Teses e Dissertações - Externas

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    Impacto do metilfenidato no estresse oxidativo e na plasticidade cerebral
    (Universidade Federal de Minas Gerais, 2023-05-19) Lucca, Marina Silva de; Miranda, Débora Marques de; http://lattes.cnpq.br/2272619362132008
    Esse estudo avaliou o impacto do tratamento com cloridrato de metilfenidato (MFD) em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O estudo incluiu metodologia variada, contendo estudo de revisão sobre efeito de metilfenidato sobre BDNF e estudo de coorte experimental. O estudo de revisão seguiu as diretrizes do PRISMA e foi registrado no PROSPERO. No estudo experimental, coorte aberta de centro único foi desenhada, com amostra de conveniência recrutada entre os anos de 2020 e 2022, no ambulatório de ensino da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Viçosa (MG). Amostra de 62 crianças, 6 a 14 anos incompletos, sem tratamento prévio, diagnosticadas por psiquiatra infantil segundo os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM5). Média de 8 consultas de acompanhamento clínico realizadas, com coletas de amostras biológicas em 3 delas: antes do início do MFD, com 12 e 24 semanas após uso da medicação. Amostra caracterizada quanto a dados sociodemográficos, sintomas de TDAH, avaliações clínica e psiquiátrica e testagem de inteligência pela psicologia. Amostras biológicas para dosagens séricas de marcadores oxidativos (níveis de capacidade antioxidante total -FRAP -, atividade de superóxido dismutase – SOD-, catalase – CAT -, glutathione -S-transferase -GST-, níveis de peroxidação lipídica e de proteínas carboniladas) foram coletadas de cada criança nos três momentos da avaliação. Metilfenidato de liberação imediata foi administrado na dosagem de média de 0,65mg/kg/dia. Usou-se o teste de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov para análise de normalidade. Frequências absolutas e relativas foram determinadas para as variáveis numéricas que foram descritas por suas médias e desvios padrões. Para comparações múltiplas dos parâmetros oxidativos foi realizado pós teste paramétrico de Tukey e para as demais variáveis análise de variância ANOVA (f). Análises dos parâmetros oxidativos foram realizadas no programa GraphPad Prism 7.0 (GraphPad Software, Inc. San Diego, CA, USA) e dos dados sociodemográficos e clínicos no software SPSS (versão 23.0 para Windows). Significância estatística foi considerada com p <0.05. Os resultados mostram: Sexo masculino predominante (71%), idade média 8,58 ± 1,91, predominância de apenas um cuidador - mãe e/ou pai biológico como chefe de família e maior frequência de tipo combinado de TDAH. Pressão arterial sistólica, frequência cardíaca e temperatura corporal alterações significativas, porém sem significância clínica. Índice massa corporal com diferença estatística, 37%, 19,3% e 21% das crianças apresentaram IMC acima do esperado para idade na avaliação 1, 2 e 3 respectivamente. Adesão ao tratamento medicamentoso permaneceu acima de 93,5% na 24ª semana. Durante o tratamento: FRAP não se alterou; atividade de SOD reduziu na 12ª semana em comparação à linha de base; atividade de CAT aumento significativo à 24ª em comparação 12ª semana; aumento significativo dos níveis de peroxidação lipídica à 24ª semana em comparação à 12ª semana. Aumento significativo das proteínas carboniladas na linha de base em comparação aos níveis da 12ª e 24ª semanas. O metilfenidato parece influenciar os parâmetros redox de crianças com TDAH, aumentando o estresse oxidativo. Porém, mecanismos cerebrais tamponam e desconhecemos o resultado dessas interações na estrutura cerebral. Níveis de BDNF não foram influenciados significativamente por metilfenidato em crianças com TDAH, quando comparados a controles em nossa metanálise. Palavras-chave: Antioxidantes; Crianças; Metilfenidato; Oxidantes; Neuroplasticidade.
