Meteorologia Agrícola

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    Modelagem e simulação geoespacial dos componentes do balanço hídrico para plantios de eucalipto em áreas de relevo ondulado
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-04-26) Facco, Alexandro Gomes; Ribeiro, Aristides; http://lattes.cnpq.br/6505362975909019
    Este trabalho tem como objetivo geral estimar o balanço hídrico do solo, levando em consideração a redistribuição de água e de energia solar em função da exposição do terreno em plantios florestais de eucalipto. Especificamente, visa desenvolver um sistema computacional capaz de estimar os diferentes componentes do balanço hídrico do solo para diferentes áreas de plantios de eucalipto em áreas de relevo ondulado, e determinar a influência da topografia no saldo de radiação e, conseqüentemente, na evapotranspiração. O estudo foi realizado em uma micro-bacia hidrográfica do rio Doce, com área de 364 ha, pertencente à empresa “Celulose Nipo-Brasileira S.A. (CENIBRA)”, que possuí eucaliptos plantados nos anos de 1998 e 1999. A micro-bacia está localizada no município de Belo Oriente, região do Vale do Rio Doce, estado de Minas Gerais, com coordenadas geográficas centrais de latitude 19o 21’ S e longitude 42o 15’ O. A topografia é de plana a forte ondulada, com altitude média de 248 m e inclinação média de 21%. As encostas têm orientações predominantes com faces voltadas para sul e sudeste. O modelo de balanço de água no solo para determinado dia foi descrito pelo armazenamento de água no solo no dia anterior, somando-se os componentes de entrada (precipitação, escoamento superficial) e componentes de saída (interceptação da água da chuva pelo dossel, interceptação de água pela serapilheira, evapotranspiração, escoamento superficial e percolação profunda). Verificou-se existir influências das diferentes inclinações e orientações das encostas nos totais diários de evapotranspiração. De uma forma geral, este fato está relacionado com à maior ou menor disponibilidade de energia para o processo de mudança de fase da água, que depende da face de exposição do terreno e da elevação solar. A interceptação da água da chuva pela cobertura vegetal variou em função da idade da planta, do total precipitado e da distribuição da precipitação. Ao determinar a disponibilidade de água na camada útil do solo, verificou-se existir importantes contribuições de água proveniente das camadas inferiores a camada útil do solo. No ano de 2001, nas áreas com plantios de 2 anos de idade, foram registrados valores médios de aporte mínimo de água das camadas mais profundas para camada útil do solo, de 261 mm, e nas áreas com plantios de 3 anos de idade, 242 mm. Neste ano ainda, ocorreram excessos médios de 192 mm nas áreas cm plantios de 2 anos de idade e de 148 mm nas áreas com plantios de 3 anos. Em nenhum dia, dos 2 anos de estudos, foi registrado escoamento superficial. Verifica-se, portanto ser importante, em regiões de relevo ondulado, fazer a correção espacialmente da intensidade de fluxo da irradiância solar medida no piranômetro. Embora muitos parâmetros usados para a determinação do balanço hídrico precisem ser melhorados, para as condições de plantio de eucalipto, este estudo propõe uma excelente perspectiva para estimar a disponibilidade de água e energia para planta e, conseqüentemente, a influência destes fatores no seu desenvolvimento.