Extensão Rural

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    A experiência do envelhecimento no meio rural
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-26) Siqueira, Renata Lopes de; Botelho, Maria Izabel Vieira; http://lattes.cnpq.br/1421602762344130
    Nesta pesquisa analisou-se a experiência do envelhecimento no meio rural face a constatação de uma lacuna epistemológica expressa pela quase ausência de trabalhos sobre a velhice neste contexto. Essa lacuna é acentuada quando se considera o tema da velhice em uma perspectiva transdiciplinar, isto é, que envolve aspectos de distintas natureza - biológicas, econômicas, socioculturais - tal qual se buscou adotar nessa investigação. Partiu-se do pressuposto teórico de que a velhice enquanto objeto de análise, pertence a categoria dos irrealizáveis conforme postulada por Sartre, ou seja, uma situação composta de aspectos percebidos pelo outro e, como tal, reificados, que transcendem a nossa consciência. Enquanto irrealizável a velhice também é uma categoria social sujeita à criação de uma série de estereótipos, de clichês e de preconceitos que variam de acordo com os valores e os interesses predominantes na sociedade em questão. Dessa forma, por meio do relato oral da trajetória de vida de alguns idosos que vivem na Comunidade Rural de Córrego Fundo, pertencente ao município de Viçosa, Zona da Mata mineira, descreveu-se suas experiências da velhice. Posteriormente, confrontou-se os aspectos mais recorrentes nos depoimentos dos idosos com alguns clichês, sinteticamente, apresentados a seguir: primeiro, a crença de que no meio rural os velhos se sintam mais tranquilos ou serenos por que acreditam que sua obra será perpetuada pelas gerações descendentes; segundo, que a velhice lhes acarretaria um desprendimento do corpo e por conseguinte um engrandecimento da alma; e por último, discutiu-se a proposição de que o afastamento do trabalho decorrente da idade avançada lhes proporcionaria um tempo livre para se empenharem em seus projetos pessoais. Os resultados desse confronto revelaram que há uma incongruência entre a realidade empírica e as imagens que se formulam a respeito da velhice nos clichês analisados, sendo possível inferir que contemplam menos a experiência vivida por aqueles idosos, do que um ideário urbano sobre a velhice, muitas vezes corroborado, intencionalmente ou não, pela ciência, pela mídia e pelo Estado.
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    Imposto Territorial Rural como instrumento de política fundiária no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-20) Lima, Helen de; Coelho, France Maria Gontijo; http://lattes.cnpq.br/8515542018598122
    Este trabalho procura analisar o Imposto Territorial Rural (ITR) e verificar ao longo da história, sua atuação enquanto instrumento de política fundiária. O resultado desta análise aponta para uma incapacidade deste tributo, no Brasil, de atingir seus desestímulo à subutilização da objetivos terra, fiscais e redistribuição extra-fiscais, da estrutura sendo estes: fundiária e arrecadação fiscal. Sua inserção e evolução no Sistema Tributário Brasileiro (STB) sedimenta esta conclusão e demonstra que este fato está na origem das graves deficiências da estrutura agrária brasileira e na perda de eficiência do STB. Assim, sua ineficiência tem considerável responsabilidade pelo quadro de extrema concentração na distribuição das terras, elevado nível de subutilização da terra e utilização desta com fins especulativos e como fonte de poder. Isto porque sua ineficácia, de forma indireta, atua no sentido de manter o status quo indesejável do poder de manipulação e manutenção do latifúndio. De outro lado, seu formato, caracterizado pela utilização de princípios tributários eqüitativos, deveria conferir maior progressividade ao STB, considerado extremamente regressivo devido à excessiva utilização de tributos indiretos. Há uma perda nesse sentido, na medida em que o tributo não efetiva-se de fato. A orientação deste trabalho baseou-se na hipótese de que a incapacidade do ITR em atingir os objetivos a ele atribuídos, estão nas condições estruturais, políticas e sociais definidas no processo de desenvolvimento histórico do país. Assim, a origem do problema esta no processo de colonização brasileira e de formação de sua estrutura agrária. Diante deste fato, o objetivo do presente trabalho foi verificar a veracidade desta hipótese, utilizando para isto da análise histórica como instrumento auxiliar em conjunto ao estudo das considerações de clássicos e contemporâneos filósofos sociais, que tratam do tema em questão. Conclui-se que é necessário mais do que alterações pontuais na lei que rege o ITR para torná-lo um instrumento de política fundiária. É necessário primeiro que rompa a cultura política do latifúndio e as relações de poder que o permeiam. E não esperar, ao contrário, que o ITR faça isso. Desta forma, sugere-se que este rompimento está condicionado a uma verdadeira e efetiva reforma agrária que altere positivamente a estrutura agrária brasileira. Medidas paliativas com objetivos restritos de amenizar a pressão popular, como demonstra ser as ênfases momentâneas dadas à utilização do ITR, não são capazes de alterar o quadro de conflitos e desregulamentação social causados por esta deficiente estrutura. Não são capazes, muito menos, de alterar esta estrutura no sentido de diminuir suas deficiências, de tal modo que impedem os avanços sociais responsáveis pelo desenvolvimento no país.
