Utilização do Sistema Único de Saúde (SUS) pelos clientes de planos de saúde: uma abordagem de acordo com as informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS - 2013)

Abstract

A utilização da rede de serviços do SUS feita pelos clientes dos planos de saúde, aponta para contradições e limitações nos referidos sistemas. Desse modo, buscou-se mapear essa situação buscando evidências quantitativas e procurando identificar se a vinculação aos planos de saúde menos abrangentes, também denominados por “populares”, possui nexo causal com essa utilização da rede pública de saúde. Desse modo, trabalhou-se majoritariamente com os dados fornecidos pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS-2013). Por se tratar de estudo seccional, envolvendo um plano amostral complexo, o uso de técnicas estatísticas tradicionais, pouco imunes ao confundimento, foi substituído pela técnica do escore de propensão, que possibilitou maior segurança às análises realizadas. Os resultados evidenciaram utilização mais expressiva do SUS entre os clientes dos planos de menor abrangência. Para consultas e procedimentos a utilização do SUS variou de 3,7% (IC95%: 2,0 – 6,7%) a 38,3% (IC95%: 21,9 – 57,7%) e para internações variou de 3,0% (IC95%: 0,6 – 13,3%) a 50,4% (IC95%: 24,6 – 76,0%), respectivamente, dos planos mais abrangentes aos planos ditos “populares”. Os resultados globais obtidos com o uso da técnica do escore de propensão, mostraram que houve significância estatística quando se avaliou a utilização do SUS tanto para as consultas e outros procedimentos quanto para as internações. Conclui-se, portanto, que além da pouca eficácia apresentada pelos planos em resolver os problemas em saúde da população, há boas sinalizações de que a vinculação aos planos de menor abrangência se constitua em uma causa da utilização da rede de serviços do SUS por esses clientes. Palavras-chave: Planos de saúde. Sistema Único de Saúde. Pesquisa Nacional de Saúde.

The use of SUS network of services made by the clients of the health plans, points to contradictions and limitations in these systems. Thus, it was sought to map this situation looking for quantitative evidences and trying to identify if the linkage to the less comprehensive health plans, also denominated by "popular", has causal nexus with this use of the public health network. In this way, the data provided by the National Health Survey (PNS-2013) were mostly worked. Because it was a sectional study, involving a complex sampling plan, the use of traditional statistical techniques, which were not immune to the confusion, was replaced by the propensity score technique, which allowed greater security to the analyzes performed. The results showed a more expressive use of the SUS among the clients of the less comprehensive plans. For consultations and procedures, the use of SUS ranged from 3.7% (95% CI: 2.0- 6.7%) to 38.3% (95% CI: 21.9 - 57.7%) and for hospitalizations ranged from (95% CI: 24.6 - 76.0%), respectively, from the most comprehensive plans to the so - called "popular" plans. The overall results obtained using the propensity score technique showed that there was statistical significance when the use of SUS was evaluated for both the consultations and other procedures as well as for hospitalizations. It is concluded, therefore, that in addition to the little effectiveness presented by the plans in resolving the health problems of the population, there are good signs that the link to the less comprehensive plans is a cause of the use of SUS network of services by these customers. Keywords: Health plans. Single Health System. National Health Survey.