Microbiologia Agrícola

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    Hidrofobicidade celular e biossurfactantes como determinantes da capacidade desemulsificante de isolados bacterianos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-03-31) Fernandes, Rita de Cássia Rocha; Borges, Arnaldo Chaer; http://lattes.cnpq.br/1404894439547309
    A capacidade de culturas microbianas de desestabilizarem emulsões do tipo óleo em água (O/W) ou água em óleo (W/O), promovendo a separação de fases, é frequentemente atribuída a características como hidrofobicidade da superfície celular e a capacidade de produção de compostos com atividade surfactante e ação desemulsificante. Neste trabalho, foi avaliada a hipótese de que a capacidade de quebra de emulsões O/W ou W/O de isolados bacterianos está relacionada à hidrofobicidade celular e à produção de biossurfactantes com ação desemulsificante. As bactérias com capacidade desemulsificante foram isoladas a partir de composto de resíduo sólido urbano contaminado com óleo diesel, após enriquecimento em meio mineral contendo parafina líquida como fonte de carbono (MMSM-parafina). O agrupamento gerado com base no perfil de ácidos graxos dos 23 isolados obtidos distinguiu a presença de doze linhagens bacterianas, das quais quatro foram eficientes para quebra de emulsão W/O, sendo a razão de quebra de emulsão maior que 70%. Essas bactérias foram identificadas como Acinetobacter sp. (LBBMA LU3 e LBBMA 7a) e Pseudomonas mendocina (LBBMA LU5b e LBBMA LU7b). Nenhuma delas produziu biossurfactantes ou foi capaz de quebrar emulsão do tipo O/W. Os dados demonstram que a produção de biossurfactantes não é requerida para promover a quebra de emulsões W/O; contudo, indicam que esses compostos podem ser requeridos para a quebra de emulsões do tipo O/W. A capacidade de quebra de emulsão W/O diminuiu com o tempo de crescimento das culturas e foi dependente da presença de células com até 22 horas de cultivo em meio MMSM-parafina, não havendo influência de componentes do sobrenadante. Ao contrário, a atividade desemulsificante de culturas mais velhas e, em especial, a capacidade de separar a fase oleosa contida nas emulsões, foram atribuídas à presença de compostos desemulsificantes sem atividade surfactante. A atividade desemulsificante de Acinetobacter sp. LBBMA LU3 aumentou linearmente com o aumento da temperatura, não sendo afetada por salinidade (até 150 g L-1) ou pelo pH (3-8). Em algumas linhagens, foi observada a existência de uma possível interação entre células sedimentáveis e não-sedimentáveis numa mesma cultura, a qual determina a sua atividade desemulsificante. Na literatura especializada, não se encontra registro desse tipo de interação entre células distintas de uma mesma cultura bacteriana, em relação à sua atividade de quebra de emulsão W/O. Também, o efeito negativo de células não-sedimentáveis de algumas linhagens bacterianas sobre a separação da fase oleosa em emulsão W/O representa conhecimento novo para a área. A integridade das células de Acinetobacter sp. LBBMA LU3 não é necessária para a atividade desemulsificante. A utilização de células de uma mesma linhagem bacteriana com diferentes valores de hidrofobicidade de superfície celular, obtidas durante a desnutrição em meio com carência de nitrogênio, revelou que inexiste uma relação única entre hidrofobicidade celular e capacidade de quebra de emulsão W/O. A hidrofobicidade celular correlaciona-se tanto positiva como negativamente com a capacidade de quebra de emulsão W/O e com a capacidade de separação de querosene contido na emulsão. Conclui-se, portanto, que outras características da superfície celular bacteriana, e não a sua hidrofobicidade, são determinantes para a sua atividade desemulsificante.
