Extensão Rural
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/168
Navegar
127 resultados
Resultados da Pesquisa
Item A experiência do envelhecimento no meio rural(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-26) Siqueira, Renata Lopes de; Botelho, Maria Izabel Vieira; http://lattes.cnpq.br/1421602762344130Nesta pesquisa analisou-se a experiência do envelhecimento no meio rural face a constatação de uma lacuna epistemológica expressa pela quase ausência de trabalhos sobre a velhice neste contexto. Essa lacuna é acentuada quando se considera o tema da velhice em uma perspectiva transdiciplinar, isto é, que envolve aspectos de distintas natureza - biológicas, econômicas, socioculturais - tal qual se buscou adotar nessa investigação. Partiu-se do pressuposto teórico de que a velhice enquanto objeto de análise, pertence a categoria dos irrealizáveis conforme postulada por Sartre, ou seja, uma situação composta de aspectos percebidos pelo outro e, como tal, reificados, que transcendem a nossa consciência. Enquanto irrealizável a velhice também é uma categoria social sujeita à criação de uma série de estereótipos, de clichês e de preconceitos que variam de acordo com os valores e os interesses predominantes na sociedade em questão. Dessa forma, por meio do relato oral da trajetória de vida de alguns idosos que vivem na Comunidade Rural de Córrego Fundo, pertencente ao município de Viçosa, Zona da Mata mineira, descreveu-se suas experiências da velhice. Posteriormente, confrontou-se os aspectos mais recorrentes nos depoimentos dos idosos com alguns clichês, sinteticamente, apresentados a seguir: primeiro, a crença de que no meio rural os velhos se sintam mais tranquilos ou serenos por que acreditam que sua obra será perpetuada pelas gerações descendentes; segundo, que a velhice lhes acarretaria um desprendimento do corpo e por conseguinte um engrandecimento da alma; e por último, discutiu-se a proposição de que o afastamento do trabalho decorrente da idade avançada lhes proporcionaria um tempo livre para se empenharem em seus projetos pessoais. Os resultados desse confronto revelaram que há uma incongruência entre a realidade empírica e as imagens que se formulam a respeito da velhice nos clichês analisados, sendo possível inferir que contemplam menos a experiência vivida por aqueles idosos, do que um ideário urbano sobre a velhice, muitas vezes corroborado, intencionalmente ou não, pela ciência, pela mídia e pelo Estado.Item Troca e reciprocidade entre os pequenos produtores rurais da comunidade de Miguel Rodrigues-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-27) Ferreira, Luciana Novaes Vieira; Lopes, Maria de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0096225007681329Este trabalho tem o objetivo principal analisar as formas de reprodução social, privilegiando as relações de troca, praticadas pelos pequenos produtores rurais da comunidade de Miguel Rodrigues, localizada na Zona da Mata mineira. A relação entre sistema econômico e o contexto social e cultural revela que as ações econômicas estão “embutidas” nas relações sociais, já que a sociabilidade ocorre por meio das trocas, entre parentes e vizinhos, já que os laços sociais entre os moradores garantem a sobrevivência da unidade familiar. Assim, mesmo que a economia familiar seja representada como uma instância produtiva e reprodutiva em “vias de desaparecimento”, ela consegue se reproduzir através das relações de troca baseada na amizade e confiança. A relação de troca ou empréstimo – termo local – constitui um modo específico de estratégia familiar para a reprodução social da comunidade. A princípio, as trocas ocorrem na própria família por meio do que se define como ajuda dos filhos e da esposa no trabalho da roça. A troca entre vizinhos ocorre quando há necessidade – quando alguém solicita - pagamento é e o feito com o mesmo produto e na mesma quantidade não interessando a data do pagamento. As trocas monetarizadas são feitas de forma xesporádica quando a família está passando por uma necessidade, ou seja, mediante urgência em se obter dinheiro para suprir determinadas despesas.Item Imposto Territorial Rural como instrumento de política fundiária no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-20) Lima, Helen de; Coelho, France Maria Gontijo; http://lattes.cnpq.br/8515542018598122Este trabalho procura analisar o Imposto Territorial Rural (ITR) e verificar ao longo da história, sua atuação enquanto instrumento de política fundiária. O resultado desta análise aponta para uma incapacidade deste tributo, no Brasil, de atingir seus desestímulo à subutilização da objetivos terra, fiscais e redistribuição extra-fiscais, da estrutura sendo estes: fundiária e arrecadação fiscal. Sua