Microbiologia Agrícola
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Item Efeito de salinidade, pH, concentração de células e hidrofobicidade celular sobre a recuperação de petróleo em sistema poroso por Acinetobacter sp(Universidade Federal de Viçosa, 2012-02-28) Nobre, Patrícia Bernardes; Tótola, Marcos Rogério; 0788152971047858Considerando-se o cenário de aumento da demanda de energia no mundo e a depleção dos reservatórios de petróleo, o desenvolvimento de novas tecnologias de exploração, que propiciem aumento da capacidade de recuperação de óleo, é estratégico para a garantia do suprimento de energia. Neste trabalho, avaliou-se a capacidade das células de Acinetobacter sp. LBBMA LU1 em promover a recuperação de óleo residual em sistema poroso não- consolidado. A injeção da suspensão de células de Acinetobacter sp. reduziu a saturação de óleo residual, em todas as concentrações testadas. Após a injeção da suspensão de células (4 volumes porosos, D.O.600 = 10,0), apenas 26,0 % do óleo retido na coluna nela permaneceram. Esse valor foi reduzido para 22 % quando se utilizou suspensão com maior concentração de células (D.O.600 = 20,0). O total de óleo recuperado pela injeção de solução salina (recuperação secundária) e de suspensão de células (recuperação terciária) foi superior a 80% do volume de óleo originalmente contido nas colunas. A alta hidrofobicidade das células concorreu para a recuperação do petróleo residual, juntamente com fatores que influenciam a estabilidade da atividade celular, como a temperatura, o pH e a salinidade. O tratamento de esterilização da suspensão de células de Acinetobacter sp. LBBMA LU1 por autoclavagem, antes da injeção, demonstrou que a integridade das células é de importância para o processo de recuperação do petróleo residual. O efeito da variação do pH sobre a retenção de óleo em colunas mostrou-se pronunciado; no tratamento com pH 8,5, a recuperação foi 34 % maior do que a obtida no tratamento-controle (pH 7,4). Em pH 9,5, a recuperação foi 18 % superior à do controle. A salinidade do líquido de injeção das células (50 ou 100 g L-1) exerce expressiva influência sobre a saturação residual de petróleo, como demonstrado pela retenção do equivalente a cerca de 30 % a mais de petróleo do que no controle (sem adição de sal). Em resumo, conclui-se que a expressiva recuperação de óleo residual em sistema poroso não consolidado, resultante da injeção de células de Acinetobacter sp. LBBMA LU1 em suspensão, com acidez e salinidade definidas, demonstra o potencial da bactéria para inclusão em estudos a respeito de estratégias de recuperação avançada de petróleo.Item Nitrificação heterotrófica/desnitrificação aeróbia: caracterização de isolados e investigação das vias metabólicas(Universidade Federal de Viçosa, 2018-09-18) Silva, Lívia Carneiro Fidélis; Silva, Cynthia Canedo da; http://lattes.cnpq.br/4490342708817083A água de produção proveniente do processo de extração de petróleo contem elevadas concentrações de amônia. Despejos desses efluentes podem ser prejudiciais ao meio ambiente e, por isso, antes de ser descartado, o efluente deve ser tratado. A remoção biológica de amônia pode ocorrer por diferentes vias: a nitrificação autotrófica aeróbia, seguida da desnitrificação anaeróbia (processos convencionais), que é uma via bem conhecida e consolidada, onde cada etapa é realizada por diferentes microrganismos, e a nitrificação heterotrófica/desnitrificação aeróbia (NH/DA), onde um único microrganismo heterotrófico é capaz de realizar as duas etapas em condições de aerobiose, conferindo vantagens em relação à nitrificação e à desnitrificação convencionais para aplicação em estações de tratamento de efluentes. Porém, pouco se sabe sobre esse processo e sobre os microrganismos que o realizam. Assim, visando à otimização da remoção de amônia nas estações de tratamento, os objetivos deste trabalho foram isolar e identificar microrganismos capazes de realizar o processo de NH/DA de amostra