Microbiologia Agrícola

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    Caracterização de fungos filamentosos do queijo minas artesanal da região da Canastra
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-29) CESAR, Isabel Cristina da Rocha; Martin, José Guilherme Prado; 2165251978220321
    Produzido desde o início do século XIX, o Queijo Minas Artesanal (QMA) constitui um dos mais antigos e tradicionais queijos produzidos no Brasil. Sua produção é caracterizada pelo uso de leite cru recém-ordenhado em propriedades rurais, geralmente sendo submetido à maturação. De grande importância econômica, a fabricação do QMA é responsável pela geração de renda de inúmeros produtores rurais. Durante o processo de maturação, o complexo ecossistema microbiano dos queijos começa a se desenvolver, sendo que a diversidade microbiana determinará suas características organolépticas finais. Durante sua maturação, tanto os microrganismos iniciantes, que se desenvolvem primeiro, como aqueles microrganismos que não atuaram na acidificação inicial, participam ativamente desse processo. Dentre as principais fontes de microrganismos não adicionados intencionalmente no produto incluem-se a matéria- prima, os manipuladores, equipamentos, o ar e as salas de maturação. Dependendo das condições de umidade e temperatura das salas de maturação de queijos, os fungos podem se multiplicar rapidamente. Dessa maneira, a presença de fungos ambientais nesses locais constitui um fator importante, uma vez que são responsáveis por uma maturação desejável ou indesejável, uma vez que atuam alterando sabor, aparência e coloração do produto. Este estudo teve como objetivo caracterizar a micobiota de fungos filamentosos de QMA produzidos nos nove municípios produtores da região da Serra da Canastra. Para a obtenção dos isolados, técnicas como isolamento direto e suabe foram utilizadas. Os mesmos foram identificados por meio de sequenciamento da região ITS utilizando-se os primers ITS1 e ITS4. Dentre os isolados presentes no QMA, o fungo predominante foi Fusarium solani (21,8%), seguido de Geotrichum candidum (16,4%), Aspergillus versicolor (16,4%), Penicillium westerdijkiae (11%), Penicillium steckii (7,3%), Mucor circinelloides (3,6%), Mucor sp. (3,6%), Penicillium citrinum (3,6%), Fusarium oxysporum (3,6%), Fusarium lichenicola (1,81%), Aspergillus nomius (1,81%), Diaporthe infecunda (1,81%), Trichothecium roseum (1,81%), Debaryomyces hansenii (1,82%), Kodamaea ohmeri (1,82%) e Moniliella sp. (1,82%). A partir desses resultados, foi possível observar a variação da diversidade de espécies presentes no QMA da Serra da Canastra dentre as propriedades produtora.
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    Isolamento e caracterização de fungos promotores de crescimento da rizosfera de eucalipto
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-19) Reis, Helbert Rocha; Costa, Maurício Dutra; 814948057932269
    O uso excessivo de fertilizantes causa grandes impactos econômicos e ambientais, tornando necessária a elaboração de métodos de cultivo sustentáveis. Para tal, os microrganismos promotores de crescimento e, especial, os fungos revelam-se como promissora ferramenta biotecnológica, por participarem de processos importantes no solo. O objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar fungos com potencial de promoção de crescimento da rizosfera de eucalipto. As amostras de solo rizosféricos foram coletadas das raízes de Eucalyptus grandis no setor de Silvicultura do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brazil. O isolamento resultou na obtenção de 62 isolados fúngicos de interesse, diferenciados pelas características morfológicas das colônias. Os isolados foram testados quanto seu potencial de promoção de crescimento in vitro de Eucalyptus grandis e os mais promissores tiverem seus mecanismos de promoção testados. O teste de promoção de crescimento in vitro evidenciou o potencial de promoção de crescimento dos isolados testados, apresentando incremento de matéria seca total das plantas de 20 a 620%. Os isolados selecionados produziram ácido indol acético e giberelinas em proporções que variaram de 0,96 a 64,33 µg mL-1. Quanto à solubilização de fosfato, apenas um dos isolados foi capaz de solubilizar os diferentes tipos de fosfato utilizados. Todos os isolados produziram sideróforos do tipo hidroxamato, no intervalo entre 15 e 56,67 µg mL-1. No teste de compostos voláteis, apenas efeitos inibitórios ao desenvolvimento das plantas foram estatisticamente significativos. Portanto, os isolados demonstraram potencial de promoção de crescimento em diferentes níveis e por mecanismos distintos, possibilitando a exploração desses potenciais para o desenvolvimento de tecnologias aplicáveis no cultivo de eucalipto.