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    Solubilização de fosfatos de rocha por Penicillium islandicum
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-23) Bonduki, Victor Hugo Araújo; Costa, Maurício Dutra; http://lattes.cnpq.br/0594143652004072
    O consumo de fertilizantes minerais aumenta anualmente com vistas a melhorar a produtividade das lavouras. Os fertilizantes fosfatados estão entre os mais comercializados em razão da importância do fósforo (P) para o crescimento, o desenvolvimento e a produção vegetal em solos empobrecidos desse nutriente. Nos solos brasileiros, a disponibilidade de P é baixa e, na maioria das vezes, o elemento torna-se inacessível às raízes em face de sua retenção nos minerais de argila. Para contornar esse problema, o uso de fontes alternativas de P em substituição aos fertilizantes solúveis dispendiosos têm sido estudadas. Para suprir a demanda de mercado, os fosfatos naturais ou de rocha (FRs), fontes de P, são tratados por processos químicos e térmicos de elevado custo energético que causam poluição. Os FRs brasileiros são de baixa reatividade, fazendo com que o seu processamento seja mais oneroso. Esse fato desestimula o uso de reservas de rocha fosfáticas nacionais, levando à importação de FRs estrangeiros de maior reatividade. Uma alternativa viável para o uso de FRs brasileiros é a utilização de microrganismos com capacidade de solubilizar esse material por meio de processos biológicos de acidificação do meio e complexação de cátions. A solubilização microbiana tem também a vantagem de permitir a utilização de substratos sólidos para o crescimento microbiano, geralmente rejeitos ou resíduos da indústria agrícola. O objetivo do presente trabalho foi o de estudar a solubilização microbiana de FRs por P. islandicum FS41 em meios líquidos e em sistema de fermentação em substrato sólido com bagaço de cana-de-açúcar. A capacidade fúngica de solubilizar os FRs de Araxá, Catalão, Patos de Minas, Bayóvar e Argélia foi testada neste trabalho. O P. islandicum FS41 imobilizou o P liberado em meio Strasser, em fermentação em substrato sólido, quando na presença dos FRs de Araxá, Catalão e Patos de Minas. Os FRs Argélia e Bayóvar apresentaram valores baixos de P em solução, correspondendo a 18,9 e 9,8 mg L-1, respectivamente. A diminuição da disponibilidade de nitrogênio, atrelada à utilização de fontes amoniacais no meio Strasser, no sistema de fermentação em substrato sólido, promoveu aumentos do P em solução para os FRs Argélia, Bayóvar, Patos de Minas e Araxá. A ausência de fontes nitrogenadas ixinorgânicas e de extrato de levedura, no meio Strasser e no mesmo sistema de fermentação, favoreceu a liberação de P a partir do FR de Araxá, com valor de P em solução de 47,9 mg L-1 ou cerca de 11 % de solubilização. A solubilização dos FRs por P. islandicum FS41 foi mais eficiente em meio NBRIP do que no meio Strasser em sistema de cultivo em batelada em meio líquido, com valores médios de P em solução de 96,7, 79,7, 26,9, 23,2 e 22,3 mg L-1 para os FRs Argélia, Bayóvar, Patos de Minas, Catalão e Araxá, respectivamente. Alternativamente, o pré-cultivo de P. islandicum FS41 e a posterior transferência da biomassa micelial produzida para meio de solubilização com baixa disponibilidade de nutrientes minerais resultou em valores de P em solução de 130 mg L-1, o que correspondeu a 30 % de solubilização do P contido no FR de Araxá. Essa última estratégia promoveu aumentos de 2,71 a 5,8 vezes do P em solução em comparação aos valores obtidos nos experimentos anteriores. Diferentemente de outros fungos solubilizadores de fosfato, P. islandicum FS41 mostrou-se mais eficiente na produção de biomassa micelial, com forte tendência de imobilização do P liberado dos FRs. O presente trabalho aponta algumas alternativas de se contornar esse problema. No entanto, esforços adicionais deverão ser conduzidos para a otimização do processo de solubilização de FRs por esse fungo.
