Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://locus.ufv.br//handle/123456789/1722
Tipo: Tese
Título: Desempenho e exigências de energia, proteína e minerais de bovinos de corte em pastejo, submetidos a diferentes estratégias de suplementação
Título(s) alternativo(s): Performance and energy, protein and minerals requirements of beef cattle at pasture, submitted to different supplementation strategies
Autor(es): Moraes, Eduardo Henrique Bevitori Kling de
Primeiro Orientador: Paulino, Mário Fonseca
Primeiro coorientador: Valadares Filho, Sebastião de Campos
Segundo coorientador: Valadares, Rilene Ferreira Diniz
Primeiro avaliador: Detmann, Edenio
Segundo avaliador: Zervoudakis, Joanis Tilemahos
Abstract: Esta tese foi elaborada a partir de quatro experimentos que objetivaram avaliar os efeitos de diferentes estratégias de suplementação sobre o desempenho produtivo e as características nutricionais de bovinos de corte suplementados durante os períodos da seca, águas e transição águas/seca em pastagens de Brachiaria decumbens; e estimar a composição corporal e as exigências de energia, proteína e macrominerais de bovinos de corte sob pastejo durante o período das águas e transição águas/seca. No Experimento 1 (Período da seca), foram utilizados 25 bezerros anelorados não-castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 7,5 meses e 194,5 kg para avaliar o desempenho, e cinco novilhos mestiços Zebu x Holandês não-castrados, com peso médio inicial de 290 kg, fistulados no esôfago e rúmen para avaliação das características nutricionais. As estratégias de suplementação estudadas foram: suplemento de autocontrole de consumo (AC) e suplementação infreqüente ofertados em quantidades equivalentes a 1,0 kg/dia. As freqüências estudadas foram: três vezes/semana (segunda, quarta e sexta - 3X), cinco vezes/semana (segunda a sexta - 5X), seis vezes/semana (segunda a sábado - 6X) e diariamente (7X). Não houve efeito (P>0,10) dos tratamentos sobre os consumos expressos em kg/dia ou % PV. Observou-se efeito significativo da estratégia de suplementação (P<0,10) para a digestibilidade aparente total da MS e ruminal da PB, sendo maiores nos animais que consumiram o suplemento tipo AC. As concentrações de N na urina e no soro sangüíneo foram afetadas (P<0,10) pelas estratégias estudadas e foram maiores nos animais que consumiram suplemento AC. No Experimento 2 (Período das águas) para avaliar o desempenho produtivo, foram utilizados 25 novilhos anelorados nãocastrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 10,5 meses e 222,4 kg. As estratégias de suplementação estudadas foram: suplementação mineral (SM) e suplementação protéica de autocontrole de consumo (AC) e suplementação infreqüente (0,500 g/dia). As freqüências estudadas foram: três vezes/semana (Segunda, Quarta e Sexta - 3X), cinco vezes por semana (Segunda a Sexta 5X) e diariamente (7X). O consumo diário de matéria seca (MS) de suplemento dos animais que receberam suplemento do tipo AC foi de 0,523 g, próximo ao consumo de 0,500 g preconizado durante a formulação do suplemento. Foram verificados menores ganho médios diários (GMD) e PV final para os animais que receberem apenas suplementação mineral (P<0,10) quando comparados às estratégias de suplementação protéica que não diferiram entre si (P>0,10). O GMD foi de 726,0; 891,0; 895,0; 885,0 e 892,0 g, respectivamente, para as estratégias SM, AC, 3X, 5X e 7X. No Experimento 3 (Período de transição águas/seca), para avaliar o desempenho produtivo foram utilizados 20 novilhos anelorados não-castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 14 meses e 311,0 kg. Para avaliar as características nutricionais, foram utilizados quatro novilhos mestiços Holandês-Zebu, não-castrados, com peso médio inicial de 367 kg, fistulados no esôfago e rúmen. As estratégias de suplementação estudadas foram: suplementação mineral (SM) e suplementação protéica de autocontrole de consumo (AC) e infreqüente (0,550g/animal). As freqüências estudadas foram: três vezes/semana (segunda, quarta e sexta - 3X) e diariamente (7X). O consumo diário de matéria seca (MS) de suplemento dos animais que receberam suplemento do tipo AC de consumo, foi de 0,598 g, próximo ao consumo de 0,550 g preconizado durante a formulação do suplemento. Foi verificado menor ganho médio diário (GMD) e PV final para os animais que receberem apenas suplementação mineral (P<0,10), quando comparados às estratégias de suplementação protéica que não diferiram entre si (P>0,10). O GMD foi de 661,40; 812,7; 811,5 e 819,2 g, respectivamente, para as estratégias SM, AC, 3X e 7X. Independente da estratégia, a suplementação protéica propiciou aumento no consumo de nutrientes e de pasto (P<0,10) tanto quando expresso em kg/dia quanto em % do peso vivo, quando