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    Produção, purificação e caracterização de enzimas lignocelulolíticas e lipolíticas fúngicas produzidas em resíduo de macaúba (Acrocomia aculeata)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-27) Lopes, Leandro de Souza; Kasuya, Maria Catarina Megumi Kasuya; http://lattes.cnpq.br/2140571383618706
    Espécies de basidiomicetos possuem a capacidade de crescer em uma série de resíduos agrícolas produzindo um complexo enzimático composto por várias enzimas lignocelulolíticas. Neste trabalho os fungos Lentinula edodes isolado UFV 73, Pleurotus ostreatus isolados PLO 02 e PLO 06, e Pleurotus eryngii isolado PLE 05, foram avaliados quanto a capacidade de produzirem enzimas lignocelulolíticas e lipolíticas quando crescidos em resíduo de coco de macaúba, e se essa produção era afetada pelo tempo de crescimento nesse substrato. Foi realizada a extração da proteína bruta (EEB) e este extrato foi submetido à purificação por cromatografia por exclusão molecular e posterior caracterização das enzimas quando à temperatura, pH, concentração do substrato e estabilidade térmica. Também foi avaliado se os fungos deste estudo apresentariam crescimento em meio mineral sólido no qual a única fonte de carbono foi óleo de oliva. Todos formaram halo alaranjado em meio com rodamina B, indicando a capacidade desse fungo em produzir enzimas com atividade lipolítica. O isolado UFV 73 apresentou atividade máxima de celulase, xilanase, lipase, lacase e manganês peroxidase (MnP) aos 37 dias de incubação. Após as etapas de purificação foram obtidos rendimentos de 489% (Lacase), 264% (MnP), 105% (celulase) e 9,5% (xilanase) em relação ao EEB. A faixa de pH ótimo variou entre as enzimas, sendo que lacase e lipase tiveram atividade máxima em pH 3 e 7, respectivamente. MnP, lacase e lipase tiveram atividade diretamente proporcional ao aumento da temperatura, enquanto, a atividade de celulase e xilanase não teve alteração em função desse parâmetro. A temperatura de maior atividade para MnP e lacase foi de 30 ºC, 42 ºC para lipase, 45 ºC para xilanase, e a celulase manteve-se estável em todas as temperaturas analisadas. Entre os isolados de Pleurotus, o isolado PLO 02 foi o que apresentou maiores atividades de lacase e xilanase, enquanto o isolado PLO 06 foi o que apresentou maiores atividades de lignina peroxidase, manganês peroxidase, celulase e lipase. O melhor resultado na purificação foi para a lacase alcançando rendimento de 105% (PLO 02), 315% (PLE 05) e 504% (PLO 06). As enzimas dos fungos do gênero Pleurotus apresentaram atividade constante em todas as temperaturas analisadas, na qual apenas lignina peroxidase e lipase tiveram picos de atividade em temperaturas próximas a 30 ºC. As melhores atividades para as enzimas lacase, celulase e lipase de Pleurotus ssp. foram em pH 3. A xilanase permaneceu constante em todas as faixas de pH analisadas. A LiP e a MnP tiveram pico de atividade em pH 7. De uma forma geral, a atividade das enzimas de todos os isolados diminuiu nas primeiras duas horas de incubação (redução média de 79 % na atividade de celulase, 64% na de xilanase, 85% na de MnP, 87% na de lacase, 75% na de lipase e 71% na de LiP), permanecendo constante após esse período até as 16 h. As enzimas de todos os isolados seguiram a cinética de Michaelis-Menten. Dentre todos os fungos testados quanto a capacidade de degradar o corante índigo, o EEPP de PLE 05 foi o que demonstrou maior potencial para descoloração, alcançando uma eficiência de 100% após 24 h. Este é o primeiro estudo utilizando resíduos de coco de macaúba para a produção de enzimas lignocelulolíticas e lipases, através da fermentação em estado sólido por estes fungos, os quais apresentam alto potencial de utilização desses resíduos para a produção de enzimas.