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    Sistemas de recuperação de ribossomos em Actinobacillus pleuropneumoniae: papel em virulência e resposta a diferentes condições de estresse
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-27) Teixeira, Ana Carolina Nery; Bazzolli, Denise Mara Soares; http://lattes.cnpq.br/1967721199398909
    A pleuropneumonia suína é uma doença respiratória causada pelo patógeno bacteriano Actinobacillus pleuropneumoniae (APP) cujo sucesso na colonização e permanência nos pulmões do suíno está relacionado à sua capacidade de resistência a diferentes condições de estresse e a inúmeros fatores de virulência. Para o sucesso do patógeno, a síntese proteica eficiente é um gargalo, uma vez que este processo pode ser um fator limitante durante o crescimento e replicação bacterianos, e para isso há uma expressiva necessidade de ribossomos ativos dentro da célula. Em condições de estresse, os ribossomos podem ficar parados em uma fita de mRNA quando um códon de parada não é detectado, precisando, portanto, de um resgate ativo em um processo chamado trans-tradução. Um RNA pequeno denominado tmRNA, ubíquo em bactérias, codificado pelo gene ssrA, é responsável por mediar o mecanismo de trans-tradução. Muitas bactérias ainda apresentam dois sistemas adicionais mediados pelo fator de resgate alternativo A (alternative rescue factor A), ArfA, descrito em outras bactérias como Escherichia coli, Salmonella enterica e Yersinia pestis e o fator de recuperação alternativo B (alternative rescue factor B), ArfB presente em 34% dos genomas bacterianos já sequenciados. Este trabalho teve como objetivos investigar qual(is) sistema(s) de recuperação de ribossomos está(ão) presente(s) em A. pleuropneumoniae e qual o envolvimento deste(s) na virulência e na resposta a diferentes condições de estresse. Análises in silico e in vitro foram conduzidas com este propósito. Nossos resultados in silico mostraram que A. pleuropneumoniae possui apenas dois sistemas de recuperação de ribossomos, e o fato de não conseguirmos a obtenção de uma linhagem duplo mutante (∆ssrA_∆arfA) valida nosso resultado. Para verificar o envolvimento destes genes em virulência e resposta a condições de estresse, linhagens mutantes denominadas ∆ssrA e ∆arfA, bem como linhagens complementadas para as respectivas linhagens, ∆ssrAC e ∆arfAC, respectivamente, foram construídas a partir da linhagem APP MIDG2331 WT (sorotipo 8). Estas linhagens (WT, mutantes e complementadas) foram investigadas quanto ao crescimento in vitro, adesão, sensibilidade a antibióticos e a diferentes condições de estresse (oxidativo, osmótico, temperatura e etanólico). Além disso, a virulência destas linhagens foi analisada no modelo de infecção alternativo Galleria mellonella. Análises fenotípicas mostraram que o mutante ∆ssrA foi mais sensível antibióticos e a todas as condições de estresse se comparado à linhagem WT e ao mutante ∆arfA. Além disso, o mutante ∆ssrA apresentou menor capacidade de adesão e virulência atenuada em G. mellonella quando comparada com as linhagens WT e ∆arfA. A linhagem ∆ssrAC não mostrou uma restauração completa do fenótipo original. Entretanto, a linhagem ∆arfAC mostra uma restauração completa do fenótipo. Estes resultados mostram que o gene ssrA tem um papel importante na resistência ao estresse e na virulência em APP e a ausência do gene arfA não afetou o fitness da bactéria nas condições avaliadas. Diante desses resultados, podemos concluir que o sistema TmRNA/SmpB é o principal sistema de recuperação de ribossomos em A. pleuropneumoniae e que a falta do mesmo acarreta em atenuação do fenótipo de virulência e aumento da sensibilidade a condições de estresse.