inserção e evolução no Sistema Tributário Brasileiro (STB) sedimenta esta conclusão e demonstra que este fato está na origem das graves deficiências da estrutura agrária brasileira e na perda de eficiência do STB. Assim, sua ineficiência tem considerável responsabilidade pelo quadro de extrema concentração na distribuição das terras, elevado nível de subutilização da terra e utilização desta com fins especulativos e como fonte de poder. Isto porque sua ineficácia, de forma indireta, atua no sentido de manter o status quo indesejável do poder de manipulação e manutenção do latifúndio. De outro lado, seu formato, caracterizado pela utilização de princípios tributários eqüitativos, deveria conferir maior progressividade ao STB, considerado extremamente regressivo devido à excessiva utilização de tributos indiretos. Há uma perda nesse sentido, na medida em que o tributo não efetiva-se de fato. A orientação deste trabalho baseou-se na hipótese de que a incapacidade do ITR em atingir os objetivos a ele atribuídos, estão nas condições estruturais, políticas e sociais definidas no processo de desenvolvimento histórico do país. Assim, a origem do problema esta no processo de colonização brasileira e de formação de sua estrutura agrária. Diante deste fato, o objetivo do presente trabalho foi verificar a veracidade desta hipótese, utilizando para isto da análise histórica como instrumento auxiliar em conjunto ao estudo das considerações de clássicos e contemporâneos filósofos sociais, que tratam do tema em questão. Conclui-se que é necessário mais do que alterações pontuais na lei que rege o ITR para torná-lo um instrumento de política fundiária. É necessário primeiro que rompa a cultura política do latifúndio e as relações de poder que o permeiam. E não esperar, ao contrário, que o ITR faça isso. Desta forma, sugere-se que este rompimento está condicionado a uma verdadeira e efetiva reforma agrária que altere positivamente a estrutura agrária brasileira. Medidas paliativas com objetivos restritos de amenizar a pressão popular, como demonstra ser as ênfases momentâneas dadas à utilização do ITR, não são capazes de alterar o quadro de conflitos e desregulamentação social causados por esta deficiente estrutura. Não são capazes, muito menos, de alterar esta estrutura no sentido de diminuir suas deficiências, de tal modo que impedem os avanços sociais responsáveis pelo desenvolvimento no país.Item Jornalismo rural na comunicação social do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo(Universidade Federal de Viçosa, 2001-06-22) Carvalho, Geraldo Bueno de; Braga, Geraldo MagelaEste trabalho teve como finalidade analisar a importância do jornalismo rural nas escolas de comunicação social do Vale do Paraíba e a possibilidade de aprofundar estudos de jornalismo rural nas universidades valeparaibanas. Na pesquisa desenvolvida na região, os docentes de comunicação demonstraram simpatia pela inclusão de comunicação rural como conteúdo disciplinar nas escolas de comunicação social e os profissionais da mídia regional manifestaram a urgente necessidade de melhorar seus conhecimentos sobre o rural, para melhor se comunicar com essa parcela da sociedade do Vale do Paraíba. É nesse contexto que as escolas de comunicação social valeparaibanas devem intervir e assumir o seu papel como agente transformador e renovador da sociedade; identificar-se com as reais necessidades sociais do mundo rural no seu entorno. Preparar seus profissionais de comunicação para atuar nesse setor e conscientizar-se de que, ao apoiar à agropecuária, estarão contribuindo para o desenvolvimento nacional.Item As possibilidades do fortalecimento da agricultura familiar: o PRONAF em Governador Valadares-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2001-02-09) Gusmão, Denilson Mascarenhas; Leite, Carlos Antônio Moreira; http://lattes.cnpq.br/5320028426555726O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) foi criado em 1994 pelo governo federal. Caracteriza-se por ser um programa voltado para o apoio ao desenvolvimento rural, a partir do fortalecimento da agricultura familiar, como segmento gerador de postos de trabalho e renda. O Programa prevê que sua execução deva ser de forma descentralizada, tendo como protagonistas os agricultores familiares e suas organizações. Esta pesquisa analisa as possibilidades e contradições do Pronaf na relação do Estado com a sociedade civil e o setor agrícola brasileiro, diante do contexto das políticas públicas e do mercado globalizado. O objeto de estudo refere-se à avaliação da implementação do Programa em propriedades rurais de Governador Valadares, MG. As evidências indicam que o Pronaf representa a continuidade de uma política de crédito rural disfarçada de