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    Caracterização de fungos filamentosos do queijo minas artesanal da região da Canastra
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-29) César, Isabel Cristina da Rocha; Martin, José Guilherme Prado; http://lattes.cnpq.br/2165251978220321
    Produzido desde o início do século XIX, o Queijo Minas Artesanal (QMA) constitui um dos mais antigos e tradicionais queijos produzidos no Brasil. Sua produção é caracterizada pelo uso de leite cru recém-ordenhado em propriedades rurais, geralmente sendo submetido à maturação. De grande importância econômica, a fabricação do QMA é responsável pela geração de renda de inúmeros produtores rurais. Durante o processo de maturação, o complexo ecossistema microbiano dos queijos começa a se desenvolver, sendo que a diversidade microbiana determinará suas características organolépticas finais. Durante sua maturação, tanto os microrganismos iniciantes, que se desenvolvem primeiro, como aqueles microrganismos que não atuaram na acidificação inicial, participam ativamente desse processo. Dentre as principais fontes de microrganismos não adicionados intencionalmente no produto incluem-se a matéria-prima, os manipuladores, equipamentos, o ar e as salas de maturação. Dependendo das condições de umidade e temperatura das salas de maturação de queijos, os fungos podem se multiplicar rapidamente. Dessa maneira, a presença de fungos ambientais nesses locais constitui um fator importante, uma vez que são responsáveis por uma maturação desejável ou indesejável, uma vez que atuam alterando sabor, aparência e coloração do produto. Este estudo teve como objetivo caracterizar a micobiota de fungos filamentosos de QMA produzidos nos nove municípios produtores da região da Serra da Canastra. Para a obtenção dos isolados, técnicas como isolamento direto e suabe foram utilizadas. Os mesmos foram identificados por meio de sequenciamento da região ITS utilizando-se os primers ITS1 e ITS4. Dentre os isolados presentes no QMA, o fungo predominante foi Fusarium solani (21,8%), seguido de Geotrichum candidum (16,4%), Aspergillus versicolor (16,4%), Penicillium westerdijkiae (11%), Penicillium steckii (7,3%), Mucor circinelloides (3,6%), Mucor sp. (3,6%), Penicillium citrinum (3,6%), Fusarium oxysporum (3,6%), Fusarium lichenicola (1,81%), Aspergillus nomius (1,81%), Diaporthe infecunda (1,81%), Trichothecium roseum (1,81%), Debaryomyces hansenii (1,82%), Kodamaea ohmeri (1,82%) e Moniliella sp. (1,82%). A partir desses resultados, foi possível observar a variação da diversidade de espécies presentes no QMA da Serra da Canastra dentre as propriedades produtoras.