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    Desenvolvimento de teste rápido imunocromatográfico de fluxo lateral para neosporose bovina
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-07-17) Pinto, Maria Eduarda Almeida; Mendes, Tiago Antônio de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/9379279240915140
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    Otimização da produção de lipopeptídeos por Bacillus velezensis visando ao controle de fungos fitopatogênicos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-09-13) Félix, Jéssica da Silva; Tótola, Marcos Rogério
    O gênero Bacillus destaca-se como um dos mais empregados no biocontrole de doenças de plantas. Esses microrganismos são encontrados em diversos ambientes, sendo reconhecidos por sua capacidade de produzir lipopeptídeos. Essas moléculas são caracterizadas como biossurfactantes de baixo peso molecular e exibem atividade antibacteriana, antifúngica, antiviral, cicatrizante e antitumoral. Os lipopeptídeos se dividem em três famílias principais: surfactina, iturina e fengicina, sendo que as duas últimas apresentam elevada atividade antifúngica. Este trabalho teve como objetivo definir condições de cultivo adequadas para a produção de lipopeptídeos com atividade antifúngica por três isolados de Bacillus velezensis (LBBMA TR59II, LBBMA TR47II e LBBMA AP01), a fim de promover o controle de fungos fitopatogênicos. Para isso, realizou-se a otimização da produção de lipopeptídeos dos isolados em três diferentes meios de cultura (Meio Farelo de Soja adicionado de açúcar cristal, Meio 523 e Meio Mineral). Posteriormente, diferentes combinações de pH e temperatura foram investigadas. O fungo fitopatogênico modelo adotado no trabalho foi o Colletotrichum truncatum isolado UCBV258. Os estudos de otimização foram conduzidos utilizando-se o método de Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR). O meio de cultura Meio 523 propiciou as maiores produções de lipopeptídeos para B. velezensis LBBMA TR59ll e LBBMA TR47ll; para B. velezensis LBBMA AP01, as maiores produções de lipopeptídeos foram obtidas em Meio Mineral. Ao se considerar o custo dos ingredientes para a produção dos meios de cultivo, o Meio Farelo de Soja se mostrou o mais indicado para a produção de lipopeptídeos com ação fungicida para todos os isolados de B. velezensis estudados. As combinações das variáveis concentração de farelo de soja, de açúcar cristal, pH e temperatura propiciaram ganhos de eficiência de produção de lipopeptídeos (medida pela razão entre a produção de extrato bruto de lipopeptídeos liofilizado – EBEL - e a concentração inibitória mínima dos extratos brutos obtidos em cada condição) de até 59 vezes para o isolado B. velezensis LBBMA TR59ll, 17 vezes para B. velezensis LBBMA TR47ll 16 vezes para B. velezensis LBBMA AP01. Os ganhos de eficiência reportados, juntamente com o baixo custo dos ingredientes empregados no preparo dos meios de cultivo, têm o potencial de reduzir significativamente os custos deprodução de bioinsumos à base de Bacillus spp. visando ao controle de patógenos agrícolas. Palavras-chave: Bacillus velezensis. Lipopeptídeos. Surfactina. Fengicina. Iturina. Colletotrichum truncatum. Controle biológico.
