Agroecologia
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Item Agrobiodiversidade e (in)segurança alimentar em quintais produtivos em uma comunidade quilombola da Zona da Mata (MG)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-23) Nunes, Maya da Silva; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/7062906728810336A situação de Insegurança Alimentar em comunidades quilombolas no Brasil têm sido recorrente nos trabalhos científicos realizados nesses territórios. Como contribuintes de segurança alimentar dos(as) atores(as) envolvidos(as), os estudos apontaram a Biodiversidade, presente nos Biomas naturais e a agrobiodiversidade, praticada em quintais produtivos, como meio de acesso e disponibilidade de alimentos. Nesse sentido, o estudo conta com uma análise sistemática para verificar as contribuições da Biodiversidade para Segurança Alimentar em comunidades quilombolas do Brasil, além da pesquisa em uma comunidade quilombola da Zona da Mata Mineira, em atendimento ao objetivo principal de avaliar a agrobiodiversidade local e a situação de (in) segurança alimentar nos quintais produtivos, dessa comunidade. A metodologia utilizada consistiu em abordagem quali-quantitativa, observação participante, entrevistas semiestruturadas, caderno de campo e fotografias das plantas. A identificação dos nomes populares das plantas foi feita pelos (as) representantes dos quintais e auxílio da literatura especializada para nome científico das espécies. Para diagnóstico de (in) Segurança Alimentar, utilizou- se a Escala Brasileira de Insegurança alimentar (EBIA) em conjunto com o levantamento de dados socioeconômicos e demográficos. O programa estatístico PAST foi utilizado para as análises do Qui-quadrado e Mann Whitney. Como resultados: Tratando-se da Agrobiodiversidade, dentre os 17 quintais produtivos avaliados, um total de 134 espécies vegetais de uso alimentício foram citadas, diversificadas em: frutas, hortaliças, raízes e tubérculos, especiarias, leguminosas, miscelâneas, cereal e nozes. 34 plantas de uso medicinal, quatro espécies de animais de criação para consumo ou venda (coelho, porco, galinhas e pato). A produção para autoconsumo aconteceu em todos os quintais produtivos. A representatividade dos quintais para seus (as) representantes perpassa o viés produtivista e de mercado e enlaça significados como: memórias afetivas, ancestralidade, lugar de sossego, redes de reciprocidade etc. Os quintais tiveram em sua maioria, mulheres (65%) e idosos (59%) como representantes. Constatou-se que 53% (n=9) das famílias estavam em Segurança Alimentar e 47% (n=8) em Insegurança Alimentar. Nos quais, 35% (n=6) estão em situação de Insegurança Leve e dois (12%) em Insegurança Alimentar Moderada. Houve associação entre a renda per capita e a situação de (in) Segurança Alimentar (p=0,002). As variáveis diversidade agrícola (p=0,001), número de alimentos (p=0,04), leguminosas (p=0,01) e miscelâneas (p=0,0007) foram maiores no grupo de seguros. Recomenda-se a implementação de políticas públicas que valorizam e incentivam a rica agrobiodiversidade local e que promovam medidas mitigadoras que revertam o quadro da pobreza e insegurança alimentar encontrada. Os achados desse trabalho podem contribuir para o levantamento da agrobiodiversidade nos quintais produtivos, reconhecendo a valorização da cultura, dos conhecimentos e das percepções, o que destaca o papel da agroecologia, que valoriza a cultura de povos tradicionais e contempla a segurança alimentar. Palavras-chave: biodiversidade; agrobiodiversidade; quintais produtivos; (in) segurança alimentar; comunidades quilombolasItem Sementes crioulas cuidadas por agricultores (as) camponeses (as)(Universidade Federal de Viçosa, 2024-04-30) Santos, Camila Raimunda Carvalho dos; Cardoso, Irene Maria; http://lattes.cnpq.br/4997134581414637Sementes crioulas são cultivadas e conservadas pela agricultura familiar camponesa e pelos povos e comunidades tradicionais de todo o mundo. Elas são importantes para a agroecologia, pois são mais adaptadas aos sistemas agrícolas locais e são portadoras de conhecimentos construídos e passados por gerações. A agroecologia se baseia na diversidade epistemológica existente e valoriza os conhecimentos dos (as) agricultores (as). Orientada pelos princípios da pesquisa participativa, buscou-se construir uma pesquisa contextualizada, com 19 agricultores (as) do município de Rio Pomba - MG. A dissertação foi organizada em três capítulos. O primeiro, denominado “As sementes da agricultura familiar – revisão”, objetivou compreender melhor o objeto de pesquisa (sementes crioulas) a partir da bibliografia. O segundo, denominado “Pesquisas contextualizadas: a importância das redes, dos Intercâmbios Agroecológicos e das vivências” objetivou analisar os procedimentos metodológicos utilizados para a realização de uma pesquisa contextualizada com sementes crioulas. O terceiro, denominado, “Planto porque eu gosto: por que a agricultura familiar conserva suas sementes crioulas?” Objetivou identificar percepções, conhecimentos, princípios, lógicas e dinâmicas presentes na agricultura familiar camponesa que promovem resistência ao uso exclusivo das sementes comerciais e fazem com que agricultores (as) continuem cultivando