de lodo ativado, avaliar a influência de fatores físico- químicos sobre a remoção de amônia, e investigar as possíveis vias de remoção de amônia através do estudo do transcriptoma de um dos isolados capazes de realizar a NH/DA. Foram identificados seis isolados bacterianos nitrificantes heterotróficos/desnitrificantes aeróbios capazes de converter 100 % de amônia em N2 em até 72 horas. Dos seis isolados, três foram identificados como Pseudomonas balearica, e os outros como Rhodococcus ruber, Pseudomonas stutzeri e Gordonia amicalis. Eles apresentaram perfil de resposta diferente em relação aos fatores físico-químicos estudados, porém, todos exibiram alta eficiência de remoção de amônia em diferentes fontes de carbono, relação C/N, concentrações salinas, pH e temperatura. O balanço de nitrogênio mostrou que, aproximadamente, 55 % de toda a amônia removida pelos isolados foi perdida na forma de N2, e 45 % foi assimilada na biomassa microbiana. Não foi possível detectar por PCR e genômica comparativa, os genes envolvidos no processo de nitrificação autotrófica no genoma dos isolados, entretando, os genes do processo de desnitrificação anaeróbia foram detectados nas espécies do gênero Pseudomonas, que também realizam esse processo, sugerindo o envolvimento de outras enzimas na via de NH/DA. O estudo do transcriptoma do isolado P. stutzeri 2v em condição de indução das vias de remoção de amônia mostrou que os genes envolvidos no processos convencionais não estão envolvidos na NH/DA, e que houve mudança na maquinaria de biossíntese e tradução proteica da célula, indicando que outros genes foram expressos durante o processo, possivelmente aqueles envolvidos na NH/DA. Foi observado também aumento na expressão de genes envolvidos em processos de óxido-redução, que podem estar diretamente envolvidas na NH/DA. Este trabalho mostrou que os isolados identificados possuem potencial para aplicação em estações de tratamento de efluentes visando a otimização do processo biológico de remoção de amônia, e que as enzimas envolvidas no processo de NH/DA são diferentes daquelas observadas nos processos convencionais.Item Variabilidade e especificidade de bacteriófagos intestinais de bezerros saudáveis e diarreicos(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-27) Teixeira, Jonas da Silva; Zerbini, Poliane Alfenas; http://lattes.cnpq.br/9896919710544129Apesar dos avanços na disponibilidade de vacinas e na otimização da transferência de imunidade passiva pela colostragem, a diarreia neonatal ainda é, atualmente, a doença de muito impacto na criação bovina no mundo, sendo a doença com maior índice de morbidade e mortalidade em bezerros de até trinta dias de idade. As causas da doença não são facilmente reconhecidas e, portanto, não são eficientemente combatidas, caracterizando-se por uma enfermidade de causa multifatorial. Dentre estas causas incluem fatores nutricionais, fisiológicos, ambientais e de manejo, além de diversos microrganismos como protozoários, bactérias e vírus. O tratamento convencional se baseia no suporte (fluidoterapia intravenosa e oral) e no uso de antibióticos, devido à alta prevalência de diarreias causadas por Escherichia coli. Tais infecções geralmente não são tratadas satisfatoriamente devido à resistência bacteriana aos antibióticos ou à distribuição inadequada do mesmo no sítio de ação, sendo que seu uso em diarreias não bacterianas pode ainda piorar o quadro por supressão da microbiota comensal, o que favorece a multiplicação de outros micro-organismos como leveduras e protozoários. Estudos recentes mostraram que os bacteriófagos são os microrganismos mais abundantes e diversos, o que sugere que possam ter um impacto significativo na modelagem da microbiota intestinal. Entretanto, seu papel na modulação da dinâmica microbiana em bovinos neonatos ainda não foi estudado. Na busca de um melhor entendimento das complexas interações entre os diversos microrganismos presentes no ambiente intestinal, bem como a