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    Exploring RNA virus diversity in Metarhizium spp
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-07-26) Oliveira, Cauê Neves; Zerbini, Poliane Alfenas; http://lattes.cnpq.br/8002246970195948
    Viruses are ubiquitous acellular organisms since there is evidence of them hosting any living cell in all kingdoms. Mycoviruses are characterized by infecting fungi. The International Committee on Taxonomy of Virus (ICTV) recently recognized 29 families with representatives of mycoviruses. Most of these families have an RNA genome, and only one has a circular ssDNA genome. The non-retroviral RNA viruses are sorted into three Baltimore groups. Group III is characterized by having a dsRNA genome, while groups IV and V correspond to a ssRNA positive and negative sense, respectively. The unique hallmark gene in these three groups is RNA-dependent RNA polymerase (RdRp). This protein is responsible for viral genome replication and is conserved in all groups. Moreover, mycovirus infection can change the host phenotype. Most of the time, these changes are related to modification of their host pathogenic trait. For example, hypovirulent-associated mycoviruses are characterized by reducing the aggressiveness of phytopathogenic fungi by slowing down their mycelial growth and sporulation rate, as well as downregulating pathogenic genes. On the other hand, hypervirulent-associated mycoviruses are characterized by promoting mycelial growth and sporulation rate and upregulating host pathogenic genes. Therefore, mycoviruses are a more eco-friendly alternative to pest-management strategies than the use of chemical compounds related to ecosystem harm. Hypovirulent-associated mycovirus can be used to control the incidence of phytopathogenic fungi, and hypervirulent-associated mycovirus can increase the efficacy of mycopesticides. Studies already demonstrate that hypervirulent-associated mycoviruses hosting entomopathogenic fungi (EPF) can increase their potential to control insect pests. This work used two approaches to identify novel mycoviruses infecting the EPF in the genus Metarhizium. The first strategy was carried out by the total nucleic acid extraction of a Metarhizium robertsii isolate SCJAN-21.11 followed by identifying and sequencing the dsRNA viral genome. As we know, we report the first case of a polymycovirus hosting a Metarhizium in Brazil. This polymycovirus has at least three dsRNA genome segments. Each segment encodes only one ORF representing the RdRp, a hypothetical protein, and a methyltransferase. The RdRp aminoacid phylogenetic analyses revealed that this mycovirus represents a new species, and we attempted to call it Polymycovirus mineiro. In the second strategy, we used a database with 77 viral family-level profile Hidden Markov Models (pHMM) to look for RdRp-like sequences in the public RNAseq data available on NCBI tagged as “Metarhizium.” The pHMM is a statistical model to identify sequence patterns. As a result, we could identify 42 virus-like sequences in approximately 20% of the analyzed data. In conclusion, this study helps elucidate the virosphere in Metarhizium genera and investigate the possibility of using mycovirus as a biocontrol agent. Keywords: Mycovirus; Biocontrol; Entomopathogenic fungi; Metarhizium
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    Biossurfactantes e Polímeros de Bacillus subtilis RI4914 e sua Aplicação em Recuperação Avançada de Petróleo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-09-01) Fernandes, Péricles Leonardo; Tótola, Marcos Rogério; 9781385135118198
    Neste trabalho foram realizados experimentos com o intuito de avaliar-se a propriedade dos biossurfactantes produzidos pelo isolado Bacillus subtilis RI4914 em reduzir a tensão interfacial e promover a recuperação de óleo residual em colunas empacotas com areia. Foi observado que a solução de biossurfactantes é capaz de mobilizar até 40% do óleo residual das colunas, porém somente em concentrações elevadas (2,0 g L-1). Por outro lado, a utilização do sobrenadante da cultura do isolado RI4914 proporcionou recuperação de óleo superior à alcançada com a solução dos biossurfactantes e em concentração dez vezes menor da molécula. Tais resultados indicam a produção de compostos capazes de atuar sinergisticamente com os biossurfactantes na redução da tensão interfacial, alcançando valores de até 0,07 mN/m. Além disso, destaca- se a produção espontânea de polímero pela bactéria, molécula esta capaz de aumentar a viscosidade do sobrenadante e reduzir quase que pela metade o volume necessário para uma recuperação satisfatória de óleo residual. Os biossurfactantes apresentaram características físico-químicas comparáveis às do surfactante sintético SDS. Em termos de estabilidade, as moléculas demonstraram ter sua atividade pouco influenciada por condições extremas, principalmente no que se diz respeito às altas temperaturas. Esses resultados foram comprovados quando o sobrenadante da cultura foi avaliado quanto a sua capacidade em promover a recuperação do petróleo residual em salinidades variando entre 3 e 10% (p/v) de NaCl e em uma faixa de pH de 6,0 a 9,0. A recuperação de óleo pelo sobrenadante da cultura demonstrou ser também pouco influenciada pelas condições ambientais testadas, chegando a recuperar 88% do petróleo residual na presença de polímero. Esses resultados comprovam que os biossurfactantes descritos neste trabalho são substitutos em potencial para os surfactantes sintéticos frequentemente utilizados na indústria do petróleo.