comparados com a SM. O consumo médio de MS de pasto (MSP) dos animais da SM foi de 7,88 kg/dia enquanto que, nos que receberam suplementação protéica foi em média 8,17 kg/dia. Com exceção do consumo de proteína bruta (PB) (P<0,10) não foram observadas diferenças quanto ao consumo de nutrientes e de pasto (P>0,10) entre a suplementação tipo AC e a infreqüente. Quanto à digestibilidade, foram observados efeitos positivos (P<0,10) da suplementação protéica para a digestibilidade aparente total da PB, da fibra em detergente neutro e dos carboidratos não fibrosos e intestinal da PB. Não foram observados efeitos significativos entre a suplementação tipo AC e infreqüente, assim como para as freqüências estudadas (P>0,10) sobre as digestibilidades aparente total, ruminal e intestinal dos nutrientes. Não houve efeito (P>0,10) tanto da estratégia de suplementação quanto da infreqüência de suplementação sobre a concentração de nitrogênio microbiano e eficiência microbiana. Verificou-se que animais que receberam apenas suplementação mineral apresentaram menores valores (P<0,10) de balanço de compostos nitrogenados. No Experimento 4 foram estimadas as exigências de energia, proteína e macrominerais de bovinos de corte sob pastejo. Utilizaram-se 27 animais não-castrados, com peso vivo (PV) médio inicial de 311,0 kg e idade média de 14 meses. Três animais foram abatidos, após o período de adaptação, para servirem como referência para as estimativas do peso de corpo vazio (PCVZ) e da composição corporal iniciais dos animais mantidos no experimento. Dos 24 restantes, quatro foram designados ao grupo mantença com tempo de pastejo restrito para limitar o consumo de energia a nível próximo da mantença. Os 20 demais distribuídos em quatro tratamentos: mistura mineral, autocontrole e as freqüências três vezes/semana (segunda, quarta e sexta) e diariamente. A relação obtida entre o peso de corpo vazio (PCVZ) e o peso vivo (PV) dos animais referência foi utilizada para a estimativa do PCVZ inicial dos animais que permaneceram no experimento. Os conteúdos de gordura, proteína, energia e macroelementos minerais (Ca, P, Na, K e Mg) retidos no corpo dos animais foram estimados por meio de equações de regressão do logaritmo do conteúdo corporal de proteína, gordura, energia, Ca, P, Na, K ou Mg, em função do logaritmo do PCVZ. A exigência líquida de energia para mantença foi estimada como o anti-log do intercepto da equação obtida pela regressão linear entre o logaritmo da produção de calor (PC) e o consumo de energia metabolizável (CEM), assim como pelo coeficiente a da equação de regressão exponencial entre a PC e o CEM, dos animais suplementados juntamente com os não-suplemetandos e os do grupo mantença. As eficiências de utilização da energia metabolizável (EUEM) para mantença (km) e ganho de peso (kg) foram estimadas a partir da relação entre os teores de energia líquida, para mantença ou ganho, respectivamente, em função da EM da dieta. As quantidades de energia e gordura no ganho aumentaram com o aumento do PV dos animais. As exigências de energia líquida para ganho de peso de bovinos anelorados não-castrados sob pastejo podem ser obtidas pela equação: ER = 0,0617*PCVZ0,75*GDPCVZ1,056. O requisito energético diário para mantença foi de 64,00 kcal/PV0,75. A km estimada foi de 0,64 e a kg de 0,26. As exigências líquidas de proteína para ganho diminuíram com o aumento do peso vivo (PV) dos animais. A exigência líquida de proteína encontrada para um animal com PV de 250 kg foi de 153,71 g/kg GPCVZ, enquanto para um animal de 400 kg foi de 141,86 g/kg GPCVZ. Foi obtida a seguinte equação para estimativa da proteína retida (PR), em função do ganho de peso vivo em jejum (GPVJ) e da energia retida (ER): PR (g/dia) = -34,6109 + 257,956*GPVJ 17,01*ER. As exigências de proteína metabolizável para mantença e ganho de peso estimadas foram de 357,77 e 288,33 g/kg PV, respectivamente, para um bovino não-castrado de 400 kg de PV sob pastejo. Animais que consumem suplementos protéicos apresentam maiores exigências de protéica degradável no rúmen (PDR) do que animais não-suplementados, em virtude do maior consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT). Para um animal de 400 kg de PV suplementado, as exigências de PDR e proteína não degradável no rúmen foram de 764,22 e 73,89, respectivamente, correspondendo à exigência de proteína bruta de 838,10 g/dia. As concentrações de todos os macroelementos minerais estudados, no corpo vazio e no ganho de corpo vazio, diminuíram com a elevação do peso vivo. As relações obtidas para g Ca/100g de proteína retida e g P/100 g de proteína retida foram, respectivamente, 9,18 e 4,72. A exigência dietética total de cálcio foi pouco inferior ao recomendado pelo NRC (2000), porém a de fósforo foi muito próxima.
