Agroecologia
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Item Efeito do extrato da casca do bacupari (Garcinia brasiliensis) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal em ratos Wistar obesos(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-23) Araújo, Fernanda de Oliveira; Martino, Hércia Stampini Duarte; http://lattes.cnpq.br/8976026918721325A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acumulo excessivo de gordura corporal. Os distúrbios metabólicos relacionados com a obesidade têm demonstrado promover inflamação sistêmica subclínica de baixo grau, que leva a alteração na composição da microbiota intestinal e na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que pode aumentar o estresse oxidativo, a inflamação e a homeostase energética dos indivíduos. A espécie Garcinia brasiliensis, conhecida popularmente como bacupari, produz frutos comestíveis, ricos em compostos bioativos, principalmente benzofenonas, flavonoides e xantonas, que possuem propriedades antifúngicas, anti-inflamatórias, antitumorais, antioxidantes e antiobesogênicas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do extrato etanoico da casca de bacupari (EEB) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal de ratos wistar obesos alimentados com dieta hiperlipídica. Ratos da linhagem Wistar, machos, adultos e obesos (n=24) foram randomizados em três grupos experimentais (n=8/grupo) e alocados em gaiolas individuais por oito semanas, divididos nos seguintes grupos: grupo controle normal (AIN-93M), grupo controle obeso (HFD) e o grupo teste obeso recebendo 300 mg por dia/animal de EEB adicionado à dieta hiperlipídica (BHFD). Avaliou-se a ingestão alimentar, medidas biométricas e, os índices de massa corporal e hepatossomático dos animais. O perfil de adipocinas (resistina e adiponectina) foi determinado no soro dos animais. No tecido hepático foram avaliadas as expressões dos genes, tais como: o fator nuclear kappa B (NF-kB), o receptor ativado por peroxissoma alfa (PPAR-ɑ), a carnitina palmitoil transferase alfa (CPT-1ɑ), a proteína de ligação ao elemento regulador de esteroides 1c (SREBP-1c) e receptor de adiponectina 2 (ADIPOR2), a proteína do choque térmico (HSP72) e a superóxido dismutase (SOD). Avaliou-se também os fatores de transcrição NF-kB por western blot e PPAR-ɑ por imunoensaio, a peroxidação de lipídios, a defesa antioxidante e a histomorfometria no fígado. A microbiota intestinal e a presença de ácidos graxos de cadeia curta foram avaliados nas fezes. O Coeficiente de eficiência alimentar (CEA), o peso final e o índice de massa corporal (IMC) do grupo controle obeso foram maiores (p<0,05) em relação ao tratado com bacupari. O peso do fígado e o índice hepatossomático foram menores (p<0,05) no BHFD em relação ao grupo HFD. Em relação aos níveis séricos das citocinas pró-inflamatórias resistina reduziu (p<0,05) e adiponectina aumentou (p<0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A expressão dos genes NF-kB, PPAR-ɑ e ADIPOR2 foram menores (p<0,05) e CPT-1ɑ, HSP72 e SREBP-1c foram semelhantes (p>0,05) no grupo tratado com bacupari em relação ao controle normal. A banda formada pela identificação de NF-kB foi menor no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. As concentrações de malondialdeído, óxido nítrico e superóxido dismutase foram menores (p<0,05), a catalase foi maior (p<0,05) e a glutationa tranferase semelhante (p>0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A histologia dos tecidos hepáticos confirmou o efeito antioxidante do EEB ao reduzir o percentual de gordura hepática e o diâmetro dos núcleos no grupo BHFD em relação ao HFD (p<0,05). Para microbiota intestinal houve redução (p<0,05) da abundância do Filo Firmicutes, aumento do Filo Proteobacterias e do ácido propiônico no grupo BHFD em relação ao HFD. O presente estudo demonstrou que o extrato etanoico da casca de bacupari tem efeito protetor no estresse oxidativo, na inflamação e na esteatose hepática, além de modular positivamente a microbiota intestinal, em ratos obesos alimentados com dieta hiperlipídica.Item Levantamento e investigação do valor nutricional de hortaliças não convencionais na zona rural de Viçosa, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-31) Barreira, Tibério Fontenele; Sant’Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/9063088916663597Estudos etnobotânicos são ferramentas importantes para somar conhecimento sobre a flora local e seus diversos usos, contribuindo com a valorização dos recursos locais e informações para o desenho de sistemas agroalimentares de base agroecológica. O valor nutricional de muitos alimentos regionais ainda é desconhecido, podendo estes representar alternativa promissora, contribuindo significativamente na melhoria da alimentação e no aporte nutricional, especialmente dos agricultores e de suas famílias. O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento etnobotânico de hortaliças folhosas não convencionais na zona rural do município de Viçosa, Minas