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    LIPOPEPTÍDEOS PRODUZIDOS POR Bacillus subtilis LBBMA AP01 E SEU POTENCIAL DE APLICAÇÃO COMO AGENTES ANTIFÚNGICOS
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-08-26) Paula, Maria Theresa Rafaela; Tótola, Marcos Rogério; 9908682517903478
    O Brasil se destaca como um dos principais produtores agrícolas mundiais, contudo as perdas causadas por doenças e pragas agrícolas e os elevados custos para seu controle são limitantes a alta produtividade. Fungos fitopatógenos causam sérios danos às culturas e demandam o uso de compostos, em sua maioria químicos, para seu controle. Visando investigar estratégias de controle menos danosas ao ambiente e à saúde humana, o presente trabalho tem como objetivos a obtenção dos lipopeptídeos produzidos por Bacillus subtilis LBBMA AP01 e a caracterização dos mesmos quanto às propriedades tensoativas e potencial de inibir o desenvolvimento de fungos fitopatógenos isoladamente e em associação com nanomateriais de carbono, prata e ouro. Os pontos quânticos de carbono e nanopartículas metálicas foram produzidos pela síntese pirolítica e química, respectivamente, e posteriormente funcionalizados com os lipopeptídeos. O potencial de inibição do crescimento micelial dos lipopeptídeos foi avaliado a partir do ensaio em placa para Sclerotinia sclerotiorum, Botrytis cinerea, Fusarium sp. e Rhizoctonia solani em meio Ágar Batata Dextrose (BDA) acrescido dos lipopeptídeos em concentrações entre 20 e 1000 mg L-1. A atividade antifúngica dos lipopeptídeos e nanomateriais contra Botrytis cinerea foi avaliada in vivo em folhas destacadas de tomate e repolho. Adicionalmente, foi avaliada a inibição da germinação de conídios de B. cinerea em microplaca. A atividade herbicida dos lipopeptídeos foi investigada em sementes de modelos de mono e dicotiledônea. Os lipopeptídeos foram capazes de inibir todos os fitopatógenos e a concentração mínima inibitória (CMI) para todos os isolados foi de 80 mg L -1, exceto para Fusarium sp., cuja CMI foi 40 mg L-1. O extrato bruto a 500 e 1000 mg L-1 inibiu 100% a germinação de conídios de B. cinerea. Os lipopeptídeos não apresentaram efeito inibitório considerável sobre a germinação de sementes. Os tratamentos preventivos se mostraram eficientes no controle dos fitopatógenos. Embora B. cinerea tenha exibido sensibilidade a algumas formulações de nanopartículas e pontos quânticos de carbono, não foi possível determinar o potencial de inibição dos nanomateriais in vivo. Conclui-se que os lipopeptídeos são capazes de inibir todos os fungos fitopatógenos testados de forma eficiente e que seu uso na funcionalização de nanopartículas pode potencializar este efeito. Deste modo, este trabalho evidencia o potencial dos lipopeptídeos produzidos por Bacillus subtilis AP01 e sua versatilidade de aplicações e associações com outros materiais, para o controle de fitopatógenos. Palavras-chave: Biossurfactantes. Sclerotinia sclerotiorum. Botrytis cinérea. Rhizoctonia solani. Fusarium sp. Nanomateriais.
