Agroecologia
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Item Diálogos de saberes no cultivo de hortas agroecológicas(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Pereira, Adalgisa de Jesus; Venzon, Madelaine; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795615T1; Oliveira, Marcelo Leles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/9640368530350343; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/2230919530706388; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; Casali, Vicente Wagner Dias; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783038Y4A produção de hortaliças pela agricultura familiar tem sido estimulada nos últimos anos através do Programa Nacional de Alimentação Escolar,do Programa de Aquisição de Alimento e da comercialização direta ao consumidor. A agricultura familiar produz alimentos não somente em quantidade, mas também com qualidade. A agricultura familiar agroecológica não utiliza agrotóxicos e faz uso de práticas de manejo visando conservar o solo, a água e a biodiversidade. Estes agricultores são capazes de inovar construindo novidades produtivas de maneira individual e coletiva, interagindo com outros atores sociais. Eles, muitas vezes, não seguem um pacote de tecnologias, porém as desenvolvem mediante práticas sociais, são as chamadas tecnologias sociais. Muitas destas tecnologias sociais e práticas agroecológicas, entretanto, não são ou são pouco socializadas e dentre as causas está a falta de sistematização das experiências. A partir da necessidade de conhecer experiências inovadoras na agricultura familiar esse trabalho teve por objetivo resgatar e analisar, de forma participativa, através do diálogo com as famílias de agricultores, as tecnologias sociais e práticas agroecológicas desenvolvidas na horticultura familiar. Especificamente objetivou-se a) identificar o contexto produtivo dos agricultores/as; b) identificar e sistematizar de forma participativa e socializar as tecnologias sociais e práticas utilizadas pelos agricultores/as agroecológicos no manejo de suas hortas e; c) avaliar o potencial inseticida do extrato de Agave americana var. marginata Trel (agave),no controle de Brevicoryne brassica Lineaus (pulgão),em cultivos de Brassica oleracea Lineaus (couve). A pesquisa foi realizada com agricultores/as agroecológicos/as que comercializam seus produtos via Rede de Prossumidores Raízes da Mata. A sistematização das práticas agroecológicas foi feita por meio de visitas, entrevistas semi-estruturadas e caminhadas pelas hortas. Durante as visitas, as tecnologias sociais e as práticas agroecológicas encontradas foram relatadas e descritas com o maior detalhadamente possível. Para socializar as práticas agroecológicas sistematizadas foram feitos intercâmbios, durante os quais instalações pedagógicas foram preparadas para representar cenários das hortas, tecnologias sociais e práticas identificadas. Durante os intercâmbios a calda A. americana,utilizada por um agricultor em cultivos de B. oleracea no controle de B. brassica, foi escolhida como uma prática inovadora a ser experimentada de forma participativa.Foram montados três ensaios, dois a campo e um em laboratório. O primeiro ensaio foi composto pelos tratamentos: piteira e leite; piteira e água, leite e álcool; piteira e álcool; piteira e água e controle (água). No segundo experimento os tratamentos foram: piteira e leite; piteira diluída em água; piteira diluída em álcool; leite diluído na água; controle (água) e controle (álcool). O delineamento experimental nos dois experimentos foi em blocos casualizados, sendo o primeiro com cinco tratamentos e o segundo com seis tratamentos, ambos com cinco repetições. Seguindo o método utilizado pelo agricultor foi feita a primeira aplicação sem avaliação quantitativa no dia em que havia a maior quantidade de insetos, aos sete dias após a primeira aplicação foi feita a segunda aplicação e três dias (72 horas) após a segunda aplicação foram contados os números de pulgões mortos e vivos. O terceiro ensaio foi conduzido em laboratório e o objetivo foi averiguar o potencial inseticida do extrato aquoso da A. americana. Os tratamentos foram concentrações de 0,125, 0,25, 0,375, 0,5 0,75 g/ml de extrato de piteira, o controle (água) e o tratamento controle com um inseticida comercial à base de deltrametrina (3 ml/l). Os tratamentos foram aplicados em discos de couve de seis cm de diâmetro contendo 20 insetos por disco. As análises foram feitas as 3, 6, 12, 24, 48 e 72 horas após aplicação dos tratamentos. As práticas e tecnologias sociais mais encontradas referem-se ao uso de extratos ou caldas de plantas utilizadas no controle de insetos, a compostagem, o manejo da vegetação espontânea. Estas tecnologias e práticas não agridem o ambiente e facilitam o trabalho sem comprometer a produção. Os espaços de socialização e intercâmbios que ocorreram com maior frequências versaram sobre estas práticas e tecnologias sociais. Os intercâmbios foram eficientes para se discutir e conhecer formas alternativas de manejo das hortas que facilitam o trabalho diário sem comprometer a