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    Jornalismo rural na comunicação social do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-06-22) Carvalho, Geraldo Bueno de; Braga, Geraldo Magela
    Este trabalho teve como finalidade analisar a importância do jornalismo rural nas escolas de comunicação social do Vale do Paraíba e a possibilidade de aprofundar estudos de jornalismo rural nas universidades valeparaibanas. Na pesquisa desenvolvida na região, os docentes de comunicação demonstraram simpatia pela inclusão de comunicação rural como conteúdo disciplinar nas escolas de comunicação social e os profissionais da mídia regional manifestaram a urgente necessidade de melhorar seus conhecimentos sobre o rural, para melhor se comunicar com essa parcela da sociedade do Vale do Paraíba. É nesse contexto que as escolas de comunicação social valeparaibanas devem intervir e assumir o seu papel como agente transformador e renovador da sociedade; identificar-se com as reais necessidades sociais do mundo rural no seu entorno. Preparar seus profissionais de comunicação para atuar nesse setor e conscientizar-se de que, ao apoiar à agropecuária, estarão contribuindo para o desenvolvimento nacional.
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    As possibilidades do fortalecimento da agricultura familiar: o PRONAF em Governador Valadares-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-02-09) Gusmão, Denilson Mascarenhas; Leite, Carlos Antônio Moreira; http://lattes.cnpq.br/5320028426555726
    O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) foi criado em 1994 pelo governo federal. Caracteriza-se por ser um programa voltado para o apoio ao desenvolvimento rural, a partir do fortalecimento da agricultura familiar, como segmento gerador de postos de trabalho e renda. O Programa prevê que sua execução deva ser de forma descentralizada, tendo como protagonistas os agricultores familiares e suas organizações. Esta pesquisa analisa as possibilidades e contradições do Pronaf na relação do Estado com a sociedade civil e o setor agrícola brasileiro, diante do contexto das políticas públicas e do mercado globalizado. O objeto de estudo refere-se à avaliação da implementação do Programa em propriedades rurais de Governador Valadares, MG. As evidências indicam que o Pronaf representa a continuidade de uma política de crédito rural disfarçada de política agrícola e que a intenção de fortalecimento da agricultura familiar, por meio de programas, faz parte do conjunto de políticas voltadas para a inclusão da economia brasileira no processo de globalização econômica e financeira mais geral. Assim, a política para a agricultura familiar aparece como um crédito compensatório, com poucos resultados para os agricultores familiares, caracterizando-se como um modelo seletivo de políticas públicas. Neste trabalho, procurou-se apresentar pistas e evidências que apontam para esse modelo, ao demonstrar-se o processo de exclusão dos agricultores familiares com relação aos benefícios do Programa. Processo este que se expressa na ausência de condições de reprodução da agricultura familiar e na impossibilidade de inserção da produção familiar nos mercados globalizados.