política agrícola e que a intenção de fortalecimento da agricultura familiar, por meio de programas, faz parte do conjunto de políticas voltadas para a inclusão da economia brasileira no processo de globalização econômica e financeira mais geral. Assim, a política para a agricultura familiar aparece como um crédito compensatório, com poucos resultados para os agricultores familiares, caracterizando-se como um modelo seletivo de políticas públicas. Neste trabalho, procurou-se apresentar pistas e evidências que apontam para esse modelo, ao demonstrar-se o processo de exclusão dos agricultores familiares com relação aos benefícios do Programa. Processo este que se expressa na ausência de condições de reprodução da agricultura familiar e na impossibilidade de inserção da produção familiar nos mercados globalizados.Item Transformações no processo de trabalho e o saber dos carbonizadores(Universidade Federal de Viçosa, 2001-05-30) Timóteo, Geraldo Márcio; Muniz, José Norberto; http://lattes.cnpq.br/8720264659381887O estudo sobre o processo de trabalho nas carvoarias industriais e os efeitos sobre os trabalhadores e seus conhecimentos é importante por repercutir as transformações que estão ocorrendo na esfera do trabalho no mundo inteiro. Como é uma atividade industrial à qual geralmente não se atribui grande valor, existe uma lacuna nos estudos sobre o processo de trabalho, a função e o conhecimento do carbonizador da madeira para a fabricação do carvão vegetal. Este estudo utilizou-se dos conceitos de Qualificação e Competências, desenvolvidos pela Sociologia do Trabalho Francesa. O conceito de Qualificação foi compreendido como parte importante na coesão social, sendo constituído por uma hierarquia reconhecida e organizada. As Competências, no plural, porque podem ser muitas, foram tomadas como o reconhecimento da posse, por alguém, de uma capacidade de apreciar e resolver problemas. Foram realizadas duas pesquisas de campo: uma em 1998 e outra em 2000. Na primeira foram entrevistados por questionário 50 trabalhadores, entre todas as funções que compõem a divisão do trabalho dentro das carvoarias investigadas. Foram realizadas ainda 18 entrevistas em profundidade, das quais foram transcritas 8. Na segunda pesquisa foram entrevistados somente trabalhadores da carbonização da madeira, em número de 26, com um questionário contendo a Escala Likert, composta por 20 itens sobre o processo de produção. O uso dessa escala foi uma estratégia estatística para operacionalizar os conhecimentos dos carbonizadores no exercício de suas funções. Foram realizadas também nesse período outras 29 entrevistas em profundidade com trabalhadores, familiares, sindicalistas, moradores, diretores das empresas, donos de empreiteiras e engenheiros florestais, sendo 15 delas transcritas. No universo estudado, verificou-se que, carbonização serem detentores apesar da necessidade de os trabalhadores da de parcela considerável de conhecimentos, a aplicação destes está mais associada à natureza da empresa e aos resultados esperados de produção ou qualidade, e não, necessariamente, àquelas características do saber-fazer desenvolvido em décadas de atividade na região. Evidencia-se que a socialização do conhecimento do carbonizador está fragmentada entre os trabalhadores; não se pode dizer que haja desinformação geral sobre os conhecimentos necessários à produção do carvão vegetal, mas sim que há desorganização dos conhecimentos acerca da produção do carvão com características metalúrgicas.Item ONGs e ideologias de desenvolvimento: o caso do IDACO(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-30) Kiener, Cordélia Inês; Pereira, José RobertoA partir da década de 80 verificou-se, no Brasil, o renascer da sociedade civil e de uma nova forma de organização que, embora privada, não possui fins lucrativos e que se destinguiu de outro tipo de organizações como as desportivas, religiosas, recreativas. Estas novas organizações, conhecidas como Organizações Não Governamentais tem atuado, cada vez mais, na definição de políticas públicas, na defesa dos direitos civis e sociais, expondo suas ideologias e estratégias de desenvolvimento. Entendemos, neste trabalho, ideologia como idéia-valor conforme definido por Dumont, desempenhando um papel fundamental nas sociedades e nos processos de desenvolvimento não sendo, portanto, uma idéia falsa, secundária ou de interesse limitado. Categorias como pessoa, indivíduo, mero indivíduo e sujeito caracterizam diferentes universos de idéia-valor e são utilizados para compreender a sociedade brasileira. Muitas ONGs que atuam no contexto da cultura brasileira, marcada pela presença de duplicidade de valores, enfrentam a difícil tarefa de conciliar os valores centrais do