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    Estudio de la mitofagia en respuesta a un programa de entrenamiento de fuerza en personas mayores
    (Universidad de León, 2018-05-25) Moreira, Osvaldo Costa; Fernández, José Antonio de Paz; http://lattes.cnpq.br/6694501097425776
    Introducción: El envejecimiento provoca cambios fisiológicos, morfológicos y funcionales en el organismo que resulta en disminución de la capacidad física y pérdidas en las funciones fisiológicas. El entrenamiento de fuerza (EF), a su vez, es una estrategia ampliamente empleada para intentar frenar los efectos degenerativos del envejecimiento, especialmente, sobre la morfología y la capacidad funcional. Sin embargo, la literatura científica no deja claro si un programa de EF es capaz de promover cambios en la capacidad mitofágica de las personas mayores, lo que se convirtió en la principal pregunta de investigación del presente trabajo. Objetivo: Analizar los efectos de un programa de EF sobre las diferentes manifestaciones de la fuerza muscular, los indicadores de aptitud funcional, la composición corporal y las proteínas de señalización de la mitofagia en personas mayores. Metodología: 48voluntarios con edad entre 70 y 77 años fueron divididos en dos grupos, control (GC: sin EF) y fuerza (GF: con EF). Fueron evaluados por medio de pruebas de fuerza máxima (dinámica, isométrica y potencia), capacidad funcional, composición corporal y extracción de sangre para análisis de las proteínas de mitofagia, antes y después de la realización de un programa de EF. El entrenamiento fue compuesto por 8 ejercicios, para los principales grupos musculares, ejecutados con intensidad de 5-8 en la escala OMNI-RES, en 3 series de 8-12 repeticiones. Para la comparación intragrupo fue utilizada la prueba de Wilcoxon y para la comparación intergrupos fue utilizada la prueba de Mann-Whitney. La prueba D de Cohen fue utilizada para verificar el tamaño del efecto. Resultados: Los principales resultados encontrados fueron que los participantes del GF mejoraron la fuerza de los miembros superiores e inferiores, la potencia de los miembros inferiores y la capacidad funcional tras las 8 semanas de entrenamiento. Además, fueron observadas mejoras significativas en las proteínas PGC-1α, BNIP3 y NIX en el GF, en comparación con el GC. Conclusiones: El programa de EF realizado por las personas mayores de 70 años produjo incrementos de la fuerza/potencia muscular y de la capacidad funcional, además de producir cambios positivos en las proteínas de macroautofagia, biogénesis mitocondrial y mitofagia, especialmente, en aquellas relacionadas con la vía NIX/Bnip3 de la mitofagia.Palabras clave: Envejecimiento, entrenamiento de fuerza, fuerza muscular, potencia muscular, capacidad funcional, composición corporal, autofagia, mitofagia.
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    Grau de aplicabilidade do conhecimento produzido em biomecânica nos processos pedagógicos das aulas práticas de educação física escolar
    (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2022-09-02) Melo, Rogério Farias de; Batista, Luiz Alberto; http://lattes.cnpq.br/2092954204572519
    A Biomecânica é uma disciplina, normalmente, considerada importante para subsidiar a prática profissional do professor de Educação Física, no entanto, pouco aplicada em aulas de Educação Física Escolar. De abordagem qualitativa e do tipo análise documental, o presente estudo teve como objetivo determinar se o conhecimento que vem sendo construído em Biomecânica e veiculado no ambiente literário próprio ao professor de Educação Física apresenta um grau de aplicabilidade suficiente que o qualifique como aplicável aos processos pedagógicos inerentes à prática didático-pedagógica na Educação Física Escolar. Foi adotada a estratégia metodológica proposta e autenticada por Batista (1996) para proceder à descrição do contexto da produção científica em Biomecânica e à análise de conteúdo. O processo de análise e posterior classificação descritiva do conteúdo epistêmico levantado se deram por meio da aplicação de um instrumento no qual foram operacionalizados sete critérios no total. O corpus de análise foi composto por 410 artigos publicados no período de 2004 até 2020, nos periódicos Physical Education and Sport Pedagogy, Sports Biomechanics, Revista Brasileira de Educação Física e Esporte e Revista Brasileira de Ciências do Esporte. O resultado obtido, após a aplicação do instrumento, revelou que os critérios essenciais para caracterizar a aplicação da Biomecânica à Educação Física Escolar pouco foram abordados. Desta forma, as condições epistemológicas que poderiam garantir a aplicabilidade do conhecimento produzido aos processos pedagógicos próprios à prática da Educação Física em ambiente escolar não foram atendidas. Nesse sentido a produção encontrada é tão exígua que nem mesmo oferece condições de classificar a sua qualidade quanto ao seu grau de aplicabilidade à Educação Física Escolar. Palavras-chave: Biomecânica. Educação Física Escolar. Aplicabilidade.