relação da dinâmica da diversidade microbiana e o estado saúde/doença, este trabalho teve como objetivo estudar a diversidade de bacteriófagos líticos e lisogênicos e sua interação com bactérias normalmente encontradas no ambiente intestinal em bezerros saudáveis e diarreicos. Os resultados mostraram que em animais diarreicos existe maior presença de bacteriófagos em multiplicação lítica, enquanto que em animais sadios, predominam vírus em ciclo lisogênico. Animais doentes apresentam microbiota bacteriana mais diversa, enquanto animais saudáveis apresentam uma microbiota mais homogênea. Cinco vírus líticos foram isolados, sendo quatro provenientes de amostras de animais doentes e um de animais sadios. Estes isolados foram caracterizados segundo a natureza de seus genomas, morfologias e gama de hospedeiros. Todos os vírus isolados apresentam gama de hospedeiros distintas, com vírus podendo infectar somente a hospedeira de isolamento, até vírus podendo infectar diferentes espécies bacterianas. A caracterização morfológica e molecular pôde agrupar os isolados na ordem Caudovirales.Item Atividade da proteína Gp16-43 de Ralstonia virus phiAP1 na inibição e degradação de biofilme bacteriano(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-27) Pereira, Bruna Maria Magro; Zerbini, Poliane Alfenas; http://lattes.cnpq.br/1699435614313133Os vírus que infectam bactérias (bacteriófagos) são os organismos mais abundantes do planeta, e desempenham importantes funções para a manutenção do ecossistema. Nos últimos anos, o uso de vírus como ferramenta de controle biológico tem ganhado bastante atenção, devido, principalmente, à dificuldade de se isolar novas drogas antimicrobianas e à seleção de bactérias resistentes às drogas já existentes. Devido a esse potencial como agentes de controle biológico, as descobertas sobre esses vírus têm aumentado o que amplia as perspectivas de controle de doenças. O biofilme bacteriano representa um importante fator de virulência em bactérias patogênicas. A matriz de exopolímeros presente no biofilme confere limitação à penetração de agentes antimicrobianos e aumenta a tolerância às defesas do hospedeiro, dificultando o controle de bactérias patogênicas produtoras de biofilme. Os bacteriófagos codificam proteínas associadas à lise celular com interessante aplicação no controle desses microrganismos. As despolimerases virais são uma classe de proteínas que desempenham um papel importante no processo de infecção do vírus em seu hospedeiro, atuando na matriz exopolissacarídea do biofilme bacteriano para permitir uma infecção viral eficiente. Desta forma, tem sido apontada como sendo um interessante agente de inibição e/ou degradação do biofilme de bactérias patogênicas. Este estudo traz a caracterização da atividade de uma nova despolimerase associada ao vírion (Gp16-43) codificada pelo vírus Ralstonia virus phiAP1. Gp16-43 foi eficiente para inibir a formação do biofilme de E. coli, R. pseudosolanacearum e S. aureus. Baixas concentrações de proteínas (250- 500 µg/mL) já foram capazes de reduzir a formação de biofilme dessas bactérias. A proteína Gp16-43 foi capaz de degradar o biofilme formado de E. coli e R. pseudosolanacearum, sendo mais eficiente na concentração de 1375 µg/mL, mas não no biofilme de S. aureus. Com base nesses resultados, a Gp16-43, uma nova exopolissacarídeo-despolimerase derivada de vírus, representa uma nova estratégia de grande potencial biotecnológico para prevenir e degradar a formação de biofilme de microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos.Item Sequenciamento do genoma de Colletotrichum lindemuthianum e identificação de genes candidatos a efetores(Universidade Federal de Viçosa, 2017-05-24) Queiroz, Casley Borges de; Queiroz, Marisa Vieira de; http://lattes.cnpq.br/0922107268691629Colletotrichum é um gênero de fungo que compreende centenas de espécies amplamente distribuídas pelo mundo. Muitas dessas espécies além de serem fitopatógenos de grande importância