Gerais, MG e investigar o valor nutricional das espécies mais citadas. O estudo 1 foi realizado no período de outubro a dezembro de 2012 por meio de entrevistas semi- estruturadas e observação participante, totalizando 9 comunidades rurais. O número amostral (n=20) foi definido em campo por amostragem não- probabilística. As espécies foram coletadas junto aos informantes e, posteriormente, foi realizada a identificação botânica. Ao todo participaram da pesquisa 20 informantes (12 homens e 8 mulheres), com idade média de 73 anos, sendo a maioria (75%) composta por idosos acima de 65 anos. Oitenta por cento dos informantes residem nas localidades rurais há mais de 30 anos. Ao todo foram identificadas 37 hortaliças não convencionais, pertencentes a 20 famílias botânicas, sendo a família Asteraceae a mais representativa. 54,05% das espécies citadas foram classificadas como coletadas e, 45,95% como cultivadas. Obteve-se índice de diversidade Shannon-Wiener de 1,39 (Base 10) e 3,21 (Base e) e de equidade de Pielou de 0,89, indicando que o conhecimento está uniformemente distribuído na comunidade. No estudo 2 investigou-se o valor nutricional das espécies com maior frequência relativa de citação (acima de 40%): capiçova (Erechtites valerianaefolia (Wolf) DC.), mostarda silvestre (Sinapis arvensis L.), ora-pró-nóbis (Pereskia aculeata Mill.), serralha do mato (Sonchus oleraceus L.), serralha espinhenta (Sonchus asper (L.) Hill) e serralha lisa (Sonchus arvensis L.). Os teores de umidade e cinzas foram determinados em estufa e mufla, respectivamente. As proteínas foram analisadas pelo método micro-Kjeldhal, a fibra alimentar total pelo método gravimétrico não enzimático e os lipídios em extrator Soxhlet. Foram analisados os teores de Ca, Mg, Cu, Mn, Fe, Zn, Cr, Na, Se, K, e Mo por espectrometria de emissão atômica em plasma indutivamente acoplado (ICP-AES). Vitamina C e carotenoides foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), com detecção por arranjos de diodos e a vitamina E por CLAE, com detecção por fluorescência. O teor de fibra alimentar total variou entre 2,82 g 100g -1 (ora-pró-nóbis) e 4,38 g 100g -1 (serralha espinhenta). O valor energético total variou de 16,29 a 33,49 kcal 100g -1 (serralha lisa e ora-pró-nóbis, respectivamente). As hortaliças analisadas foram consideradas fonte (mostarda silvestre e ora-pró-nóbis), boa fonte (capiçova, serralha do mato e serralha espinhenta) e excelente fonte (serralha lisa) de fibras. As três variedades de serralha foram consideradas fontes de proteínas. O maior teor de carotenoides foi encontrado na serralha espinhenta (5,58 mg 100g -1 ). O teor de vitamina E foi maior na ora-pró-nóbis (438,58 µg 100g -1 ). A ora-pró-nóbis apresentou os maiores teores de Ca, Mg, Mn, Se e K (427,08; 88,84; 3,46; 0,13 e 689,41 mg 100g -1 , respectivamente). As hortaliças avaliadas foram consideradas fontes importantes de minerais, com destaque para Fe e Se, sendo que todas as hortaliças analisadas foram avaliadas como excelentes fontes. A serralha lisa e a espinhenta foram consideradas excelentes fontes de Cr e a capiçova de Mo. Ora-pró-nóbis e as três variedades de serralha foram consideradas fontes de Mg. A mostarda silvestre e as três variedades de serralha foram consideradas boas fontes de Ca, enquanto que a ora-pró-nóbis foi avaliada como excelente fonte deste mineral. Verificou-se neste estudo que a população rural do município de Viçosa ainda preserva bom conhecimento sobre hortaliças folhosas não convencionais. Devido ao seu valor nutricional, a ingestão dessas hortaliças pode contribuir na melhoria da alimentação dos agricultores e de suas famílias. Além disso, o valor nutricional destas hortaliças deve ser amplamente divulgado e seu consumo estimulado.Item Valor nutricional de hortaliças não convencionais preparadas por agricultores familiares de acordo com seus hábitos e culturas alimentares(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-29) Oliveira, Heliane Aparecida Barros de; Sant’Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/9203973009404231A presente pesquisa, realizada entre os meses de fevereiro a dezembro de 2015, foi dividida em dois estudos. O estudo 1 investigou os hábitos e culturas alimentares no consumo de hortaliças não convencionais (HNC) (mostarda, serralha, capiçova e ora-pro-nobis) por agricultores familiares e o perfil dos agricultores familiares que as preparam. Para tanto, aplicou-se aos agricultores familiares, pertencentes a seis comunidades rurais do município de Viçosa, MG um questionário semiestruturado. Os dados obtidos foram analisados utilizando estatística descritiva. Ao todo participaram da pesquisa oito agricultores, sendo a maioria do gênero feminino (88%), idosos acima de 60 anos (75%), casados (38%), aposentados (63%), com ensino fundamental incompleto (100%) e residência própria (88%). Verificou-se que o consumo e o conhecimento sobre o preparo das HNC foram adquiridos dos pais e avós e repassados aos filhos e netos, incentivados pelo seu valor nutricional