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    Transformações no processo de trabalho e o saber dos carbonizadores
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-05-30) Timóteo, Geraldo Márcio; Muniz, José Norberto; http://lattes.cnpq.br/8720264659381887
    O estudo sobre o processo de trabalho nas carvoarias industriais e os efeitos sobre os trabalhadores e seus conhecimentos é importante por repercutir as transformações que estão ocorrendo na esfera do trabalho no mundo inteiro. Como é uma atividade industrial à qual geralmente não se atribui grande valor, existe uma lacuna nos estudos sobre o processo de trabalho, a função e o conhecimento do carbonizador da madeira para a fabricação do carvão vegetal. Este estudo utilizou-se dos conceitos de Qualificação e Competências, desenvolvidos pela Sociologia do Trabalho Francesa. O conceito de Qualificação foi compreendido como parte importante na coesão social, sendo constituído por uma hierarquia reconhecida e organizada. As Competências, no plural, porque podem ser muitas, foram tomadas como o reconhecimento da posse, por alguém, de uma capacidade de apreciar e resolver problemas. Foram realizadas duas pesquisas de campo: uma em 1998 e outra em 2000. Na primeira foram entrevistados por questionário 50 trabalhadores, entre todas as funções que compõem a divisão do trabalho dentro das carvoarias investigadas. Foram realizadas ainda 18 entrevistas em profundidade, das quais foram transcritas 8. Na segunda pesquisa foram entrevistados somente trabalhadores da carbonização da madeira, em número de 26, com um questionário contendo a Escala Likert, composta por 20 itens sobre o processo de produção. O uso dessa escala foi uma estratégia estatística para operacionalizar os conhecimentos dos carbonizadores no exercício de suas funções. Foram realizadas também nesse período outras 29 entrevistas em profundidade com trabalhadores, familiares, sindicalistas, moradores, diretores das empresas, donos de empreiteiras e engenheiros florestais, sendo 15 delas transcritas. No universo estudado, verificou-se que, carbonização serem detentores apesar da necessidade de os trabalhadores da de parcela considerável de conhecimentos, a aplicação destes está mais associada à natureza da empresa e aos resultados esperados de produção ou qualidade, e não, necessariamente, àquelas características do saber-fazer desenvolvido em décadas de atividade na região. Evidencia-se que a socialização do conhecimento do carbonizador está fragmentada entre os trabalhadores; não se pode dizer que haja desinformação geral sobre os conhecimentos necessários à produção do carvão vegetal, mas sim que há desorganização dos conhecimentos acerca da produção do carvão com características metalúrgicas.
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    A prática da queimada no saber tradicional e na concepção científica de risco: estudo sobre o uso do fogo por pequenos produtores rurais do Norte do Estado de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2005-04-28) Gonçalves, Juscelino dos Santos; Doula, Sheila Maria; http://lattes.cnpq.br/6531566290428469
    Produtores rurais continuam praticando a queimada mesmo depois de tanta campanha contra o uso do fogo para fins agropecuários em nosso país. Surge, então, uma dúvida que precisa ser respondida: estes mesmos produtores o fazem por tradição ou não entendem o conteúdo das referidas campanhas de educação e repressão veiculadas amplamente em toda a mídia? Ao mesmo tempo, surgem embates envolvendo o povo do campo, os profissionais do fogo e as autoridades brasileiras, cada um defendendo o seu ponto de vista sobre o assunto. Nesse contexto, essa investigação oferece uma descrição sobre a natureza cultural e histórica da prática das queimadas no Brasil além de demonstrar o conflito de interpretação existente entre a concepção técnico-científica e a popular, particularmente, o conflito sobre a noção de risco, além de investigar os motivos que levam o produtor rural a perpetuar o uso dessa prática agrícola em suas propriedades; Verificou-se, no decorrer da pesquisa, que a noção de risco assinalada pela Ciência e Estado está fundada em bases sólidas de informação sobre perigos e riscos que podem ser mensurados, enquanto que para pequenos produtores rurais do norte de Minas esta noção está mais vinculada aos sentidos, naquilo que pode ser visto e tocado. Frente a frente, vemos dois lados argumentando sem se chegar a um consenso ou a uma linguagem traduzível em ações favoráveis ao terceiro elemento: a natureza. Dentre as observações verificadas, a queimada representa a continuidade da reprodução sócio- economica-cultural dos pequenos produtores com fortes traços de necessidade prática, simbolismo e sobrevivência. Embora se note um consenso entre produtores e Estado sobre a proteção dos recursos naturais, o acirramento do debate em torno das queimadas se prende ao fato de os produtores estarem divididos entre “preservar” e “morrer de fome”. Em última instância, os pequenos produtores, que vivem diretamente do contato com a terra, satisfazem em primeiro lugar as suas necessidades para, em seguida, se possível, atender as exigências da Lei e da Ciência.