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    Prospecting of endophytic fungi producing volatile organic compounds: taxonomy, identification of volatiles and potential uses for the biological control of postharvest diseases
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-17) Gomes, André Angelo Medeiros; Pereira, Olinto Liparini; http://lattes.cnpq.br/2862163921055255
    In the search for alternative strategies to control of postharvest diseases in fruits and vegetables aimed at reducing the use of fungicides, was conducted a prospection to endophytic fungi capable of emitting volatile compounds with antimicrobial properties. Through parallel growth technique, directed towards the isolation of fungi producing volatile antimicrobials, endophytic isolates of coffee and carqueja plants were obtained and in preliminary test inhibited the growth of Aspergillus ochraceus by the emission of volatile compounds. The presence of at least three distinct species of Muscodor was verified, and a new taxon of Simplicillium by clarifying the identity of the endophytic isolates obtained through comparative studies of morphological structures, BLAST of gene sequences and phylogenetic analyzes. M. yucatanensis, Muscodor sp. and M. coffeanum isolates were obtained from coffee branches, the latter also isolated in leaves of carqueja. The antimicrobial activity of these isolates was demonstrated against Aspergillus species frequently associated with coffee beans by in vitro mycofumigation. In addition, mycofumigation with M. coffeanum CDA 741 inhibited the growth of A. ochraceus inoculated in coffee beans. The compounds present in the volatile mixture emitted by each isolate were identified by solid-phase micro-extraction gas chromatography and mass spectroscopy. Simplicillium sp. CDA 734, a new species of endophytic Cordycipitaceae from coffee plants, will be proposed through comparative studies of its morphology combined with phylogenetic analyzes. Simplicillium sp. CDA 734 inhibited the growth of A. ochraceus, A. tubingensis, A. sydowii and A. niger by mycofumigation. Among the compounds identified in the volatile mixture emitted by Simplicillium sp. CDA 734, 1-Propanone, 1-(5-methyl-2-furanyl)-, Cyclopropane, 1- ethoxy-2,2-dimethyl-3-(2-phenylethynyl)-, and 2-Propenoic acid, 3-(2-formyl-4- methoxyphenyl)-, ethyl ester, (E)- were those with the highest percentage of peak per area. In mycofumigation of organic strawberries inoculated with Colletotrichum acutatum e Botrytis cinerea, M. coffeanum CDA 739 decreases 100 and 81% the incidence of anthracnose and gray mold in the fruits, respectively. Mycofumigation through sachets containing rye grains colonized by M. coffeanum CDA 739 significantly reduced the incidence of anthracnose in fruits inoculated with C. acutatum, making possible its use in large-scale to control postharvest strawberry diseases through mycofumigation.
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    Propriedades biotecnológicas de Geotrichum candidum isolado de queijo Minas artesanal da Canastra
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-13) Soares, Dalila Luzia de Oliveira; Martin, José Guilherme Prado; http://lattes.cnpq.br/9663348569147474
    Os queijos estão entre os derivados lácteos mais consumidos no mundo. No Brasil, uma grande diversidade de queijos é produzida, tanto no âmbito industrial quanto artesanal. Estes incluem produtos maturados por fungos, a exemplo dos mundialmente conhecidos queijos tipo Camembert, Roquefort e Brie, bem como, mais recentemente, queijos artesanais, como os produzidos na Serra da Canastra. Fungos desempenham papel fundamental na formação de características sensoriais particulares em queijos, como textura, sabores e aromas. Neste trabalho, foi avaliado o potencial biotecnológico de Geotrichum candidum FERM-GC-31, isolado de queijo artesanal da Serra da Canastra, visando à sua aplicação industrial como cultura secundária em produtos lácteos. O isolado foi aplicado em modelo de mini-queijo em placas de 24 poços e em placas de Petri de 60 x 15 mm para estudo das atividades proteolítica e lipolítica durante maturação a 12°C durante 20 dias. Além disso, o isolado foi avaliado quanto ao antagonismo de Lactococcus lactis subsp. lactis ATCC 19435 e Lactococcus lactis subsp. cremoris ATCC 19257, bactérias láticas comumente utilizadas como fermentos lácteos. Para proteases, o ensaio enzimático padronizado em 30 minutos de reação e 45ºC resultou em atividade máxima nos valores de pH 5,5 e 9,0, indicando a produção de proteases neutras e alcalinas. Já para lipases, as maiores atividades foram observadas a 35°C e pH 9,0 após 20 minutos de reação. De forma geral, G. candidum apresentou atividades proteolítica total máxima de cerca de 19.000 U/mL e lipolítica de 6.076,11 U/mL, ambas no 15º dia após o aparecimento do micélio fúngico. Em relação ao antagonismo, L. lactis subsp. cremoris apresentou maior atividade de inibição contra G. candidum (28, 48%) em comparação à L. lactis subsp. lactis (7,34%). Os resultados deste trabalho demonstram que G. candidum FERM-GC-31 tem potencial para ser utilizado como cultura secundária devido às suas significativas atividades lipolíticas e proteolíticas, bem como pelo baixo índice de antagonismo de fermentos lácteos convencionais.Palavras-chave: Maturação. Fungos. Proteólise. Lipólise. Antagonismo.