individualismo moderno, como a igualdade e liberdade, com os valores tradicionais/holísticos presentes na sociedade brasileira. O trabalho pela cidadania, democracia, solidariedade são considerados, por muitas ONGs, o meio de alcançar a dignidade, justiça social e desenvolvimento dos segmentos sociais com que trabalham. Neste estudo de caso, procura-se identificar e analisar os valores que orientam as ações e discursos dos membros e funcionários do IDACO, para compreender como esses valores configuram a ideologia de desenvolvimento desta ONG. Conclui-se que esta ONG tem, nos seus objetivos e resultados esperados, forte presença de valores culturais modernos, aliados a formas de desenvolvimento baseados em aumento de produção e de receitas para a promoção de melhoria nas condições de vida de seu público. Esta ONG considera seu público constituído, basicamente, por meros indivíduos, que devem se transforme em sujeitos, valor máximo da modernidade individualista. Verifica-se, no entanto, que os membros e funcionários do IDACO utilizam-se de valores holísticos para alcançarem parte de seus objetivos e resultados, o que confirma a presença de duplicidade de valores neste tipo de organização, assim como em toda a sociedade brasileira. Termina-se o trabalho sugerindo uma reflexão mais profunda sobre as limitações e conseqüências da imposição de valores do individualismo moderno sobre os valores holísticos que dominaram, até um passado recente, a sociedade brasileira.Item A conciliação na justiça do trabalho como restrição dos direitos do empregado rural(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-20) Gouvêia, José Geraldo Campos; Jones, Alberto da Silva; http://lattes.cnpq.br/6192187655249021Com a Constituição Federal Brasileira de 1946, a Justiça do Trabalho passou a pertencer ao Poder Judiciário, sendo-lhe dada a competência de conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre empregadores e empregados e demais controvérsias oriundas das relações de trabalho regidas pela legislação especial. Analisando de forma mais acurada as constituições brasileiras , verifica-se que todas ao tratar dos órgãos do poder judiciário dão aos mesmos competência para julgar determinados crimes e causas, ao passo que, com relação à Justiça do Trabalho, além de julgar, também lhe é dada a competência de conciliar. De acordo com o artigo 764 da Consolidação das Leis Trabalhistas, o objetivo maior do Judiciário Trabalhista é a Conciliação. Desde a criação da Justiça do Trabalho no Brasil, a mesma tem sido alvo de elogios e críticas. No senso comum, os empregadores rurais dizem ser a mesma protecionista, onde apenas os empregados rurais são beneficiados. De certa maneira, não há como negar a tendência protecionista, já que a lei material, em muitos de seus dispositivos é realmente protecionista. O sistema processual compreendendo a reclamação verbal ou escrita, a possibilidade de postular em juízo sem a participação de advogado, através do serviço de atermação, o não pagamento de custas processuais, dentre outros, definem, em princípio, uma justiça aparentemente popular democrática, onde tem livre acesso o empregado, desde a primeira a última instância. No entanto, no dia-a-dia dos fóruns trabalhistas, o que se observa é que em média , 60% dos processos distribuídos perante a Justiça do Trabalho terminam em acordo, os quais geralmente são realizados na primeira audiência, acabando tais acordos por prejudicar o empregado, já que com eles, não chegam a receber, na grande maioria das vezes, nem mesmo a metade do que teriam direito, caso o processo fosse instruído, além de dispor alguns direitos que pela própria legislação trabalhista são indisponíveis. Assim, este trabalho teve como objetivo estudar o instituto da Conciliação e os seus efeitos na Justiça do Trabalho para defender a tese de que a Conciliação na Justiça do Trabalho tem sido disvirtuada e vem se constituindo em um fator de restrição dos direitos do empregado rural. Através da análise de dados fornecidos pelo Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região e pela Vara do Trabalho de Ponte Nova -MG e da análise de alguns acordos celebrados em processos trabalhistas que tiveram como partes empregados e empregadores rurais, constatamos que muitos acordos foram realizados sob pressão psicológica, pelo temor da inflação e da morosidade da Justiça, acabando enfim, por não satisfazerem integralmente os direitos trabalhistas assegurados pelo Direito material do Trabalho, sendo portanto, os empregadores, os maiores beneficiados com a realização de tais acordos. Assim sendo, a idéia reinante na doxa de que a Justiça do Trabalho beneficia o empregado rural é uma idéia totalmente equivocada e que foi disseminada pela classe