econômica, representam modelos para a identificação de genes relacionados com a patogenicidade e virulência de patógenos hemibiotróficos. Apesar disso, até o momento, poucos genomas de espécies de Colletotrichum foram sequenciados e anotados. Colletotrichum lindemuthianum, agente causal da antracnose no feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris), adota um estilo de parasitismo hemibiotrófico durante a infecção do feijoeiro e representa um dos grupos de patógenos mais devastadores para essa cultura. Neste trabalho é reportado o sequenciamento do genoma nuclear e a anotação e análise do genoma mitocondrial de dois isolados de C. lindemuthianum (83.501 e 89 A2 2-3). Além disso, realizou-se a predição in silico dos genes relacionados ao repertório de proteínas candidatas à efetoras no genoma nuclear de dez espécies de Colletotrichum, incluindo C. lindemuthianum. Os genomas nucleares dos isolados de C. lindemuthianum possuem um tamanho total de 97,4 Mb (83.501) e 99,16 Mb (89 A 2 2-3), sendo até o momento os maiores genomas de espécies de Colletotrichum já sequenciados, e codificam um total de 11.627 (89 A2 2-3) e 11.673 (83.501) proteínas. Os tamanhos dos genomas mitocondriais foram 37.440 pb (83.501) e 37.446 pb (89 A2 2-3). A diferença de seis nucleotídeos entre os dois genomas é o resultado de uma deleção no gene rps3 no isolado 83.501 e foi observada uma troca de adenina por guanina na posição 3.457 no genoma mitocondrial do isolado 83.501, dentro do gene rps3 (proteína ribosomal S3). Ambos possuem um total de 53 genes, incluindo genes que codificam proteínas, RNAs transportadores, RNAs ribossomais e open reading frame não conservadas (ncORF). O genoma mitocondrial de C. lindemuthianum foi comparado com os genomas mitocondriais de sete espécies do gênero pertencentes aos clados acutatum, graminicola, orbiculare e gloeosporioides. Quatorze genes core mitocondriais em Colletotrichum spp. não apresentam sintenia. As ncORF variam em número e são codificadas por ambas as fitas. As regiões intergênicas possuem tamanho similares, exceto nas espécies do clado gloeosporioides, e o número de introns foi altamente variável e codificam um total de até nove endonucleases homing. A variação no tamanho dos genomas mitocondriais é devida principalmente as ncORF e introns do grupo I. O total de genes candidatos a efetores preditos a partir da montagem dos genomas nucleares em ambos isolados de C. lindemuthianum foi de 324. Entre as nove espécies analisadas, o total variou de 247 em Colletotrichum graminicola até 446 em Colletotrichum orbiculare. A maioria das sequências de aminoácidos codificados pelos genes candidatos à efetores (até 91,4% no caso de Colletotrichum fioriniae) apresentou homologia com proteínas não caracterizadas. Um total de 28 grupos de sequências de aminoácidos (total de 43 sequências de aminoácidos) codificadas por genes candidatos a efetores em C. lindemuthianum possuem sequências homólogas em todas as outras nove espécies de Colletotrichum. Foram encontrados 12 domínios conservados em todas as 10 espécies. Foram identificados também sequências de aminoácidos com presença de domínios conservados ainda não relatado para proteínas efetoras de Colletotrichum spp., o que permitiu sugerir papeis putativos para essas efetoras. A transcrição de seis genes candidatos a efetores de C. lindemuthianum foi avaliada por meio de Real- time RT-PCR. Todos os genes selecionados tiveram o mesmo padrão de expressão, sendo maior na fase biotrófica de crescimento do fungo no feijoeiro. Este trabalho disponibiliza informações importantes que podem auxiliar a compreensão da biologia e das estratégias de infecção utilizadas por espécies do gênero Colletotrichum.Item Diferenças na composição da microbiota do trato gastrointestinal e de fezes de novilhos Nelore com alta e baixa eficiência alimentar(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-27) Lopes, Déborah Romaskevis Gomes; Mantovani, Hilário