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    Genômica comparativa possibilita a identificação de fatores de virulência no genoma de Colletotrichum lindemuthianum
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-02-01) Correia, Hilberty Lucas Nunes; Queiroz, Marisa Vieira de; 5718975445923498
    O fungo Colletotrichum lindemuthianum é um fitopatógeno hemibiotrófico, responsável pela antracnose do feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.). Entre as características mais marcantes do C. lindemuthianum destacam-se o alto poder destrutivo e sua ampla varabilidade patogênica. O objetivo do presente trabalho foi realizar o estudo dos genomas pertencentes aos isolados 83.501 (raça 83) e A2-2-3 (raça 89), de C. lindemuthianum por meio da análise comparativa, com o intuito de avaliar as suas características genômicas e identificar fatores de virulência envolvidos na infecção de plantas de feijoeiro. Considerando somente os dados de genomas obtidos com tecnologias de sequenciamento de primeira e segunda geração, C. lindemuthianum apresenta o maior percentual de elementos genéticos móveis já predito para os genomas de Colletotrichum spp. Esta espécie também apresentou os maiores índices de ocorrência de repeat-induced point mutation (RIP) dentre todas as espécies de Colletotrichum avaliadas, possuindo os genes que codificam as metiltransferases RID e DIM-2, que participam deste mecanismo silenciamento. Colletotrichum lindemuthianum possui toda a maquinaria necessária a ocorrência do ciclo sexual, no entanto, o locus Mat1-1 não foi encontrado em seu genoma, bem como no genoma das demais espécies do gênero avaliadas. Foram identificados 55 genes no genoma do isolado 83.501 que estão ausentes no genoma do isolado A2-2-3 e 41 genes do isolado A2-2-3 que estão ausentes no genoma do isolado 83.501. Os genomas de C. lindemuthianum apresentam alterações significativas no número de cópias de genes pertencentes a 20 famílias de P450 mono-oxigenases, 10 famílias de CAZymes envolvidas na degradação de material vegetal e em 99 tipos de transportadores quando comparados às demais espécies de Colletotrichum. Dentre as espécies do gênero Colletotrichum analisadas, o fungo C. ivlindemuthianum é a espécie com as características genômicas mais distintas. Palavras chave: patogenicidade, adaptação, secretoma.
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    Morfologia celular, perfil de ácidos graxos e ativação de macrófagos por Salmonella enterica sorovar Enteritidis no estado viável não cultivável
    (Universidade Federal de Viçosa, 2012-03-13) Carmo, Camila Pinheiro; Santos, Míriam Teresinha dos; 1076507388602401
    O patógeno de origem alimentar, Salmonella spp. é capaz de entrar no estado viável não cultivável (VNC) em resposta a condições ambientais adversas. A presença de células VNC é um problema de saúde pública, uma vez que as células neste estado não são detectadas pelas metodologias tradicionais utilizadas de rotina em laboratórios, resultando em avaliação inadequada de alimentos contaminados com patógenos. Os objetivos desse trabalho foram caracterizar o gene ssaB do isolado Salmonella enterica subespécie enterica sorovar Enteritidis PT4, avaliar a ativação de macrófagos e as alterações do envelope celular por microscopia de força atômica e por meio do perfil de ácidos graxos desta estirpe no estado VNC. O gene ssaB apresentou alta identidade entre os demais sorovares avaliados e o produto do gene apresentou similaridade com outras espécies de bactérias patogênicas. Por análise filogenética da sequência de aminoácidos, foi possível observar que a estirpe em estudo ficou próxima a outros sorovares de S. enterica subsp. enterica, incluindo linhagens do sorovar Enteritidis e distante de S. enterica subsp. arizonae e de outras espécies da família Enterobactericeae. Os macrófagos foram ativados em contato com células VNC de Salmonella, porém as células neste estado foram incapazes de impedir ou diminuir a produção de H2O2 pelos macrófagos como as células em fase logarítmica. As células de Salmonella Enteritidis no estado VNC apresentaram perfil de ácidos graxos diferente das células em condição ótima de crescimento e similar ao perfil de células submetidas ao estresse frio, porém o perfil das células VNC não apresentou alteração com o aumento do tempo de permanência nesta condição. Samonella Enteritidis no estado VNC apresentou redução nas dimensões celulares (área, volume, perímetro, comprimento e diâmetro) e transição da forma bacilar para a forma cocóide. Neste trabalho conclui-se que a morfologia celular e o perfil de ácidos graxos de Salmonella Enteritidis PT4 no estado VNC são diferentes dos de células na fase exponencial e nossos resultados sugerem que Salmonella Enteritidis no estado VNC apresenta uma menor virulência devido ao impedimento da produção de H2O2 por macrófagos.