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    Intervenções psicossociais para transtornos mentais comuns: percepções e demandas formativas na Medicina de Família e Comunidade
    (Universidade Federal de Juiz de Fora, 2021-06-16) Mendes, Flaviano Diego Meirelles; Campos, Estela Márcia Saraiva; http://lattes.cnpq.br/0155295125800218
    A crescente prevalência de problemas de saúde mental, especialmente de transtornos mentais comuns (TMC), tem motivado estratégias para aumentar a resolutividade dos serviços primários através da capacitação dos recursos humanos desse nível de atenção. A abordagem não farmacológica é o principal método terapêutico baseado em evidências para os TMC e, embora seja considerada competência essencial dos médicos de família, há um emprego insuficiente de intervenções psicossociais (IP) por esses profissionais na abordagem desses transtornos, sendo o treinamento insuficiente relatado como um dos principais motivos. São escassos na literatura dados que possam guiar estratégias de capacitação sobre esse tema. Este estudo visou investigar as percepções de médicos residentes do segundo ano (R2) de programas de residência em MFC (PRMMFC) de Minas Gerais sobre o uso de IP, a aprendizagem dessas intervenções e as demandas formativas em torno delas, na abordagem aos TMC. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo, transversal, quantitativo, por meio de questionário semiestruturado, on-line, dirigido aos residentes. Os dados foram coletados entre outubro e novembro de 2020 e analisados através de estatística descritiva. Dos 102 residentes R2 identificados, 46 (45,1%) participaram da pesquisa e representam 83,3% dos PRMMFC convidados. Os residentes são, em sua maioria, mulheres (67,4%), com idade média de 30 anos e graduados em instituições privadas (62,2%). Quase a totalidade deles (93,5%) afirma utilizar IP para a abordagem de TMC, mas apesar de a maioria (81,4%) perceber melhora nos pacientes, somente 53,4% as aplicam em mais da metade dos casos de TMC. A maioria (69,6%) conhece e aplica de uma a seis das 13 IP de referência apresentadas no questionário, sendo que as mais aplicadas e nas quais eles se percebem mais competentes são: técnicas de comunicação clínica e de escuta ativa; técnicas de exploração da experiência do adoecimento e técnicas de resposta empática às emoções. Além de utilizar pouco, eles relataram possuir pouca habilidade prática em: terapia de solução de problemas; ativação comportamental; meditação guiada/mindfulness e técnicas de relaxamento físico e respiração. Mais de 78% relataram sentir dificuldade na utilização de IP e os principais motivos apontados foram não se perceber com formação adequada (74,4%) e o seu processo de trabalho dificultar ou inviabilizar essa utilização (57,6%). Os principais meios de aprendizado relatados para a aquisição de competências sobre o tema foram: método autoinstrucional (69,6%); aulas teóricas na residência (65,2%) e atuação prática em serviço na residência (58,7%). Apesar disso, 45,6% dos residentes consideram “pouca” ou “nenhuma” a contribuição da residência nesse aprendizado. As principais intervenções sobre as quais eles desejam ter mais capacitação são: meditação guiada/mindfulness; terapia comunitária; técnicas de relaxamento físico e respiração e terapia de solução de problemas. A residência teve uma contribuição considerada insuficiente e o processo de trabalho nos cenários de prática foi apontado como uma importante barreira nesse contexto. Com os resultados obtidos foi possível identificar a percepção de importantes lacunas formativas sobre o uso de IP na abordagem a TMC em residentes (R2) de MFC, o que permite apontar caminhos para a elaboração de estratégias de aprimoramento. Palavras-chave: Saúde Mental. Transtornos Mentais. Atenção Primária a Saúde. Medicina de Família e Comunidade. Educação Médica. Residência Médica.
