Agroecologia
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Item Feira de agricultura familiar eeconomia solidária: implementação, desenvolvimento e situação de (in) segurança alimentar e nutricional das famílias expositoras(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-19) Silva, Raquel Nunes; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/5744806012965014As feiras são os espaços mais antigos de comercialização e existem desde 2000 a.C. No Brasil elas existem desde o início da colonização portuguesa e constituem importantes espaços de criação de relações sociais e troca de conhecimentos entre consumidores e agricultores e entre os próprios agricultores. Objetivou-se caracterizar a implementação e desenvolvimento de uma Feira de Agricultura Familiar e Economia Solidária em Viçosa/Minas Gerais, como também a situação de (In) Segurança Alimentar e Nutricional das famílias que comercializam hortifrúti. Realizou-se o estudo em duas etapas, sendo uma descritiva e outra uma avaliação com as famílias dos expositores que comercializam hortifrutigranjeiros nesta feira. Na coleta de dados utilizou-se observação participante, análise documental visando a construção da história da feira e entrevistas semiestruturadas com todos os envolvidos na feira. Analisou-se a (In) Segurança Alimentar e Nutricional das famílias, utilizando-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar; indicadores socioeconômicos e demográficos; indicadores antropométricos; análise da disponibilidade alimentar e caracterização da produção de alimentos. O projeto foi aceito pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos e todos os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Observa-se que a feira foi construída por uma série de atores sociais que de maneira organizada coordenam e possibilitam a realização de diversas atividades para além da geração de renda, como culturais, formativas e possibilitando um espaço de indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. As percepções dos atores sociais em relação à feira demonstram a criação de um ambiente de amizade, socialização e de possibilidade de trabalho, fortificando a importância social do projeto. Em relação às famílias agricultoras observa-se que elas estão em situação de Segurança Alimentar e Nutricional pela maioria dos indicadores, entretanto o Estado Nutricional de muitos indivíduos corrobora com os dados nacionais de altas prevalências de excesso de peso. Conclui-se que a experiência da feira tem possibilitado ambiente de inclusão social por meio da socialização e da criação de vínculos entre os atores sociais.Item (In) visibilidade dos agrotóxicos na saúde integral de mulheres rurais(Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-02) Fernandino, Sophia Sol Garcia; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/1184275667060126Os acordos particulares em relação ao uso de agrotóxicos, principal pilar do agronegócio brasileiro, geram impactos à saúde integral de mulheres rurais que não os aplicam. A partir da década de 70, o Brasil passou a usar agrotóxicos em larga escala, quando estes foram incluídos nos financiamentos agrícolas. Desde então, diversas políticas têm impulsionado a crescente produção agrícola no país e o modelo de desenvolvimento cada vez mais dependente de agrotóxicos. Diante do uso intensivo, a saúde das pessoas (produtores, trabalhadores, consumidores) fica prejudicada, com risco potencial de contaminação principalmente nos homens, pois são eles os mais intoxicados pela exposição ocupacional. Porém, as mulheres que não aplicam agrotóxicos não estão livres da exposição, como em momentos da lavagem de roupas contaminadas, por morar perto dos locais de aplicação ou quando os resíduos de agrotóxicos são transportados para casa nos calçados, roupas e na própria pele do aplicador. Estudos apresentaram associação entre exposição a agrotóxicos e malefícios à saúde da mulher – predisposição ao câncer de mama, de tireoide e de ovário, Doença Renal, Diabetes, Síndrome do Ovário Policístico, endometriose, degeneração na retina, entre outros. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar os agravos à saúde integral de mulheres rurais conforme situação de exposição aos agrotóxicos. Foi um estudo transversal, sendo os sujeitos da pesquisa 37 mulheres que residem no setor rural, de uma cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, que não aplicam agrotóxicos, mas que possuem contato domiciliar ou não dependendo da situação de exposição. Foram aferidas medidas antropométricas, avaliação da composição corporal pelo DEXA, exames bioquímicos relacionados à contaminação com agrotóxicos e à saúde geral e avaliação conjunta de dados das condições de saúde atual, pregressa e familiar, bem como práticas cotidianas que são consideradas possíveis formas de contaminação por agrotóxicos. A situação de exposição aos agrotóxicos e o tempo que as mulheres estiveram em contato residencial com essas substâncias não permitem a inferência direta, de causa-efeito, mas algumas relações foram encontradas, como a função de lavagem de roupas contaminadas pela maioria das mulheres que se caracteriza como exposição direta, excesso de peso na maioria delas e alterações bioquímicas que sugerem hipóteses em relação à situação de exposição pregressa ou atual. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O retorno foi dado a todos participantes da pesquisa, de forma individual quanto à avaliação do estado nutricional, dosagens bioquímicas e da composição corporal, além de oficinas para harmonizar a saúde de forma integral. Mais estudos que contemplem a situação de invisibilidade das mulheres rurais expostas aos agrotóxicos são necessários para ampliar a discussão incipiente sobre a temática.