This thesis was elaborated based upon four experiments that amaid to evaluate the effects of different supplementation strategies on performance and nutritional characteristics of beef cattle during dry, rainy and rainy/dry seasons at pastures of Brachiaria decumbens; as well as estimate the body composition and the energy, protein, calcium (Ca), phosphorus (P), magnesium (Mg), potassium (K) and sodium (Na) requirements of beef cattle at pasture. In the Experiment 1 (Dry season), 25 zebu calves, with age and initial weights of 7.5 months old and 194. kg, respectively, were used for performance evaluation and five Holstein-Zebu steers fistulated in rumen and esophagus, with 290.0 kg of LW were used to evaluate nutritional characteristics. The different supplementation strategies evaluated were: self-feed supplementation (SF) and infrequent supplementation (1.0 kg/animal/day). The frequencies of supplementation evaluates were: three times/week (Monday, Wednesday and Friday 3X), five times/week (Monday to Friday 5X), six times/week (Monday to Saturday 6X) and daily (7X). There were no effects of different strategies (P>0.10) on intake expressed in kg/day or perceptual of LW. However, DM total apparent digestibility and crude protein ruminal apparent digestibility were higher in SF strategic. No differences (P>0.10) were observed on microbial N and DM flux and its efficiency. Serum and urine concentrations were higher in animals consuming SF strategic. In Experiment 2 (Rainny season), 25 steers with initial age and live weight (LW), respectively, 10.5 mouths old and 222.4 kg grazing in five paddocks of Brachiaria decumbens were used for evaluate the performance. The different supplementation strategies evaluated were: mineral supplementation (MIS), self-feed supplementation (SF) and infrequent supplementation (0.500 kg/animal). The frequencies of supplementation evaluates were: three times/week (Monday, Wednesday and Friday 3X), five times/week (Monday to Friday 5X) and daily (7X). Supplement dry matter (DM) intake on animals that receive SF supplementation was 0.523 g/day. The ADG and final LW was smaller (P<0.10) on animals that just fed MIS when compared to protein supplementation that didn t differ to each other (P>0.10). The ADG was 726.0; 891.0; 895.0; 885.0 and 892.0 g, respectively, for strategies MIS, SF, 3X, 5X and 7X. In experiment 3 (Rainny/dry season), 20 steers with initial age and live weight (LW), respectively, 14.0 mouths old and 311.0 kg grazing in four paddocks of Brachiaria decumbens were used for evaluate the performance. The different supplementation strategies evaluated were: mineral supplementation (MIS) self-feed supplementation (SF) and infrequent supplementation (0.550 kg/animal). The frequencies of supplementation evaluates were: three times/week (Monday, Wednesday and Friday 3X) and daily (7X). Supplement dry matter (DM) intake on animals that receive SF supplementation was 0.598 kg/day. The ADG and final LW was smaller (P<0.10) on animals that just fed MIS when compared to protein supplementation that didn t differ to each other (P>0.10). The ADG was 661.40; 812.7; 811.5 and 819.2 g, respectively, for strategies MIS, SF, 3X and 7X. Independent of strategy, the protein supplementation increased nutrients and pasture intake (P<0.10) expressed in kg/day and in % of LW, when compared with MIS. Pasture DM intake was 7.88 kg/day for MIS and 8.17 kg/day in animals that received protein supplementation. Animals that received SF protein presented higher crude protein intake (P<0.10). In relationship of digestibility, animals that fed protein supplementation presented higher CP, NDF and NFC total apparent digestibility and CP intestinal apparent digestibility. No differences (P>0.10) were observed between SF and infrequent supplementation, as well as for different frequencies of supplementation on total, ruminal and intestinal apparent digestibility. No differences (P>0.10) were observed on microbial nitrogen and DM flux and its efficiency. Less nitrogen balance was observed in animals feeding only MIS (P<0.10). In