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    Consumo alimentar segundo a classificação NOVA, alterações da pressão arterial e incidência de hipertensão em adultos da Coorte de Universidades Mineiras (CUME)
    (Universidade Federal de Minas Gerais, 2020-09-28) Alves, Katiusse Rezende; Pimenta, Adriano Marçal; http://lattes.cnpq.br/8801232613843751
    Introdução: A hipertensão arterial (HA) é um importante problema de saúde pública devido à sua alta magnitude e por constituir o mais relevante fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV), principal causa de morbimortalidade em todo o mundo. Estima-se que o consumo alimentar não saudável constitui um dos determinantes mais importantes para o aumento da pressão arterial (PA) e desenvolvimento da HA. Esta relação tem sido muito estudada usando-se escores pré-definidos ou classificações de alimentos que mesclam aqueles considerados saudáveis e não saudáveis em um mesmo grupo. Com o intuito de contornar este problema, foi proposta, em 2009, a classificação NOVA que separa os alimentos de acordo o grau de processamento em: alimentos in natura/minimamente processados (IN/MP); ingredientes culinários processados (ICP); alimentos processados (AP); alimentos ultraprocessados (AUP). Objetivo: Analisar o consumo alimentar segundo a classificação NOVA de adultos da Coorte de Universidades Mineiras (CUME) e sua associação com alterações na PA e incidência da HA. Método: Trata-se de um estudo longitudinal com 2.496 egressos de universidades federais do Estado de Minas Gerais que participaram da linha de base (março a agosto de 2016) e da primeira onda de seguimento (março a agosto de 2018) do projeto (taxa de retenção = 80%). Na linha de base, os participantes responderam a um amplo questionário online composto por questões sobre dados do estilo de vida, sociodemográficos, antropométricos, bioquímicos e clínicos, morbidade referida individual e familiar, uso de medicamentos e consumo alimentar. No seguimento, os participantes responderam a um questionário online mais curto com questões sobre mudanças no estilo de vida, consumo alimentar e condições de saúde desde a primeira coleta com o foco na incidência de doenças. A exposição foi o consumo alimentar dos grupos de alimento segundo a classificação NOVA: a) in natura/minimamente processados/ingredientes culinários processados (IN/MP/ICP); b) alimentos processados (AP); c) alimentos ultraprocessados (AUP). Os desfechos foram: a) alterações nas pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD) ao longo do tempo: a.1) de maneira contínua (PAS n = 1.547; PAD n = 1.517) (ex.: PAS no seguimento – PAS na linha de base) ou a.2) categorizada (PAS n = 1.547; PAD n = 1.517) (manteve, diminuiu, aumentou); b) incidência de HA, avaliada a partir dos critérios do Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure (JNC), adotado no Brasil (n = 1.840), e do American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA) (n = 1.221). As associações independentes entre a exposição e os desfechos foram verificadas com a utilização de técnicas de análises estatísticas multivariadas apropriadas: a) alterações da PA (variáveis contínuas) = modelos de regressão linear; b) alterações da PA (variáveis categóricas) = modelos de regressão multinomial; c) incidência da HA = modelos de regressão de Poisson. Resultados: As médias de PAS e PAD na linha de base foram 115,6 mmHg e 75,2 mmHg e no seguimento foram de 115,3 mmHg e 74,9 mmHg, respectivamente. Durante o seguimento de dois anos, 14% e 18% dos participantes aumentaram, respectivamente, a PAS e a PAD, enquanto 15% e 19% dos participantes diminuíram, respectivamente, a PAS e a PAD. Não houve associações significativas