e conservando suas sementes crioulas. No segundo capítulo, dois Intercâmbios Agroecológicos e duas as vivências de dois dias na casa de dois agricultores foram realizadas. Os Intercâmbios Agroecológicos e as vivências, enquanto instrumentos pedagógicos, favoreceram a realização de pesquisas participativas e contextualizadas, pois permitiram entender parte do contexto sociocultural onde as sementes crioulas estavam inseridas e viabilizaram a discussão coletiva sobre a importância da conservação das sementes crioulas. Os Intercâmbios possibilitam a articulação entre o conhecimento científico e o popular, contribui para fortalecer a agroecologia, a agricultura familiar e o manejo da socioagrobiodiversidade. No terceiro capítulo, os Intercâmbios Agroecológicos e a entrevista semiestruturada foram utilizadas. Os dados foram organizados em quatro categorias de análise: diversidade; razões que orientam a conservação, estratégias de conservação e desafios para a conservação. Foram identificadas 148 variedades, de 43 espécies, distribuídas em 19 famílias botânicas. As sementes crioulas são conservadas pela agricultura familiar pois estão inseridas dentro de princípios como a luta por autonomia, a alimentação saudável, o não uso de agrotóxicos, a identidade com a roça, a importância da conservação e por todo valor ancestral. Os principais desafios para a conservação é a desimportância atribuída a essas sementes, o acesso e autonomia sobre a terra, o cultivo para silagem, condições climáticas e circulação das sementes. Palavras-chave: sementes crioulas; agroecologia; agricultura familiar camponesaItem Diálogos de saberes no cultivo de hortas agroecológicas(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Pereira, Adalgisa de Jesus; Venzon, Madelaine; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795615T1; Oliveira, Marcelo Leles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/9640368530350343; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/2230919530706388; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; Casali, Vicente Wagner Dias; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783038Y4A produção de hortaliças pela agricultura familiar tem sido estimulada nos últimos anos através do Programa Nacional de Alimentação Escolar,do Programa de Aquisição de Alimento e da comercialização direta ao consumidor. A agricultura familiar produz alimentos não somente em quantidade, mas também com qualidade. A agricultura familiar agroecológica não utiliza agrotóxicos e faz uso de práticas de manejo visando conservar o solo, a água e a biodiversidade. Estes agricultores são capazes de inovar construindo novidades produtivas de maneira individual e coletiva, interagindo com outros atores sociais. Eles, muitas vezes, não seguem um pacote de tecnologias, porém as desenvolvem mediante práticas sociais, são as chamadas tecnologias sociais. Muitas destas tecnologias sociais e práticas agroecológicas, entretanto, não são ou são pouco socializadas e dentre as causas está a falta de sistematização das experiências. A partir da necessidade de conhecer experiências inovadoras na agricultura familiar esse trabalho teve por objetivo resgatar e analisar, de forma participativa, através do diálogo com as famílias de agricultores, as tecnologias sociais e práticas agroecológicas desenvolvidas na horticultura familiar. Especificamente objetivou-se a) identificar o contexto produtivo dos agricultores/as; b) identificar e sistematizar de forma participativa e socializar as tecnologias sociais e práticas utilizadas pelos agricultores/as agroecológicos no manejo de suas hortas e; c) avaliar o potencial inseticida do extrato de Agave americana var. marginata Trel (agave),no controle de Brevicoryne brassica Lineaus (pulgão),em cultivos de Brassica oleracea Lineaus (couve). A pesquisa foi realizada com agricultores/as agroecológicos/as que comercializam seus produtos via Rede de Prossumidores Raízes da Mata. A sistematização das práticas agroecológicas foi feita por meio de visitas, entrevistas semi-estruturadas e caminhadas pelas hortas. Durante as visitas, as tecnologias sociais e as práticas agroecológicas encontradas foram relatadas e descritas com o maior detalhadamente possível. Para socializar as práticas agroecológicas sistematizadas foram feitos intercâmbios, durante os quais instalações pedagógicas foram preparadas para representar cenários das hortas, tecnologias sociais e práticas identificadas. Durante os intercâmbios a calda A. americana,utilizada por um agricultor em cultivos de B. oleracea no controle de B. brassica, foi escolhida como uma prática inovadora a ser experimentada de forma participativa.Foram montados três ensaios, dois a campo e um em laboratório. O primeiro ensaio foi composto pelos tratamentos: piteira e leite; piteira e água, leite e álcool; piteira e álcool; piteira e água e controle (água). No segundo experimento os tratamentos foram: piteira e leite; piteira diluída em água; piteira diluída em álcool; leite diluído na água; controle (água) e controle (álcool). O delineamento experimental nos dois experimentos foi em blocos casualizados, sendo o primeiro com cinco tratamentos e o segundo com seis tratamentos, ambos com cinco repetições. Seguindo o método