Cuquetto; http://lattes.cnpq.br/7154004732611090A análise das interações entre o hospedeiro e o microbioma intestinal pode ser útil para entender as diferenças no fenótipo de eficiência alimentar de animais de produção. Estudos que investigam a relação entre o microbioma ruminal e a eficiência alimentar de bovinos de corte ainda são escassos, sendo que ainda não existem trabalhos com bovinos da raça Nelore, a qual se destaca pela relevância econômica na produção de carne no Brasil. Neste trabalho, os objetivos foram comparar a composição da microbiota e analisar os parâmetros bioquímicos do rúmen, intestino delgado, ceco e das fezes de 27 novilhos Nelore classificados como de alta ou baixa eficiência alimentar. Para avaliar a composição da comunidade bacteriana foi realizada a extração de DNA metagenômico das amostras do rúmen (fração sólida e líquida), intestino delgado, ceco e fezes dos animais e sequenciamento da região V4 do gene rRNA 16S. Nas amostras obtidas do rúmen também foi realizada a avaliação da composição de arquéias por meio do sequenciamento da região V6-V8 do gene rRNA 16S. Além disso, a concentração de ácidos orgânicos voláteis (ácidos acético, succínico, propiônico, valérico, isovalérico, butírico e isobutírico) foi avaliada em todos os segmentos do sistema digestivo, além da concentração de amônia e do pH no conteúdo ruminal. Foi observado que os índices de Shannon (diversidade) e Simpson (dominância) das comunidades bacterianas ruminais (5,35 ± 0,26 e 0,017 ± 0,007, respectivamente) e fecais (4,26 ± 0,32 e 0,04 ± 0,015, respectivamente) não foram diferentes para os dois grupos de eficiência alimentar (t-test, P > 0,05). Já a riqueza de arquéias no rúmen (índice de Chao) foi maior (t-test, P < 0,05) nos novilhos com fenótipo de alta eficiência alimentar (45,18 ± 11,1) em relação aos de baixa eficiência (36,22 ± 8,12). O intestino delgado foi o segmento do trato gastrointestinal com menor (Tukey test, P < 0,05) diversidade e riqueza de bactérias (3,77 ± 0,73 e 607 ± 192, respectivamente), bem como o de menor concentração de ácidos orgânicos voláteis (11,57 ± 6,65 mmol/l). A análise de beta diversidade das comunidades microbianas não demonstrou agrupamento dos animais em função do fenótipo de eficiência alimentar (Anosim, P > 0,01). No entanto, foi observado agrupamento em função das comunidades bacterianas de cada segmento do trato gastrointestinal (Anosim, P < 0,001). O agrupamento taxônomico das OTUs evidenciou que as famílias Lachnospiraceae (24,61 ± 6,58 %) e Ruminococcaceae (20,87 ± 4,22 %) são as mais abundantes em todo o trato digestivo de bovinos Nelore. As diferenças na composição bacteriana (White’s non-parametric t-test, P < 0.05) tanto do rúmen quanto das fezes dos animais de alta e baixa eficiência alimentar foram identificadas principalmente em OTUs classificadas nessas famílias, bem como no gênero Prevotella. Assim, algumas estirpes específicas desses grupos parecem estar relacionadas com o aumento ou com a redução da eficiência alimentar. Foram observadas diferenças na correlação (Sperman’s rank, P < 0,05) entre os parâmetros bioquímicos e a composição da microbiota ruminal dos novilhos de alta e baixa eficiência alimentar. Esses resultados demonstram que as diferenças na composição do microbioma de animais de alta e baixa eficiência alimentar se concentram em grupos microbianos com potencial fibrolítico e celulolítico, os quais são considerados relevantes para a fermentação dos componentes da dieta e, consequentemente, para a obtenção de energia pelo hospedeiro. Além das alterações da comunidade bacteriana ao longo do trato digestivo, evidenciaram-se algumas diferenças quanto à abundância desses grupos funcionais nas fezes dos animais. Assim, a coleta de amostras fecais pode representar uma forma não invasiva de avaliar, a partir de estudos em larga escala, a relação entre o microbioma de bovinos e fenótipos de produtividade desses animais.Item Caracterização molecular de um vírus com genoma de