cnpq.br/2396573980522650A obesidade é uma patologia multicausal, considerada, atualmente, como um dos principais problemas de saúde pública. Sua prevalência vem crescendo muito nas últimas décadas alcançando índices alarmantes no Brasil e no mundo. Independente de fatores associados com predisposição genética, essa patologia está sempre acompanhada de distúrbios na ingestão alimentar e de alto consumo de refeições com alta densidade energética e com o sedentarismo. Deste modo, a obesidade ocorre quando se tem uma perda de equilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético. Tendo em vista esses aspectos este trabalho avaliou o efeito do volume de iogurte convencional e light e convencional, independente de outras variáveis, sobre os parâmetros de ingestão alimentar usando incorporação de ar em iogurte convencional e light por adição de um produto comercialmente disponível – Emustab – (6g/300mL) com posterior homogeneização em liqüidificador semi-industrial. Utilizaram-se três volumes de ambos iogurtes 300, 450 e 600 mL. Trabalhou-se com 40 participantes saudáveis, sendo 20 eutróficos, Índice de Massa Corporal (IMC) entre 19 e 24.9 Kg/m2, e 20 com excesso de peso (IMC ≥ 25 Kg/m2). Os participantes receberam cada volume de iogurte em três diferentes dias pela manhã em jejum de 12 horas. A escala de analogia visual (VAS) foi utilizada para avaliar sensações subjetivas de fome e desejo por alimentos específicos. Os volumes dos iogurtes convencional e light afetaram a saciedade dos dois grupos estudados, sendo que o maior volume exerceu melhor essa ação (p < 0,01). O maior escore para fome foi detectado após ingestão do volume de 300 mL seguido de 450 e 600 mL (p < 0,01). O desejo por alimentos doces, salgados, gordurosos e tira-gosto foi influenciado pelo tempo e volume dos iogurtes para ambos os grupos (p < 0,01). A ingestão energética subsequente ao experimento não diferiu estatisticamente entre os dias do estudo e o dia sem iogurte (p < 0,05). O resultado desse estudo sugere que o volume de iogurte light e convencional, independente de outras variáveis, pode afetar fome e saciedade.Item Multimistura alimentar: biodisponibilidade de cálcio, zinco e ferro e seu efeito no estado nutricional relativo ao ferro em pré- escolares(Universidade Federal de Viçosa, 2002-03-27) Sant’ana, Luciana Ferreira da Rocha; Costa, Neuza Maria Brunoro; http://lattes.cnpq.br/9659045107622246A prática da alimentação alternativa vem sendo disseminada no Brasil, principalmente para grupos populacionais vulneráveis do ponto de vista biológico e econômico. Utiliza-se de alimentos não convencionais, ricos em vitaminas e minerais na forma de multimisturas. Com o objetivo de avaliar a biodisponibilidade de minerais fornecidos por uma multimistura, composta por 33% de farinha de trigo, 33% de fubá, 32% de farelo de trigo, 1% de pó de folha de mandioca e 1% de pó de casca de ovo, foram conduzidos três ensaios biológicos para a avaliação da biodisponibilidade de cálcio, zinco e ferro em ratos machos Wistar. A biodisponibilidade de cálcio foi avaliada medindo-se a absorção fracional de 45 Ca no fêmur dos animais. Foi observado que a biodisponibilidade do cálcio na mistura arroz+feijão+multimistura (na proporção de 50:48:2) foi superior à encontrada para a multimistura consumida isoladamente, que por sua vez foi similar à oferecida por uma dieta de arroz+feijão (50:50). A biodisponibilidade de zinco foi avaliada segundo o teor de zinco no fêmur, fígado, rim, soro e cérebro de ratos; bem como sua relação com o ganho de peso e atividade de fosfatase alcalina nos animais experimentais. O zinco fornecido pela multimistura apresentou menor biodisponibilidade quando comparado ao padrão, carbonato de zinco, uma vez que foi observada menor concentração de zinco nos ossos dos animais que receberam multimistura, assim como maior concentração no fígado, menor excreção renal e menor atividade de fosfatase alcalina. A biodisponibilidade de ferro da multimistura foi avaliada isoladamente e no contexto de uma dieta de arroz e feijão. Os resultados mostraram que os animais que receberam multimistura apresentaram menor ganho de peso em relação ao grupo padrão, embora o consumo alimentar entre os dois grupos tenha sido similar; indicando uma menor eficiência alimentar da dieta de multimistura. O ganho de hemoglobina foi estatisticamente igual entre as dietas controle (sulfato ferroso), de multimistura e de arroz+feijão+multimistura (50:48:2). Foi ainda avaliado o efeito da adição desta multimistura no estado nutricional relativo ao ferro em pré-escolares, com idades entre 25 e 68 meses, não anêmicas, estudadas por um período de 70 dias. Foram selecionadas três creches que receberam produtos de panificação (bolos e biscoitos) sem adição de ferro (creche placebo, n=9), contendo sulfato ferroso (creche padrão, n=12) ou adicionados de multimistura (creche multimistura, n=15). Os produtos contendo sulfato ferroso tinham o mesmo teor de ferro fornecido por 10g de multimistura, acrescentada às preparações da referida creche. As crianças foram submetidas a análises antropométricas (peso e estatura), dietéticas e bioquímicas (hemoglobina, hematócrito, hemácias, ferritina e ferro sérico), no início e ao final do estudo. O estudo não comprovou efeito de tratamento, fonte de ferro (ferro muito aquém das necessidades orgânicas deste mineral. Os produtos fornecidos cobriam cerca de 10% destas necessidades, não sendo, portanto, suficiente para reverter um quadro de deficiência. O estudo não comprovou efeito de tratamento, fonte de ferro, dado que as creches que receberam suplementação apresentaram redução dos níveis hematológicos avaliados, o que não ocorreu na creche placebo, que não tinham fortificação de ferro nos produtos testados. Em se tratando de crianças que já tinham um nível de comprometimento no estado nutricional relativo ao ferro, a importância da quantidade de ferro pode ter superado a da fonte, sulfato ferroso ou multimistura, limitando as conclusões quanto à utilização da multimistura em estudo.Item Variedades de soja e seus efeitos na regulação do metabolismo do colesterol em ratos(Universidade Federal de Viçosa, 2000-10-26) Esteves, Elizabethe Adriana; Monteiro, Josefina Bressan Resende; http://lattes.cnpq.br/0467793003733051O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de um novo cultivar de soja (UFV116), geneticamente melhorado para ausência das lipoxigenases 2 e 3, na regulação do metabolismo do colesterol. Utilizou-se uma variedade comercial (OCEPAR-19), para fins comparativos. Foram determinados os teores de proteínas e lipídios totais e a composição em aminoácidos, ácidos graxos e isoflavonas em farinhas obtidas dos grãos de ambos os cultivares. Não houve diferença significativa entre eles, com relação ao teor de proteína. O cultivar UFV116 apresentou maior teor de fenilalanina, treonina, tirosina, glicina, ácidos aspártico e glutâmico. O teor de lipídios totais foi menor para UFV116, que no entanto apresentou maiores teores de ácidos palmítico e linoléico e menores para esteárico, linolênico e oléico. Este cultivar apresentou maior teor de isoflavonas nas formas agliconas. Numa segunda etapa, grupos de ratos machos Wistar foram alimentados com dietas semipurificadas, nas quais as fontes protéicas foram provenientes dos cultivares UFV116 (UFV) e OCEPAR-19 (OCP) e da caseína (CAS), com ou sem a adição de colesterol dietético (0,25%), por 28 dias. O cultivar UFV116 foi mais eficaz na redução do colesterol sérico na dieta sem adição de colesterol que a variedade OCEPAR- 19. Contudo, não teve influência no acúmulo de colesterol no fígado, com e sem a adição de colesterol dietético. Ambos os cultivares reduziram o colesterol do sangue e seu acúmulo no fígado, em comparação à caseína, independente da adição de colesterol na dieta. Houve redução dos níveis de mRNA para 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A redutase (HMGR) nas dietas de soja, quando comparadas com a caseína, independente da adição de colesterol dietético. As dietas de soja promoveram aumento nos níveis de mRNA para colesterol 7α-hidroxilase (CYP7A), com e sem a adição de colesterol dietético, em comparação à caseína. Isto foi acompanhado por maior excreção de ácidos biliares fecais, especificamente ácidos biliares secundários. Não houve diferença significativa entre os cultivares de soja nos parâmetros avaliados. A adição de colesterol às dietas experimentais provocou aumento da excreção de esteróides neutros. Estes resultados evidenciam que o colesterol hepático provavelmente foi convertido em esteróides e excretado nas fezes, primariamente como ácidos biliares. Adicionalmente, a síntese hepática de colesterol foi reduzida, contribuindo para a manutenção dos baixos níveis séricos. É importante ressaltar que os componentes não-protéicos dos cultivares podem ter influenciado os seus efeitos hipocolesterolemiantes.