e medicinal. As HNC são consumidas, em média, três vezes por semana. As técnicas de preparo entre os agricultores são similares, indicadas pelos fatores de correção e de cocção semelhantes. A mostarda, serralha e capiçova são preparadas por calor seco e o ora-pro-nobis, por cocção mista, sendo utilizado, na maioria das vezes, fogão à lenha para preparação. Observou-se adição de óleo vegetal e sal além das recomendações nutricionais. No estudo 2, analisou-se o valor nutricional das HNC mais consumidas na zona rural de Viçosa, MG (mostarda, serralha, capiçova e ora-pro-nobis). As HNC foram analisadas cruas e após técnicas de preparação utilizadas rotineiramente pelos agricultores (cocção por calor seco ou misto). Foram realizadas análises da composição centesimal (umidade, cinzas, proteínas, lipídios e carboidratos totais), vitamina C, vitamina E, carotenoides, compostos fenólicos totais e minerais (Ca, Mg, Mn, Zn, Fe, Cu, P e K). O valor energético total variou de 47 a 78 kcal 100 g -1 nas HNC preparadas. A vitamina C não foi encontrada nas HNC cruas e preparadas. Após cocção, ocorreu aumento (p < 0,05) da concentração de compostos antioxidantes (compostos fenólicos totais, carotenoides e vitamina E) nas quatro HNC estudadas. A concentração de carotenoides e vitamina E de foi maior na mostarda preparada (7,46 mg 100 g -1 e 8,41 µg 100 g -1 , respectiva- mente). A cocção promoveu redução na concentração dos minerais pesquisa- dos (p < 0,05) nas quatro HNC estudadas A ora-pro-nobis preparada apresen- tou as maiores concentrações de magnésio e cálcio (77,4 mg 100 g -1 e 408 mg 100 g -1 , respectivamente); a mostarda preparada apresentou a maior concen- tração de fósforo (448,60 mg 100 g -1 ), a serralha, uma maior concentração de potássio (256 mg 100 g -1 ) e a capiçova a maior concentração de ferro, manga- nês e cobre (70,6, 1,71 e 0,08 mg 100 g -1 , respectivamente). Segundo as reco- mendações nutricionais, com base em uma dieta de 2.000 kcal, as HNC consumidas pelos agricultores familiares e analisadas nesse estudo foram consideradas “fontes” ou com “alto conteúdo” de Ca, Mn, P e Fe e possuem baixa concentração de proteína e baixo valor energético total. Entretanto, a concentração de lipídios ficou acima das recomendações nutricionais. Em conclusão, embora a cocção promova algumas alterações, as HNC são exce- lentes fontes de vitaminas e minerais e podem contribuir com a diversificação alimentar de agricultores e de suas famílias. Esses resultados podem contribuir para o resgate, valorização e perpetuação dos hábitos e culturas alimentares dos agricultores e suas famílias em relação às HNC, além de contribuir para caracterização nutricional das HNC na forma como são consumidas pelas comunidades rurais, podendo ser inseridos em Tabelas Brasileiras de Composição de Alimentos.Item Nutrientes, compostos bioativos, características biométricas e físico-químicas de pitaia e kinkan coletados em Viçosa, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-28) Souza, Clarice Silva e; Sant’Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/8413249903757529A pitaia (Hylocereus sp.) e o kinkan (Fortunella margarita) são frutos exóticos, de fácil manejo cultivo e vêm despertando o interesse na comercialização devido ao seu alto valor agregado. Visando contribuir com o conhecimento desses frutos, o presente estudo teve como objetivo investigar as características biométricas, composição físico-química, nutrientes e compostos bioativos de duas espécies de pitaia (branca e rosa) e kinkan. A composição centesimal foi analisada segundo a AOAC (2012). Os elementos químicos foram determinados por espectrometria de emissão óptica em plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Vitamina C, vitamina E, carotenoides, flavonoides e antocianinas foram analisados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Compostos fenólicos totais foram analisados pelo método de Folin-Ciocalteu e a capacidade antioxidante pelo radical DPPH (1,1- difenil-2-picrilhidrazila). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC), com quatro repetições. Os dados obtidos para pitaia foram submetidos à análise de variância e ao teste t de Student a 5% de probabilidade. Para análise dos dados do kinkan utilizou-se estatística descritiva (média ± desvio-padrão). A pitaia branca e rosa diferiram quanto ao comprimento, pH e sólidos solúveis (p<0,05). Não houve diferença (p>0,05) na composição centesimal entre as duas espécies de pitaia. A umidade nos frutos de pitaia foi de 85%; os frutos tiveram baixa concentração de lipídios (0,41 g.100g -1 ), proteínas (0,42 g.100g -1 ); elevada concentração de carboidratos (12,16 g.100g -1 ) e baixo valor energético (52,80 kcal.100g -1 ). A concentração de vitamina E total foi maior (p<0,05) em pitaia rosa (140,76 µg.100g -1 ). Maior concentração (p<0,05) de α-caroteno foi detectada na pitaia branca (110,21 µg.100g - ). Apenas na pitaia rosa foi encontrado o flavonoide eriodictiol e antocianinas. Ambas as pitaias se mostraram fontes de