entre os grupos alimentares e a PAS. Por outro lado, para cada 1% no aumento do consumo de alimentos IN/MP/IC e de AUP houve, respectivamente, -0,05 mmHg de diminuição e +0,05 mmHg de aumento da PAD ao longo do tempo. Ademais, o aumento percentual da contribuição calórica de alimentos IN/MP/IC no consumo alimentar diminuiu o risco de aumento da PAD (RR = 0,56; IC 95% = 0,35-0,90), enquanto que o aumento percentual da contribuição calórica de AUP no consumo alimentar incrementou o risco de aumento da PAD (4º quintil – RR = 2,02; IC 95% = 1,28-3,18; 5º quintil – RR = 1,75, IC 95 % = 1,10-2,79). Utilizando os critérios diagnósticos do JNC para a classificação da HA, foram identificados 230 novos casos da doença de um total de 1.868 participantes (66/1.000 pessoas-ano); não foram encontradas associações significantes entre a exposição e o desfecho. Já para a classificação da HA segundo os critérios do ACC/AHA, identificou-se 373 novos casos da doença de um total de 1.241 participantes (160/1.000 pessoas-ano). Os maiores consumos (5º quintil) de alimentos IN/MP/IC e AUP se associaram, respectivamente, à redução (RR = 0,72; IC 95% = 0,52-0,98) e ao aumento do risco de HA (RR = 1,35; IC 95 % = 1,01-1,81). Conclusão: Os participantes apresentaram alta incidência de HA pelo critério do ACC/AHA, embora sejam adultos jovens com alto nível de escolaridade. As maiores contribuições percentuais calóricas na dieta de alimentos considerados saudáveis (IN/MP/IC) e não saudáveis (AUP), diminuíram e aumentaram, respectivamente, o risco de elevação da PAD e de incidência de HA. Palavras chave: Hipertensão. Pressão arterial. Doença Crônica. Consumo alimentar. Alimentos ultraprocessados. Estilo de Vida Saudável. Estudos longitudinais.
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    Fibrose congênita dos músculos extraoculares: Estudo genético de 11 membros afetados em 3 gerações de uma família brasileira
    (Universidade Federal de Minas Gerais, 2019) Soares, Thaiane Ferreira; Giannetti, Juliana Gurgel; http://lattes.cnpq.br/9306742982538747
    Fibrose congênita dos músculos extraoculares (FCMEO) é o termo usado para descrever uma entidade hereditária que cursa com desordem de motilidade ocular não progressiva associada à oftalmoplegia, estrabismo e bleferoptose. A FCMEO pode ser classificada em cinco tipos. A classificação é baseada em sinais, sintomas e exames genéticos 1,2. A FCMEO tipo 1 e tipo 3 têm herança autossômica dominante e a tipo 2, tipo 4 e tipo 5 têm herança autossômica recessiva. A suspeita dessa patologia é importante diante de quadros de ptoses congênitas associados à oftalmoplegia 1,2,3. Onze membros de uma família, acompanhada no ambulatório de doenças neuromusculares do Hospital das Clínicas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apresentavam sintomatologia sugestiva de FCMEO. Foi realizado EXOMA do caso índice e foi possível identificar a mutação do gene KIF21A. O resultado foi confirmado por meio do sequenciamento SANGER, que identificou a mesma mutação nos demais membros da família. Posteriormente, foi realizada uma avaliação oftalmológica completa, abrangendo itens do estrabismo e da cirurgia plástica ocular, e, diante da sintomatologia dos pacientes estudados e da mutação encontrada, foi possível classificar a FCMEO em tipo 1. Por ser uma entidade rara, ainda não descrita na população brasileira e pouco conhecida no meio médico, o estudo justifica-se para divulgar essa doença e ressaltar a importância de realizar-se abordagem diagnóstica e terapêutica corretas e o mais precocemente possível para garantir um desenvolvimento neuropsicomotor sem prejuízos, já que a visão é um dos sentidos mais explorado durante a aquisição de habilidades4.