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    Cogumelos enriquecidos com lítio: bioacessibilidade, biodisponibilidade e efeito na microbiota intestinal de suínos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-07-29) Lopes, Leandro de Souza; Kasuya, Maria Catarina Megumi; http://lattes.cnpq.br/2140571383618706
    Os cogumelos apresentam alto potencial para serem utilizados como fonte de lítio (Li), mas a bioacumulação de Li e outros minerais, status redox e biodisponibilidade são específicos para cada espécie, dependendo da dosagem e do tipo de sal utilizado. Cogumelos enriquecidos com Li podem tornar esse elemento mais bioacessível ao organismo quando o comparamos com o sal Li2CO3, mas ainda não há trabalhos publicados mostrando a biodisponibilidade in vivo desse mineral. Em indivíduos que fazem uso de medicamentos psiquiátricos a base de Li no tratamento de doenças como transtorno bipolar, depressão e ansiedade, a microbiota intestinal sofre mudanças em sua composição, cuja mudança pode estar relacionada aos efeitos desses medicamentos, porém há poucas informações a respeitos dos efeitos do Li na composição microbiona intestinal. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o bioacúmulo de Li em Pleurotus ostreatus (PLO 02) e Pleurotus djamor (PLO 13), além de avaliar a atividade oxidante, co-acúmulo de minerais e bioacessibilidade; avaliar também a biodisponibilidade in vivo de Li em cogumelos enriquecidos de P. djamor em suínos, além de parâmetros como status redox, estresse e acúmulo desse mineral nos tecidos dos animais e efeitos do Li na comunidade microbiona intestinal de suínos. Nossos resultados mostraram que PLO 02 é mais sensível a altas concentrações de Li do que PLO 13, no qual PLO 13 apresentou maior taxa de produção de cogumelos. Observou-se correlação positiva entre o acúmulo de Li e outros minerais presentes no substrato e o efeito do Li no estado redox do fungo. A bioacessibilidade em ambos os fungos foi maior nos cogumelos enriquecidos com Li quando comparado ao comprimido de carbonato de lítio medicinal, e esses cogumelos podem co-acumular minerais e aumentar a atividade oxidativa. No experimento in vivo com suínos, P. djamor enriquecido com Li foi uma fonte mais biodisponível de Li quando comparados à forma Li2CO3, e os cogumelos enriquecidos com Li melhoraram os efeitos das enzimas oxidativas, e em alguns tecidos, os cogumelos enriquecidos com Li apresentaram menor dano oxidativo quando comparados às suas correspondentes dosagens na forma de Li2CO3. Pela análise dos dados do sequenciamento das amostras intestinais verificamos que o Li influencia os índices de diversidade alfa, mostrando diferença nos índices de Simpson, Shannon e Chao-1 no cólon e Chao-1 nas fezes, dependendo do tratamento, particularmente aqueles tratamentos que receberam lítio, aumentando a diversidade, quando comparados aos tratamentos que não receberam nenhuma forma de lítio. O agrupamento taxonômico das variantes da sequência amplicon (ASVs) mostrou que os táxons com maior abundância relativa podem variar entre o íleo, cólon e fezes, com predominância de filos como Firmicutes, Bacteroidota e Proteobacteria nos tratamentos que recebem lítio. Muitos grupos de microrganismos importantes para a saúde animal como Lactobacillus, Ruminococcaceae, Enterorhabdus, Muribaculaceae e Coprococcus tem sua abundância relativa aumentada nos animais que receberam Li e ou Cogumelo enriquecido com Li. Os fungos bioacumuladores de minerais, como o P. djamor e P. ostreatus, apresentam potencial para serem utilizados na saúde humana e animal, pois além de aumentar a disponibilidade de Li, diminui os efeitos tóxicos em indivíduos que fazem o seu uso terapêutico e aumentando populações de microorganismos importantes que mantêm a homeostase do intestino. Palavras-chave: Pleurotus spp. Estresse oxidativo. Carbonato de lítio. Metataxonomia. Ácidos orgânicos.