DNA que infecta Ralstonia solanacearum e caracterização de proteínas H-NS e sua função na regulação do sistema CRISPR-CAS(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-24) Almeida, Juliana Cristina Fraleon de; Zerbini, Poliane Alfenas; http://lattes.cnpq.br/7086745067874322Os vírus que infectam bactérias são os organismos mais abundantes do planeta, e desempenham importantes funções para a manutenção do ecossistema. Nos últimos anos, o uso de vírus como ferramenta de controle biológico tem ganhado bastante atenção, devido, principalmente, à dificuldade de se isolar novas drogas antimicrobianas e à seleção de bactérias resistentes às drogas já existentes. Devido a esse potencial como agentes de controle biológico, as descobertas sobre esses vírus tem aumentado o que amplia as perspectivas do manejo ecológico de doenças em plantas. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivos i) caracterizar um bacteriófago isolado de Ralstonia solanacearum proveniente do estado do Ceará, Brasil ii) caracterizar proteínas H-NS de Ralstonia solanacearum e estudar seu o efeito regulatório no sistema CRISPR-Cas. A partir de um isolado não patogênico de Ralstonia solanacearum, foi isolado um vírus filamentoso que possui um ciclo de multiplicação do tipo pseudo-lisogênico. O genoma viral foi completamente sequenciado, possui 6945 nucleotídeos e conteúdo de GC de 61,25%. A organização genômica é típica de vírus da família Inoviridae, gênero Inovirus. Comparação da sequência obtida com sequências de outros Inovirus sugere que o isolado viral é uma nova espécie do grupo φRSM, tentativamente denominada Ralstonia solanacearum Inovirus Brazil 1 (RSIBR1). Partículas de RSIBR1 foram transmitidas para R. pseudosolanacearum, que quando infectadas pelo RSIBR1 também perdeu a capacidade de causar doença em plantas de tomate, sugerindo que a infecção viral interfere com a patogenicidade de Ralstonia spp. Em estudos anteriores, foi demonstrado que o sistema CRISPR-Cas de Ralstonia solanacearum é inativo. Para avaliar se essa inatividade pode ser explicada pela presença de proteínas do tipo H-NS,foi realizada uma busca por genes que codificam H-NS no genoma de Ralstonia solanacearum. Três cópias de H-NS (H-NS 1, 2 e 3) foram localizadas no megaplasmídeo. Não foram identificadas cópias de H-NS codificadas no cromossomo bacteriano. As H-NS de Ralstonia solanacearum possuem os domínios de oligomerização e de ligação a DNA bem conservados. A análise filogenética de proteínas H-NS de diferentes bactérias agruparam de acordo com as famílias Enterobacteriaceae,Pseudomonadaceae e Ralstoniaceae. Além disso, foi observado que as proteínas H-NS da família Ralstoniaceae são altamente conservadas com H-NS codificadas por podovírus, sugerindo que as H-NS de Ralstoniaceae podem ser de origem viral. Foi realizada uma análise in silico nos promotores das proteínas CAS para verificar a presença de sítios de ligação de H-NS. Foram identificadas regiões de alto conteúdo AT, com curvatura típica potencial para a ligação de H-NS. A análise da expressão das H-NS mostrou que somente as H-NS 1 e 3 são expressas em Ralstonia solanacearum. Para confirmar que as proteínas H-NS possuem efeito regulatório na expressão dos genes Cas, foram construídos cassetes para a obtenção de mutantes para H-NS1, H-NS 2 e H-NS3. A obtenção dos mutantes e a análise da expressão dos genes Cas nos mutantes irão permitir elucidar o papel regulatório de H-NS na expressão do sistema CRISPR-Cas em Ralstonia solanacearum.Item New species and new records of conidial fungi from submerged decayed leaves in Brazil(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-16) Freitas, Mayara Luisa Rocha; Pereira, Olinto Liparini; http://lattes.cnpq.br/0287038847707827Fungi are recognized as cosmopolitan and carry out various ecological functions in the ecosystem, including the decomposition of organic matter. They recycle the litter present in the soil, contributing to mineralization of nutrients. In