produção. As limitações e problemas ambientais, econômicos e técnicos foram percebidos como oportunidades para gerar as novas práticas agroecológicas ou resgatar as que já foram utilizadas. As informações passadas dos pais aos filhos e as trocas de experiência entre os vários atores sociais possibilitam a criação e redesenho das práticas que podem ajudar no manejo das hortas. Os experimentos mostraram que a A. americana diminui a população de pulgões, sendo indicado o uso em hortas agroecológicas. Entretanto, na bibliografia consultada não foram encontradas muitas referências sobre o potencial inseticida da A. americana quando comparado com os trabalhos publicados sobre outras espécies de agaves, devendo ser, portanto objeto de aprofundamento em futuros estudos.Item Caracterização do Sistema de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) no Território do Caparaó, ES, entre os anos de 2006 e 2012(Universidade Federal de Viçosa, 2014-01-28) Alvarez, Célio Ricardo da Silva; Priore, Sílvia Eloiza; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766931D6; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723069A2; Sant anna, Luciana Ferreira da Rocha; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790445J0; http://lattes.cnpq.br/6432466115429216; Oliveira, Marcelo Leles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/9640368530350343; Ferrari, Jéferson Luiz; http://lattes.cnpq.br/5213847780149836; Gobbo, Sãmia D'angelo Alcuri; http://lattes.cnpq.br/7349631298641894Este trabalho teve como objetivo propor um instrumento capaz de caracterizar a implantação do sistema de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) no Território do Caparaó, ES, seguindo as diretrizes preconizadas pelo programa PAIS, que possibilite a descrição das unidades nas dimensões social, econômica e ambiental, bem como a caracterização dos contemplados, no período de 2006 a 2012. Neste sentido, realizou-se um censo abrangendo 33 unidades do sistema PAIS implantadas no período de 01/08/2006 a 30/06/2012 nos municípios de Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibitirama, Irupi e Iúna. Foi utilizado para a coleta de dados um questionário misto, estruturado de maneira a conhecer as características socioeconômicas, nutricionais e ambientais dos beneficiários do programa em função de sua implantação. No tratamento dos dados utilizou-se a planilha eletrônica de cálculos Calc, de código aberto e multiplataforma, do pacote BrOffice. Esses dados foram analisados de maneira descritiva, utilizando-se frequências absolutas e relativas. Todas as unidades PAIS estudadas foram mapeadas e tiveram suas coordenadas geográficas conhecidas por meio do uso de um receptor de NAVSTAR GPS (Navigation System by Time and Ranging Global Positioning System), modelo GPSmap 60CSx da Garmin e mapeadas com o auxílio do aplicativo computacional Spring, versão 5.2. Verificou-se na caracterização dos contemplados com o sistema PAIS que: 90,9 % dos beneficiários entraram no programa pela indicação da entidade gestora do programa no município; 93,9 % possuíam idade entre 20 a 59 anos; 72,7 % cursaram até o ensino fundamental; 51,5 % eram assentados; 72,7 % das famílias do estudo possuíam menos que cinco indivíduos; 78,8 % não recebiam assistência técnica e que 93,9 % dos agricultores entrevistados realizaram algum tipo de modificação ou adaptação na proposta do PAIS originalmente apresentada a eles pela entidade gestora. Na dimensão social, 90,9 % dos beneficiários disseram que melhorou a alimentação da família após a implantação do sistema e 69,7 % vendiam a produção excedente. A avaliação do estado nutricional dos beneficiários revelou que 52 % eram eutróficos, 46 % apresentavam excesso de peso e 2 % estavam no estado de magreza. Na dimensão econômica, 51,5 % das unidades PAIS possuíam entre 4 e 6 canteiros; 84,8 % dos beneficiários disseram que cultivavam o sistema PAIS durante o ano todo; 57,6 % disseram que tiveram alguma dificuldade em cultivar e manejar o sistema PAIS; 52,2 % vendiam seus produtos de 2 a 3 vezes por semana e 47,8 % obtinham renda mensal de até 1 salário mínimo. Na dimensão ambiental, 45,5 % utilizavam a compostagem; 57,6 % afirmaram que foi realizada a análise de fertilidade do solo antes da implantação do sistema PAIS; 72,7 % das respostas indicaram a existência de algum tipo de praga/doença no sistema e 97 % utilizavam caldas naturais e técnicas alternativas no combate a estas pragas/doenças. O instrumento elaborado permitiu analisar de maneira satisfatória a implantação do sistema PAIS no Território do Caparaó, ES, contemplando todas as dimensões propostas por sua teoria. Porém, fazem-se necessárias algumas mudanças no sentido de avaliar sua reprodutibilidade e validade para outras localidades em que o PAIS tenha sido implantado, por meio de indicadores específicos que meçam sua eficácia, partindo das variáveis apontadas neste estudo como fundamentais no processo de avaliação.Item Sistemas agroflorestais com café: fixação e neutralização de carbono e outros serviços ecossistêmicos(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-10) Oliveira, Ana