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    Interações ecológicas e nutricionais entre Talaromyces aculeatus e o eucalipto
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-08-30) Reis, Helbert Rocha; Costa, Maurício Dutra; http://lattes.cnpq.br/1814948057932269
    O uso intensivo de fertilizantes e pesticidas em plantios representa elevado custo para as atividades agrícolas e florestais, além de causar danos aos ecossistemas. Diante dessa realidade, alternativas capazes de amenizar problemas de fertilidade do solo e o impacto de fitopatógenos, ao mesmo tempo que aumentam a produtividade e diminuem os efeitos indesejáveis ao ambiente, representam mercado promissor e em constate crescimento. Os fungos promotores de crescimento de planta (PGPF – Plant Growth Promoting Fungi) são capazes de beneficiar os plantios ao estimular as repostas das plantas à estresses bióticos e abióticos, aumentar a eficiência de acesso e uso de nutrientes, estimular o crescimento e desenvolvimento vegetal, melhorar a qualidade do solo, dentre outros meios. O fungo Talaromyces aculetaus apresenta grande potencial para o desenvolvimento de tecnologias aplicáveis nos cultivos, considerando sua versatilidade metabólica, que o capacita a produzir grande variedade de compostos e enzimas, além de apresentar crescimento vigoroso e esporulação eficiente, características desejáveis para bioinoculantes. Apesar do fato de que inúmeras espécies de PGPF já tiveram os mecanismos de promoção de crescimento caracterizados, aspectos importantes das interações entre fungos e plantas ainda não foram devidamente elucidados. O presente trabalho tem o objetivo de entender a capacidade de T. aculeatus de promover crescimento de diferentes espécies de eucalipto, assim como investigar a influência da fertilidade do solo nos resultados dessas interações. O primeiro capítulo resume as informações disponíveis relacionadas com os aspectos do estabelecimento das interações e a influência da disponibilidade de nutrientes no solo sobre a promoção de crescimento. O segundo capítulo explora como a disponibilidade de fósforo pode afetar a interação entre T. aculeatus e E. grandis. As plantas foram submetidas a cinco diferentes dosagens de fósforo, entre 35 e 290 mg kg-1 de P no solo. Os resultados demonstraram que o efeito da inoculação do fungo foi concentrado nas doses mais baixas de P, especialmente 70 e 140 mg kg-1, sugerindo que nesse intervalo a planta é mais suscetível à colonização do fungo. Houve aumentos de até 260 % na matéria seca e até 808 % no conteúdo de nutrientes das plantas de E. grandis inoculadas. O fungo T. aculeatus também teve comprovada sua capacidade de produção de ácido indolacético, síntese de sideróforos e solubilização de diferentes fontes de fosfato. Os dados sugerem que a disponibilidade de fósforo possui grande influência no estabelecimento da interação entre T. aculeatus e E. grandis, e que essa interação é mais eficiente quando o P é limitante no solo. O terceiro capítulo demonstra os efeitos da inoculação de Talaromyces aculeatus em seis espécies diferentes de eucalipto: Eucalyptus grandis, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus urograndis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus cloeziana e Corymbia torelliana. As espécies E. grandis e E. urograndis foram as mais beneficiadas pela inoculação do fungo, principalmente pela maior aquisição de nutrientes por E. grandis e incremento de matéria seca de 32,21 % por E. urograndis. As espécies E. urophylla e C. torelliana manifestaram aumentos na matéria seca e aquisição de nutrientes especialmente nas raízes. Por fim, E. saligna e E. cloeziana, apesar de não apresentarem incrementos na matéria seca, exibiram aumentos na aquisição de nutrientes. Palavras-chave: Fungos rizosféricos. Promoção de crescimento. Nutrição. Fósforo.
