Microbiologia Agrícola

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    Crescimento de Salmonella enteritidis var. Typhimurium em dietas enterais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2000-08-21) Silva, Roberta Ribeiro; Vanetti, Maria Cristina Dantas; http://lattes.cnpq.br/2423302422100209
    Avaliou-se o crescimento de Salmonella enteritidis var. Typhimurium em dietas enterais, nas condições geralmente adotadas durante a estocagem e administração dessas, e os dados experimentais obtidos foram usados para validação de um modelo matemático do crescimento de Salmonella. As dietas industrializadas analisadas foram a Soya Diet (Support) e Ensure (Abbott) e as não-industrializadas, coletadas em duas unidades hospitalares, foram preparadas artesanalmente, à base de frango (DNI-F) e de legumes (DNI-L), ambas enriquecidas com ovo. Os resultados da composição química das dietas indicaram a presença de mais de 50% de carboidratos, com teor protéico entre 14,20 e 29,34 g, lipídios entre 9,03 e 31,80 g e minerais entre 1,4 e 6,2 g por 100g da matéria seca. A osmolaridade variou em uma faixa de 64,61 a 415 mOsmol/L. O pH das dietas após preparo esteve entre 6,75 e 7,79 e a atividade de água entre 0,990 e 0,995. Durante o período de seis horas a 4 o C, não se detectou variação no número de unidades formadoras de colônias (UFC) de Salmonella. Entretanto, o crescimento foi verificado nas dietas industrializadas e não- industrializadas, mantidas a 25°C. Nessa temperatura, os tempos de geração variaram de 21 a 34,8 minutos e a população máxima de viiiSalmonella de 10 8 UFC/mL ocorreu entre 14 e 24 horas, sendo mais rapidamente alcançada na dieta DNI-L. A validação do modelo matemático do crescimento de Salmonella apresentado no Pathogen Modeling Program (PMP) 5.1 (USDA-USA) foi feita, utilizando-se os dados de fase lag e tempo de geração a 25°C, obtidos com as dietas industrializadas da Ensure e da Soya Diet com pH corrigido para 6,23 e com a dieta não-industrializada DNI-L. Concluiu-se que os parâmetros de crescimento desse patógeno, nessas dietas avaliadas, apresentaram-se dentro do intervalo de confiança preditos para tempo de geração e duração de fase lag para a dieta Ensure, validando, portanto, o modelo PMP 5.1 para Salmonella. Este resultado permite gerar informações do crescimento de Salmonella nas dietas enterais analisadas, em valores de temperatura, pH e atividade de água diferentes dos usados experimentalmente. Foi constatado que a temperatura de refrigeradores nas duas unidades hospitalares foi, em média, 11 o C e 18 o C e a temperatura da sala de administração de um dos estabelecimentos foi em torno de 26,5 o C. Com a validação do modelo preditivo do crescimento de Salmonella, é possível estimar que a manutenção das dietas avaliadas, a 18 o C, permitiria o crescimento desse patógeno com um tempo de geração de 87 min. Durante a administração das dietas, à temperatura média de 26,5 o C, o tempo de geração nessas dietas poderia ser, em média, 32 min. Nesta situação, a contaminação das dietas, mesmo com um número pequeno de células de Salmonella, poderia trazer riscos à saúde dos indivíduos, a quem as dietas estão sendo administradas.