Experiment 4 a trial involving 27 zebu bulls at pasture with initial live weight (LW) of 311.0 kg were conducted with the objective of determining their energy, protein e minerals requirements. Three animals were slaughtered at the beginning of the trial, performing the reference group; four had grazing time restricted, to limit energy intake to a level close to the maintenance level. The remaining was uniformly allotted to a complete randomized design, in four treatments: mineral mix, self-feeding protein, protein supplementation three times per week (Monday, Tuesday and Friday) and daily. The relation between the empty body weight (EBW) and the live weight (LW) of these animals were used to estimate the initial EBW of the animals remaining in the experiment. The levels of fat, protein, energy and minerals (Ca, P, Na, K, Mg) retained in the body of the animals were evaluated using equations of logarithm regression of the body contents of protein, fat, energy, Ca, P, Na, K and Mg, related to EBW logarithm. The net energy requirement for maintenance (Nem) was estimated as the antilog of the intercept of the equation obtained by the linear regression between the logarithm of heat production (HP) and the metabolizable energy intake (MEI). The metabolizable energy efficiencies of utilization (MEEU) for maintenance (km) and weigh gain (kg) were estimated from the relationship between the net energy concentration, for maintenance or gain, respectively, and the metabolizable energy (ME) content of the diet. The amount of energy and fat in the gain increased as the body weight of the animals increased. The net energy requirements for gain (Neg) of zebu steers can be obtained by the equation: Neg = ER = 0,0617*BW0,75*EBG1,0564. The daily energy requirement for maintenance was 64,00 kcal/LW0.75. The estimated value for km was 0.64 and the calculated kg was 0.26. The protein requirements for gain decreased as the LW increased. The protein requirement found for an animal with 200 kg, was 153.71 g/kg EBW, while for an animal of 400 kg of live weight was 141.86 g/kg EBG. An equation was obtained to estimate the retained protein (RP) in function the live weight gain (LWG) and the retained energy (RE): RP = -34.6109 + 257.956*LWG 17.01*RE. Considering a steer with 400 kg of live weight, the estimated metabolizable requirements of protein for maintenance and gain were, 357.77 and 288.33 g/kg LW, respectively. The animals that were fed with protein supplementation presented large protein requirements than animals not supplemented, due the largest intake of total digestible nutrients (TDN). An animal with 400 kg of LW fed protein supplementation, the daily protein requirements in terms of degradable and no degradable protein were, respectively, 764.22 and 73.89 g. The requirement of crude protein was 838.10 g/day. There was a decrease in the empty body and in the gain of empty body concentrations of the five macrominerals studied, with the elevation of the live weight. The relationships g Ca/100g of retained protein and g P/100g of retained protein were 10.92 and 5.26, respectively. Total dietary requirements of calcium was smaller than recommended by (NRC, 2000), however the one of phosphorus was close.
Palavras-chave: Bovino de corte
Proteína
Energia
Minerais
Pasto
Suplementação alimentar
Beef cattle
Protein
Energy
Minerals
Pasture
Feed supplementation
CNPq: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::ZOOTECNIA::NUTRICAO E ALIMENTACAO ANIMAL
Idioma: por
País: BR
Editor: Universidade Federal de Viçosa
Sigla da Instituição: UFV
Departamento: Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Citação: MORAES, Eduardo Henrique Bevitori Kling de. Performance and energy, protein and minerals requirements of beef cattle at pasture, submitted to different supplementation strategies. 2006. 151 f. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1722
Data do documento: 31-Out-2006
Aparece nas coleções:Zootecnia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
texto completo.pdf578,05 kBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.