dominante apenas para ocultar o óbvio, ou seja, que a Conciliação na Justiça do Trabalho no Brasil acaba por beneficiar o empregador rural, parte economicamente mais forte na relação de emprego, já que divulgar esta constatação levaria a um desprestígio do poder judiciário e a um descrédito da própria Justiça do Trabalho. Desta forma, a acusação dos empregadores rurais é confortante porque pior seria sofrer a acusação de que a Justiça do Trabalho privilegia os patrões e não os empregados.Item Licenciamento ambiental da hidrelétrica do lajeado: um estudo sob a ótica da sociologia do direito(Universidade Federal de Viçosa, 2001-02-06) Ferreira, Adão de Jesus; Jones, Alberto Silva; http://lattes.cnpq.br/2426213492277296O título desta dissertação – “Licenciamento Ambiental da Hidrelétrica do Lajeado: um estudo sob a ótica da sociologia do direito, resume a essência da problemática que se insere na execução de grandes projetos de barragem. Por certo, o elemento jurídico sempre presente nas relações sociais, é aqui analisado em um contexto de historicidade subjetiva e objetiva, justificando a coercitividade das legislações de abrangência. Analisando a história da evolução humana na luta constante pela sobrevivência na qual está intimamente ligada ao consumo de energia em todas as suas formas, a solidez da anatomia humana, a constância da sua fisiologia e a sua relação com o cosmos estão intimamente ligados à uma constante troca energética. Sendo o único ser da terra dotado de razão, o homem busca meios de economizar a energia do próprio corpo, para tanto, recorre às fontes da natureza como única alternativa possível a atingir seu intento. Exagera na exploração da natureza, provoca impactos negativos, conscientiza- se e busca alternativas. O homem consciente dos danos e da necessidade de preservar, cria normas coercitivas – Leis, Códigos, Constituição – de prevenção, recuperação e compensação dos impactos negativos a si e à biodiversidade como um todo. Para uma análise qualitativa dos impactos incidentes na UHE Luiz Eduardo Magalhães (UHE do Lajeado), no Estado do Tocantins, tornou-se necessário parâmetros comparativos em obras anteriores: Sobradinho no rio São Francisco – Bahia e Tucuruí no rio Amazonas – Pará. Um histórico da política de barragens foi também necessário para melhor apreensão dos elementos cognitivos incidentais. A ontologia jurídica aqui presente, abordando conceitos de nossos clássicos do direito, oferece uma maior convicção do sistema jurídico adotado pela sociedade contemporânea. Por último, o relato dos procedimentos ocorridos durante o processo de licenciamento da UHE do Lajeado, mostra o esforço coletivo, comunidade, poder institucional, organizações não-governamentais e investidor, buscando o amparo da lei, para cumprir o que manda outra lei maior e anterior; a Lei Natural.Item A ausência presente e o silêncio que fala: impasses da extensão universitária(Universidade Federal de Viçosa, 2005-06-30) Santos, Juliane Gonçalves dos; Botelho, Maria Izabel Vieira; http://lattes.cnpq.br/0077640312902337Este estudo problematiza as relações e interações da Universidade Federal de Viçosa junto ao Movimento de Atingidos por Barragens do Alto Rio Doce, com ênfase na assessoria prestada pela Universidade aos atingidos pela UHE de Fumaça, no município de Diogo de Vasconcelos (MG). Buscou-se, assim, identificar contribuições, impasses e prováveis conflitos advindos desta relação. A análise e discussão dos dados foi pautada não só nos pressupostos da Teoria Social do Discurso (TSD), uma das perspectivas atuais da Análise Crítica do Discurso (ACD), mas também a partir desta abordagem buscou-se situar a discussão seguindo as reflexões da Teoria da Ação Comunicativa (Habermas, 1984) e de conceitos nucleares como orientação instrumental, mundo da vida e mundo dos sistemas. Esta pesquisa permitiu reconhecer a relevância do papel da Universidade Federal de Viçosa nas atividades de extensão universitária que desenvolve, especialmente as que concernem à assessoria que, desde 1995, atua junto ao Movimento de Atingidos por Barragens do Alto Rio Doce. Entretanto, também identificou-se que a assessoria aos atingidos pela barragem de Fumaça enfrentou problemas e questões que afetam a rotina da universidade, como maior disponibilidade para conjugar uma efetiva prática extensionista com o ensino e a pesquisa. Dentre outras questões, a experiência e os desencontros na assessoria aos atingidos pela UHE Fumaça, embora pareça ter sido uma questão pontual, apontam para a necessidade de se promover reflexão e discussão mais profundas acerca da possibilidade de se estar operando um modelo de assessoria vertical, pouco participativa e desvinculada dos reais interesses dos assessorados.