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    Microbiota associada a abelhas sem ferrão: diversidade, composição e resposta a impactos ambientais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-07-22) Cerqueira, Alan Emanuel Silva; Silva, Cynthia Canêdo da; http://lattes.cnpq.br/7635148171647668
    As abelhas eusociais corbiculadas (tribos Apini, Bombini e Meliponini) possuem uma. microbiota distintiva, especializada e dominante no intestino que, conforme descrito em Apis (Apini) e Bombus (Bombini) , contribuem para a saúde e nutrição destes animais. Estudos sugerem uma composição microbiana intestinal mais variável nas abelhas sem ferrão (Meliponini), mas ainda há uma carência de pesquisas com essas abelhas. Abelhas sem ferrão são o maior grupo de abelhas eussociais corbiculadas, consistindo em importantes polinizadores da vegetação nativa e de culturas agrícolas de ecossistemas tropicais. Além disso, são importantes em uma perspectiva socioeconômica como fonte de renda para os meliponicultores pela comercialização de pólen, cera e mel. Entretanto, as abelhas sem ferrão têm sofrido os efeitos das atividades antrópicas tais quais o desmatamento e acúmulo de químicos agrícolas e metais no ambiente. Agentes estressores interferem na composição microbiana e saúde das abelhas, mas tais efeitos ainda são pouco conhecidos nas abelhas sem ferrão. Esta tese visou preencher lacunas associadas ao estudo dos microrganismos associados às abelhas sem ferrão, do seu alimento e das consequências de impactos ambientais na composição e diversidade microbiana. Assim, este trabalho foi dividido em três capítulos, construídos com uma abordagem metataxonômica, com o objetivo de obter (1) uma visão geral sobre diversidade, composição e origem de microrganismos associados a Melipona e seu alimento; (2) investigar com maior esforço amostral a perda de simbiontes intestinais e o possível surgimento de novos simbiontes em Melipona; e (3) avaliar as diferenças na microbiota intestinal de Tetragonisca angustula vivendo em locais não impactados e impactados pelos rejeitos de mineração oriundos do rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, Brasil. Dentre os resultados do capítulo 1, detectamos uma maior diversidade microbiana e maior especificidade de microrganismos à espécie em estudo nas abelhas em comparação ao mel – que tende a ser mais influenciado por microrganismos ambientais. Fungos filamentosos predominam nas abelhas e são próximos a isolados ambientais, de plantas ou associados às colmeias, possivelmente obtidos durante o forrageio. As leveduras são mais prevalentes no mel e próximas a isolados de colmeias e isolados associados ao seu metabolismo. Bactérias filogeneticamente próximas a isolados de plantas e ambientais fructofílicas são abundantes no mel, ao passo que nas abelhas, predominam bactérias simbiontes intestinais e outras próximas a isolados de plantas/ambiente. Curiosamente, Gilliamella e Snodgrassella, duas importantes bactérias membros da microbiota core das abelhas eussociais corbiculadas, não foram encontradas em Melipona, observação que nos levou a concluir, no capítulo 2, com maior esforço amostral, a perda da associação entre esses simbiontes intestinais e este clado de abelhas sem ferrão. Por fim, no capítulo 3, observou-se alteração na abundância relativa de bactérias "core" (presentes em todas as amostras - possivelmente simbiontes) associadas ao intestino de T. angustula além de uma redução da riqueza de bactérias "estritamente ambientais” (menos comuns, possivelmente transitórios) em abelhas vivendo em áreas impactadas pelos rejeitos de mineração, possivelmente como consequência da exposição a esses ambientes. Os resultados aqui obtidos contribuíram para um melhor entendimento sobre os microrganismos associados às abelhas sem ferrão e abrem perspectivas para o desenvolvimento desta linha de pesquisa. Palavras-chave: Melipona. Tetragonisca angustula. Microbioma. Bactérias. Fungos. Intestino. Mel. Simbiose. Barragem de Fundão. Rejeitos de mineração.
