Navegando por Autor "Vianna, Ana Karoline Santos"
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Item Condições gestacionais, de nascimento, clínicas e sociodemográficas associadas aos índices antropométricos de prematuros assistidos em um centro estadual de atenção especializada(Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-22) Vianna, Ana Karoline Santos; Ribeiro, Sarah Aparecida Vieira; http://lattes.cnpq.br/2485852606249229Prematuros são crianças nascidas com menos de 37 semanas da idade gestacional, independente do peso ao nascer. Estes representam um grupo de risco para deficiências nutricionais, como a anemia ferropriva. Além disso, fatores intrauterinos e do ambiente extrauterino podem afetar o crescimento infantil, principal indicador do estado nutricional. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação de marcadores bioquímicos, condições gestacionais, de nascimento, clínicas e sociodemográficas com os índices antropométricos de prematuros assistidos em um Centro Estadual de Atenção Especializada. Este estudo é transversal com dados de 425 crianças nascidas pré-termo. Foram avaliados dados de questionário estruturado de uma das quatro primeiras consultas dos pacientes. Coletou-se dados antropométricos, dietéticos, sobre o uso de suplementos alimentares, sociodemográficos, gestacionais, estado de saúde e exames bioquímicos dos prematuros por meio dos prontuários dos atendimentos realizados entre os anos de 2012 a 2023. Para a obtenção dos índices antropométricos Estatura/Comprimento/Idade (E/I), Peso/Idade (P/I), IMC/Idade (IMC/I), Peso/Estatura/Comprimento (P/E) e Perímetro cefálico/Idade (PC/I) em escore-z, segundo o sexo da criança, utilizou-se os softwares WHO Anthro e WHO AnthroPlus. Para avaliar a suplementação de vitaminas e minerais, foram coletadas informações sobre o uso de suplementos de ferro e polivitamínicos. Para análises do estado nutricional de ferro, foram consideradas as concentrações de hemoglobina e ferritina séricas. Como marcador de inflamação, avaliou-se a concentração sérica de leucócitos. As análises estatísticas foram realizadas STATA® versão 14.0. O programa DAGitty foi utilizado para selecionar as covariáveis de ajuste na análise de regressão linear múltipla. Para avaliação dos fatores associados ao estado nutricional dos pré-termos, foi adotada a análise de regressão linear com modelagem hierarquizada. O nível de significância estatística adotado foi α = 5%. Esta dissertação gerou dois artigos originais e observou-se que 55,8% dos prematuros era do sexo masculino, com idade corrigida média de 5 meses e 19 dias nos determinados atendimentos (±7,04) e 67,5% não brancos. Ademais, 77,2% das crianças nasceram de 32 a 36 semanas gestacionais e 86,2% ficaram internadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A maioria (57,8%) não recebia leite materno na primeira consulta e 60,1% faziam uso de suplemento de ferro e 67,4% de polivitamínico. Para o índice antropométrico E/I, 66,8% tinham baixa estatura/comprimento. Ademais, 59,8% apresentavam baixo peso segundo o índice P/I; e 56,6% tinham a medida do perímetro cefálico classificado como inadequado. Foram observadas maiores médias de hemoglobina (mg/dL) (p = 0,020) e leucócitos (células/mm 3) (p = 0,019) entre os prematuros com o índice estatura/comprimento/idade adequado. Ademais, a média de ferritina sérica foi maior entre os prematuros com baixa estatura/comprimento/idade (p = 0,026). A hemoglobina (mg/dL) se correlacionou positivamente com o escore-z da estatura/comprimento/idade (p = 0,040), índice de massa corporal/idade (p = 0,037) e peso/idade (p = 0,009). Houve associação negativa entre a duração da internação e os valores em escore-z da E/I (p<0,05; β: -0,020; IC95%:-0,033 - -0,007). Em relação ao escore-z do índice IMC/I, houve associação positiva entre o peso ao nascer e os valores em escore-z do IMC para idade (p<0,05; β: 0,956; IC95%: 0,316 – 1,596). Para o PC/I, houve associação negativa entre a internação na UTIN e suplementação de ferro aos valores em escore-z do índice (p<0,05; β: -0,016; IC95%:- 0,026 - -0,006) e (p<0,05; β: -0,641; IC95%: -1,251 - -0,031), respectivamente. Para o P/I, a duração da internação se associou negativamente aos valores em escore-z (p<0,05; β: -0,012; IC95%: -0,020 - -0,003) e a hemoglobina sérica e peso ao nascer se associaram positivamente com o P/I (p<0,05; β: 0,096; IC95%: 0,001 – 0,191) e (p<0,05; β: 1,190; IC95%: 0,481 – 1,899), respectivamente. Por fim, para o desfecho P/E, o uso de suplementação de ferro se associou positivamente com o escore-z do índice (p<0,05; β: 0,611; IC95%: 0,115 – 1,108). Pode-se concluir neste estudo que, a associação entre hemoglobina (mg/dL) e os índices antropométricos E/I, IMC/I e P/I sugerem o impacto desta no crescimento e desenvolvimento dos prematuros, reforçando a importância da suplementação de ferro e do bom aporte de nutrientes para a promoção do adequado estado nutricional desse grupo. Além disso, a associação negativa entre o tempo de internação na UTIN e os índices antropométricos em escore-z E/I, PC/I e P/I sugerem que o maior tempo de internação representa um fator de risco para o crescimento nos primeiros anos de vida, assim como a associação positiva entre a suplementação de ferro e P/E e hemoglobina sérica e o índice P/I, reforçando também a importância da suplementação para o crescimento e desenvolvimento infantil. Palavras-chave: Prematuridade; Hemoglobina; Deficiência de ferro; Estado nutricional; Suplementação de ferro.