carboidratos, fibras e Mg. A pitaia branca é boa fonte de Mn e a pitaia rosa excelente fonte de Mn para mulheres e homens adultos. A concentração de compostos fenólicos totais nas duas espécies foi similar (p>0,05). A pitaia rosa teve maior capacidade antioxidante (36,41%) (p<0,05) que a branca. Para o kinkan (casca + polpa) o pH foi de 2,73, 16,41 Brix e baixo valor energético (61,06 kcal.100g -1 ). O fruto é fonte de proteína e boa fonte de fibra alimentar total e de vitamina A. A concentração de ácido ascórbico foi de 2326,23 μg.100g -1 . Entre os componentes de vitamina E, o mais expressivo foi o α-tocotrienol (569,00 μg.100g -1 ). O carotenoide mais expressivo no kinkan foi α-caroteno (661,81 μg.100g -1 ). Dentre os flavonoides, a apigenina teve maior concentração no kinkan (38157,30 μg.100g -1 ). O teor de compostos fenólicos totais no kinkan foi de 98,55 mg GAE.100g -1 , além de boa capacidade antioxidante (62%). Assim, a pitaia branca e rosa e o kinkan são frutos que podem auxiliar na complementação da ingestão de nutrientes e compostos bioativos, contribuindo para a soberania alimentar e nutricional das famílias agrícolas, além de possuírem alto valor agregado, podendo contribuir como fonte de renda.Item Efeito do extrato da casca do bacupari (Garcinia brasiliensis) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal em ratos Wistar obesos(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-23) Araujo, Fernanda Oliveira; Martino, Hércia Stampini Duarte; http://lattes.cnpq.br/8976026918721325A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acumulo excessivo de gordura corporal. Os distúrbios metabólicos relacionados com a obesidade têm demonstrado promover inflamação sistêmica subclínica de baixo grau, que leva a alteração na composição da microbiota intestinal e na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que pode aumentar o estresse oxidativo, a inflamação e a homeostase energética dos indivíduos. A espécie Garcinia brasiliensis, conhecida popularmente como bacupari, produz frutos comestíveis, ricos em compostos bioativos, principalmente benzofenonas, flavonoides e xantonas, que possuem propriedades antifúngicas, anti-inflamatórias, antitumorais, antioxidantes e antiobesogênicas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do extrato etanoico da casca de bacupari (EEB) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal de ratos wistar obesos alimentados com dieta hiperlipídica. Ratos da linhagem Wistar, machos, adultos e obesos (n=24) foram randomizados em três grupos experimentais (n=8/grupo) e alocados em gaiolas individuais por oito semanas, divididos nos seguintes grupos: grupo controle normal (AIN-93M), grupo controle obeso (HFD) e o grupo teste obeso recebendo 300 mg por dia/animal de EEB adicionado à dieta hiperlipídica (BHFD). Avaliou-se a ingestão alimentar, medidas biométricas e, os índices de massa corporal e hepatossomático dos animais. O perfil de adipocinas (resistina e adiponectina) foi determinado no soro dos animais. No tecido hepático foram avaliadas as expressões dos genes, tais como: o fator nuclear kappa B (NF-kB), o receptor ativado por peroxissoma alfa (PPAR-ɑ), a carnitina palmitoil transferase alfa (CPT-1ɑ), a proteína de ligação ao elemento regulador de esteroides 1c (SREBP-1c) e receptor de adiponectina 2 (ADIPOR2), a proteína do choque térmico (HSP72) e a superóxido dismutase (SOD). Avaliou-se também os fatores de transcrição NF-kB por western blot e PPAR-ɑ por imunoensaio, a peroxidação de lipídios, a defesa antioxidante e a histomorfometria no fígado. A microbiota intestinal e a presença de ácidos graxos de cadeia curta foram avaliados nas fezes. O Coeficiente de eficiência alimentar (CEA), o peso final e o índice de massa corporal (IMC) do grupo controle obeso foram maiores (p<0,05) em relação ao tratado com bacupari. O peso do fígado e o índice hepatossomático foram menores (p<0,05) no BHFD em relação ao grupo HFD. Em relação aos níveis séricos das citocinas pró-inflamatórias resistina reduziu (p<0,05) e adiponectina aumentou (p<0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A expressão dos genes NF-kB, PPAR-ɑ e ADIPOR2 foram menores (p<0,05) e CPT-1ɑ, HSP72 e SREBP-1c foram semelhantes (p>0,05) no grupo tratado com bacupari em relação ao controle normal. A banda formada pela identificação de NF-kB foi menor no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. As concentrações de malondialdeído, óxido nítrico e superóxido dismutase foram menores (p<0,05), a catalase foi maior (p<0,05) e a glutationa tranferase semelhante (p>0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A histologia dos tecidos hepáticos confirmou o efeito antioxidante do EEB ao reduzir o percentual de gordura hepática e o diâmetro dos núcleos no grupo BHFD em relação ao HFD (p<0,05). Para microbiota intestinal houve redução (p<0,05) da abundância do Filo Firmicutes, aumento do Filo Proteobacterias e do ácido propiônico no grupo BHFD em relação ao HFD. O presente estudo demonstrou que o extrato