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    Diversidade de micro-organismos endofíticos em eucalipto
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-05-29) Miguel, Paulo Sérgio Balbino; Costa, Maurício Dutra; http://lattes.cnpq.br/8644923911722035
    Árvores pertencentes ao gênero Eucalyptus estão entre as mais cultivadas em todo o mundo. O rápido crescimento do eucalipto e a sua adaptabilidade a vários ambientes podem ser compreendidos pelo estudo da comunidade microbiana presente nessa planta. Essa comunidade é composta por micro-organismos endofíticos e epifíticos. Endofíticos colonizam os tecidos internos de plantas saudáveis sem causar sintomas ou efeitos negativos à planta. Neste estudo, foram avaliadas a diversidade e a distribuição de fungos endofíticos em folhas e exsudatos xilemáticos de plantas de eucalipto com 18 e 72 meses de idade. As coletas foram realizadas no início do período chuvoso e durante os períodos chuvoso e seco. Avaliou-se, também, a diversidade de bactérias, fungos e leveduras em plantas provenientes de diferentes fases de desenvolvimento: jardim clonal, sombreamento, recém-saídas do sombreamento, expedição e campo. A diversidade microbiana foi relacionada à concentração de açúcares. Após extração de DNA de folhas e exsudatos xilemáticos, os amplicons obtidos por amplificação das subunidades do rRNA 16S, 18S e 26S foram utilizados na DGGE e as bandas eluídas dos géis foram sequenciadas. A avaliação da composição da comunidade bacteriana em folhas do jardim clonal, sombreamento, recém-saídas do sombreamento, expedição e campo também foi comprovada pelo isolamento e sequenciamento do rRNA 16S das colônias. A comunidade de fungos endofíticos foi afetada pela idade das plantas e pela sazonalidade. A análise filogenética mostrou a dominância de fungos dos filos Ascomycota e Basidiomycota. Neste estudo, foi apresentado o relato inédito de Marasmius alliaceus, Ganoderma boninense, Alloclavaria purpurea, Coniophora puteana, Boletus rubropunctus, Dichomitus squalens, Fusarium solani, Wallemia sebi e Teratosphaeriaecea sp. como habitantes dos exsudatos xilemáticos em plantas. No viveiro, a colonização endofítica da parte aérea de eucalipto foi dependente das fases de desenvolvimento da planta. Neste estudo, foi relatada pela primeira vez a presença das leveduras dos gêneros Pichia sp., Candida, Nilaparvata, Saturnispora sp., Malassezia, Bensingtonia e das espécies Rhodosporidium fluviale e Aureobasidium pullulans como endofíticas em eucalipto. Bactérias dos filos Firmicutes, Proteobacteria, classes Alfa, Beta e Gamma, e Actinobacteria foram identificadas na comunidade investigada. Nessa comunidade, as espécies Novosphingobium barchamii, Rhizobium grahami, Stenotrophomonas panacihumi, Paenibacillus terrigena, Paenibacillus darwinianus e Terrabacter lappili foram identificadas pela primeira vez como endofíticas. Proteobacteria foi o filo mais representativo em folhas de mudas nas fases de sombreamento e recém-saídas do sombreamento; e Firmicutes, em plantas a campo. Observaram-se correlações negativas entre os teores de glicose, frutose e sacarose e os índices de diversidade e riqueza microbianas. A distribuição das espécies de fungos, leveduras e bactérias endofíticas em eucalipto mostrou ser distinta e específica para as fases de desenvolvimento da planta. Algumas espécies bacterianas encontradas apresentam potencial para fixação de nitrogênio.