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    Ilha da Marambaia, RJ: atores externos, transformações econômicas e conflitos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-15) Silva, Daniel Ferreira da; Mendes, Fábio Faria; http://lattes.cnpq.br/7754105567138364
    Embora ocupe pequena extensão do litoral brasileiro, observamos que a população caiçara tem um importante papel na reprodução do modo de produção agrícola testada e adaptada por ela às condições de vida da Mata Atlântica, mais especificamente na Ilha da Marambaia no município de Mangaratiba, situada no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Nesta pesquisa exploratória descritiva, serão analisadas as influências institucionais sobre a cultura e o modo de produção caiçara, tendo como enfoque a atividade de produção animal, mais especificamente a Mitilicultura e a Apicultura. Portanto, a presente pesquisa tem o intuito de compreender os princípios que caracterizam a cultura caiçara dando ênfase às diferentes formas de produção agrícola adotadas por estes atores sociais inseridos no contexto territorial e social na Ilha da Marambaia.
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    Área de proteção ambiental da serra da piedade: um estudo sobre patrimônio histórico-ambiental e participação social em Visconde do Rio Branco-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-15) Slaibi, Thais Helena de Almeida; Doula, Sheila Maria; http://lattes.cnpq.br/3985471514294149
    A presente pesquisa estuda a criação e a gestão da APA da Serra da Piedade, em Visconde do Rio Branco/MG e a participação social nestes processos. Procurou verificar se esta área é considerada pela população como um “patrimônio” histórico-ambiental local, que deve ser preservado, analisando- se as representações coletivas e a memória dos atores envolvidos, a partir de uma abordagem qualitativa e adotando-se o enfoque exploratório e descritivo. A metodologia para coleta de dados empregou a história oral, a pesquisa bibliográfica e documental, bem como as técnicas de observação não participante e aplicação de questionários semi-estruturados com informantes da área urbana e rural de Santa Maria e Piedade de Cima do município de Visconde do Rio Branco. A partir de trajetórias e levantamentos históricos realizados nesta pesquisa, pôde-se perceber que a não participação da população e seu conseqüente desconhecimento do processo de criação e gestão da UC, mas também as legislações inadequadas, contribuíram para seu estado de abandono e falta de ações eficazes para a sua preservação. Além disso, atualmente, a área demarcada da APA não é significativa para a memória das “populações tradicionais” e urbanas, o que dificulta o envolvimento desses atores sociais em iniciativas de preservação. Porém, algumas áreas de entorno da APA da Serra da Piedade ainda servem de “lugares de memória” destas populações, o que sinaliza que um trabalho de Educação Patrimonial, com instituições governamentais e não governamentais, aliado a um projeto de História Oral no resgate e valorização do patrimônio histórico-ambiental contribuiria para o processo de preservação da APA da Serra da Piedade e para seu reconhecimento como patrimônio local.
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    Cultura local e metodologias participativas em assentamentos rurais: o caso de Brinco de Ouro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-11-22) Suassuna, Cláudia Medeiros; Pereira, José Roberto; http://lattes.cnpq.br/2408186280740736
    A presente pesquisa desenvolve a partir da análise no assentamento Brinco de Ouro no Estado do Rio Grande do Norte, quais as contradições entre os valores culturais das famílias assentadas e a utilização de práticas metodológicas denominadas “participativas”. Em 1997, o Assentamento Brinco de Ouro participou, através de mediação externa, da construção do DRPE (Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador) desencadeando um processo de diagnóstico e planejamento, objetivando a elaboração do Plano de Consolidação do Assentamento que fazia parte do Programa de Consolidação e Emancipação (auto-suficiência) de Assentamentos Resultantes da Reforma Agrária. A pesquisa teve como objetivo identificar e analisar as razões da adoção ou não de recursos organizacionais por parte das famílias assentadas, resultantes das práticas metodológicas participativas e caracterizar a relação cultural entre mediadores e famílias assentadas. Considera-se que a partir das concepções conceituais estudadas pôde-se inferir que para existir possibilidades democráticas é necessário estimular a democracia participativa por meio de procedimentos pelos quais ela se viabilize. Por isso, as práticas de diagnóstico e planejamento participativo podem trazer aspectos importantes na mudança de consciência para construção da cidadania, na obtenção de direitos de grupos, no reconhecimento da diversidade de conhecimentos, na distribuição eqüitativa de oportunidades para ampliar e facilitar a capacidade do cidadão em decidir e incidir nas decisões, ou seja, essas são conquistas que facilitam a participação em processos decisórios o que propicia maior conhecimento e atuação de cidadãos excluídos na sua realidade. A discussão desenvolvida no nosso trabalho fundamenta-se na concepção de que a utilização de práticas metodológicas participativas não é, por si só, determinante do sucesso de construção de uma cultura democrática, mas tem sua importância ao propiciar um método que estimula a participação das pessoas na sua realidade de forma consciente. A adoção de uma cultura democrática nos assentamentos só será alcançada à medida que as famílias se utilizem de forma constante de práticas participativas na resolução de seus problemas.