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    Práticas de enfermagem e a segurança do doente no processo de punção de vasos e na administração da terapêutica endovenosa
    (Universidade de Lisboa, 2017) Braga, Luciene Muniz; Parreira, Pedro Miguel dos Sants Dinis; http://lattes.cnpq.br/2829931927031871
    As práticas de enfermagem relacionadas com o processo de punção de veias periféricas (PPVP) e a administração da terapêutica endovenosa envolvem a prestação de vários cuidados fundamentais para a segurança dos doentes. Do ponto de vista metodológico, esta investigação de doutoramento optou pelo método misto e pela orientação do Medical Research Council, cujos princípios possibilitam implementar e avaliar intervenções complexas. Realizou-se, para este fim, um estudo de caso com o objetivo de compreender as práticas de enfermagem e os fatores que as influenciavam a ponto de comprometer a qualidade dos cuidados prestados aos doentes no que respeita ao PPVP e à administração da terapêutica endovenosa. As categorias temáticas revelaram uma prática de enfermagem com a prestação de diversos cuidados para prevenção de complicações aos doentes. A ausência de um cateter em alternativa ao cateter venoso periférico (CVP) e a indicação deste a todos os doentes constituiu-se num desvio às boas práticas, tendo em vista não se assegurar os critérios para seleção de um cateter venoso. Revelaram, também, que o ambiente dos cuidados, a sobrecarga de trabalho e a equipa médica exercem influências nas práticas de enfermagem colocando em risco a segurança dos doentes em algumas situações. Um estudo de coorte acompanhou 110 doentes, analisou a taxa de incidência de complicações relacionadas com a presença do CVP nos doentes e identificou os fatores de risco para essas complicações. Foram documentadas as seguintes complicações e as suas respetivas taxas de incidência por 1000 CVPs-dia: obstrução (72.7), infiltração (59.7), remoção acidental (65.5), flebite (43.2), saída de fluido pelo local da inserção (20.9) e dor (11.5). Um modelo logístico multivariado revelou os fatores de risco para essas complicações, a saber: a idade, o tempo do internamento, a inserção do CVP no antebraço e no membro inferior, o número de CVPs inseridos, o número de punções venosas e os antibióticos meropenem e piperacilina/tazobactan. O estudo transversal sobre os conhecimentos dos enfermeiros acerca da prestação de cuidados aos doentes na inserção, manutenção e vigilância do cateter venoso central de inserção periférica (PICC) evidenciou respostas corretas entre 55% e 945% (média de 15.5 em 30 pontos), denotando um desconhecimento dos mesmos. Os resultados destes três estudos permitiram planear uma intervenção educativa que objetivou capacitar a equipa de enfermagem para otimizar os cuidados aos doentes na inserção, manutenção e vigilância do PICC. As ações realizadas permitiram a equipa de enfermagem prestar cuidados aos doentes portadores de PICC e na sequência a implementação de um estudo-piloto por meio de uma coorte com a finalidade de avaliar a taxa de incidência de complicações nos doentes portadores PICC comparativamente àqueles com CVP numa amostra constituída por nove doentes com PICC e 36 doentes com CVP. A obstrução foi a única complicação nos doentes portadores de PICC, com uma taxa de incidência de 2.3 por 100 cateteres-dia. No período de utilização do PICC verificou-se uma redução nas complicações nos doentes portadores de CVP entre 63% e 223%. Tendo em vista a incorporação de tecnologias no que respeita ao PICC e os conhecimentos assentes nas evidências científicas nas práticas de enfermagem, realizou-se um estudo qualitativo por meio da técnica do grupo focal para compreender as mudanças ocorridas nas práticas de enfermagem com a utilização do PICC nos doentes. Da análise temática emergiram benefícios para os doentes e os enfermeiros, nomeadamente na administração da terapêutica endovenosa de forma rápida e segura, e na redução no número de punções venosas, de dor, de ansiedade, de stresse e de complicações locais nos doentes. Os resultados desta investigação proporcionaram avanços para a prática de enfermagem no âmbito do PPVP e da administração da terapêutica endovenosa. Houve incorporação de tecnologia dura (PICC) e leve-dura (conhecimentos científicos) nas práticas de enfermagem, com repercussões para a equipa de enfermagem e para a segurança, a qualidade dos cuidados de enfermagem e o bem-estar dos doentes.