utilizado pelo agricultor foi feita a primeira aplicação sem avaliação quantitativa no dia em que havia a maior quantidade de insetos, aos sete dias após a primeira aplicação foi feita a segunda aplicação e três dias (72 horas) após a segunda aplicação foram contados os números de pulgões mortos e vivos. O terceiro ensaio foi conduzido em laboratório e o objetivo foi averiguar o potencial inseticida do extrato aquoso da A. americana. Os tratamentos foram concentrações de 0,125, 0,25, 0,375, 0,5 0,75 g/ml de extrato de piteira, o controle (água) e o tratamento controle com um inseticida comercial à base de deltrametrina (3 ml/l). Os tratamentos foram aplicados em discos de couve de seis cm de diâmetro contendo 20 insetos por disco. As análises foram feitas as 3, 6, 12, 24, 48 e 72 horas após aplicação dos tratamentos. As práticas e tecnologias sociais mais encontradas referem-se ao uso de extratos ou caldas de plantas utilizadas no controle de insetos, a compostagem, o manejo da vegetação espontânea. Estas tecnologias e práticas não agridem o ambiente e facilitam o trabalho sem comprometer a produção. Os espaços de socialização e intercâmbios que ocorreram com maior frequências versaram sobre estas práticas e tecnologias sociais. Os intercâmbios foram eficientes para se discutir e conhecer formas alternativas de manejo das hortas que facilitam o trabalho diário sem comprometer a produção. As limitações e problemas ambientais, econômicos e técnicos foram percebidos como oportunidades para gerar as novas práticas agroecológicas ou resgatar as que já foram utilizadas. As informações passadas dos pais aos filhos e as trocas de experiência entre os vários atores sociais possibilitam a criação e redesenho das práticas que podem ajudar no manejo das hortas. Os experimentos mostraram que a A. americana diminui a população de pulgões, sendo indicado o uso em hortas agroecológicas. Entretanto, na bibliografia consultada não foram encontradas muitas referências sobre o potencial inseticida da A. americana quando comparado com os trabalhos publicados sobre outras espécies de agaves, devendo ser, portanto objeto de aprofundamento em futuros estudos.Item Produção de milho-verde e grãos consorciados com leguminosas em sistemas de plantio direto orgânico(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-21) Alves, Estenio Moreira; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723069A2; Fontanetti, Anastácia; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4702164D0; Galvão, João Carlos Cardoso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784805H4; http://lattes.cnpq.br/8841426131390776; Freitas, Gilberto Bernardo de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723149T6; Barrella, Tatiana Pires; http://lattes.cnpq.br/9138274506570489; Lima, Rodrigo Oliveira de; http://lattes.cnpq.br/2761299616351806A busca por meios de produção mais sustentáveis é uma necessidade da agricultura. Os sistemas de plantio direto orgânico de milho atende diversos princípios conservacionistas do solo. Proporciona produções isentas de contaminantes, e é responsável por tornar a atividade agrícola menos dependente de insumos externos. Dentre os produtos, o grão e milho-verde são fundamentais para as cadeias produtivas de monogástricos e da alimentação humana contemplando ampla diversidade de pratos típicos da culinária brasileira. Buscando inovações que resulte em alternativas viáveis a produção. O presente trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos do residual de adubações em diferentes níveis de composto orgânico e dos consórcios de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) e guandus (Cajanus cajan) com milho sobre os componentes da produção e produtividade de grãos e milho-verde em sistema de plantio direto orgânico (SPDO). O experimento foi conduzido em DBC com 6 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram: T1 Monocultivo de milho sem adubação (Residual da adubação com composto orgânico das 27 safras anteriores); T2 Monocultivo de milho, adubado com 20 m3 ha-1 de composto orgânico; T3 Monocultivo de milho, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico; T4 Consórcio de milho com feijão-de-porco, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico; T5 Consórcio de milho com guandu anão, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico e T6 Consórcio de milho com guandu arbustivo, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico. Realizou-se ANAVA aplicando-se o teste F (p<0,05) e submetido ao teste t (p<0,05) para comparação de duas médias. A distribuição do composto orgânico foi feita sobre o sulco de semeadura conforme determinado nos tratamentos imediatamente após a semeadura. Foi cultivado em SPDO, com manejo de plantas espontâneas através de roçadas. As leguminosas foram semeadas na linha do milho no mesmo dia. Na avaliação dos componentes da produção de milho-verde, não houve diferenças significativas nas variáveis avaliadas, exceto para o índice de prolificidade. Sabe-se que a segunda espiga pode comprometer a massa, diâmetro e comprimento das espigas de milho- verde, comprometendo a aceitação pelo mercado consumidor. Todavia, embora o índice de prolificidade tenha efeito significativo aos tratamentos não foi