etanoico da casca de bacupari tem efeito protetor no estresse oxidativo, na inflamação e na esteatose hepática, além de modular positivamente a microbiota intestinal, em ratos obesos alimentados com dieta hiperlipídica.Item Uma nova abordagem para a pesquisa entomológica em cultivos agroecológicos(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-28) Francez, Aline Corrêa Coelho e; Janssen, Arnoldus Rudolf Maria; http://lattes.cnpq.br/1847004177191356A agroecologia busca o desenvolvimento de novos conhecimentos para contribuir na transição da agricultura atual para uma forma mais sustentável. Este desenvolvimento precisa considerar os saberes das famílias agricultoras que, a partir das observações e experimentações, adquirem conhecimentos valiosos para o manejo de seus agroecossistemas. Para isto, é preciso identificar e sistematizar este conhecimento, buscando a complementariedade entre o conhecimento científico e popular. A sistematização deve resultar em hipóteses e perguntas que servem como base de pesquisa científica. O primeiro capítulo é uma sistematização das experiências de manejo de uma horta agroecológica por uma família agricultora. O objetivo específico foi identificar e descrever as técnicas de manejo incluindo, dentre outros, os consórcios realizadas na horta. Para a sistematização do conhecimento da família em relação à horta foram realizadas 25 vivências durante nove meses. A sistematização indicou 43 espécies de plantas presentes na área da horta, entre elas plantas alimentícias, medicinais e espontâneas, de hábitos herbáceos, arbustivos e arbóreos. A sistematização indicou também que a família consorciava mostarda silvestre com couve para controlar o herbívoro áptero Myzus persicae. Este consórcio foi pesquisado e apresentado no segundo capítulo desta dissertação. Foi avaliada a atração de M. persicae pela couve (Brassica oleracea L.) e pelas espécies de mostarda comercial (Brassica juncea) e silvestre (Brassica nigra). O estudo mostrou que o pulgão M. persicae era atraído principalmente pela espécie da mostarda comercial, quando comparada com a couve e com a mostarda silvestre, ao contrário do indicado pelo agricultor. Entretanto, esta conclusão não é definitiva, já que outros fatores que influenciam a preferência do herbívoro não foram testados. A abordagem utilizada nesta pesquisa é promissora, pois a elaboração de questões de pesquisa a partir da vivência com as famílias agricultoras pode facilitar o reconhecimento dos saberes dos agricultores e a aceitação das práticas deles pelos cientistas, o que pode contribuir para tornar a investigação científica mais útil para a agricultura familiar.Item As sementes crioulas e as estratégias de conservação da agrobiodiversidade(Universidade Federal de Viçosa, 2019-06-10) Elteto, Yolanda Maulaz; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/9901844940132475A sementes crioulas são importantes, tanto para conservação da agrobiodiversidade, quanto para sobrevivência das comunidades tradicionais e dos agricultores(as) familiares que as conservam. Isso por que elas conservaram uma ampla diversidade genética e significam segurança alimentar, autonomia, tradição, legado e cultura para essas populações. A conservação dessas sementes é ameaçada quando as populações que as conservam se encontram vulneráveis as pressões exercidas pelos interesses ligados aos negócios agrícolas, as mudanças climáticas e a degradação dos agroecossistemas. As leis construídas, mesmo que por meio de reinvindicações civis, não asseguram a proteção dessas sementes por que as colocam na lógica do mercado e corrompem as dinâmicas sociais que asseguram a sua reprodução. O caso das variedades crioulas de milho é mais latente, por que elas e os guardiões que conservam as sementes delas, têm sofrido com a contaminação (fluxo gênico) por pólen das variedades comerciais transgênicas e isso, entre outros pontos negativos, promove a perda genética das variedades, estreita a base alimentar, causa a perda de conhecimentos importantes e coloca em risco a agrobiodiversidade e as populações que conservam as sementes crioulas. Do ponto de vista científico, as informações sobre a atual diversidade conservada in situ-on farm ainda são poucas perante a relevância que ela tem para a agrobiodiversidade e as populações humanas. Diante disso, essa pesquisa foi desenvolvida com os objetivos de i) analisar a agrobiodiversidade conservada por agricultores(as) familiares agroecológicos, considerados guardiões(ãs) da agrobiodiversidade da Zona da Mata mineira; ii) investigar os desafios e as estratégias de conservação desenvolvidas por eles(as); iii) caracterizar fenotipicamente a diversidade de variedades crioulas de milho para apoiar a classificação de raças de milho que existem na região; iv) analisar os seus usos, manejos e ambientes de cultivo e v) identificar fluxo gênico entre milho OGM e variedades crioulas e as estratégias de proteção e escape potenciais da região. O intuito foi contribuir com o estado da arte sobre a