aquatic environments, this saprophytic role contributes to increase the palatability of plant material used by organisms of other trophic levels. Several representatives of the Fungi kingdom are present in the aquatic environments and, among these, the conidial fungi. In the Atlantic Forest biome, studies on fungi in the aquatic environment are still scarce. The aim of this work was to carry out a taxonomic and phylogenetic study of the conidial fungi species associated with decomposed plant substrates submerged in water bodies of three forest fragments located in the Serra do Brigadeiro, Minas Gerais. The collected samples were taken to the Laboratório de Micologia e Etiologia de Doenças Fúngicas de Plantas of Universidade Federal de Viçosa, where the isolations and identification of associated fungi were made. The genus Cladosporium was the most abundant fungal group. By means of the morphology of vegetative and reproductive structures of this fungus, the growth of in vitro cultures and phylogenetic analyzes, it was concluded that all the isolates belong to the Cladosporium cladosporioides complex, two species reported for the first time in Brazil and a new species be proposed. This study contributes to increasing the knowledge of the diversity of conidial fungi in aquatic environments in the Brazilian Atlantic Forest and emphasizes the importance of exploring new habitats in mycological researches.Item Crescimento de Salmonella enteritidis var. Typhimurium em dietas enterais(Universidade Federal de Viçosa, 2000-08-21) Silva, Roberta Ribeiro; Vanetti, Maria Cristina Dantas; http://lattes.cnpq.br/2423302422100209Avaliou-se o crescimento de Salmonella enteritidis var. Typhimurium em dietas enterais, nas condições geralmente adotadas durante a estocagem e administração dessas, e os dados experimentais obtidos foram usados para validação de um modelo matemático do crescimento de Salmonella. As dietas industrializadas analisadas foram a Soya Diet (Support) e Ensure (Abbott) e as não-industrializadas, coletadas em duas unidades hospitalares, foram preparadas artesanalmente, à base de frango (DNI-F) e de legumes (DNI-L), ambas enriquecidas com ovo. Os resultados da composição química das dietas indicaram a presença de mais de 50% de carboidratos, com teor protéico entre 14,20 e 29,34 g, lipídios entre 9,03 e 31,80 g e minerais entre 1,4 e 6,2 g por 100g da matéria seca. A osmolaridade variou em uma faixa de 64,61 a 415 mOsmol/L. O pH das dietas após preparo esteve entre 6,75 e 7,79 e a atividade de água entre 0,990 e 0,995. Durante o período de seis horas a 4 o C, não se detectou variação no número de unidades formadoras de colônias (UFC) de Salmonella. Entretanto, o crescimento foi verificado nas dietas industrializadas e não- industrializadas, mantidas a 25°C. Nessa temperatura, os tempos de geração variaram de 21 a 34,8 minutos e a população máxima de viiiSalmonella de 10 8 UFC/mL ocorreu entre 14 e 24 horas, sendo mais rapidamente alcançada na dieta DNI-L. A validação do modelo matemático do crescimento de Salmonella apresentado no Pathogen Modeling Program (PMP) 5.1 (USDA-USA) foi feita, utilizando-se os dados de fase lag e tempo de geração a 25°C, obtidos com as dietas industrializadas da Ensure e da Soya Diet com pH corrigido para 6,23 e com a dieta não-industrializada DNI-L. Concluiu-se que os parâmetros de crescimento desse patógeno, nessas dietas avaliadas, apresentaram-se dentro do intervalo de confiança preditos para tempo de geração e duração de fase lag para a dieta Ensure, validando, portanto, o modelo PMP 5.1 para Salmonella. Este resultado permite gerar informações do crescimento de Salmonella nas dietas enterais analisadas, em valores de temperatura, pH e atividade de água diferentes dos usados experimentalmente. Foi constatado que a temperatura de refrigeradores nas duas unidades hospitalares foi, em média, 11 o C e 18 o C e a temperatura da sala de administração de um dos estabelecimentos foi em torno