capaz de comprometer as espigas produzidas nos tratamentos. Os resultados referentes a produção de grãos revelam que a produtividade e a exportação de macronutrientes não apresentam diferenças significativas. Já a prolificidade, os teores de proteína bruta dos grãos/nitrogênio e massa de mil grãos diferiram significativamente, destacando os tratamentos consorciados com guandus. O efeito residual da adubação com composto orgânico nos sistemas fertilizados por 27 safras consecutivas mantém a produtividade de milho-verde e grãos, reduzindo a dependência por adubações orgânicas por duas safras. Conclui-se, que o SPDO não dependente de adubações anuais com composto orgânico; os consórcios não prejudicam os atributos morfológicos de espigas de milho-verde e os componentes da produção de grãos. Ressalta-se, que os consórcios com guandus proporcionam melhora na qualidade dos grãos de milho. Portanto, a consorciação beneficia o cultivo de milho em sistema de plantio direto orgânico, principalmente quando consorciado com guandus.Item Teor de vitamina C, acúmulo de minerais e produção de rabanetes submetidos a diferentes adubações(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Custódio, Aldo Max; Sant ana, Helena Maria Pinheiro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791293J1; Dias, Luiz Antonio dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763137P6; Freitas, Gilberto Bernardo de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723149T6; http://lattes.cnpq.br/1589012887867873; Lima Neto, Izaias da Silva; http://lattes.cnpq.br/7725821903335799; Barrella, Tatiana Pires; http://lattes.cnpq.br/9138274506570489; Martinez, Hermínia Emília Prieto; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788276P4A adubação é um dos principais fatores que afetam o desenvolvimento, a produtividade e qualidade final das culturas agrícolas. Estudos sobre o rendimento das culturas e extração e acúmulo de minerais em função do tipo de adubação e/ou doses de fertilizantes são importantes para subsidiar estratégias de adubação das culturas que garantam bons rendimentos, e a máxima eficiência no uso dos fertilizantes. Além disso, o conhecimento dos teores de nutrientes extraídos ou produzidos e acumulados pelas culturas revela seu potencial nutritivo para o homem. Para a cultura do rabanete (Raphanus sativus L.) há uma carência de estudos analisando os efeitos da adubação sobre seu valor nutricional e desempenho produtivo. Diante disso, foram realizados dois experimentos com o objetivo de avaliar a produção, acúmulo de minerais e teor de vitamina C em rabanetes cultivados com diferentes tipos de adubações e doses. No primeiro experimento, plantas de rabanetes foram cultivadas em casa de vegetação, com delineamento em blocos casualizados, com oito tratamentos - adubação mineral, adubação orgânica (quatro doses) e adubação organomineral (três proporções) - e quatro repetições. A unidade experimental foi um vaso constituído por três plantas. Foram avaliadas: produção de raiz (g/planta) e o teor total de vitamina C (mg 100g-1). Neste estudo, as adubações organomineral apresentaram as maiores produtividades, enquanto os rabanetes com adubação orgânica apresentaram teores mais elevados de vitamina C, corroborando com outros estudos encontrados na literatura. As doses crescentes de adubação orgânica levaram a um aumento da produção do rabanete até a dose estimada de 101 g/planta, e reduziram o teor de vitamina C na ordem de 28%. A adubação organomineral mostrou o melhor equilíbrio entre produção e qualidade nutricional (teor de Vitamina C). No segundo experimento, os rabanetes foram cultivados com dez tratamento, sendo cinco níveis de adubação mineral e cinco níveis de adubação orgânica (composto orgânico + sulfato de potássio). Foram avaliados a produção de matéria fresca da raiz, matéria seca da raiz e matéria seca da parte aérea das plantas e; extração e acúmulo de minerais (N, K, P, Ca, Mg, S, Zn, Cu, Fe e Mn) em função das doses de fertilizantes. Além disso, foi calculada a matéria seca relativa da raiz. Os níveis de adubação mineral e adubação orgânica tiveram efeito positivo em todas as variáveis de produção analisadas, por outro lado, reduziram a matéria seca relativa das raízes. Os teores de N, P e K aumentaram nos tecidos das plantas com o aumento nas adubações. Os teores de Ca, Mg e Cu diminuíram na adubação com NPK. A adubação mineral resultou em boa produção em relação ao esperado. Já a adubação orgânica apresentou produção aquém das obtidas com adubação mineral. Independente da adubação e níveis, a ordem de extração de nutrientes pela cultura foi: K>N>Ca>P>S>Mg e Fe>Mn>Zn>Cu. A partir dos experimentos, conclui-se que a produção, extração e acúmulo de minerais e teor de vitamina C do rabanete são afetados pelo tipo de adubação e pelas doses de fertilizantes utilizados.Item Coberturas vegetais no sistema de plantio direto orgânico de milho(Universidade Federal de Viçosa, 2014-07-15) Coelho, Steliane Pereira; Barrella, Tatiana Pires; http://lattes.cnpq.br/9138274506570489; Cecon, Paulo Roberto; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788114T5; Galvão, João Carlos Cardoso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784805H4; http://lattes.cnpq.br/3751024522185357; Casali, Vicente Wagner Dias; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783038Y4; Berger, Paulo Geraldo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721101J6O plantio direto quando realizado sob manejo orgânico, enfrenta como maior dificuldade o controle das plantas daninhas. Manejos mais eficientes das plantas daninhas podem ser alcançados com o conhecimento de sua modificação no tempo. A população de plantas daninhas é modificada de acordo com o manejo realizado, uma vez que o uso de plantas de cobertura no plantio direto orgânico modifica a dinâmica dessas plantas. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito coberturas vegetais sobre as plantas daninhas e produtividade de milho em sistema de plantio direto orgânico. O experimento foi instalado no esquema fatorial 5 x 2, cinco plantas de cobertura e dois sistema de cultivo, no delineamento em blocos casualizados, com 4 repetições, compondo 40 unidades experimentais. Os tratamentos avaliados foram compostos de cinco coberturas: coquetel recomendado, coquetel UFV, aveia- preta, girassol e testemunha e dois sistemas de cultivo (milho solteiro e milho consorciado com feijão-de-porco). Os coquetéis foram compostos por sete culturas: aveia-preta, milho, sorgo, girassol, soja, feijão-guandu e feijão-de-porco, diferindo apenas na quantidade de semente utilizada. Quanto ao coquetel recomendado utilizou para cada cultura a proporção de 15% de sementes em relação à quantidade recomendada por hectare. No coquetel UFV foi utilizado a quantidade de sementes indicada para o cultivo em monocultura/ha -1 de cada espécie. Foi realizada análise fitossociológica das plantas daninhas e de similaridade no estádio V2, V5 e R1 da cultura do milho. Avaliou-se, ainda, a altura de plantas, altura da inserção de espiga, diâmetro do colmo, peso de grãos e a produtividade de grãos da cultura do milho. A produção de massa seca das plantas de cobertura do coquetel UFV e coquetel recomendado foram superiores. A tiririca apresentou maior importância relativa em todos os tratamentos. Nesse sentido, as plantas de cobertura proporcionaram redução na massa seca das plantas daninhas em todas as épocas avaliadas. A aveia-preta e o coquetel UFV foram eficientes na redução de massa seca e do número de plantas daninhas nas épocas avaliadas. A cobertura do girassol apresentou similaridade com a testemunha. As plantas de cobertura do coquetel UFV e aveia-preta proporcionaram as maiores produtividades de milho. O sistema de cultivo consorciado apresentou melhor desempenho para peso de grãos e produtividade. As coberturas formadas por aveia-preta e pelo coquetel UFV são alternativas na supressão de plantas daninhas e favorecem a produtividade do milho no plantio direto orgânico.Item Agrobiodiversidade e quintais agroflorestais como estratégias de autonomia em assentamento rural(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-31) Tonini, Renato de Traglia; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/3835492560385700; Oliveira, Teógenes Senna de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788532T0; Coelho, Edgar Pereira; http://lattes.cnpq.br/2412983438933780; Teixeira, Reinaldo Duque Brasil Landulfo; http://lattes.cnpq.br/3921911954661634A agrobiodiversidade mantém o funcionamento de processos ecológicos nos ambientes, além disso, fornece recursos para o autoconsumo, necessidades energéticas e geração de renda para as populações humanas. Na história da humanidade, a preferência por uma matriz agrícola pouco diversa caracteriza o modelo de agricultura convencional praticado atualmente. Este modelo visa o controle do capital monetário sobre os meios de produção agrícola e representa séria ameaça à autonomia de trabalhadores rurais e à biodiversidade. Os saberes e as técnicas utilizados pela agricultura convencional preconizam a simplificação dos agroecossistemas, principalmente pelo uso de monoculturas e maior dependência de insumos externos. Como resultado, deixam um rastro de degradação ambiental e social nas zonas rurais. Dentre elas a concentração de terras e o êxodo rural. Nas últimas décadas, como forma de reverter esta situação, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra conseguiu a partir da luta social estabelecer vários assentamentos de reforma agrária, dentre eles o assentamento Olga Benário, situado no município de Visconde do Rio Branco (MG). Neste, mesmo depois de acessarem a própria terra, os agricultores assentados ainda passam dificuldades, dentre outras razões, devido às condições de degradação ambiental prévias da área e à falta de infraestrutura. Diante deste cenário, o presente trabalho procurou compreender as demandas de produção e conservação locais, e através da perspectiva científica, contribuir com o desenvolvimento local fortalecendo a troca de saberes no assentamento. O objetivo principal foi reconhecer e valorizar o conhecimento local e as práticas produtivas que contribuem para a conservação da agrobiodiversidade no assentamento. Foram utilizadas metodologias participativas junto aos agricultores buscando contribuir na construção do conhecimento agroecológico local. No primeiro momento, foi realizado um levantamento sobre os marcos legais e projetos acadêmicos realizados