agrobiodiversidade conservada in situ-on farm na região e levantar informações para traçar estratégias capazes de mitigar a erosão genética que esta ocorrendo. Por meio do acompanhamento de 16 trocas de sementes, da realização de 31 entrevistas semiestruturadas, 46 visitas as propriedades dos agricultores(as) e, da participação direta de 320 agricultores(as), provenientes de 12 municípios da Zona da Mata mineira, foi possível listar 854 variedades crioulas diferentes que são intercambiadas na região da Zona da Mata mineira. Essas variedades foram classificadas em 102 famílias e 363 espécies botânicas, sendo que a frequência de aparição de cada uma variou entre uma e 22 vezes. As variedades de uso alimentar que compõem os hábitos regionais de consumo foram as mais frequentes. Isso se deve ao fato de que as famílias agricultoras consideram uma multiplicidade de usos e qualidades para a conservação in situ-on farm, dentre elas qualidades organolépticas, agronômicas, características fenotípicas, questões socioculturais, conservacionistas e relacaionas a aspectos afetivos. Os usos e as qualidades observadas pelas famílias justificam o porquê de elas continuarem a conservar as sementes crioulas. As famílias guardiãs das sementes crioulas entrevistadas acessam Políticas Públicas e participam da Rede de Agroecologia da Zona da Mata mineira e de diversas organizações sociais que auxiliam, direta ou indiretamente a construção da Agroecologia, a realização das trocas de sementes e a conservação da agrobiodiversidade local. Elas cultivam uma diversidade significativa (entre 105 a 247 variedades crioulas/propriedade) em pouco espaço, que compreende propriedades que tem entre 0,11 a 40 ha. A gestão e a responsabilidade da conservação e dos cultivos das sementes crioulas intercambiadas é de toda a família. Porém foi destacada a participação expressiva de jovens e mulheres nos Intercâmbios Agroecológicos, especialmente nas trocas de sementes, o que é um indicador de que esses momentos são estratégicos para a conservação das sementes crioulas e dos saberes vinculados a elas. Para a conservação, além das estratégias de organização dos agricultores e de intercâmbios das sementes, as famílias utilizam estratégias de seleção, tratamento e armazenamento das sementes, algumas são especificidades locais, como o “paiol do chão” e o “feijão de doido”, outras já tem uso generalizado e reconhecido, como o armazenamento em garrafa PET. Pelo levantamento e coleta de amostras (espigas de milho) de 102 variedades crioulas de milho, foi possível caracterizar fenotipicamente as variedades de milho Pipoca, Doce e Maisena que até então não haviam sido registradas no estado de Minas Gerais, além de encontrar variedades de milho que apresentam características que se aproximam das raças de milho Cateto e Cristal que tiveram a sua presença registrada em Minas Gerais na década de 1970.As 102 variedades crioulas de milho coletadas são denominadas por 48 nomes locais distintos que correlacionam com a significativa variabilidade genética que elas possuem. Das 102 variedades crioulas de milho coletadas, 88 são de milho comum/farináceo/doce/tunicado e 14 de milho pipoca. Sobre essas variedades foram identificados 46 e 67 grupos morfológicos de espigas e grãos, respectivamente e, a predominância de variedades com espigas cônicas- cilíndricas, com grãos de cor capa alaranjados, dentados, com arranjo de fileiras regular e cor do sabugo branco, para os milhos comuns. E espigas cônicas-cilíndricas, com grãos de cor branca, pontiagudos, pequenos, com arranjo de fileiras regular e cor do sabugo branco, para os milhos pipoca. Os Índices de Shannon (H’) e Equabilidade de Pielou (J’) calculados sobre a diversidade de nomes locais (3,53 e 0,91), de grupos morfológicos de espigas (2,84 e 0,74) e grãos (4,08 e 0,97), além dos calculados separadamente para cada característica fenotípica analisada, revelam que a diversidade de milhos existente na Zona da Mata é expressiva e bem distribuida. O principal desafio colocado pelos agricultores(as) em continuar conservando essa diversidade de variedades crioulas de milho é a coexistência com os cultivos transgênicos, pois esses estabelecem fluxo gênico com as variedades crioulas de milho e tiram a autonomia das famílias sobre as suas sementes. Os testes de detecção de presença de transgenes (DAS- ELISA e PCR) foram realizados em 24 variedades crioulas, com resultado positivo para duas variedades, alertando sobre a necessidade de proteger a região e os guardiões dessa agrobiodiversidade. Essa região, como tantas outras no mundo, é extremamente importante para a humanidade pela diversidade que possui. Para proteger ela e os guardiões da agrobiodiversidade que vivem nela, se faz necessário traçar estratégias para garantir que o processo de conservação in situ-on farm continue acontecendo concomitante com os processos de conservação ex situ, que pode e deve ser usado de forma complementar, para assegurar aos agricultores(as) frente aos riscos de perda das suas variedades