de 26,5 o C. Com a validação do modelo preditivo do crescimento de Salmonella, é possível estimar que a manutenção das dietas avaliadas, a 18 o C, permitiria o crescimento desse patógeno com um tempo de geração de 87 min. Durante a administração das dietas, à temperatura média de 26,5 o C, o tempo de geração nessas dietas poderia ser, em média, 32 min. Nesta situação, a contaminação das dietas, mesmo com um número pequeno de células de Salmonella, poderia trazer riscos à saúde dos indivíduos, a quem as dietas estão sendo administradas.Item Atividade microbiana em couve (Brassica oleraceae c.v. acephala) minimamente processada(Universidade Federal de Viçosa, 2000-07-20) Bittencourt, Márcia Teixeira; Vanetti, Maria Cristina Dantas; http://lattes.cnpq.br/6139009094053438Alterações nas características químicas, sensoriais e na microbiota contaminante de couve minimamente processada e estocada em embalagem com modificação passiva da atmosfera foram avaliadas durante a estocagem a 1 o C, 5 o C e 10 o C. Estabeleceu-se que a seqüência das etapas do processamento mínimo da couve consistiria de sanitização, fatiamento e enxágüe, considerando-se os resultados de redução dos contaminantes aeróbios mesófilos, do teor de cloro ativo residual e pH na solução sanitizante e do teste de aceitação sensorial do produto. A sanitização da couve em uma solução contendo 200 ppm de cloro livre, por 10 min, à temperatura de, aproximadamente, 10 o C, resultou em uma redução significativa (P<0,05) de 1,2 a 2,0 ciclos logarítmicos no número de bactérias aeróbias. As concentrações de O 2 e CO 2 no interior das embalagens de couve minimamente processada embalada em filme de permeabilidade elevada variaram, significativamente (P<0,01), no período de estocagem. Os resultados indicaram que, no produto mantido a 10 o C, houve maior consumo de O 2 e maior acúmulo de CO 2 que a 5 o C e 1 o C. Observou-se aumento significativo do pH da couve mantida a 5 o C e 10 o C e diminuição dos teores de glicose e frutose no produto mantido nas três temperaturas avaliadas. Os resultados do teste de aceitação permitiram estimar que a couve minimamente processada manteve aparência e aroma nos níveis estabelecidos, no 21 o dia a 1 o C, e por um período inferior a 18 dias a 5 o C. Quanto à aparência o produto seria aceito até o décimo dia, a 10 o C, mas, no oitavo dia de estocagem, o aroma promoveria sua rejeição. A população de mesófilos e psicrotróficos predominou em relação à população de bactérias láticas, anaeróbios mesófilos, fungos filamentosos e leveduras e coliformes em todas as amostras analisadas e, aumentou o equivalente a 1,5 e 2,8 ciclos logarítmicos, ao longo de 20 dias de estocagem a 1 o C e 5 o C, respectivamente. A 10 o C, a variação dessa microbiota foi entre 4,0 e 4,6 ciclos logarítmicos, após 15 dias. Embora não-predominantes, as bactérias anaeróbias e láticas foram as que mais cresceram ao longo do período de estocagem da couve minimamente processada, aumentando a população entre 2,4 e seis ciclos logarítmicos. Os números observados de leveduras não ultrapassaram a 10 5 UFCg -1 . Coliformes fecais não foram detectados nas amostras analisadas. Cinqüenta e uma colônias representantes da população de psicrotróficos foram isoladas e caracterizadas, e os resultados indicaram que, aproximadamente, 91% da microbiota psicrotrófica constituíram-se de bastonetes Gram-negativos. A identificação de representantes dessa microbiota indicou presença freqüente dos gêneros Pseudomonas, Flavobacterium, Chromobacterium, Enterobacter e Cedecea. Quatro isolados psicrotróficos foram cultivados em caldo de couve e caldo TSB, a temperaturas entre 1 o C e 15 o C e, a partir da fase exponencial das curvas de crescimento obtidas, foi determinada a velocidade específica de crescimento (μ) para cada isolado, em função da temperatura. Esses dados foram ajustados e o modelo matemático que melhor descreveu o comportamento dos isolados nas condições estudadas foi o da Raiz Quadrada.