no assentamento. Os projetos buscaram potencializar a produção através de alternativas sustentáveis, sendo importante a continuidade e a adequação destes à realidade local. No segundo momento, 26 famílias do assentamento foram visitadas com o objetivo de conhecê-las. Foi realizado também um levantamento etnobotânico em seis quintais do assentamento. Através das visitas, foi possível perceber, por um lado, que os agricultores reconhecem a agrobiodiversidade animal por realizar funções ecológicas e aumentar a qualidade ambiental. Por outro lado, em muitos casos animais foram citados como antagonistas à produção agrícola ou como ameaça à vida humana. Com relação à agrobiodiversidade vegetal, as plantas cultivadas foram, na maioria dos casos, reconhecidas pela produção de alimentos e pelas múltiplas utilidades para as famílias. Plantas silvestres foram representadas, principalmente, por árvores espontâneas que fornecem alimentos e outros recursos aos agricultores. Algumas práticas agrícolas registradas fomentam principalmente a diversidade de espécies alimentares, como o plantio de árvores e roçadas seletivas. Apesar disso, a aração, queimadas e uso de alguns venenos contribuem para a diminuição da diversidade local. Por fim, nos seis quintais estudados encontrou-se elevada agrobiodiversidade, com 155 espécies em 65 famílias botânicas. Além do terreiro, foram identificadas 12 subunidades com funções diferentes nos quintais. As práticas que conciliaram os plantios com criações mostraram-se alternativas de diversificação e sustento das famílias. De maneira geral, foi possível perceber que a posse da terra significa autonomia para o agricultor. As práticas que favorecem a diversificação da produção e a agrobiodiversidade fortalecem a união do grupo familiar, agregam maior segurança alimentar e estabilidade financeira aos agricultores.Item Análise agronômica e financeira de um sistema agroflorestal com cafeeiros e bananeiras em Araponga, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2013-05-31) Alves, Elaine Ponciano; Oliveira Neto, Silvio Nolasco de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723934E9; Silva, Márcio Lopes da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784225D6; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723069A2; http://lattes.cnpq.br/6561488817034674; Freitas, Gilberto Bernardo de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723149T6; Lima, Paulo César de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783693J7Sistema Agroflorestal (SAF) entre cafeeiros e bananeiras pode ser uma alternativa para diversifcar a produção da agricultura familiar da Zona da Mata de Minas Gerais. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o crescimento e produção dos cafeeiros e a viabilidade econômica de um sistema agroflorestal com cafeeiros e bananeiras em condições de agricultura familiar. Para crescimento e produção dos cafeeiros foram selecionadas oito parcelas. Cada parcela tinha duas fileiras de cafeeiros e uma de bananeira. As fileiras de cafeeiros estavam a 1,54 metros (fileira 1) e a 4,16 metros (fileira 2) distantes da linha de cultivo das bananeiras. Em cada fileira foram marcadas seis plantas em sequência, e as variáveis estudadas foram: umidade e fertilidade do solo; teores de nutrientes nas folhas das culturas; produtividade de café beneficiado; altura, diâmetro de copa e número de nós dos ramos plagiotrópicos dos cafeeiros. A comparação entre os dados das duas fileiras de cafeeiros foram realizados pela ANOVA (p<0,05) e avaliados por análise de regressão (p<0,05) para correlacionar o número de pseudocaules sobre as variáveis estudadas. As análises foram realizadas com auxílio do programa SAS . Não houve efeito da distância das bananeiras sobre a umidade e fertilidade do solo, teores de nutrientes nas folhas, crescimento e produção dos cafeeiros e nem relação do número de pseudocaules de bananeiras sobre as variáveis estudadas nos cafeeiros. Para a análise econômica, foram realizadas visitas ao agricultor, a cada quinze dias, entre outubro de 2011 a fevereiro de 2013. Foram registradas e quantificadas as atividades realizadas com: serviços e horas de trabalho; insumos aplicados; venda da produção e maquinários utilizados. Com estes dados elaborou-se um fluxo de caixa e receitas referentes às culturas do sistema agroflorestal. Os indicadores econômicos avaliados foram Valor Presente Liquido (VPL), Benefício (ou Custo) Período Equivalente B(C)PE, calculados para uma taxa de juros de 0,7% e Remuneração da Mão de Obra Familiar- RMOF. Realizou-se a análise de sensibilidade com variação do VPL. A maior parte dos custos do SAF concentra-se na produção dos cafeeiros com a mão de obra e insumos. A viabilidade econômica foi positiva com VPL R$ 6.375,01 para um período de 24 meses e B(C)PE R$ 289,49 ao mês. A RMOF para os dias trabalhados foi de R$ 91,65, duas vezes mais o valor pago na região. As variáveis que apresentaram maior sensibilidade no VPL foram o preço de venda do café e da banana e o custo da produção cafeeira. Considerando estes dados, conclui- se que o sistema agroflorestal com cafeeiros e bananeiras é viável economicamente para a agricultura familiar.Item Sistemas agroflorestais com café: fixação e neutralização