crioulas. As famílias agricultoras prestam um importante serviço para a sociedade, que é crucial na garantia da produção de diversidade e qualidade de alimentos. Portanto garantir os seus direitos, é garantir as possibilidades de que as espécies vegetais e os usos vinculados a elas sejam mantidos e conservados, também é garantir as possibilidades para que novas espécies, variedades, conhecimentos e usos, possam ser descobertos. Além de garantir as condições para a geração de autonomia, de segurança alimentar e reprodução cultural, religiosa, social e econômica, tanto para as famílias agricultoras, quanto para toda a sociedade.Item (In) visibilidade dos agrotóxicos na saúde integral de mulheres rurais(Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-02) Fernandino, Sophia Sol Garcia; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/1184275667060126Os acordos particulares em relação ao uso de agrotóxicos, principal pilar do agronegócio brasileiro, geram impactos à saúde integral de mulheres rurais que não os aplicam. A partir da década de 70, o Brasil passou a usar agrotóxicos em larga escala, quando estes foram incluídos nos financiamentos agrícolas. Desde então, diversas políticas têm impulsionado a crescente produção agrícola no país e o modelo de desenvolvimento cada vez mais dependente de agrotóxicos. Diante do uso intensivo, a saúde das pessoas (produtores, trabalhadores, consumidores) fica prejudicada, com risco potencial de contaminação principalmente nos homens, pois são eles os mais intoxicados pela exposição ocupacional. Porém, as mulheres que não aplicam agrotóxicos não estão livres da exposição, como em momentos da lavagem de roupas contaminadas, por morar perto dos locais de aplicação ou quando os resíduos de agrotóxicos são transportados para casa nos calçados, roupas e na própria pele do aplicador. Estudos apresentaram associação entre exposição a agrotóxicos e malefícios à saúde da mulher – predisposição ao câncer de mama, de tireoide e de ovário, Doença Renal, Diabetes, Síndrome do Ovário Policístico, endometriose, degeneração na retina, entre outros. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar os agravos à saúde integral de mulheres rurais conforme situação de exposição aos agrotóxicos. Foi um estudo transversal, sendo os sujeitos da pesquisa 37 mulheres que residem no setor rural, de uma cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, que não aplicam agrotóxicos, mas que possuem contato domiciliar ou não dependendo da situação de exposição. Foram aferidas medidas antropométricas, avaliação da composição corporal pelo DEXA, exames bioquímicos relacionados à contaminação com agrotóxicos e à saúde geral e avaliação conjunta de dados das condições de saúde atual, pregressa e familiar, bem como práticas cotidianas que são consideradas possíveis formas de contaminação por agrotóxicos. A situação de exposição aos agrotóxicos e o tempo que as mulheres estiveram em contato residencial com essas substâncias não permitem a inferência direta, de causa-efeito, mas algumas relações foram encontradas, como a função de lavagem de roupas contaminadas pela maioria das mulheres que se caracteriza como exposição direta, excesso de peso na maioria delas e alterações bioquímicas que sugerem hipóteses em relação à situação de exposição pregressa ou atual. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O retorno foi dado a todos participantes da pesquisa, de forma individual quanto à avaliação do estado nutricional, dosagens bioquímicas e da composição corporal, além de oficinas para harmonizar a saúde de forma integral. Mais estudos que contemplem a situação de invisibilidade das mulheres rurais expostas aos agrotóxicos são necessários para ampliar a discussão incipiente sobre a temática.Item Atividade microbiológica promove o crescimento de milho e a qualidade do solo(Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-31) Figueiredo, Naiara Oliveira; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://lattes.cnpq.br/5331121025875595A boa qualidade do solo é uma característica desejável, pois garante que ele cumpra suas funções básicas, dentre as quais se destaca a produção de alimentos. Nos solos tropicais, uma limitação à qualidade do solo é o presumido baixo teor de P, em função dos altos níveis de adsorção deste nutriente. A partir da generalização que os solos brasileiros são pobres em P, altas doses de fertilizantes inorgânicos têm sido aplicadas para buscar suprir as necessidades das plantas. Porém, um manejo de solo que vise aumentar o teor de matéria orgânica e favorecer a atividade microbiológica pode aumentar a disponibilidade de P para as plantas a partir de formas menos lábeis, sem a necessidade de tantos insumos externos e com impactos positivos no desenvolvimento e produção vegetal. Amostras de solo de uma propriedade agroecológica foram utilizadas, e de um de horizonte B representando um solo degradado. No primeiro experimento avaliou-se o efeito da eliminação da microbiota nativa via autoclavagem