Carolina Campanha de; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; Jacovine, Laércio Antonio Gonçalves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723889U0; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; http://lattes.cnpq.br/5975905451452104; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8Os sistemas agroecológicos emergem como adequados à promoção da sustentabilidade e fortalecimento da agricultura familiar. Dentre as práticas agroecológicas com o potencial de promover uma matriz sustentável a partir de aspectos socioeconômicos, ambientais e éticos, destacam-se os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Na região da Zona da Mata de Minas Gerais, os sistemas agroflorestais foram apontados como alternativa para enfrentar problemas crônicos relacionados à perda de qualidade do solo, à segurança alimentar e à diversificação da produção. Estes problemas ocorreram, principalmente, em consequência da adoção, a partir da década de 70, de políticas governamentais que incentivaram tecnologias baseadas na revolução verde . No município de Araponga, localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, SAFs com café foram implantados em processo de experimentação participativa hà quase 20 anos atrás, como alternativa para reverter o quadro de degradação observado nos agroecossistemas. Neste sentido, o presente estudo objetivou aprofundar as pesquisas relacionadas tanto ao desenho e função das espécies encontradas nos SAFs com café (Coffea arábica), quanto ao potencial de estoque de carbono destes agroecossistemas, com vistas a consolidá-los como promotores de serviços ecossistêmicos que contribuem tanto com a recuperação estrutural e funcional do bioma Mata Atlântica, quanto para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e para o fortalecimento da agricultura familiar. Para isto, estruturou-se a dissertação em quatro capítulos. O capíulo 1 tratou da introdução geral. No capítulo 2 buscou-se caracterizar os SAFs com café agroecológicos da Zona da Mata, em relação aos seus desenhos e entender de que forma estes desenhos favorecem na prestação de serviços ecossistêmicos. Esta caracterização envolveu tanto análises fitossociológicas sobre a densidade e diversidade de espécies e distribuição espacial e diamétrica das árvores, quanto análises sobre a função das espécies nos sistemas e os principais objetivos dos SAFs. No capítulo 3 avaliou-se os SAFs com café a partir da sua capacidade de estocar carbono. Neste sentido foi calculado o estoque de carbono da biomassa aérea de árvores e arbustos de sistemas agroflorestais com café a partir da utilização de diferentes metodologias visando encontrar um valor médio mais confiável para cada componente avaliado. No capítulo 4 foram apresentadas as considerações finais. Foram avaliados quatro SAFs com café no município de Araponga. Cada um destes sistemas apresentou objetivos e espécies arbóreas bem heterogêneas entre si. Dentre os principais objetivos dos SAFs destacaram-se a conservação e recuperação do solo, diversificação da produção (incluindo além da produção de café, a produção de alimentos e madeira para utilização dentro da propriedade) e a formação de quebra-vento para a lavoura. Os SAFs, em geral, apresentaram uma distribuição espacial das árvores agregada e possuem em média 180 árvores por hectare. Encontrou-se em média 20 espécies por SAF, distribuídas em 15 famílias botânicas. A diversidade florística avaliada nestes sistemas foi considerada alta, com índice de Shannon Weaver (H ) de 3,36 e Equabilidade de Pielou (J) de 0,81. A análise da estrutura diamétrica dos SAFs mostrou que 61% dos indivíduos arbóreos presentes se encontram distribuídos nas classes de diâmetro menores, que vão de 4,5 a 19,5 cm de DAP. Os principais usos das espécies arbóreas dos SAFs envolvem a utilização de madeira para lenha e contruções, produção de alimento e remédios caseiros, tanto para o homem quanto para animais e atração de fauna, com ênfase na utilização de espécies melíferas. Ao calcular o estoque de carbono nos componentes arbóreo e arbustivo dos SAFs, encontrou-se, em média 18,60 toneladas de carbono por hectare na biomassa arbórea, 6,80 toneladas de carbono por hectare na biomassa dos cafeeiros e 0,1 toneladas de carbono por hectare na biomassa das bananeiras, totalizando um estoque de carbono calculado para a biomassa acima do solo de 25,55 toneladas de carbono por hectare. Pode-se concluir que os SAFs além de oferecer uma produção diversificada fornecem inúmeros outros serviços ecossistêmicos contemplando tanto serviços de provisão, como serviços de suporte, de regulação e culturais. Além disso, constatou-se que SAFs com café apresentam diversidade de espécies comparável à áreas de florestas naturais. Quanto ao carbono, a incorporação de árvores ou arbustos em SAFs podem apresentar um estoque similar às áreas com vegetação natural e, aumentam, consideravelmente, o estoque de carbono em comparação com o café solteiro ou pastagens, contribuindo, assim, para a minimização da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera.