Navegando por Autor "Oliveira, Josie de Souza"
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Item Medidas antropométricas e de composição corporal como preditoras de alterações da pressão arterial em adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2010-02-26) Oliveira, Josie de Souza; Ribeiro, Rita de Cássia Lanes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707115U6; Rosado, Gilberto Paixão; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781969H8; Rosado, Lina Enriqueta Frandsen Paez de Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781969D2; http://lattes.cnpq.br/7759611120689358; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766932Z2; Oliveira, Josenilson Campos de; http://lattes.cnpq.br/0464765688700706O presente trabalho objetivou avaliar a capacidade de indicadores antropométricos e de composição corporal em predizer alteração nos níveis de pressão arterial em indivíduos adultos na cidade de Viçosa, MG, além de verificar a concordância entre métodos de avaliação da composição corporal. Realizou-se estudo transversal, cuja amostra foi composta por 161 voluntários de ambos os sexos, com idade entre 20 e 59 anos. A avaliação antropométrica incluiu medidas de peso, altura, perímetros da cintura (PC), quadril e coxa e diâmetro abdominal sagital (DAS). Foram calculadas as relações cintura/ quadril (RCQ), cintura/ estatura (RCE) e cintura/ coxa (RCCx) e os índices de conicidade (ICO), do diâmetro abdominal (IDA) e de massa corporal (IMC). Para verificar o percentual de gordura corporal total (%GCT) utilizou-se a bioimpedância elétrica tetrapolar (BIA). Para comparar os métodos preditivos de gordura corporal (bioimpedância elétrica bipolar (Tanita®) e as equações estimativas de gordura corporal propostas por Deuremberg et al.(1991), Gallagher et al (2000) e Lean et al.(1996)) utilizou-se a BIA como método de referência. Aferiu-se a pressão arterial (PA) utilizando-se esfigmomanômetro aneroide, considerando como PA alterada o percentil 75 como ponto de corte. As análises estatísticas foram realizadas por meio da análise de correlação intraclasse, da análise de variância com o teste post-hoc de Tukey, do teste de Kruskall-Wallis com o teste post-hoc de Dunn s, dos coeficientes de correlação de Spearman e Pearson, da construção de curvas ROC (Receiver Operating Characteristic Curve) e da análise de concordância Bland-Altman. Identificou-se 32,3% e 43,5% dos homens com PAS e PAD alteradas, respectivamente e, 37,4% e 43,4% das mulheres com PAS e PAD superior ao percentil 75, respectivamente. Verificou-se que os indivíduos com PA alterada apresentam PC e DAS significantemente maior que os com PA desejável. O PC aferido na menor cintura diferiu significantemente dos demais locais avaliados (p<0,001) no sexo feminino; já no masculino, foi menor (p<0,05) que a cintura aferida no ponto médio. O DAS não diferiu em nenhuma das medidas para ambos os sexos. Todas as medidas do PC e do DAS apresentaram reprodutibilidade bastante elevadas (0,999-1,000). As correlações apresentadas pelo PC e pelo DAS foram moderadas, exceto o PC em relação à PAS no sexo masculino, cuja correlação foi fraca (r=0,298). Verificou-se que não houve diferença significante entre as áreas abaixo da curva para o PC e para o DAS na predição de alteração da PA em indivíduos de ambos os sexos. Os nove indicadores de obesidade avaliados foram capazes de predizer alteração na PA. Em concordância com as análises de correlação, o DAS foi o indicador que apresentou melhor capacidade preditiva da PAS e da PAD na população masculina, cujos pontos de corte foram 18,5cm e 18,4cm, respectivamente. Já na feminina, também de forma coerente com as análises de correlação, os indicadores que apresentaram maior poder discriminatório da PAS e da PAD, respectivamente, foram o IDA e o %GCT, sendo os melhores pontos de corte os valores 0,36 e 29,8%. Quanto ao diagnóstico da obesidade observou-se que, segundo o IMC, 9,9% dos indivíduos apresentaram obesidade. Entretanto, 28,6% da população estudada, possuíam percentual de gordura elevado, enquadrando-os no grupo de obesos. Dentre os métodos testados na população masculina, a equação de Gallagher et al. (2000) foi a única que não apresentou diferença estatística quando comparada à BIA; já na feminina, todas as equações diferiram significantemente. Para os homens, a Tanita® e a equação de Gallagher et al.(2000) foram os métodos que apresentaram melhor concordância. Entretanto, a Tanita® e todas as equações estudadas superestimaram de forma significante o %GCT das mulheres e nenhum dos métodos apresentou EPE<3,5%. A julgar pelos resultados encontrados, inferese que, não apenas indicadores da adiposidade abdominal, mas também os marcadores da obesidade geral apresentam aplicabilidade prática na predição de níveis pressóricos aumentados. Ressalta-se, assim, a importância da utilização de indicadores de obesidade seja abdominal ou geral, em detrimento à utilização isolada do IMC por dois motivos principais primeiro, por esse indicador ter apresentado menor eficiência em predizer alteração dos níveis pressóricos quando comparado aos acima mencionados e, segundo, por ter classificado erroneamente como eutróficos indivíduos com %GCT suficientemente elevado para classificá-los como obesos. Ressalta-se que, o uso de métodos ou equações inadequadas ao tipo de população a ser avaliada pode prejudicar o rastreamento do excesso de peso e o correto diagnóstico da obesidade. Partindo do conhecimento das alterações na pressão arterial causadas pela obesidade; ciente que indivíduos com níveis pressóricos acima do considerado desejável apresentam a mesma fisiopatologia daqueles com hipertensão arterial sistêmica e que esses indivíduos possuem grande chance de desenvolver tal morbidade, julga-se necessário a utilização de indicadores e pontos de cortes acurados a fim de detectar precocemente indivíduos predispostos a desenvolver a pré-hipertensão. Assim, doenças crônicas como a hipertensão podem ser evitadas, ou ao menos, retardadas.