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    Desvelando o ser-aí-mulher-que-vivencia-o-linfedema-por- câncer-de-mama: contribuições da fenomenologia para o cuidado em saúde
    (Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017-03) PAIVA, Andyara do Carmo Pinto Coelho; Souza, Ivis Emília de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/8487200141914711
    Esta investigação buscou desvelar os sentidos da mulher na vivência do linfedema por câncer de mama. Trata-se de um estudo fenomenológico, fundamentado no referencial teórico/ metodológico de Martin Heidegger. Os cenários de pesquisa foram o Hospital Ascomcer, Juiz de Fora-MG, e a Fundação Cristiano Varella, em Muriaé. Realizou-se a entrevista fenomenológica com treze mulheres que vivenciam o linfedema por câncer de mama. A análise compreensiva, em seu primeiro momento metódico, mostrou que a mulher pensava que poderia fazer de tudo, mas fazendo as coisas da sua rotina senti o braço inchando. Queixa-se de dor ou dormência, o braço inchado e pesado. Fica envergonhada e chateada com o braço sem estética e tenta disfarçar. Sabe que com o esforço, a extravagância, o calor e o peso o braço vai inchar e doer, mas não consegue evitar. Tem que fazer tratamento no braço e, por vezes, usar luva. Percebe-se limitada, não é mais a mesma pessoa, procura se ocupar com outras coisas. Fica entristecida e chateada, é uma provação difícil que precisa conviver. Na hermenêutica, o ser-aí-mulher-que-vivencia-o-linfedema-por-câncer-de-mama mostra-se na impessoalidade, na impropriedade e na inautenticidade, como modos próprios do cotidiano. Diante da facticidade, regida pelo falatório e ambiguidade o ser-mulher revela uma vida com limitações e mostra-se no pavor, horror e terror. Acredita-se que o caminho para uma assistência de qualidade está no empoderamento do ser-aí-mulher e na supressão do caráter ameaçador que fragiliza e imobiliza o ser. A prevenção precisa ser contemplada para reduzir os riscos de desenvolver o linfedema.
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    Processo de angústia/sofrimento moral em enfermeiros da Estratégia Saúde da Família: cartografia da produção de subjetividades
    (Universidade Federal de Minas Gerais, 2016) Caçador, Beatriz Santana; Brito, Maria José Menezes; http://lattes.cnpq.br/5190949107074064
    As mudanças no contexto político e organizacional no mundo do trabalho e no campo da saúde produziram reconfigurações paradigmáticas e novos desafios éticos. Na saúde da família, o enfermeiro constrói seus modos de fazer saúde e seus modos de ser profissional em uma arena conflituosa em que disputam práticas hegemônicas e a possibilidade de criação do novo, da invenção de saberes e fazeres que tenham o cuidado integral como eixo central. Assim, a saúde da família é um território marcado por emblemas éticos que afetam a prática profissional do enfermeiro, fazendo com que vivenciem sofrimento moral. A presente investigação é um estudo qualitativo orientado pelo método cartográfico, realizado na região metropolitana de Belo Horizonte cujo objetivo foi analisar o processo de angústia/sofrimento moral em enfermeiros no contexto da saúde da família, por meio da cartografia de seu processo de subjetivação. Participaram do estudo 14 enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista orientada roteiro semiestruturado. Para organização dos dados, utilizou-se o software Atlas Ti e a análise dos dados foi realizada mediante método filosófico conceitual. Emergiram cinco eixos de reflexão: 1) A reconfiguração do Marco Conceitual de análise do processo de angústia/sofrimento moral à luz do método cartográfico de produção de subjetividade; 2) A paisagem do cenário de investigação, considerando os desenhos organizacionais, os modelos de gestão e as vivências de sofrimento moral dos enfermeiros mediante tais agenciamentos; 3) O sofrimento moral relacionado às práticas de cuidado impostas pela gestão, as quais são consideradas pelos enfermeiros invasivas e dominadoras. 4) Vivências de sofrimento moral relacionadas ao papel de advocacy que o enfermeiro exerce e assume como moralidade interna. 5) A polaridade do processo de subjetivação dos enfermeiros de saúde da família cujas significações transitam entre atos de pertencimento sobre “ser tudo” e “ser nada”. Conclui-se que o processo de angústia/sofrimento moral de enfermeiros da saúde da família e os processos de subjetivação associados são produzidos em meio às tensões e forças que disputam a produção de cuidado. O paradigma biomédico e os modelos de gestão pautados no clientelismo produzem conflitos éticos no cotidiano da saúde da família e participam das modulações subjetivas da sociedade. Os princípios do SUS são compreendidos pelos enfermeiros como valores éticos que provocam sua força de desejo, impulsionando-os a criar linhas de fuga para resistir ao contexto biopolítico. Ao mesmo tempo, perpetuam a lógica instituída de fazer saúde ao moverem-se pela resolutividade da demanda, sem interroga-las, assumindo práticas que fogem ao seu escopo profissional, fragilizando seu reconhecimento e legitimidade social. Vivenciam, neste terreno, angústia/sofrimento moral e sua produção subjetiva transita na polaridade das significações de “ser tudo” e “ser nada”. Em meio aos conflitos éticos inscritos na saúde da família, os enfermeiros constroem sua prática profissional bem como seu modo de ser sujeito, vivenciando processos de sofrimento moral, de reprodução de práticas de cuidado instituídas, de invenção e de fuga e também de construção de novos territórios existenciais.
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    Práticas de profissionais de saúde na implantação do programa de segurança do paciente: entre o prescrito e o real
    (Universidade Federal de Minas Gerais, 2016) Siman, Andréia Guerra; Brito, Maria José Menezes; http://lattes.cnpq.br/3620345145949548
    O objetivo do estudo foi compreender a dimensão prescrita e real das práticas de profissionais de saúde na implantação do programa de Segurança do Paciente. Estudo de abordagem qualitativa, delineado pela estratégia Estudo de Caso, fundamentado na Sociologia Compreensiva. A pesquisa foi realizada em um hospital de ensino localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, cenário que desenvolve algumas ações voltadas para a qualidade, gerenciamento de risco e segurança do paciente. Os participantes da pesquisa foram os membros do Núcleo de Segurança do Paciente e a equipe de Enfermagem da Unidade de Internação. A escolha por entrevistar a equipe das unidades de internação se deu com base em resultados de uma pesquisa na qual o objetivo era avaliar a incidência de eventos adversos em hospitais no Brasil. Seus resultados apontaram que a enfermaria foi o local com maior frequência de eventos adversos (48,5%). A escolha de profissionais do núcleo se deu por entender que são eles quem gerenciam e prescrevem as ações para alcançar a segurança do paciente. Foram entrevistados os membros do núcleo, enfermeiros, e para os técnicos de enfermagem, utilizou-se o critério de saturação dos dados, totalizando 31 participantes. A coleta de dados foi realizada por meio de dados primários e secundários. Os dados secundários foram obtidos por meio de pesquisa documental (documentos da qualidade, relatórios, protocolos, indicadores, registros e plano de ação do núcleo) possibilitando o resgate de fontes prescritas, ou seja, as práticas planejadas para alcance da segurança do paciente. Os dados primários foram coletados por meio de entrevistas, com roteiro semiestruturado, e observação, com registro em diário de campo. A observação e as entrevistas possibilitaram o resgate de fontes reais. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra para análise e interpretação dos dados. Para análise dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo. Todos os aspectos éticos foram respeitados de acordo com a Resolução 466/2012 sob parecer no 1.072.502. Como resultados foram identificados como fatores de insegurança na instituição estudada: a estrutura física, com instalações inadequadas, falta de recursos materiais ou ausência de qualidade dos materiais utilizados, recursos humanos insuficientes, ausência de uma relação adequada entre liderança e demais profissionais, características pessoais que influenciam o comportamento como, o conhecimento e a qualificação profissional, influenciando nas práticas de saúde. As transformações ocorridas como, a criação do Núcleo e Plano de Segurança do Paciente; a implantação de protocolos e de indicadores foram evidenciadas mais nas concepções prescritivas do que na prática. Na prática profissional evidenciou-se ausência de interação dos membros do núcleo com demais profissionais, ausência de capacitação da equipe e de avaliação das ações com metas e estratégias de trabalho. A prática de notificação de eventos adversos encontrava-se marcada pelo medo e apresentava lacunas no conhecimento. Necessária se faz a superação das diversas formas de comunicar o evento adverso, superar a realidade punitiva e de subnotificações. Na unidade de internação foi possível identificar algumas mudanças na prática de enfermagem como mudanças na admissão e na identificação do paciente com ênfase para o gerenciamento dos riscos. A interação com a equipe médica mostrou-se frágil, com repercussões na segurança do paciente. A segurança do paciente foi evidenciada prioritariamente no âmbito prescrito das práticas na instituição estudada. A comunicação e a prática gerencial se revelaram como importantes entraves entre o prescrito e o real, e as relações sociais como o principal caminho para configurar novas práticas.