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    Educação ambiental e o livro didático no ensino fundamental
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-06-24) Grossi, Fátima de Moulin Costa; Doula, Sheila Maria
    Neste trabalho, foi feita uma pesquisa descritiva sobre o conteúdo ambiental dos livros didáticos de Língua Portuguesa, Geografia, História e de Ciências, de 5. a a 8. a séries do Ensino Fundamental, adotados pela educação formal, entendendo que eles são um importante recurso e tem tido uma expressiva influência no processo de ensino-aprendizagem, sendo muitas vezes a única fonte bibliográfica utilizada por professores e alunos. Foram usados os pressupostos da análise do discurso, que tem como unidade o texto, tal como proposta por Eni Orlandi, pelo fato de esta investigar o texto como uma unidade complexa de significação, considerando as condições de sua produção. As considerações formuladas neste trabalho, se constituíram, portanto, em um momento de sistematização de algumas leituras de texto, particularmente sobre a temática ambiental, propiciando uma análise crítica dos vários discursos e procurando reconhecer suas características. Verificou- se que era necessário encontrar traços, isto é, marcas lingüísticas responsáveis pelas diferentes formas do conteúdo ambiental, estabelecendo uma distinção entre o sentido como se veiculavam ou se apresentavam nos textos. Estabeleceu-se assim a classificação entre textos crítico, religioso, idílico, técnico e humorístico. Uma outra forma de classificação foi selecionar os capítulos dos livros didáticos, quanto ao sentido e a forma que se enunciavam quanto à temática ambiental, acreditando que diferentes enunciados podem marcar diferentes posições de discurso em um texto. Foram assim, então, caracterizados em categorias, quais sejam, Transformação, Segunda Natureza e Descrição Física do Espaço para os livros didáticos de Geografia e História; Ciência e Conhecimento, Gaia, Relações entre os Seres Vivos, Cadeia e Teia Alimentar, Equilíbrio Ecológico, Saúde e Saneamento Básico, Tecnologia e Meio Ambiente e o Reino dos Animais e Plantas, para os livros didáticos de Ciências. Ressalta-se que, os livros didáticos de Português devido à formação discursiva de seus capítulos, não inseriram-se dentro dessas categorias, não havendo necessidade então dessa classificação. Verificou-se que os conteúdos dos livros didáticos analisados sob a perspectiva ambiental, não estão cumprindo com a função da concepção da Educação Ambiental e de uma educação para uma escola crítica, capaz de formar um aluno crítico sujeito de sua aprendizagem, conhecedor de sua realidade sócio- ambiental e capaz de nela intervir. Observou-se que, muitos textos considerados pelo discurso ambiental, aparecem muitas vezes desvinculados da realidade do aluno, comprometendo assim a ressonância em sua estrutura cognitiva. Pode-se afirmar ainda, que muitos livros didáticos em relação à temática ambiental, não utilizam os textos e, ou, conteúdos como um meio para se atingirem os fatos, mas para se saber o conteúdo enquanto um fim em si mesmo. Sob esta perspectiva do discurso ambiental, perdem-se assim, os fatos, os objetos de reflexão sobre o qual se está estudando, restando então, só o lugar para se repetir e, ou, decorar automaticamente o conteúdo. Pode-se dizer, que não há um processo real da aprendizagem, e sim, de uma mera transmissão dos conteúdos.