sobre a qualidade do solo, absorção de P e desenvolvimento e produção de plantas de milho. No segundo experimento avaliou-se o efeito da adição de matéria orgânica e de matéria orgânica combinada com microrganismos eficientes (EM) sobre as mesmas variáveis no horizonte B. Todos os materiais foram incubados por 30 d e, seguidamente, plantas de milho foram cultivadas por 50 d em casa de vegetação. Durante o cultivo foi avaliada a altura das plantas. Após o cultivo, amostras de solo foram coletadas para análises físicas, químicas e microbiológicas, e as plantas mensuradas e colhidas para a determinação da biomassa e dos teores de nutrientes acumulados. Os tratamentos nos dois experimentos pouco afetaram a qualidade física e química dos solos. Ainda que a autoclavagem estivesse presente em ambos os experimentos, o procedimento adotado na avaliação da comunidade microbiológica não foi capaz de diagnosticar, no geral, expressivas diferenças dos tratamentos, em termos da presença, diversidade, dominância e riqueza de diferentes grupos de bactérias, fungos e fungos micorrízicos arbusculares analisadas. A manutenção da comunidade nativa de microrganismos garantiu maior altura, acúmulo de P e produção de biomassa das plantas de milho. O cultivo vegetal também indicou que a simples adição de matéria orgânica em solos de baixa fertilidade ou degradados não garantiu incrementos comparáveis ao seu uso combinado com a adição de EM nas mesmas variáveis altura, acúmulo de P e produção de biomassa. Os resultados confirmam a importância da preservação da microbiota nativa do solo e do potencial do uso de coquetéis de microrganismos em solos degradados para incrementar a produtividade vegetal. Também revelam que apenas a adição de matéria orgânica não garante maior produtividade das plantas em solos de baixa fertilidade ou degradados, ou sem condições adequadas para a atividade microbiológica, ou ainda com restrições impostas pelo uso de biocidas (agrotóxicos).Item Avaliação agronômica e índices de eficiência de um consórcio de hortaliças da agricultura sintrópica(Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-03) Oliveira, Leonardo Abud Dantas de; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://lattes.cnpq.br/0456608880368651O consórcio de hortaliças é uma prática agroecológica que possibilita uma agricultura mais sustentável. A avaliação do desempenho agronômico e dos índices de eficiência tornam-se importantes ferramentas para entender e avaliar os benefícios da consorciação. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o consórcio de olerícolas utilizado na agricultura sintrópica. O experimento foi conduzido no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, no período de julho a novembro de 2018. O consórcio foi composto por cinco culturas: rabanete, alface, brócolos, milho- verde e tomate. Para cada cultura do consórcio foram implantados dois cultivos solteiros; um cultivo manteve, para cada cultura, o mesmo arranjo e densidade populacional do consórcio, e o outro utilizou o arranjo e a densidade populacional recomendada comercialmente para cada cultura. Foram avaliadas características agronômicas de cada cultura, nos três sistemas de cultivo, e os resultados comparados por contrastes. Para gerar os índices de eficiência do consórcio utilizou-se, como comparação, apenas o sistema de cultivo solteiro com espaçamento comercial. Foram gerados os seguintes índices de eficiência do consórcio: índice de produtividade relativa (PR), índice de uso equivalente de terra (UET), índice de equivalência relativa de área/tempo (ERAT), índice de equivalência de colheita por área (RECA), índice de relação de desempenho da cultura (RDC) e índice de perda ou ganho real de rendimento (PGRR). Todas as culturas componentes do consórcio, com exceção do rabanete, expressaram diferentes níveis de competição comparados ao cultivo solteiro com mesmo espaçamento e arranjo do consórcio. A alface teve redução em 20,82% na produtividade; brócolo 31,80%; milho-verde 14,69% e tomate redução de 44,81%. Este resultado indica que houve competição interespecífica entre as culturas componentes do consórcio. Embora, individualmente, os rendimentos das culturas tenham sido menores no consórcio, os resultados obtidos pelos índices de eficiência do consórcio foram positivos. Os índices UET, ERAT, e RECA geraram valores de 2,55, 1,42 e 1,97, respectivamente. O índice PR indicou que o brócolo teve desempenho agronômico similar ao cultivo solteiro com espaçamento comercial, devido ao efeito populacional do consórcio. Os índices RDC e PGRR indicaram que o rabanete no consórcio teve melhor desempenho agronômico quando comparado ao cultivo solteiro com espaçamento comercial e que o milho-verde teve rendimento similar ao cultivo solteiro com espaçamento comercial. Os valores dos índices avaliados indicam que o consórcio foi mais vantajoso no uso da terra, proporcionando maior rendimento agronômico, por área equivalente, quando comparado ao cultivo solteiro com espaçamento comercial.