de carbono e outros serviços ecossistêmicos(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-10) Oliveira, Ana Carolina Campanha de; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; Jacovine, Laércio Antonio Gonçalves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723889U0; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; http://lattes.cnpq.br/5975905451452104; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8Os sistemas agroecológicos emergem como adequados à promoção da sustentabilidade e fortalecimento da agricultura familiar. Dentre as práticas agroecológicas com o potencial de promover uma matriz sustentável a partir de aspectos socioeconômicos, ambientais e éticos, destacam-se os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Na região da Zona da Mata de Minas Gerais, os sistemas agroflorestais foram apontados como alternativa para enfrentar problemas crônicos relacionados à perda de qualidade do solo, à segurança alimentar e à diversificação da produção. Estes problemas ocorreram, principalmente, em consequência da adoção, a partir da década de 70, de políticas governamentais que incentivaram tecnologias baseadas na revolução verde . No município de Araponga, localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, SAFs com café foram implantados em processo de experimentação participativa hà quase 20 anos atrás, como alternativa para reverter o quadro de degradação observado nos agroecossistemas. Neste sentido, o presente estudo objetivou aprofundar as pesquisas relacionadas tanto ao desenho e função das espécies encontradas nos SAFs com café (Coffea arábica), quanto ao potencial de estoque de carbono destes agroecossistemas, com vistas a consolidá-los como promotores de serviços ecossistêmicos que contribuem tanto com a recuperação estrutural e funcional do bioma Mata Atlântica, quanto para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e para o fortalecimento da agricultura familiar. Para isto, estruturou-se a dissertação em quatro capítulos. O capíulo 1 tratou da introdução geral. No capítulo 2 buscou-se caracterizar os SAFs com café agroecológicos da Zona da Mata, em relação aos seus desenhos e entender de que forma estes desenhos favorecem na prestação de serviços ecossistêmicos. Esta caracterização envolveu tanto análises fitossociológicas sobre a densidade e diversidade de espécies e distribuição espacial e diamétrica das árvores, quanto análises sobre a função das espécies nos sistemas e os principais objetivos dos SAFs. No capítulo 3 avaliou-se os SAFs com café a partir da sua capacidade de estocar carbono. Neste sentido foi calculado o estoque de carbono da biomassa aérea de árvores e arbustos de sistemas agroflorestais com café a partir da utilização de diferentes metodologias visando encontrar um valor médio mais confiável para cada componente avaliado. No capítulo 4 foram apresentadas as considerações finais. Foram avaliados quatro SAFs com café no município de Araponga. Cada um destes sistemas apresentou objetivos e espécies arbóreas bem heterogêneas entre si. Dentre os principais objetivos dos SAFs destacaram-se a conservação e recuperação do solo, diversificação da produção (incluindo além da produção de café, a produção de alimentos e madeira para utilização dentro da propriedade) e a formação de quebra-vento para a lavoura. Os SAFs, em geral, apresentaram uma distribuição espacial das árvores agregada e possuem em média 180 árvores por hectare. Encontrou-se em média 20 espécies por SAF, distribuídas em 15 famílias botânicas. A diversidade florística avaliada nestes sistemas foi considerada alta, com índice de Shannon Weaver (H ) de 3,36 e Equabilidade de Pielou (J) de 0,81. A análise da estrutura diamétrica dos SAFs mostrou que 61% dos indivíduos arbóreos presentes se encontram distribuídos nas classes de diâmetro menores, que vão de 4,5 a 19,5 cm de DAP. Os principais usos das espécies arbóreas dos SAFs envolvem a utilização de madeira para lenha e contruções, produção de alimento e remédios caseiros, tanto para o homem quanto para animais e atração de fauna, com ênfase na utilização de espécies melíferas. Ao calcular o estoque de carbono nos componentes arbóreo e arbustivo dos SAFs, encontrou-se, em média 18,60 toneladas de carbono por hectare na biomassa arbórea, 6,80 toneladas de carbono por hectare na biomassa dos cafeeiros e 0,1 toneladas de carbono por hectare na biomassa das bananeiras, totalizando um estoque de carbono calculado para a biomassa acima do solo de 25,55 toneladas de carbono por hectare. Pode-se concluir que os SAFs além de oferecer uma produção diversificada fornecem inúmeros outros serviços ecossistêmicos contemplando tanto serviços de provisão, como serviços de suporte, de regulação e culturais. Além disso, constatou-se que SAFs com café apresentam diversidade de espécies comparável à áreas de florestas naturais. Quanto ao carbono, a incorporação de árvores ou arbustos em SAFs podem apresentar um estoque similar às áreas com vegetação natural e, aumentam, consideravelmente, o estoque de carbono em comparação com o café solteiro ou pastagens, contribuindo, assim, para a minimização da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera.Item Potencialidades e desafios no manejo do rebanho leiteiro em assentamento rural(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-26) Romualdo, Paula Lima; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Lana, Rogério de Paula; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782867Y6; http://lattes.cnpq.br/4007772389788077; Mâncio, Antonio Bento; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782731E7Dentre as formas de manejo do solo no Brasil, as pastagens constituem um componente essencial das paisagens e estima-se que 50 a 70% destas estejam em avançado grau de degradação. A degradação das pastagens é considerada um dos maiores entraves à pecuária nacional, devido ao fato do pasto corresponder à base da alimentação animal. Na região da Zona da Mata mineira há o predomínio da pecuária extensiva, manejada em especial pela agricultura familiar. Além da degradação dos pastos, a atividade enfrenta a sazonalidade de produção das pastagens, quando há excesso de produção na estação chuvosa e escassez durante a estação seca. A região apresenta relevo acidentado, onde a degradação de pastagens nestas áreas é mais intensa e está diretamente associada aos processos erosivos, responsáveis por desencadear inúmeros impactos ambientais. A produção leiteira apresenta-se como uma das principais atividades desenvolvidas pelas propriedades familiares no Brasil e caracteriza-se como atividade pilar para a organização produtiva e econômica do assentamento Olga Benário, localizado em Visconde do Rio Branco, Zona da Mata mineira. No que se refere à questão da alimentação do rebanho, há uma carência de informações científicas e práticas sobre técnicas e tecnologias de manejo de pastagens, disponíveis às famílias assentadas em áreas de Reforma Agrária no estado, que possibilite a produção leiteira com sustentabilidade econômica e ambiental. Nesse sentido, o trabalho foi dividido em dois capítulos. No primeiro, objetivou-se identificar e analisar as estratégias desenvolvidas pelos assentados em relação à convivência com as possibilidades e limitações dos recursos naturais disponíveis no assentamento. Especificamente buscou-se: i) Investigar o planejamento e as alternativas adotadas para a produção de alimentos a serem disponibilizados ao rebanho leiteiro no período da seca; ii) investigar como a água é fornecida ao rebanho leiteiro em áreas de pastagem e iii) investigar o manejo das áreas de encostas utilizadas como pastagens. Por meio da utilização de metodologias participativas, foi possível constatar que famílias com capacidade de planejamento da atividade, ou seja, aquelas que procuram se adequar, com antecedência, a disponibilidade de alimentos a serem ofertados ao rebanho durante a seca, através do plantio de cana e capineiras, conseguem manter a produção de leite durante todo o ano. Além disso, buscam pela diversificação da produção, por meio do cultivo de hortaliças e demais gêneros alimentícios, fornecendo uma renda complementar ao leite e garantindo sua segurança alimentar. As pastagens, em geral, são manejadas de forma contínua nos lotes o que dificulta estabelecer um período de descanso ao capim, ocasionando sua degradação. O piqueteamento é uma opção adotada por uma pequena parcela de assentados, no entanto é de interesse dos demais, tornando-se uma alternativa viável e capaz de reverter o quadro de degradação de pastagens instaurado na região. Outro fator que favorece esta degradação vem da ausência de fornecimento de água aos animais no local do pastejo. Isto torna necessário ao rebanho se deslocar constantemente ao longo das pastagens, boa parte localizada em áreas de encostas; até as fontes disponíveis de água, concentradas em fontes naturais; gerando a compactação do solo e assoreamento dos cursos d'água. Já no segundo capítulo, objetivou-se descrever o processo de implantação de uma unidade experimental de Pastoreio Racional Voisin (PRV) em um lote de uma família do assentamento Olga Benário. Esta unidade experimental teve como propósito, buscar através da pesquisa-ação, desenvolver conhecimentos científicos e técnicos que estabelecessem tecnologias de manejo de pastagem, para o rebanho leiteiro, apropriadas à realidade da agricultura familiar da Zona da Mata mineira. A partir dos desafios que surgiram ao decorrer do processo, foi possível constatar que o clima e o relevo da região se apresentaram como entraves a tecnologia e desta forma buscou-se especificamente apontar alternativas ao sistema de PRV, como forma de agregar outras formas de manejo alimentar do rebanho leiteiro a tecnologia. Além disso, existe a necessidade de criar mais parcerias entre instituições de ensino, centros de pesquisas e ONGs, objetivando o aprofundamento na discussão de tecnologias que seguem os princípios agroecológicos; procurando fortalecer a agricultura familiar e o desenvolvimento dos assentamentos no país. Desta maneira, almeja-se suprir a demanda dos agricultores familiares por tecnologias mais acessíveis e sustentáveis, procurando-se desvencilhar dos pacotes tecnológicos e assumir o trabalho da utilização de tecnologias heterogêneas, sendo estas adequadas a realidade local das comunidades e agroecossistemas que serão manejados, na busca pela otimização de recursos endógenos e pela autonomia produtiva destas famílias.